Na " contabilidade" da Vida ... Gratidão não admite débito
BOLETIM CULTURAL DOS SERVIÇOS CULTURAIS DA CÂMARA MUNICIPAL DO CUBAL Boletim nº 4 de Novembro de 1973 |
Artigo assinado pelo, também saudoso amigo, Nuno de Menezes http://cubal-angola.blogspot.com/2007/11/homenagem-ao-nuno-de-menezes.html |
NA «CONTABILIDADE» DA VIDA...GRATIDÃO NÃO ADMITE DÉBITO
As gerações vivem o mesmo caminho, aquele mesmo caminho que deixa os homens passarem, para só depois e mais tarde, incompreensivelmente, surgir então a chamada «homenagem póstuma»; rebate de consciência pagando ainda que tardiamente, o quanto se deve a alguém.
Pensam ainda os homens (esses mesmos que fingem não conhecer o valor dos homens), como um recalque sem peso nem medida, que existe o chamado receio do ferir «a modéstia» de cada um, como fuga de um merecimento, pois que na verdade, essa mesma «modéstia» não é nestes casos, mais que um brazão nobre de quem cumpriu e soube ser.
A Cidade do Cubal, esta terra “que cresce e aparece”, tem no livro de “contabilidade” do seu tempo, em aberto, um lançamento a fazer na coluna da GRATIDÃO, para saldar uma dívida.
Trazer aqui o nome de FERNANDO DA SILVA VILARES, mais não que para nós o acordar de uma justiça, pelo muito que com ele está relacionado todo este grito de progresso com que nos ufanamos hoje.
Corria o ano de 1951, quando FERNANDO VILARES, chegou a esta terra. Na sua bagagem, apenas o seu curso de topografo, e a força indómita e rebelde, num desejo duro, de fazer para si o que poderia dividir com os outros. Irrequieto e possuidor de um volume enorme de desejo ardente, difícil não lhe foi escolher o árduo e difícil caminho, não se negando a cumprir o que sonhara — o renascer de uma cidade.
Foi então que, gratuitamente dá a sua preciosa colaboração profissional ao Município, até 1962, data em que passou a avençado.
Chamado à primeira casa da terra, aí se firma como Vereador atento e combativo, de 2 de Janeiro a 31 de Outubro de 1967, sendo a 1 de Novembro do mesmo ano a 18 de Outubro de 1968, tomado a cadeira no exercício da presidência, passando a primeiro munícipe a 19 de Outubro de 1968, cargo que ocupou atentamente e irrepreensivelmente até 14 de Março do corrente ano.
Passar a pente miúdo toda uma obra que deixa legada a esta cidade, pois que a FERNANDO DA SILVA VILARES lhe cabe grande parte do ser para ser o que será, basta nomear ou enumerar:
— Todo o vasto complexo do abastecimento de água à cidade, captação, armazenamento, estação de tratamento e distribuição;
— Remodelação da rede de baixa tensão;
— Construção da rede de alta tensão e postos de transformação;
— Implantação do Plano de Urbanização;
— Construção do Mercado Municipal, Estádio Municipal e os actuais Paços do Concelho;
—O actual repovoamento florestal, que muito veio valorizar a actual lagoa do Unge, onde longe não virão os dias será ponto de encontro como cartaz turístico.
E tantas outras obras que ficaram no silêncio, como seja a sua assiduidade e presença nos diversos sectores camarários, como hoje acontece como Chefe da 2ª Repartição do nosso Município.
Não foi por acaso que trazemos para esta edição deste nosso BOLETIM, a sua presença, mas num merecimento pleno de razão e força, a dizer a quem quer que seja mesmo à surdez incompreendida, que o nome de FERNANDO DA SILVA VILARES, merece hoje, para que hoje fique no amanhã, ligado a esta terra que é afinal a sua cidade — CUBAL. “a cidade que cresce aparece”.
Gentes do Cubal:
Paguemos a nossa dívida de GRATIDÃO
Porque não HOJE, a rua, a praceta “FERNANDO DA SILVA VILARES”, a perpetuar o AMANHÃ?
NUNO DE MENEZES (Novembro de 1973)
NUNO DE MENEZES (Novembro de 1973)
Sem dúvida, um grande Homem que amou, lutou e engrandeceu aquela terra. Um Homem que não se passeou apenas e vaidosamente pelo corredor do poder. Um Homem de vastos horizontes. Li a entrevista e parecia um discurso actual e de alguém com vontade de gerir a sua terra com competência. E geriu!Um exemplo para os políticos de hoje. Bem-haja Fernando Vilares!
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