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16 junho 2011

UM GRANDE AMOR À CIDADE QUE ME VIU NASCER… CIDADE DO CUBAL

VIDA REAL Nº 5 - *Eduardo A. Flórido

ESPAÇO DEDICADO AO CUBAL E ÀS SUAS GENTES COM ESTÓRIAS (HISTÓRIAS) VERIDICAS PASSADAS, POR ALGUNS DOS SEUS FILHOS, DESCONHECIDAS DA MAIOR PARTE, DOS ALI NATOS E RESPECTIVOS HABITANTES.       
PASSADAS NO CUBAL E NÃO SÓ…

UM GRANDE AMOR À CIDADE QUE ME VIU NASCER… CIDADE DO CUBAL

Neste mapa difuso construído por redes invisíveis de @ e bytes, conseguiste situar-me com a tua prosa do passado,  impulsionando-me sempre para a frente,  numa busca constante do melhor, construindo  sonhos impossíveis, baseando-me sempre na tua imagem de beleza simplesmente inalteravelmente inesquecível. Sim, neste tempo que é cada vez mais sem tempo, iniciamos processos de forma inversa, construindo, desconstruindo continuamente talvez, sentimentos que não chegam a ser sentidos. Outros porém, de uma perpetualidade  inconcebivelmente irresistível, mas tentadoramente atingiveis…

Inventamos compensações nas buscas de graais inexistentes, navegamos por mares revoltos na tentativa do aparecimento, fugaz que seja, de uma química que não temos porque nunca a possuímos ou porque a perdemos nas malhas do cronos que não se compadece com as nossa necessidade de reciprocidade de um sentir semelhante à nossa dor, de forçosamente te termos abandonado com uma dor atroz, que continua por preencher na maravilhosidade, do que sempre me transmitistes…  A tua lembrança é irreal porque profunda, despretensiosa na sua pretensão e simultaneamente chocante porque me traduz, porque me sabe e me diz quem sou, conhecendo-me como me conheces e sabendo de antemão que possivelmente jamais te irei ver, a não ser em lembranças de um maravilhoso passado, onde há e haverá sempre 1001 estórias (histórias) a serem contadas. Sou antítese, seguramente, não da forma infantil e grosseira com que por vezes me dou a entender e me faço descrever, mas apenas porque o meu ser é habitado por inúmeros sentires contraditórios em que fervilham palavras para os traduzir. São palavras contidas por um dia-a-dia em que não se encontram outros seres que estejam à altura de compreender minimamente o que vai cá dentro, seres incapazes de uma real partilha, apenas porque são demasiadamente terrenos e ocos de sensações, como toda aquela que tu me presenteastes quando eu era ainda criança. Sou uma antítese porque habitam várias homens dentro de mim, sendo todos eles distintos e singulares. Dissimulo uns, escondendo-os nas risadas ou na racionalidade de outros, mostrando-me ora guerreiro activo, seguro e independente ora o homem ingénuo, tímido e frágil, doído pelo sofrimento de não ter a consciência formulada de um dia te poder voltar a ver, nessa inconfundível beleza selvagem de um aroma, sentidamente inigualável... Também te leio e me tornei bloguista, uma e outra e outra vez, parando  apenas porque as palavras começam a ficar desgastadas e eu quero preservá-las. Tentarei perscrutar para além de cada vírgula, de cada sinal, aprendendo-te, sempre, nessa ousadia que só tu tens o dom de me transmitires, de modo unicamente sublime...

Sim, quero proporcionar-me uma nova oportunidade não apenas de nos cruzarmos sem ser virtualmente, mas de termos a coragem de parar e cara a cara, olhos nos olhos, materializar a fugacidade de dizeres que podem e devem passar disso mesmo. E por isso, já comecei esta habilidosa construção, estando desde já a fundar os alicerces profundíssimos.
Estou aqui, mescla de mim mesmo, activando comandos de força e ousadia para trilhar este aceiro irregular que se pode transformar em auto estrada de um conhecimento, que jamais quero ver desfeito, nesta longa caminhada que é a Vida. Deixando-te, por agora, com um merecido beijo de uma saudade eterna, mas sempre felicíssimo, por aí ter acordado para o Dia-a-Dia. Aguardo um sinal, talvez teu, talvez de algum dos “meus inquilinos” para prosseguir, sempre pensando o quão maravilhoso seria sentir, o aroma da tua terra molhada, adoravelmente queimada, por um sol radioso e por tudo o que de mais belo existe, a harmonia e contrastes dessa pura beleza selvagem, que ainda tem e tinha o poder único de entrelaçar, as amizades humanas pertencessem eles de que credo, raça, ou filosofia de vida fossem…
Como sinto saudades de ti… Meu doce cantinho, de sonho inquebrantável e de regaço acolhedor, simplesmente inesquecível e maravilhosamente lembrado.

Com cordialidade…
Até quando Deus quiser
*Eduardo A. Flórido
Edasilf@live.com.pt

10 março 2011

VIDA REAL Nº 4 - Eduardo A. Flórido

ESPAÇO DEDICADO AO CUBAL E ÀS SUAS GENTES COM ESTÓRIAS (HISTÓRIAS) VERÍDICAS PASSADAS, POR ALGUNS DOS SEUS FILHOS, DESCONHECIDAS DA MAIOR PARTE, DOS ALI NATOS E HABITANTES. NO CUBAL E NÃO SÓ…

CLUBE FERROVIA DO CUBAL…

ANO DE 1969…
Mais um enlace matrimonial a fazer furor na nossa bela cidade… Os noivos (sigilo absoluto sobre o seu nome e respectivas famílias), convidam o clã Flórido que se apresenta ao acto solene, primeiro na igreja e depois neste mesmo clube desportivo a fim de apadrinharem, a jura de amor eterno, num copo de água memorável, e de fazer lamber as beiças, pelas iguarias com que cada convidado era presenteado. O Ferrovia engalanado a preceito, fora o local escolhido, e bem, pois juntamente com o Recreativo, 98% (+-), era sempre a predilecção de todos os convivas a este género de cerimónia. Ao começar o assalto a todo o género de ementa que naturalmente diversificava e em muito em relação àquilo que actualmente se processa em Portugal, por exemplo, deixa todos indecisos por onde deverão começar a esquentar o motor (estômago), para mais tarde com a postura, um tanto ou quanto já meio zonza, ou zonza inteira, numa perdição total, comerem e beberem escancaradamente sem olhar o preceito da (in) delicadeza educacional, marimbando-se positivamente, para princípios de regras civilizacionais e de postura válida, devido à graduação de uma subida desmedida e acentuada de álcool, que o organismo começa a assimilar.
Momento esperado pacientemente, pelo autor destas linhas, que apesar dos seus 15/16 anos, quando isto acontece, o combinado com outros não presentes e não convidados começa por ser posto à prova…
Esgueiro-me, nessa altura, facilmente entre as cortinas (penso ainda hoje, serem de veludo vermelho, ou não seriam?) fingindo, uma qualquer brincadeira, para o não levantamento de suspeitas, mas já com ela fisgada de chegar à última porta, oposta ao palco, conforme atempadamente combinado com os meus compinchas, e abrir os fechos da dita, porque a verdadeira comemoração, daquele sempre grandioso acto, começaria, quando os meus verdadeiros amigos estivessem presentes. Fechos abertos e portas sem serem tocadas (não fosse o diabo tecê-las), porque depois era só empurrá-las por fora… E tinha a certeza absoluta que ninguém iria verificar se a porta estaria aberta ou fechada, porque todos sabíamos que aquela, era uma das poucas que o salão tinha, que muito dificilmente era aberta, logo poderíamos ficar descansados, pois nunca seria visionada se estaria bem ou mal fechada.
O tempo voa, e finalmente chega tudo ao fim. Rostos cansados, bebedeiras, algumas, e as despedidas do costume… Os noivos entretanto, já haviam partido para as merecidas férias, e descanso (?) respectivo, numa viajem de núpcias, que ainda hoje recordarão, porque os intervenientes desta brincadeira jamais o esquecerão, certamente.
À saída, juntamente com os meus pais e irmãos, encontro-me com o Amadeu da Silva Ramos, vulgo “Ramitos” (filho do Ramos das Panelas), um dos componentes do grupo que me vem perguntar se está tudo preparado. À minha resposta positiva, ele indica-me que todos os outros componentes do famigerado grupo de comilões, já esta tudo de boca à banda, para fazermos a nossa festa, com a comida daquele bendito recém-casal e respectiva família.
Digo ao meu pai que fico por ali, com o Ramitos e este sempre de um modo pouco simpático, fita-me e tenta que eu zarpe com ele. Bênção dos Céus, a minha mãe intervêm e diz para o meu pai que me deixe estar e avisa-me para eu não demorar muito… A minha mãe anui a este pedido, porque a minha casa, era já ali a dois passos…
Vamos para o parque e já lá estão todos os componentes da trupe, o Toninho Xamiço (grande amigo), o Abel (actualmente no Congo Ex-Belga), o Campanera, o Ximoque, o Carona, e uns tantos outros que devido aos anos passados, naturalmente me vou esquecendo de nomes, mas que de modo algum serão esquecidos. Éramos 12, na totalidade. E já todos juntos apenas aguardávamos que a luz se fechasse para avançarmos, em grande cerco, sem dó nem piedade, para empurrarmos a nossa entrada secreta e trazermos para o parque toda a comida, bem como assim bebidas e doces que sabíamos ser a delícia dos nossos esfomeados estômagos…
Finalmente apaga-se a luz…
O Ramitos de imediato puxa por uma pequena lanterna e preparamo-nos, deixando passar algum tempo, não fosse alguém voltar atrás, para uma invasão pacífica e sem condenação, já que não é pecado, roubar para comer (apesar de eu ter a barriga cheia) …
Dirigimo-nos 4 à porta (os outros 8 ficavam de vigia), que eu anteriormente deixara aberta, e apenas com um pequeno empurrão eis-nos a afastar as cortinas, pois o faustoso banquete encontrava-se ali à nossa mercê. Lentamente, mas de modo vigoroso, começamos por trazer tudo o que nos vem às mãos, sem nos preocuparmos, com a luz da lanterna do Ramitos, tal não era necessário. Fomos e viemos quatro vezes, tendo montado em pleno parque o nosso grande piquenique, que ia desde o marisco, passando por as mais variadas carnes, até doces (incluindo grande parte do bolo de noiva), de chuparmos os dedos e… irmos buscar mais.
Tinha chegado a hora…
A festança ia começar, e começou sempre dentro do maior silêncio possível, não fosse alguém aparecer. Comida a rodos, doces sem fim e bebidas para quem se quisesse servir e se naturalmente terminasse, o armazém recheadíssimo estava a dois passos para que nos servíssemos à vontade…
Tudo pleno de beleza, e grandiosidade que de repente é interrompido por uma voz potente e de pouca animosidade, um Guarda-Nocturno, muito conhecido no Cubal, e que por respeito aqui não menciono o seu nome (já não se encontra entre nós, infelizmente), se dirige a mim e me diz num tom aterrador: Amanhã quem te vai aquecer as costas é o teu pai, porque lhe vou contar tudo o que se está aqui a passar.
Eu havia sido o primeiro a ser reconhecido, mas enquanto vai avançando, acaba por descortinar todos os outros e sem papas no dedo, começa a apontar o nome de todos os prevaricadores ali existentes. Eu num tom de súplica, peço-lhe encarecidamente que tal não o faça, pois apenas havia deixado a porta aberta, para comemorar, com os amigos não convidados, a felicidade daqueles que naquele dia haviam dado o nó e era tb., um modo de assim podermos confraternizar um pouco celebrando a nossa amizade, entre aqueles que não haviam sido convidados.
O dito guarda-nocturno, depois da minha explanação comovente, pergunta-nos, o que estávamos a comer, claro está de imediato convidámo-lo a assentar, CONFRATERNIZANDO CONNOSCO. De soslaio, olha-nos a todos e de improviso passa-nos um correctivo, cinco estrelas, ou seja daqueles memoráveis, que jamais serão esquecidos, porque termina, dizendo-nos que iria esquecer o que acabara de ver, rasgando de imediato o papel, com uma particularidade, iria comer connosco, desde que houvesse alguém que fosse buscar um champanhe, para servir de cama ao suculento repasto. Como por artes mágicas, apareceram de imediato duas, a quem o sujeito sublinhado de imediato, com leitão há mistura, as virou num ápice, obrigando-nos no entanto, a prometer que nenhum de nós havia estado ali.
DEVER E PROMESSA CUMPRIDA. É QUEBRADA DESTA FORMA, PARA APENAS SERVIR DE MOMENTO DE BOA DISPOSIÇÃO ENTRE TODOS, POR QUEM ESTE APONTAMENTO, SOBRE O PASSADO FOR LIDO… E SEM NUNCA DELATAR NINGUÉM A NÃO SER OS INTERVENIENTES DE BRINCADEIRAS SAUDÁVEIS QUE HOJE NOS TRANSPORTAM, A UM TEMPO IDO, MUITO MAIS SAUDÁVEL DO QUE ESTE PRESENTE, SEM FUNDAMENTO E SEM DESTINO…
SEI QUE DO CÉU, O BOM HOMEM ME ESTARÁ A OLHAR E A SORRIR, DIZENDO PARA OS SEUS BOTÕES: AS PALAVRAS DOS PUTOS DO ANTIGAMENTE VALIAM MUITO MAIS DO QUE A INTEGRIDADE PLENA DE CERTOS SABICHÕES QUE PROLIFERAM POR AÍ, NA NOSSA PRAÇA, ACTUALMENTE…
BEM-HAJA, AMIGO E QUE DEUS ESTEJA CONSIGO…

Com cordialidade…
Até já,
*Eduardo A. Flórido
Edasilf@live.com.pt

01 março 2011

VIDA REAL Nº 3 - Eduardo A. Flórido

ESPAÇO DEDICADO AO CUBAL E ÀS SUAS GENTES COM HISTÓRIAS VERDADEIRAS PASSADAS, POR ALGUNS DOS SEUS FILHOS, DESCONHECIDAS (Histórias) DE TODOS. NO CUBAL E NÃO SÓ.

ANO 1974.

RELEMBRANDO O MANUEL FERNANDO CARONA, ESSE GRANDE AMIGO…

Depois de um Curso de Sargentos Milicianos (durabilidade de mais ou menos 6 meses, entre recruta e especialidade), cursado na E.A.M.A., (Escola de Aplicação Militar de Angola), Nova Lisboa e que infelizmente devido a um 25 de Abril muito mal camuflado, sou quatro dias depois, por ordens superiormente emanadas, promovido a 2º Furriel, eu e todos quantos frequentamos a dita, para mais, dois dias volvidos, nos caírem em cima as divisas de 1º Furriel (Como entretanto devido a provas físicas excelentes, e com valorização em todos os testes, sou chamado ao comandante da E.A.M.A., onde me perguntam, se eventualmente, não teria interesse em ingressar no Curso de Oficiais Milicianos, havendo no entanto um senão que foi a origem da não aceitação, teria que começar de novo em Janeiro de 75, uma nova recruta visionada a Oficiais. Penso e chego à conclusão que não seria em nada vantajoso, pois perderia cerca de um ano de exército, assim sendo mostro-me irredutível e avanço 12 meses no espaço e no tempo) … Para quem esperava que as mesmas divisas) só aparecessem 18 meses depois, começava tudo por ser airoso e de certo modo até interessante, a vida militar que tínhamos de fazer voluntariamente obrigados… e com o ordenado que pagavam, como estava desarranchado e Caconda era considerada, como zona de 50% de guerra (17.250$00, salvo erro), sentia-me como um rei, na barriga, inchadíssimo.
Antes porém, devo acrescentar, que muita malta da minha idade, vou fazer em 17 de Abril 58 anos, tinha assentado praça na dita E.A.M.A., casos do MANUEL FERNANDO CARONA, FERNANDO JORGE VAZ FAUSTINO, FERNANDO REBELO DE FREITAS E OUTROS DOS QUAIS JÁ NEM ME RECORDO NOMES (onde estão meus amigos?), mas que directa ou indirectamente, continuam no sótão do pensamento, por nos terem separado e mandado, em prol da defesa de uma Pátria que hoje e aqui em Lisboa teria que ser muito mais bem guardada, já que o grande mal que avassala este País, nunca foi as Províncias Ultramarinas e sim os tachos que se iam perdendo, enquanto as ditas (províncias Ultramarinas) estavam cada vez mais seguras, fruto duma estreita colaboração de pessoas de bem, independentemente de raças e credos, fortalecidas por estruturas humanas, vincadamente superiores, mas enfim isso não são contas do meu rosário.
Aquando da especialidade, sou abordado pelo meu grande amigo, MANUEL FERNANDO CARONA que me pergunta sem pestanejar: Eduardo, que especialidade escolheste? Sem as mínimas reticências digo-lhe apenas Atirador Especial e tu NANDO? Eu, eh pá, pela adrenalina, vou para os pára-quedistas. Fiquei boquiaberto, mas enfim, o NANDO, contra-ataca, porque vais para atirador? Tento explicar-lhe que aquela era a especialidade que me obrigaria de todo, saber um pouco de tudo e sentir-me-ia muito mais à vontade controlar do que ser controlado. Entre um abraço e um sentimento de irmão despeço-me do meu grande amigo, ficando quase com a convicção que certamente não o voltaria a encontrar tão cedo, mas a vida, a vida, sempre a vida, surpreende-nos, em cada esquina dobrada…
Depois da respectiva promoção, esfrego as divisas no chão, para não parecer um novato e sim velhinho de guerra e vou directamente para o Regimento de Infantaria, Sá da Bandeira, onde, devido às excelentes provas prestadas na E.A.M.A., peço para ingressar nessa bela Vila de Caconda, para onde aliás de imediato sou destacado. Para ali, CACONDA, só havia uma vaga e essa por direito próprio, pelas notas, conseguidas na recruta e como era o primeiro a escolher, nem hesitei. Relativamente perto de casa, estava como queria, passava o dia na pensão de Caconda, pensão do Sr. Lito, indo ao quartel de quando em vez para não dar muito nas vistas, embora me tivessem dado, toda a responsabilidade do PAIOL, DA SECÇÃO DE JUSTIÇA E DE INFORMAÇÕES SECRETAS. Nada mau, para um puto de 20 anos, nada mau… Uma odisseia, no mínimo. Na pensão LITO, a quem mando um abraço se me estiverem a ler, sou tratado que nem um LORD. O Lito e a sua esposa davam-se ao trabalho de terem a posta de Bacalhau assada e preparada para diariamente ser devorada às 7,30H, da manhã, posta de Bacalhau e um bife com um ovo a cavalo e respectivas batatas fritas, tudo isto muito bem regadinho com café com leite, à disposição, até quanto bastasse, ainda com pãozinho com manteiga (mensalidade de 1750$00, pequeno-almoço, almoço, jantar, cama e roupa lavada, caríssimo não?) …
Assim vou passando os dias…
Até que um dia, encontrava-me de Sargento de Dia, e estando no meu gabinete (lindo, não?) da Secção de Justiça, um cabo avisa-me, Furriel está lá fora, outro camarada seu, que foi destacado aqui para Caconda e pretende apresentar-se. O.K., vamos lá conhecer o homem. Entretanto o Cabo balbucia-me entredentes, o homem tem um cabedal que é de meter medo. Não acredito no que oiço porque de imediato me vem à cabeça que era o Carona (mais tarde baptizado por mim como sendo KIKO), que teria sido destacado para CACONDA. Não, penso, devo estar a sonhar o CARONA estará infelizmente nos pára-quedistas, impossível ser esse meu grande amigo. Chego à varanda e vejo com os olhos humedecidos pela emotividade da situação, o FERNANDO CARONA, ali especado à espera que alguém lhe pudesse dar as boas vindas. Grito-lhe e de imediato parto ao seu encontro, que numa confraternização de irmão de sangue se deliciam por se terem voltado a encontrar, sem imaginar, as histórias que iriam perpetuar naquela vilazeca do interior, e que histórias SANTO DEUS.
E como em todo o conto verídico há aquelas que naturalmente se podem falar e há e haverá sempre as outras que são tabu, de serem reveladas, pois por si só elas são de uma grandiosidade tão tremendamente forte que se fossem delatadas, certamente seriam, delapidadas do seu valor de preciosismo e tornar-se-iam como se de vulgaridades se tratassem, e quando no real nada disso sucede, dessas no entanto, não falarei.
Caconda era uma vila conhecida, por ser uma zona esotérica, como deverão e por uma questão de respeito a mim próprio e às intervenientes, apelidá-las-ei de Senhoras XXX. E esotérica porque corria por Angola inteira que havia uma água muito especial, nessa dita vila, que quem lhe a desse e caso se bebesse era casamento garantido.
Entretanto o Carona, desarrancha-se e começa por comer tb., na pensão do Sr. LITO e respectiva esposa. Ponho o BOM GIGANTE, ao par de todas as situações, e com o passar do tempo como nada há a fazer, informo-o como bom amigo, o cuidado a termos pelos convites que naturalmente surgissem, indo eu ao cumulo de lhe dizer que quando lhe oferecessem algo, o aceitasse sempre com a mão esquerda, maneira correcta de a água não fazer efeito, e cortar todo o mal que naturalmente pudesse conter, pois todos sabemos que não há bruxas, mas que existem, existem, isso não duvidem.
Começa a correr por Caconda entretanto a noticia que havia dois furriéis, solteirinhos, bons mocinhos, que nada tinham a ver com os outros porque estes eram mais finos, nem dormiam no quartel, e comiam na pensão LITOS, onde diariamente à hora do almoço, se começou a ver um movimento feminino demasiadamente inusitado, e muito distinto do que aquilo que até há bem pouco tempo se passava. Começam tb., a chover convites para festas particulares que duma forma subtil, vamos nos esquivando, aterrorizados pela tal dita água que podia contaminar, qualquer comida ingerida, lembrando no entanto eu, ao Carona, que se naturalmente nós fossemos, pegar tudo com a esquerda, não fosse o diabo tecê-las. Mas a muito custo, diga-se de passagem, sempre nos esquivámos com desculpas mais esfarrapadas e inocentes possíveis, pois os nossos 20 anos, sem a maturidade de hoje, eram uma catástrofe. E como havia tanta tentação de 30 e tantos anos… mas havia que aguentar, aquilo não estava para folias, e o casamento obtido daquela forma muito menos no n/ horizonte. Abro aqui um parêntesis, muito especial à Lucília, esposa do Carona, porque tenho a certeza que o ÓPTIMO GIGANTE KIKO, nada lhe escondeu, e ela na sua bondade certamente compreenderá tudo quanto se passou e aliás o que vou contar a seguir, já foi motivo de risota na sua bela casa, onde vivem.
Um belo dia, almoçava eu o NANDO, na pensão, quando aparece alguém a perguntar pelo furriel Flórido ou Carona.
De imediato uma mocinha aparece, trazendo um pudim de leite feito pelas Senhoras XXX, que nos diz, que as mesmas teriam muito gosto que nós o comêssemos como sobremesa naquele dia. Comovidos agradecemos e prontificamo-nos a provar o mesmo, assim que acabássemos de Almoçar. Findo o mesmo, olhamos para o pudim e dividimo-lo ao meio ou seja metade para cada um e vai daí a primeira colherada, eis que eu solto um grito que se ouve na pensão toda: Cuidado Nando, olha a água. O Nando de imediato pára e desatámo-nos a rir, mas pelo sim e pelo não, não houve pudim de leite para ninguém.
O Sr. LITO e a esposa, tinham nessa altura um cão que andava sempre solto no quintal da Pensão e vai daí o nosso bom iluminado Carona, propõe-me: Eh! Pá, se isto nos faz mal a nós, tb., certamente fará ao Cão, vamos-lhe dar a ver o que acontece, dito e feito. Chamado o cão, o mesmo não se faz rogado comeu o pudim inteirinho em menos de um fósforo, ou enquanto o diabo esfrega um olho…
Esquecemos o assunto cada um foi para o seu quarto, tratar da sua higiene pessoal, e sinceramente nunca mais nos lembrámos, nem do pudim, nem do cão, nem das Senhoras XXX.
Como sempre depois de uma soneca, uma hora, arrancamos para o quartel. A casa das ditas senhoras, ficava perto do mesmo e forçosamente teríamos de passar à porta. E foi aí que os nossos corações de homens de 20 anos, gelaram totalmente quando avistamos o cão a quem tínhamos dado o pudim, a espumar e a ladrar desenfreadamente, com o rabo todo esticado, mostrando um rosnar que nunca tínhamos visto naquele bicho que lidava connosco diariamente, num frenesim de loucura total, como se buscasse algo que ainda hoje não percebi o que seria, apenas que era possuído por força estranha e demasiadamente assustadora. DIREI MESMO ATERRADORA.
Gostaria que o meu grande amigo Carona fizesse a confirmação desta história.
Mas finalizo, que se não houvera, jamais houve festa que fosse frequentada por nós…
Foi um exemplo demasiadamente ATERRADOR, que tem o seu término, volvidos dias, quando o cão sem saber-se porquê, morre repentinamente.


Com cordialidade…
Até um dia destes,
*Eduardo A. Flórido
Edasilf@live.com.pt

23 fevereiro 2011

VIDA REAL Nº 2 - Eduardo A. Flórido


O passado presente…


À minha querida professora OLGA.

Ao meu bom amigo MANUEL FERNANDO CARONA.

De quando em vez, avivo a memória com factos que se tornaram de todo inesquecível, nem que por muito eu venha a persistir numa cruzada de atravessar desenfreadamente luas e sóis, sempre com uma febre louca de vida, cada vez mais intensa, me possa tentar fazer esquecer a maravilhosidade de ter pertencido a uma geração destemperada, na sua ânsia de descoberta de vida sentida, que inúmeras vezes nos delicia no  levantamento do véu que cobre o baú de memórias escondidas. Muitas certamente já carregadas de TEIAS, mas nunca de ARANHA e sim de saudades, difíceis de descarregar pela sua emocionalidade, num confronto com as actuais formas educacionais que nos vão distanciando, cada vez mais, como um barco ao sabor da maré, numa tempestade gigantesca de, faça-se o que se fizer, vivam sem darem a origem a uma sequencialidade, de governabilidade educacional que nos possam fazer traduzir e transmitir, aquela educação-mestra a filhos e por nós recebida de professores, oriundos de formações de diferença superior, onde a acompanhante “CINCO OLHOS”, régua maldita, para alguns (o meu caso), com que diariamente era brindado, sem contemplações, mas acabando esses bons Samaritanos (professores a sério), por me deixarem em paz por que inúmeras vezes depois de cinquenta reguadas, minimamente, em cada mão, com uma desfaçatez tremenda, dava-me gozo, levar a sala ao rubro, perguntando ao autor da façanha, se já havia terminado (ai que saudades), ou haveria continuidade, pois certamente eu poderia  esperar enquanto ele descansava, era o caos… além das mãos, já inchadas, pela dose de cultura aplicável, SEM MAGALHÃES, era bombeado com meia dúzia de chapadas, de uma aplicação em forma extraordinária e  a preceito que nem mesmo assim era motivo, para eu deixar de sorrir, já que tanto as doses, umas e outras, de cultura ensaiadas em laboratórios, presenciados por toda a turma, ávida de ver o colega apanhar nas fuças (só doíam as primeiras), valendo a verdade que nunca nenhum professor tenha tido o condão, de  ver uma lágrima vertida, no meu rosto…
Até que um dia…
E nestas coisas há e haverá sempre uma primeira vez, a professora Olga (Querida Professora, como gostaria de saber de si), sabendo da minha artimanha na psicologia da RÉGUA APLICADA e no meu modo de contra ataque, resolve dar-me uma dupla ensinadela, das grandes, que certamente jamais se esquecerá, ela e o outro dos autores da proeza, que já estará a sorrir, por se lembrar deste tão específico episódio, neste acto tão singelo de amizade…
Dª. Olga, chama-me ao quadro e trama-me, uma divisão com 4 algarismos, e eu começo desde logo, com uma carinha de carneiro mal morto, a esfregar as mãos nos calções (qual calças qual carapuça, aquilo era régua de dedicação machista numa escola mista), a pensar quando começaria o arraial. Logicamente haveria de começar o aquecimento antes de se dar inicio à partida, propriamente dita…
Mas a excelente professora, desta vez, pensa de um modo muito mais airoso, subtil até e contra_ataca de uma forma, direi quase “macabra”, com certamente a intenção de acabar e arrumar de uma vez por todas, como a minha arte de psicologia-filosófica e para espanto meu e restante turma chama o calmeirão, naquela altura, parecia o GOLIAS (+- 1,90m), o meu querido amigo MANUEL FERNANDO CARONA (amigo?), para ir fazer a conta ao quadro. O nosso amigo quase adivinhando, o que se iria passar de seguida, chega acompanhado de um sorriso sarcástico, e em meia dúzia de gizadelas, resolve a divisão. E eis que a minha querida mestra, sem papas na língua, se vira para o CARONA e lhe diz, depois de lhe passar a régua para a mão: NANDO, dá cinco reguadas ao Eduardo, para ver se futuramente ele não se esquece de fazer contas de dividir. Santo Deus, pensei, não ser merecedor daquela barbaridade. Minimamente ficaria sem braço, tal a ferocidade vislumbrada, ferocidade de prazer sádico, na face daquele que, ainda hoje me dá o privilégio de ser um bom e grande amigo.
O Carona acaricia a régua e eu vejo aquele monstro (com todo o respeito NANDO), armado a preparar-se para me dar cabo, do braço, sem se lembrar das tropelias, que quando saíamos da escola fazíamos em conjunto.
Quis o destino que eu ficasse de frente para a professora, ficando o castigador de costas para a mesma, dizendo-me esta, se queria, ver se me continuava a rir, depois da flagelação, que o meu excelente (?), colega me iria prestar.
Sinceramente pensei, saio daqui maneta. Ao Carona, nunca o tinha visto tão feliz, sorridente, preparando-se para tão tremendo acto lúdico. Estico a mão, fecho os olhos, e como sempre em situações difíceis peço a Deus que não me abandone. Muito a custo consigo abrir um olho e vejo o nosso amigo, a fazer uma curvatura de 180º, com a régua, ou seja com o seu pequenino braço, salvo seja (safa), penso e deixo-me estar com a mão quietinha, antes porém olhando para a professora Olga, que com um sorriso tem a desfaçatez de me piscar o olho, como a transmitir-me que aquele seria o dia que ela gostar-me-ia e ver, a voltar aos convites e esperar pelo descanso dos autênticos regueiros (homens da régua) …
Chegado o momento o Carona dispara, felizmente era a primeira vez que praticava aquele exercício, que nada tinha a ver com contas de dividir, e sim mais com regras de cálculo, e todos sabemos que sem treinos não há habilidosos, nem habilidade que nos salve, mas se atentarmos à particularidade foi exactamente essa a minha salvação, quando a régua (a bala do atirador), passa junto do alvo (a minha mão), esta até abanou, devido à deslocação do ar, porém sem o mínimo toque já que o meu querido colega falha escancaradamente e sem que ninguém o estorvasse, pois não era preparado para aquelas andanças e DEUS conseguiu ouvir as minhas preces. Mas o mais bonito ainda estava para acontecer… Sem encontrar a resistência do destino (a minha querida mão), a régua na sua marcha imparável, vai ao joelho do NANDO, e de imediato lhe abre um grande corte no mesmo, saltando-lhe a régua da mão, indo directamente também ao joelho da professora OLGA coisas do raio), fazendo-lhe tb., um grande golpe, tendo logo de seguida ela (Professora Olga) e o meu querido amigo (Nando), recorrido ao SINDICATO, onde o bondoso Enfº Sr. Costa, de uma só vez, se deu ao luxo de fazer, o curativo de dois joelhos, perante as gargalhadas que eu soltava quando os dois chegaram dos seus respectivos curativos, feitos no local acima referenciado. Eu vencera, mais uma vez, e de uma cajadada matara, não dois, mas sim três coelhos.
O meu querido colega CARONA, nunca mais se mostrou tão afoito, em dar reguadas aos colegas, a minha querida professora OLGA, provou do seu próprio veneno, e com aquela professora, a terrível “CINCO OLHOS”, nunca mais foi usada naquela sala de aulas.
Esta VIDA REAL, penso ter acontecido, na 3ª ou 4ª Classe, ano 62 ou 63, (ESCOLA PRIMÁRIA Nº 40), se a memória não me atraiçoa…

Voltarei em breve…
Um abraço a todos,

Até lá.
*Eduardo A. Flórido  

07 fevereiro 2011

VIDA REAL Nº 1 - Por Eduardo A. Flórido

À minha querida e Santa Mãe…
Uma noite destas escutava, como o faço diariamente, o telejornal (20 horas) de uma qualquer Televisão, quando com honras de abertura, a jornalista emocionadíssima, abria o mesmo de uma forma sensacionalista e direi um tanto ou quanto oportunista, ao frisar que numa prova de cabal demonstração e de dignidade absoluta, uma professora, por sinal pertencente ao Governo, que nos rege (da qual me recuso dar o nome, pois jogamos em equipes e posições diferentes), depois de ter dado à luz, sete, sim digo bem, sete horas depois, saiu da maternidade onde se encontrava internada e pelo seu próprio pé, foi dar o resto das aulas programadas para esse dia… Segundo a mesma o dever estava acima de tudo, e havia necessidade de dar exemplos destes para ninguém se convencesse que não seria sem espírito de sacrifício, que este pedacinho à beira mar plantado, iria para a frente. Louvável, exemplarmente louvável… Direi mesmo, convenientemente louvável. Tão exemplificadamente louvável, que sem dar por isso, desenfreadamente atravesso a barreira do espaço e do tempo e num regresso sem programa dou comigo em 1953, no Cubal mais propriamente na Fazenda Elisa, Abril, noite de 16 para 17. Irene de seu nome (eu preparava-me para dar entrada na estratosfera terrestre), gritava de janela aberta, para uma vizinha de nome Maria para que esta lhe acudisse. No entanto devido ao avançado da hora a mesma Senhora infelizmente não a escutava pois a distância ainda era alguma. Júlia e Joaquim Manuel, entretanto acordados devido aos gritos da mamã Irene, encontravam-se assustados pois pela primeira vez assistiam àquela mulher de aço, quase a vergar-se pelo ímpeto da mãe natureza. Júlia, ainda uma menina, sem saber aquilo que se passava dirige-se à mãe e pergunta-lhe porque ela gritava tanto e o que a afligia. A mãe sorri-lhe e diz-lhe, vão-se deitar, e não se preocupem, estou a gritar para afugentar um lobo, que passou diversas vezes pela nossa janela. Mas a irrequietude traquina de Júlia, debaixo da capa que só as crianças conseguem ter, diz-lhe docemente: Mãe, se é um lobo porque não fechas a janela? Irene olha para ele e sorri, e diz-lhe então, rápido meus filhos, preparem-se que vamos a casa da Dª Maria. Cada vez mais, sem perceberem nada do que se estava a passar, Júlia e o irmão Joaquim Manuel, tentam acompanhar a mãe, em vão, já que esta numa impressionante corrida, chega a casa da vizinha e apressadamente acorda-a e pede-lhe ajuda, contando-lhe que eu inesperadamente já tinha começado a minha viagem de entrada neste mundo. Dª Maria de pronto prepara-se e diz-lhe que de imediato a seguirá. Como entretanto as dores, aumentam a impaciência de Irene aumente tb., grandemente e de imediato corre novamente para casa, acompanhada pelos dois filhos Júlia e Joaquim Manuel, que quase morrem de medo, devido à escuridão que se fazia sentir, pensando no lobo do qual mamã Irene tinha falado e com medo que o mesmo lhe pudesse aparecer. Entretanto aí chegados, não suportando mais, o esforço que houvera feito em corrida acelerada (cerca de 300metros, ida e volta), Irene sem aguentar por mais tempo, cai e eu à entrada do quarto, dou comigo a berrar em cima de um tapete, porque não tinha tido a melhor aterragem no planeta Terra.
Uma estreia pouco auspiciosa.
00H 05M, marcava o controlador do tempo…
Dª. Maria entretanto chegada, vira-se para aquele que me acabara de dar à luz, e diz que não sabia nem o faria, cortar-me o cordão umbilical, pois também se tratava de uma grande responsabilidade, ao qual a minha mãe sorri, e pede-lhe para trazer o álcool, e uma tesoura, que ela mesmo faria isso. Dito e feito, esta mulher de armas, do qual me orgulho de ser filho, sem hesitações, corta-me o cordão umbilical, e deixa-me a navegar a partir daí entregue à sorte de ser mais um terrestre, componente do clã FLÓRIDO.
Quando o meu pai chega, ainda não tivera a oportunidade de o conhecer, fica embasbacado, porque era acompanhado pela Srª Dª Alda Pais, Enfermeira-Parteira, que em principio viria assistir à m/ Chegada. Mas apenas vem confirmar, que a minha querida mãe, já me tinha dado banho, já tinha lavado a roupa que entretanto se sujara, continuando calmamente a trabalhar naquilo que havia necessidade de fazer. Eu começava ali, a minha ODISSEIA TERRESTRE, que já vai em 57 anos…
Regresso ao presente, fecho a televisão. Vou à janela e sinto que há uma estrela que brilha mais do que todas as outras, no firmamento. Sei que me vê, eu sei que ela está lá, e sei que está a sorrir pelo milagre que uma professora pertencente aos homens que nos governam foi noticia de abertura de um qualquer Telejornal, por ter ido dar aulas depois de sete horas de ter sido mãe e ser convenientemente amparada numa maternidade.
Senti que a minha saudosa mãe me piscou o olho, e entre dentes disse: OUTROS TEMPOS, OUTRAS MÃES E LOCUTORAS SENSACIONALISTAS…

P.S. – Um agradecimento especial à minha irmã Júlia (Mãe do Ruca) sem a qual esta 1ª VIDA REAL, seria impossível, por ela me ter dado as dicas de um Passado, perpetuado já nas memórias do VIVIDO.
OBRIGADO JÚLIA.
OBRIGADO MÃE.

*Eduardo A. Flórido.

05 janeiro 2011

"Vidas Reais - O seu culto", por Eduardo A. Flórido

Devido à insistência, direi mesmo, esmagadora, por quem nutri e continuarei a nutrir grande simpatia, e pelas pessoas envolvidas em diversos pedidos que me foram feitos, sentindo de todo um conjunto de peripécias vividas, elaborarei minuciosamente um conjunto de histórias, passado noutros tempos que algumas vezes fui sujeito e outras apenas observador, mas que na realidade, e nem se levanta a questão de não serem fidedignas, foram tidas com o meu fiel testemunho e de muitos (que me desculpem) que aqui vão ser postos a nu (salvo seja). Devido ao caricato, de muitas situações fomentadas por uma juventude rebelde, mas autêntica e nunca de aceitação fácil, como era a nossa, vivida naquele tempo. Altura em que viver, era sinónimo de liberdade, liberdade essa nem que fosse conquistada à custa de alguns golpes de Karaté, praticados por cintos, já calejados e bem torneados pelos quais , pessoalmente era presenteado, em casa, depois de algumas façanhas desiquilibradoras, de todo um menos bom porte, atrevo-me a dizer mesmo, diário. Peço antecipadamente desculpas àqueles que visionarei, logicamente, dentro de certos parâmetros, parâmetros esses que inevitavelmente não atingirão a dignidade de quem quer que seja, mas apenas servirá de uma doce lembrança, às tropelias de um passado, ainda não muito distante, apenas 480 meses (40 anos, safa!!!), e que nos farão certamente, recordar todos aquele que quiserem fazer o favor de me ler, o ladear do actual tempo, ao regresso, da época do nascido, regressando de novo à actual data. Tentarei ser de todo fiel à narração, do vivido, do sentido, do exposto salvaguardando sempre se for caso disso, mas penso que não, todos os envolvidos, nestas suculentas e agradáveis histórias, que apanhará desprevenido, disso não tenho dúvidas, muita gente aqui focada... Essencialmente será um espaço que apelidarei de: VIDAS REAIS - O SEU CULTO.
Assim apresentado quero dedicar esta 1ª HISTÓRIA DE VIDAS REAIS, À MEMÓRIA DA MINHA QUERIDA, FALECIDA SANTA MÃE e muitas outras MÃES E não só do Cubal , mas de uma toda África passando ainda e tb., por mulheres negras que naquele continente certamente que com episódios quase iguais, mas que foram e são grandes mulheres, senhoras de uma capacidade de sofrimento pelos seus que certamente e hoje ao verificar o tratamento para com os seus familiares de certas pseudo-madames me torço todo como homem que sou sentindo, nesse capitulo e não só, cada vez mais a ausência daquela que partiu em Dezembro dia 29 do ano 2007. Um enorme agradecimento, pelo homem que sou, àquela que DEUS um dia me tirou da n/companhia e viu que deveria a levar para junto D'ELE, porque a sua missão houvera terminado na Terra
Assim sendo tentarei mensalmente, contemplar-vos, com situações diferentes, memorizadas no espaço e no tempo, convicto que esta rubrica no BLOG - DE ALGUÉM QUE ME É MUITO QUERIDO, o meu sobrinho Ruca, ciente que não é de modo algum que parto em busca de louros, antes em prol, de todos os Cubalenses, apenas participando numa obra imparável e que fundamentalmente nos visiona a todos, de lembranças memoravelmente inesquecíveis.
P.S- Um cumprimento especial ao Canais e pedir-lhe desculpas, porque ao referir-se ao Mandinho, no jogo contra o Atlético Club de Portugal, refere o resultado final de 3-3, quando na realidade o resultado foi de 5 a 3 a favor do nosso Recreativo. Tal como o Canais diz, no fim da primeira parte perdíamos por 0x3, no entanto depois de uma soberba exibição do Recreativo, na 2ª parte marcamos 5 e não sofremos nenhum golo. Lembro a titulo de curiosidade que jogava nessa altura o Baltazar (com quem estive a falar há alguns dias no seu Restaurante), e que no ano seguinte ingressou no Sporting... Jogava ainda o Leitão (genro do Valentim) e a equipe do Atlético era treinada pelo inglês TED SMITH, que ficou impressionado com a exibição do nosso pequenino na estatura, mas um senhor Jogador, e senão me engano o negrinho BRINCA NA AREIA, (penso que de nome QUIM). A sua exibição foi tão soberba apesar do fabulosissimo golo do Mandinho, que mesmo nesse fim de tarde, Ted Smith quis trazer o fulano para Portugal, mas desistindo da ideia depois de saber que o mesmo tinha... 34anos. À laia de curiosidade diga-se que o Atlético fez oito jogos, em Angola, despachou-os a todos excepto o Cubal, a única equipa do continente Africano a ganhar ao Clube da Tapadinha.
A todos os Cubalenses,
Votos de um ano de 2011, cheio de coisas mais do que Boas (Óptimas).
Eduardo A. Flórido

23 dezembro 2010

NOÇÕES REAIS - NATAL DE 2010 , por Eduardo A. Flórido

AO CARLOS CANAIS:

NOÇÕES REAIS - NATAL DE 2010

Tenho recebido, com uma certa frequência, dos mais variados e queridos amigos, quer pelo Blogue do Ruca, quer ainda pelo meu email, casos do meu grandessíssimo amigo Carona e sua querida esposa Cila, bem como do Abel Parente (outro grande amigo que se encontra no Congo, mais propriamente na Capital, daquele País Africano) e uma vez por outra, de determinados Cubalenses, caso do Ramitos (filho do Ramos das Panelas), que me tem de todo surpreendido pela determinação que querem que eu vá falando da nossa querida terra deixada em África, mas por direito próprio sempre vincada ao coração de cada um, de modo determinante. Falei com o meu bom, querido amigo Zé Paulista e sua querida esposa Aurora, onde durante bastante tempo vincamos toda a complementarização das saudades vivas, vividas, tidas e sentidas, daquele pedacinho de uma cidade onde há muitas luas atrás, fomos de modo pessoal, cada um feliz à sua maneira, num contexto de felicidade muito próprio e de recordações que abrangia e abrange todo o mundo ali vivente, ou mais importante ainda: passante. Não faltaram algumas histórias até lembradas pelo Zé, que até nisso foi um fartote de rir. Em breve, depois desta quadra, essencialmente dedicada à família, encontrar-me-ei pessoalmente com os mesmos, para uma matança de saudades, que já vai, há quase 40 anos.
Falei telefonicamente com a Lourdes Morais, a agradecer-lhe a ela e ao Morais pela simpatia que tiveram para com o meu bom e óptimo pai (98 anos).
O Cubal, por eleição era uma cidade altamente hospitaleira e fundamentalmente, agradecida a uma melhorização diária em que um dia destes, prometo desde já, nesta quadra natalícia, começar-vos a fazer reviver o passado, com cenas multi-facetadas e vividas em todos os campos, tendo eu como o sujeito principal, ou outros amigos, numa secção a combinar com o bloguista Ruca (meu querido sobrinho) o titulo a dar.
Só desta forma poderá haver continuidade...
No entanto, depois de ter deixado, algo escrito, sobre o ninho das recordações a nossa querida cidade, fui assaltado de um modo emocionante, dito com uma frontalidade tão tremendamente enorme, que não poderia de passar de lhe agradecer as palavras proferidas que simbolizaram em mim um silêncio tão profundo que muito honestamente, jamais poderia supor, que aquele que foi e ainda é, o meu maior ídolo de futebol, se pudesse lembrar de mim já que, embora poucos, ainda há uns anitos a separar-nos.

O meu querido Amigo CARLOS CANAIS adjectivou-me, de tantos qualificativos que, jamais poderia passar de deixar de lhe agradecer a sua amabilidade que, profundamente como homem, me tocaram de um modo que além de me ter arrepiado, conseguiu que algumas lágrimas me escorressem pela face.
De todo o coração, num leque totalmente aberto, penso ser apenas um mero escriba, que aprendeu, numa sinfónica orquestração, juntar palavras e pô-las a dançar para talhar a mente de quem as lê, em recordações apaixonantes, dum tempo que já foi tempo de ser nosso e que outros, sem a estima, o respeito, as recordações, deram cabo, dum todo que ainda por direito próprio nos pertence: CIDADE DO CUBAL-ANGOLA.
Dizer ao CANAIS, encontro-me completamente vazio para te agradecer AMIGO e deixei passar dias e dias, para sentir se a emocionalidade que me causaste passaria, mas, a verdade é dura de roer, a mesma sensação está e estará sempre presente, depois de ler o que escreveste, pois fizeste-me sentir, muito mais importante, como homem, como ser humano e essencialmente acima de tudo, o mais importante, de ter mais um amigo, com quem posso contar e tu pela tua parte de saberes, que a minha porta estará sempre aberta para te receber, num hábito jamais deixado e enraizado naquela bela cidade.

O QUE SEGUE ABAIXO, NA SUA TODA ESSÊNCIA, É APENAS UMA LEMBRANÇA DE UM AMIGO DESPREVENIDO, QUE TE ESCREVE EM HOMENAGEM PELO TUDO ADJECTIVADO, JUSTIFICANDO DESTA FORMA, A SUA LOUCA VONTADE DE ESCRITA, EMANCIPADO PELOS ADJECTIVOS, DE ALGUÉM QUE AINDA HOJE, E CONTINUO AFIRMÁ-LO PEREMPTÓRIAMENTE, TERIA SIDO CERTAMENTE UM DOS MAIORES JOGADORES DE FUTEBOL DE SEMPRE (E ATENÇÃO QUE ISTO NÃO SERÁ NUNCA UMA TROCA DE GALHARDETES), SE TIVESSES TIDO AS CONDIÇÕES QUE ESTES MENINOS DE VIDRO TÊM EM PORTUGAL E QUE SE PROCLAMAM JOGADORES DE FUTEBOL, MAS DEVERIAM TER CONHECIDO, UM TAL...

DE SEU NOME: CARLOS CANAIS.

CANAIS, AMIGO (e alguns outros):

VOU CONTAR-TE PORQUE ADORO ESCREVER...

• ESCREVO PARA DIZER AO MUNDO, QUE NÃO TENHO NADA A CONTAR DE VÁLIDO A NENHUMA PESSOA, EVITANDO ASSIM O CENÁRIO DE ECOS CHEIOS DE VAZIO... DE ECO-GRÁFICOS. ECOGRAFIA DE ALMAS: PALAVRAS, APENAS...

• ESCREVO PORQUE ME DÁ UM GOZO FANTÁSTICO DE CONVIDAR O PORTUGUÊS, A NOSSA LÍNGUA MÃE, SEM ACORDOS ORTOGRÁFICOS E PODER BAILAR COMO SE TRATASSE DE UM TERNO E MERO TANGO, CHEIO DE SENSUALIDADE, ONDE POSSO TER A OPORTUNIDADE DE BRINCAR COM AS PALAVRAS, DA MESMA FORMA COMO EM MOMENTO ÚNICO, QUE PODE SER O DA NOSSA VIDA, ADORAMOS TER AQUELA SILHUETA FEMININA NOS NOSSOS BRAÇOS, SEM ELA SABER DE ONDE VEM O GOZO, SE POR ESTARMOS EM CONTACTO DIRECTO, OU PORQUE APRECIAMOS TODA A SENSUALIDADE EMANADA PELO SEU BELÍSSIMO CORPO, OU AINDA PELO FACTO DE ELA SER APENAS MULHER...

• ESCREVO PARA CONHECER-ME, PARA CONHECER AQUELES QUE NA REALIDADE SÃO MEUS AMIGOS (COMO O TEU CASO E DE ALGUNS OUTROS) E PARA QUE NUNCA, NA REALIDADE, NEM CHEGUE A CONHECER, AQUELES QUE TENTARAM PASSAR POR ESSE GRAU E FICARAM MUITO AQUÉM DE EXPECTATIVAS. NEM A CONHECEREM-ME, NEM A DAREM-SE CONHECIDOS...

• ESCREVO PARA LHE MOSTRAR A MINHA GRATIDÃO, POR ME TEREM JULGADO, SEM NUNCA ME TEREM OUVIDO...

• ESCREVO PARA NÃO PERDOAR E NEM ACEITAR, AMIGOS E NÃO AMIGOS, QUE TIVERAM ATITUDES, DE MENOS DIGNIDADE, A FAZEREM JUÍZOS DE VALOR, SEM NUNCA SE PREOCUPAREM COM A VERDADE...

• ESCREVO PERDOANDO, PORQUE SINTO QUE NÃO POSSO DEIXAR DE ESCREVER...

• ESCREVO PARA ESCRAVIZAR O SENTIDO DA VIDA, NA SUA OPONENTE CAMINHADA DE TÉRMINUS...

• ESCREVO PARA MATAR ALGUÉM DE QUEM NÃO GOSTO, LOGO NO FINAL DO PRIMEIRO CAPITULO...

• ESCREVO PARA MORRER NO PRINCIPIO DO CAPITULO SEGUINTE...

• ESCREVO PARA DAR CABO DE POLÍTICOS, LADRÕES DE ESPÉCIE, OUTORGADOS PARA TAL FINALIDADE, HOMENS SEM ESCRÚPULOS APENAS COM O DESEJO DE SATISFAÇÃO PESSOAL, NUMA DAS PIORES IRRACIONALIDADES DADAS PELA MESTRIA DO PODER...

• ESCREVO PELA DEMONSTRAÇÃO DO MEU DESALENTO, EM FACTOS QUE TODO UM POVO QUE DEIXOU DE SER NOBRE, PARA ESSE EFEITO ELEGE LADRÕES QUE NOS SACAM, SEM DÓ NEM PIEDADE, TODO UM PLANO DE VIVÊNCIA E DE PLENO SACRIFÍCIO...

• ESCREVO PARA SER HERÓI, NUMA GUERRA ONDE TODO O PODER, SUCUMBE À MINHA SEDE DE VINGANÇA, POR TERMOS SIDO ULTRAJADOS NO ULTRAMAR, NUMA DAS MAIORES VIOLAÇÕES DE SEMPRE, EM DIREITOS HUMANOS...

• ESCREVO, PERGUNTANDO, NÓS FILHOS DE ANGOLA, ALMA CUBALENSE, PORQUE É QUE AINDA HOJE SOMOS CONSIDERADOS RETORNADOS?...

• ESCREVO PORQUE ABOMINO, DE TODO, A PALAVRA RETORNADO...

• ESCREVO PORQUE DETESTO SER CONSIDERADO UM PORTUGUÊS DE SEGUNDA...

• ESCREVO PORQUE ME SINTO UM PRISIONEIRO DE GUERRA.

• ESCREVO PORQUE ME SINTO UM REFUGIADO POLITICO.

• ESCREVO PORQUE FELIZMENTE ESTA NÃO É MINHA PÁTRIA, MAS COMO O "DR. CHE GUEVARA", TAMBÉM EU DIGO, PÁTRIA É E SERÁ ONDE VIVO, "HASTA LA MUERTE"...

• ESCREVO PERGUNTANDO, PORQUE SERÁ QUE SE HOUVER NECESSIDADE, EU NÃO ME IMPORTAREI DE MORRER POR ALGO QUE NÃO É MEU, E MORREREI POR AQUI?...

• ESCREVO PARA QUE O SANGUE JORRE NUMA RAIVA SURDA, CRUA E MUDA, PELOS MEUS DEDOS ABAIXO...

• ESCREVO PORQUE CONSIGO IR AO ALÉM BRINCAR EM TOM COLEGIAL, COM TODOS OS NOSSOS AMIGOS QUE PARTIRAM, E CONSIGO VOLTAR, PENSANDO NO DEFINITIVO, DEIXAR A ESCRITA, E ESTAR COM TODOS ELES À VOLTA DA LAREIRA, ESCUTANDO OS MENINOS DE LUANDA...

• ESCREVO PARA JULGAR O "AMOR", PENSANDO E AMANDO AS MULHERES MAIS BELAS DE TODO O MUNDO, SACANDO-LHE AS SUAS PAIXÕES E FAZENDO UM CONSTANTE ZAPPING, COM OS SEUS SENTIMENTOS...

• ESCREVO PORQUE A VIDA JÁ NADA ME DÁ DE NOVO E ABORRECE-ME CONSTANTEMENTE.

E SÓ MEDIANTE A ESCRITA, PODER-ME-EI CONSIDERAR LOUCO, FASCINANTEMENTE LOUCO, TER COMPORTAMENTOS DE UM ESQUIZOFRÉNICO DE ALTA PERIGOSIDADE, E SER POSTO NUMA SOLITÁRIA ONDE SENTIREI O HORROR DE VIVER COM O PESAR DE NÃO TER TIDO JAMAIS, ATITUDES DE HOMEM RACIONALISTA, VINGANDO-ME DAS MINHAS PRÓPRIAS VINGANÇAS, ONDE CERTAMENTE HÁ MUITO EU DEVERIA-ME TER TIDO IMPOSTO...

POSSO MATAR, QUEM QUERO, SEM NUNCA SER ASSASSINO. POSSO, NESTE BALÃO QUE É A ASA DA ESCRITA, ROMANCEAR, COM VIOLAÇÕES, SEQUESTROS, FALSIFICANDO QUALQUER IDENTIDADE, FAZENDO O PAPEL DE HERÓI OU DE VILÃO, DO PÉSSIMO OU DO MAGNIFICO, DE BOM OU DE MAU, SEM NUNCA ME TIRAREM DA PACATEZ DO MEU QUARTO, ONDE ESCREVO, ESTAS LINHAS...

• ESCREVO APENAS... PORQUE ME SINTO LIVRE, E NESTA LIBERDADE ESVOAÇO, SEM HAVER AMARRAS DE PENSAMENTO PURO OU FINGIDO, APENAS ONDE IMPERA, NUM CONTRA-SENSO PROFUNDAMENTE HUMANO, A LEI DA FINALIDADE EXISTENCIALISTA, FINALIDADE ESSA QUE ME DÁ CADA VEZ MAIS VONTADE DE VIVER, COM O APROXIMAR DO DIZER ADEUS.

• ESCREVO PORQUE ADORO DIZER O QUE PENSO E NINGUÉM, O CONSEGUE DESCORTINAR E À LUPA DE SENTIMENTOS, ESTA QUE ACABO DE TE JUSTIFICAR TEM CERTAMENTE (1.001) DIVERSIFICADAS INTERPRETAÇÕES...

• ESCREVO PARA RECORDAR COM SAUDADE, AS NOITES DA NOSSA BENDITA TERRA, (CUBAL, AIUÉ).

• ESCREVO PORQUE ADORO ESCREVER, E SENTIDAMENTE É BOM ESTAR A DIALOGAR COM UM AMIGO, ATRAVÉS DO DOM COM QUE DEUS NOS PRESENTEOU.

UM GRANDE ABRAÇO,
DO PUTO,
QUE SE FEZ HOMEM...

Eduardo A. Flórido

P.S. - um esplêndido Natal a toda a família cubalense e um 2011 excepcional

19 dezembro 2009

Natal

QUERIDA(O) AMIGA(O):
NATAL profundo, numa quadra que se subdivide em tons multicolores de diferenças tão acentuadas, mas de infindo tão igual...Natal, um UNIVERSO visto da TERRA e que viaja pelo mesmo tom em que a química nomeia como sendo gás, num azul, transformado em estrela de planetas, recolhidos nos buracos negros de toda uma energia e que origina outro energetismo de vida pura...Aqui, o azul do mar, nos seus diversos tons correspondentes, em profundidade de esplendecência do céu, o todo céu, com a sua cor sublime de arco-íris, numa grandiosidade única, reflectivo no nosso planeta, ELE próprio, azulador... E todo esse azul, cor de paz, de tranquilidade, de sonho, de equilíbrio de afecto, encontro-o nos olhos, de todos os meus queridos amigos, que juntamente com a cor verde, a esperança de um mundo colorido, do céu e da terra nas lembranças de toda a nossa infância, que nunca a perdemos mas que continuamente a achamos, felizmente, em cada um de nós...Menos novos, mais cansados, de lucidez perpetuada pela dor da vida, vamos encontrando piada com as lembranças do ontem, nunca perdendo a esperança de nos galvanizarmos amanhã, porque o futuro comporta, indubitavelmente, a espera dum sempre melhor, embora até no próprio presente possamos errar...Por isso o azul é a minha cor preferida e verde o seu complemento e tudo se conjuga na página em branco que devemos colorir pela vida fora. Independentemente de dor sofridas repentinamente, ou ousadias esquecidas no reino passado, comemoremos com a FÉ da época, mais uma quadra NATALÍCIA, e que possamos desejar uns aos outros, um colorido perfeito nessa bela página Branca, numa harmonia absoluta, tudo aquilo que ainda nos resta percorrer... Com a Santa Paz do Senhor.
UM SANTO E FELIZ NATAL PARA TODOS, SEM EXCEPÇÃO...E UM 2010, SUPERIORMENTE DIGNIFICANTE AO 2009.
FELICIDADES, MUITAS
EduardoA.Flórido

29 abril 2009

“REGRESSO AO PASSADO” 34 ANOS VOLVIDOS…

ENCONTRO ENTRE OS “AMIGOS DE TODO O SEMPRE”…

Abel, Eduardo, Nando e Cila e seu neto

“Somos donos dos nossos actos, mas não donos de nossos sentimentos, somos culpados do tudo que fazemos, mas não somos culpados do que sentimos; Podemos prometer actos, mas não podemos prometer sentimentos... Actos são pássaros engaiolados, sentimentos são pássaros em voo”. (Mário Quintana)

"Odeio quem me rouba a solidão, sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia" (Nietzsche).
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“Desassossegados do mundo correm atrás da felicidade possível, e uma vez alcançado o seu quinhão, não sossegam: saem atrás de loucuras improváveis, aquela que se promete constante, aquela que ninguém nunca viu, e por isso sua raridade. Amam com atropelo, cultivam fantasias irreais de amores sublimes, fartos e eternos. São sabidamente apressados, cheios de ânsias e desejos, amam muito mais do que necessitam e recebem menos amor do que planeiam. Pensam antes de concordar e quando discordam, pensam que pensaram melhor, e com clareza uns dias e com a mente turva em outros, pensam tanto que pensam que chegam a pensar de estar a descansar. Têm insónias e são gentis, incomodam-se com as verdades imutáveis, riem-se quando bebem, não enjoam, mas ficam tontos com tanta ideia solta, com tamanha esquizofrenia, não se acomodando em rede, leito, lamentam apenas falta que faz uma paz inconsciente. Dormem de manhã. Já provaram o gosto da liberdade e sabem que é bem valioso, por isso têm asas prontas para voar. Acreditam no incrível, sonham com o impossível e riem um riso largo, como se soubessem de algo que é só deles. São donos de uma esperança sem tamanho e vão até o fim do mundo, se o destino é ser feliz”. “Basta-me um pequeno gesto, feito de longe e de leve, para que venhas comigo e eu para sempre te leve... Mas só esse eu não farei. Uma palavra caída das montanhas dos instantes desmancha todos os mares e une as terras mais distantes... Palavra que não direi. Para que tu me adivinhes, entre os ventos taciturnos, apago meus pensamentos, ponho roupas quentes e nocturnas, que amargamente inventei. E, enquanto não me descobres, os mundos vão navegando nos ares certos do tempo, até não se sabe quando... E nesse dia terei acabado... “Não precisa ser homem, não precisa ser mulher, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaros, do sol, da lua, do canto, de ventos e de canções das brisas. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar. Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, principal objectivo, deve ser o de amigo. Deve sentir-se amargurado pelas pessoas tristes e compreender o imenso vazio de solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer. Procura um amigo para gostar das mesmas coisas, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de todo um passado, de toda uma infância. Tem-se um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve-se gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beiras de estrada, do cheiro da terra depois da chuva, de se deitar na erva... Um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Um amigo que nos faça parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive”.
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“No manto deleitoso do nosso sonho, deixa-nos embarcar, sentindo a vibração incontida, de caminhar por trilhos de vento, de luas e sóis, até chegarmos ao nosso DEUS”. (Eduardo A. Flórido)


Eduardo Flórido
Feita de partículas de pensamentos estereotipados, pretendi, num dia especialíssimo e na companhia de outro grande amigo, de seu nome ABEL PARENTE , fazermos uma surpresa a um grande amigo e sua esposa, CARONA (kiko) e CILA, já que no dia combinado, os mesmos completavam 34, sim digo bem , trinta e quatro anos de casados e repletos de felicidade. Acto combinado, acto praticado aí fomos nós, felizes e contentes, relembrando destemperadamente as nossas e desculpem a expressão “sacanagens” de infância, ou mais ou menos, aquelas atitudes impensadas que todos nós volvidos anos, relembramos, mas alguns teimam em mostrar-se diferentes, por uma questão de honorabilidade social, que quer queiramos ou não, temos forçosamente de respeitar, pois atitudes e comportamentos cívicos, dizem apenas respeito a quem quer que seja, o interveniente. De consciência tranquila, um pequeno desvio até à cidade de Espinho, onde nos aguardava ansiosamente outro Cubalense de gema, AMADEU DA SILVA RAMOS. Abraços, lágrimas tudo à mistura, numa onda de confusões, que o tempo, essa máquina trituradora de todas as moléculas, não nos consegue fazer apagar, só a morte nos separará e mesmo essa com todas as interrogações, ainda me leva à esperança de um dia, nos possamos juntar a uma qualquer lareira, num cantinho lá do céu e rir-nos-emos, certamente, de anos passados, no exílio terrestre, onde dificilmente não se sente, a diferenciação de trato aos filhos de um DEUS MENOR.

O RAMITOS (EX-MANDRAKE), com mãos ágeis para a cozinha e com sapiência de mestre, presenteou-nos com um saborosíssimo arroz de cabidela, que caiu, sinceramente, talvez até pela companhia e adiantado da hora, como dos mais saborosos, até hoje comido. Depois do repasto e para bastante mágoa nossa, o MESTRE RAMOS, como havia sido combinado anteriormente, não nos pode acompanhar, o motivo: afazeres profissionais. Lamentando mas, entre mais uma recordação, e outra qualquer obra perpetuada, de difícil explicação, o coração aperta-se-nos: havia chegada a hora da partida, a mesma emoção, a mesma cordialidade, mas com uma tristeza aumentada, um amigo já havia ficado, e com tanto, tanto, para se falar e brindar, mas não faltarão ocasiões, certamente.

Daí, ao destino, somos ainda separados por algumas dezenas de Kms., mas com uma lágrima, no canto do olho, por deixarmos alguém da nossa geração, começamos a sentir o prazer de nos irmos apercebendo que a família do NANDO CARONA, estava a ficar cada vez mais perto... Durante o caminho mais uma paragem, para saudarmos um grande amigo do ABEL PARENTE (ex-colega na R.D.Congo ) e esposa, que nos presenteiam com um faustoso jantar e excelente companhia. Perfeito e aproveito aqui para um agradecimento muitíssimo especial à família em causa, numa simpatia exemplar, própria das nossas aldeias onde toda a pureza ali se junta, e a comunhão é de longe, uma forma de união fortíssima entre pessoas, diferente em todos os aspectos desta selva, de cimento armado. Agradecimentos, despedidas e finalmente o destino há muito traçado nesta Capital: Cidade de Gouveia.

Ali chegados e devido ao adiantado da hora, hotel, dormida e pequeno-almoço. Estou a fazê-lo, o ABEL ainda não saíra do seu quarto, eis que o telelé toca, do outro lado tb., se sente a emotividade, de GRANDES AMIGOS, que quis o destino separar, há algumas décadas, eh pá onde estão? Informo o NANDO de imediato diz que dentro de 20 mnts, estaria ali, para nos ir buscar, e ensinar-nos o caminho até à sua casa. O ABEL desce, conto-lhe do FERNANDO, acabo de comer à pressa e de imediato esperamos pacientemente a chegada do NANDO , que nos surpreende com a sua esposa CILA, por quem era acompanhado. Foi o delírio, entre, fortes abraços, emotividades sentidas, relembranças do passado, e muita, muita amizade sentida de lembranças inesquecíveis, os homens choraram por se aperceberem que de repente, recuaram no espaço e no tempo, e África estava ali à mão de semear, saiu tudo tão atabalhoado, mas tão real e em tão perfeita sintonia que de repente me apeteceu descalçar os sapatos e pedir um arco, a uma qualquer criança e fazer uma qualquer corrida, porque, o homem descera do seu pedestal e estava ali no meio da sua existência, de onde viera, de onde era feliz, de onde foi arrancado à força, pela força de outros homens, que em nome da LIBERDADE sem os escrúpulos de formação, que nós em ANGOLA tínhamos, felizmente e num capeamento DEMOCRÁTICO, nos lixaram (perdão) a vida a todos. Passemos à frente… Dali à casa do Carona, apenas um saltinho, e somos surpreendidos pela excelência de uma família, filhas 3, filho 1, genro e a bênção da família, o netinho, recém-chegado, para viver no seio do amor e da agradabilidade visível a olho nu, que existe numa forma de educação diferente, mas responsável daquela casa, sita algures em GOUVEIA.

Abel e neto do Nando e Cila Carona

O que se passou seguidamente, não será relatado, desde sempre, aprendi que as coisas, intimas e valorosas só tem essa mesma validade, quando na realidade, não estão ao alcance de todos, só dos intervenientes, e a esses cabe, a musicalidade sinfónica orquestrada, de todas as acções praticadas, boas ou más. Por isso, eu abri, NUM INTRÓITO INCONFUNDIVEL, com diversos pensamentos muito mais profundos, que eventualmente, possam parecer, eles apenas dignificam quem os viveu e ai eu dedico-os SEM SOMBRA DE PECADO, a esses dois maravilhosos amigos, CARONA e CILA, ou CILA e CARONA… ALI HÁ PARTE DO MEU PASSADO e TB., O MEU EXISTENCIALISMO PERSISTE EM DURAS BATALHAS INTERIORES…

Abel, Carona e Cila
Apenas EU, e o ABEL PARENTE, queremos de todo o coração agradecer, à família CARONA, a expressão máxima de conforto, beleza e todos os adjectivos qualificativos (na gramática portuguesa com tanto desacordo ortográfico ainda serão assim denominados?), pelo alvo de carinho com que nos fizeram o favor de presentear, neste dia de emotividades demasiadamente fortes, foi de rebentar… emotividade de alegria e pensamentos de nos fazerem rir e chorar, e importante, só com lembranças do passado.

A TODO SEM EXCEPÇÃO, e pelas lágrimas que por motivos vários foram vertidas, o meu mais sincero e elegante bem haja, a todos sem excepção, por esta partícula de espaço e tempo que ainda me formou muito mais como homem (continuarei a prender até morrer), o meu mais sincero e reconhecido, MUITÍSSIMO AGRADECIDO… E, ATÉ JÁ.

Embora o Amigo compincha ABEL, não esteja presente, sei que ele na República Democrática do Congo, pensará exactamente da mesma forma.

Cila, Nando, Abel e Liliana

Dois velhotes
Nota do administrador do blog:
O título da imagem acima é da inteira responsabilidade do Sr. E.Flórido.
Eventual reclamação deverá ser feita, junto do mesmo.
1. Eduardo Flórido (com neto da Cila e Carona)

Eduardo, pai babado
Nando e Liliana (filha)
Sandra (filha)


Eduardo A. Flórido

17 abril 2009

Não te fies nas aparências

A vida oferece-nos surpresas agradáveis e outras muito menos boas. No entanto reconheça-se, muitas vezes só somos alguém, independentemente daquilo que se faça, QUANDO SOMOS A GRAXA CONSTANTE DE QUEM ESTÁ ACIMA DE NÓS. Aí, no entanto, existem valores de formação, vinda de gerações anteriores, que nos obrigam, inúmeras vezes, a não seguirmos caminhos antecipadamente traçados, já que a rebeldia existente em cada um de nós leva-nos a formar a nossa própria personalidade. Com o decorrer dos anos sentimos injustiças, factos inconcretizaveis, mas mantemo-nos próprios, e não adulteráveis, puros e essencialmente de consciência tranquila. Eu felizmente durmo descansado, por esse facto, depois de ter visto o que vi, não me envergonho de dizer, chorei, chorei, ( apesar de me saber bastante homem ) por sentir que embora tardiamente ainda há maravilhosidades que acontecem, apesar de certas petulâncias, que nos dão a perceber, como é pobre o espírito humano em certas mentalidades decadentes, apesar de carinhas larocas, com que se apresentam e senão vejam, vejam por favor e exultem... Bem hajam
Eduardo A. Flórido
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O meu Tio Eduardo A. Flórido, faz anos hoje. Mas a prenda foi ele que me ofereceu, enviando o e-mail que acima transcrevo, com o link para um vídeo no You Tube, que aconselho visualizarem.
Não me alongo muito mais. Apenas relembrar a lição sabida, de que nunca devemos avaliar alguém pela sua aparência. Quantas vezes verificamos pessoas lindas por fora, mas um verdadeiro horror de mentalidade, conversa, egoísmo, etc.?
Obrigado tio Eduardo, gostaria que viesses mais vezes ao nosso espaço.
Um abraço e parabéns pelo teu dia.
Ruca

13 julho 2008

REGRESSO AO PASSADO: MEU CARO E GRANDE AMIGO FERNANDO MARTA NEVES

De repente, como tudo o que é bom na vida e depois de separações a que somos muitas vezes forçados, como foi o caso, pelos imponderáveis da vida, o imprevisível vai sucedendo, transportando-nos inúmeras vezes à IMIGRAÇÃO DE PENSAMENTOS de todo um passado recente, mas que já vai distando 40 anos (uma vida!!!), em que amigos e dos bons como o nosso caso, maturados pela dor da ausência, daqueles companheiros(a) da juventude, viram a sua liberdade neurónica, ser manipulada pela inconsciência de factos que, muito honestamente preferia que fossem lidos, em qualquer uma história, de um qualquer país, do que tendo como nós, sujeitos de acções sofridas e de modo algum, praticadas. A lei da vida no entanto é inexorável, afasta-nos, e acaba de um modo distinto também, por nos voltar a juntar, graças a algum bom SAMARITANO e neste caso SALIENTE-SE e LOUVE-SE o empenho do meu querido, e, outro grande amigo, sobrinho Ruca, um senhor por Excelência, quer na sua forma de estar, quer ainda pela sua própria vontade, com a criatividade do BLOG do Cubal (numa dedicação louvável e sempre disposto a colaborar em todo o sentido de entreajuda e apenas com um único fim: Sentidamente, sentir Paz de um dever cumprido numa cruzada que se propôs e que felizmente tem frutificado pela sua grandeza, de visibilidade de muitos Cubalenses espalhados pelo mundo fora e outros mesmo neste cantinho da Europa, à beira-mar plantado). O ciclo está montado e toda essa composição está em marcha, a semente fortifica, meu caro e bom amigo, e fundamentalmente outras acções surgirão, no entanto e para já cumpre-se a iniciativa, deixaram de haver desaparecidos muitos aparecerão, mais ainda surgirão, e não restem dúvidas, um Cubalense trará outro e certamente muitos se juntarão, infelizmente não na nossa cidade, mas senão podemos ir até lá, traremos a nossa cidade até cá...Foi com inegável surpresa e muito bom grado que tive a oportunidade, de saber do teu paradeiro MARTA e crê fizeste-me reviver um passado que dou comigo a pensar, muitas vezes o quanto é bom ter tido amigos como tu, e outros da nossa turma e não só... Dizias-me a certo passo que a memória já te fugia, mas que ainda te lembravas a nossa componente comercial, Alicinha, Campanhã, Emília, Elga, Bessa (desaparecido infelizmente, mas um dia estaremos com ele), Áurea, Odilia, Aristides, Francisca, Tony (o do Alto Catumbela) e mais uns quantos que, com ajuda da nossa querida Alicinha, consegui reunir em pensamento, Helena Direito de Almeida, Abílio, Elga ou Helga Pessera (?) Létinha Valadas, Graça Cravo, Filipa Cruz, Memória, Carlos Martins, Fernanda Paulista (que saudades Nanda, um dia estaremos contigo também), Adozinda, Arménio Múrias, Lourdes Lousa, e possivelmente mais um ou outro que me tenha faltado e à nossa querida Alicinha também, não se tenha lembrado. Aos que naturalmente não estão aqui apareçam e digam de sua justiça, teremos muitíssimo gosto que sejam lembrados e perdoem-me a mim e ao Marta (a Alicinha deu-me uma grande ajuda), mas a idade não perdoa... Fora isto também, e independentemente daqueles que estudaram na parte Comercial, poderemos lembrar aqui amigos, penso que comuns, uns já vistos, outros nunca mais encontrados e casos de Manuel Fernando Carona, Abel Parente, Mário Jorge Vaz Faustino, Anabela Vaz Faustino, Lilia Almeida Pinto, Paulista, Aurora, Maria Emília, Natália de Sousa, Fernando Rebelo de Freitas, Norberto Mendes, Olga de Sousa, Napoleão, enfim um universo de amigos que independentemente de não serem do nosso curso teria muitíssimo gosto em confraternizar, como certamente tu também.Voltando à nossa turma, salientava aqui as professoras de Inglês Maria José do Nascimento (Meu Deus, quando esta senhora levava aquele celebérrimo vestido verde, ui o sangue que corria em negativas, Santo Deus), a nossa querida Raquel (professora de Português, ainda sem acordos ortográficos), sua mãe Srª Dª. Olímpia, Professora Albertina (a primeira professora que usava apenas um maxi-cinto), o Cachimbeta, nosso digníssimo Director, Padre Sebas, Padre José Ribeiro, White Horse (adiantavamos o relógio da escola, para o contínuo Sebastião lhe marcar falta e nós pirarmo-nos), e o celebérrimo, como tu focas, Dr. Largo, (que nos deixava copiar química e apenas nos dizia, copiar é feio, não se deve fazer), Franklin Ivens , Zeca Neves (já falecido), Rodrigues, o homem que usava em Angola em pleno Verão, casacos de Inverno... Fernando Gomes Pinto (o professor de história que no 1º dia de aulas me perguntou porque não tinha ido para palhaço, ao qual eu respondi: porque o senhor ainda não comprou nenhum circo)... Que tempos! Voltando ao Campanhã, dir-te-ei apenas, que a rivalidade existente era espectacular, e ganhou-me uma porção de corridas, porque usava um carretinho de dez 10 dentes na roda traseira, quando descobri, comecei eu a usar o mesmo estratagema e a partir daí ganhei mais do que perdi, mas hoje passado tantos anos, o miúdo que me deu um imenso trabalho (hoje possivelmente um homenzarrão), foi o teu mano LEONEL MARTA NEVES, que grata surpresa, nessa corrida... Apresenta-lhe os meus cumprimentos. Bem muito mais haveria para contar, mas desafiaremos a memória do tempo, de um modo simples, iremos falando, em historietas vividas com intensidade do cheiro da chuva na nossa terra queimada, por aquele maravilhoso Tempo, que apenas foi só isso e nada mais, uma bênção da NATUREZA... O TEMPO, QUE O TEMPO TEM, NUNCA FOI NADA, SEM NÓS, NEM NINGUÉM. Fernando Marta, para ti e família,
Um abração de saudades,
*EduardoAFlórido