10 junho 2011

Estórias cubalenses, por Alice Valadas

Amigo Cubalense. 
Tenho todo o prazer, de dar o meu testemunho, para a terra que me marcou, para sempre, Fui para o Cubal com 2 anos, pois nasci em Lisboa, mas o meu pai, foi chamado pelo irmão, António Valadas, para ir trabalhar para o Catumbela, onde tinha uma serração de madeiras,,, 
E, o tempo que lá estivemos, nunca esqueci. pois aquele sítio, era um "Paraíso"!!! A casa, ficava num alto, e tinha uma descida, cheia de flores silvestres, das mais variadas cores. Eu, meu irmão Fernando, e minhas prima e primos, fazíamos daquela descida, na nossa inocência de crianças, e na nossa alegria, como de um "escorrega", sem noção, do estrago que fazíamos às lindas flores... Lembro-me também, de ouvir à noite, Os rugidos dos leões , o "choro" das hienas, o que nos assustava, e claro... "chichi na cama", por não ir ao bacio, pois a casa de banho, era lá fora!!! Outra coisa espectacular, eram os macacos na outra margem do rio, que eram aos milhares, e ainda hoje me lembro, da chiadeira que faziam, e como atravessavam para atravessar, fazendo cipós, agarrando-se uns aos outros pela cintura, e balançando-se iam passando para a outra margem...O rio era enfestado de jacarés, que de vez em quando, apanhavam um cão, ou mesmo crianças, quando se iam lavar ao rio! São lembranças da minha infância, e que já partilhei, nos livros "África Minha". Do Cubal, mais tarde, e já na minha juventude, tenho lembranças inesquecíveis. Da Escola, da Professora, dos amigos enfim, Coisas que, fariam muitos livros para posteridade.... 
Para a próxima, falarei, das pessoas, que ainda hoje , contacto... é sempre bom escrever, pois, "Recordar, é Viver!! 

Um bem haja, para os Cubalenses, que ainda se conservam, neste Mundo...
Alice Valadas

2 comentários:

Edgardo Xavier disse...

Eu conheço e vi outra Catumbela, a da fábrica do açúcar, da fábrica de farinha de peixe, das pescarias com gente no mar alto a bordo das traineiras. Chegavam pela rádio entre apitos e assobios e anunciavam o peixe, a sua qualidade, a quantidade. Depois a descarga, a praia, o pessoal suando para operar a descarga, o espalmar do carapau para a secagem ao sol, o cheiro próprio do lugar, o camarão cozido com piri-piri, a roda do pirão com o peixe seco assado, as histórias mirabolantes que enchiam o vazio das vidas paradas por anos de inércia. A Catumbela, já vila, parada num tempo que tardou a encher-se de raivas e razões. Que se vestia para ver o Lobito ou para matar saudades de Benguela. A terra dos comboios, das palmeiras, do por de sol em chamas. Eta recordação de luxo, linda, leve, doce.

Edgardo Xavier

Alice Valadas disse...

Alice Valadas conta que:Não me recordo própriamente da vila, pois era bem pequena, e estávamos no mato mas, fomos de seguida para a fazenda de sisal, no Caviva, e aí, já me recordo de mais pormenores, que contarei noutra ocasão.. Vivi no Cubal a minha infância, que jamais esquecerei!!!