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29 dezembro 2007

Adeus à minha Avó Irene Flórido

Quando nada fazia prever, a minha querida avó Irene Flórido, partiu....
26.06.1917 - 29.12.2007
Perdi-a…Com imensa dor que não recupero, mas a ela, neste Mundo , também muito devo!
Rui (Ruca)

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Arte Peripoética

*
Aristóteles, visita
da casa de minha avó,
não acharia esquisita
esta forma de estar só
esta maneira de ser
contra a maneira do tempo
esta maneira de ver
o que o tempo tem por dentro.
Aristóteles diria
entre dois goles de chá
que o melhor ainda será
deixar o tempo onde está
-lo de perto no tema
e de parte na poesia
para manter o poema
dentro da ordem do dia.
Aristóteles, visita
da casa da minha avó,
não acharia esquisita
esta forma de estar só.
Ele sabia que o poeta
depois de tudo inventado
depois de tudo previsto
de tudo vistoriado
teria de fazer isto
para não continuar
com que já estava acabado
teria de ser presente
não futuro antecipado
não profeta não vidente
mas aço bem temperado
cachorro ferrando o dente
na canela do passado
adaga cravando a ponta
no coração do sentido
palavra osso furando
pele de cão perseguido.
Aristóteles, visita
da casa da minha avó,
não acharia esquisita
esta forma de estar só
esta maneira de riso
que é a mais original
forma de se ter juízo
e ser poeta actual.
Aristóteles, visita
da casa da minha avó,
também diria antes só
do que mal acompanhado
antes morto emparedado
em muro de pedra e cal
aonde não entre bicho
que não seja essencial
à evasão da palavra
deste silêncio mortal.

in SANTOS, Ary dos.- Adereços, Endereços. Lisboa, 1965.

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AGRADECIMENTO
A todos, sem excepção, que fizeram o favor de estar presentes, numa demonstração de carinho inigualável, e aos ausentes que também o deram a perceber, bem como assim de um ou outro cidadão anónimo, no acompanhamento que foi feito à nossa querida e Saudosa Santa Mãe, Esposa, Avó e Sogra, IRENE DE JESUS SILVA, à sua última morada, eu pessoalmente e em nome de toda a família FLÓRIDO, agradeço do fundo da minha alma, todas as palavras de suporte que nos tem sido endereçadas, de modo único, numa evidência única de respeito e sã amizade, e que tentam que passemos este momento doloroso, a todos sem excepção, curvo-me numa agradecimento silencioso, respeitoso e profundo.
De todo o coração,
EduardoAFlórido
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HOMENAGEM A UMA SANTA MÃE

Caminho lentamente
Sem norte, nem sentido,
Numa escuridão tremente,
Na procura do tempo perdido…

A ilusão acontece,
Em cada esquina surgida,
Penso no que amanhece,
Nesta vida perdida…

Pensamentos de ansiedade,
Dor sufocante,
Quem dera ser a tua verdade,
Neste pensar arrepiante…

Sufoco de lágrimas saudosas,
Por partires sem nada dizer,
DOCE MÃE QUERIDA, amorosas,
As carícias que fiquei por te fazer…

Sei que estás no céu,
Olhando por todos nós,
Na terra, apenas tento ser o véu,
Do apago da minha vós…

Perder-te ou ganhar-te,
Não depende, nunca mais de mim,
DEUS, far-me-á sonhar-te,
Se o entender assim…

De ti, apenas lembranças de amor,
Que me fazem lembrar em outras tantas,
Sou um refúgio de “camuflada alegre dor”
Por te saber entre muitas outras SANTAS…

O teu amado filho
*EduardoAFlórido

18 de Janeiro de 2008.