Convite / Memórias do Cubal! Fotografias de décadas revelam momentos e pessoas que marcaram a história do Cubal. Compartilha as tuas lembranças e histórias nos comentários ou por email: cubal.ruca@gmail.com Juntos, vamos enriquecer essa jornada no tempo!Respeito pelas memórias: Se alguém da foto, ou familiar, preferir a remoção, por favor, entre em contato. Preservar a história e o respeito pelas memórias é o meu compromisso.Junta-te a nós! Descubramos e celebremos o passado do Cubal! Ruca
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29 abril 2011
ALMA DE MAR
A minha alma é feita de mar
Desaguando todos os rios
De águas nunca passadas.
É feita de grandes sóis vermelhos
Mergulhando no mar oceano
De pumumos e catuites
E zonguinhas zunindo no ar
Bicos de lacre e siripipis
De milho e massambala
E do chão vermelho
Destilando perfumes alucinados
De massarocas e dendém
De tchinganges levantando poeira
De trovoadas e relâmpagos imensos
E de chuva bravia explodindo na terra
De praias imensas
E ondas traçando alinhavos na areia
De goiabas e mangas e fruta pinha
Derretendo sabores irrrepetíveis
De cubatas e sambos de gado
Amanhecendo em cacimbos serenos
De matas imensas, silenciosas
Onde nos perdemos e encontramos
De imbondeiros solitários
Que sempre me acompanham
Do churrasco de galinha do mato
E bolas de pirão comidas à mão
Escorrendo óleo de palma nos lábios
De rios, de todos os rios
Mesmo os que correm na memória
De iniciações e namoros únicos
Do primeiro beijo às escondidas
De maboques e missangas coloridas
Das argolas enroladas nas pernas
Batucando todos os andares
Marcando ritmos de encanto e vida
De comboios mala furando a noite
Transportando mercadorias e sonhos
A minha alma vagueia nas saudades
Na minha alma vive um país.
Henrique Faria
Coimbra, Dezembro de 2007
Desaguando todos os rios
De águas nunca passadas.
É feita de grandes sóis vermelhos
Mergulhando no mar oceano
De pumumos e catuites
E zonguinhas zunindo no ar
Bicos de lacre e siripipis
De milho e massambala
E do chão vermelho
Destilando perfumes alucinados
De massarocas e dendém
De tchinganges levantando poeira
De trovoadas e relâmpagos imensos
E de chuva bravia explodindo na terra
De praias imensas
E ondas traçando alinhavos na areia
De goiabas e mangas e fruta pinha
Derretendo sabores irrrepetíveis
De cubatas e sambos de gado
Amanhecendo em cacimbos serenos
De matas imensas, silenciosas
Onde nos perdemos e encontramos
De imbondeiros solitários
Que sempre me acompanham
Do churrasco de galinha do mato
E bolas de pirão comidas à mão
Escorrendo óleo de palma nos lábios
De rios, de todos os rios
Mesmo os que correm na memória
De iniciações e namoros únicos
Do primeiro beijo às escondidas
De maboques e missangas coloridas
Das argolas enroladas nas pernas
Batucando todos os andares
Marcando ritmos de encanto e vida
De comboios mala furando a noite
Transportando mercadorias e sonhos
A minha alma vagueia nas saudades
Na minha alma vive um país.
Henrique Faria
Coimbra, Dezembro de 2007