Páginas obrigatórias do nosso Blogue cubalense

01 dezembro 2007

De onde os Cubalenses e amigos do Cubal vêem este blogue.

Tem sido muito gratificante, saber que tantos amigos, continuam à procura de notícias, imagens e curiosidades sobre o Cubal.


Estes, são os locais de onde partiram as 100 últimas visitas:

Existem, até ao momento, amigos que nos visitaram desde os seguintes países:
Portugal, Brazil, United States, United Kingdom, Germany, Belgium, France, Luxembourg, Spain, Angola, Canada, Italy e Bahrain


Gostaria que continuassem a fazê-lo. Como no início referi, este é o blogue de TODOS os Cubalenses e amigos do Cubal.
Reitero o convite à participação activa de todos. Por pouco que seja, digam, manifestem-se .... enviem foto(s) sobre o Cubal. Vamos partilhar emoções !
Todos poderão comentar e quem sabe, reconhecer-se e/ou reconhecer algum amigo .Caso entendas, solicita-me a permissão para "postar" (colocar imagens e texto directamente).

O blogue do Cubal precisa da participação de todos !
envia para o email:
Saudações amigas
Ruca

Notícias dos Cubalenses e amigos do Cubal

22/12/2007 22:06
Caro Ruca.
Gostei de receber notícias tuas e saber que tens um blog onde queres contar com a colaboração de todos os Cubalenses. Penso contribuir com alguma coisa. Aproveito este momento para desejar a ti e toda a tua família um Natal Feliz e um Ano Novo só com coisas boas.
Um abraço,
Carlos Falcão
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Amigo Ruca.
Desejo-te um Feliz Natal junto dos teus familiares.Aqui vão umas fotos que gostaria de ver no blog.São todos da nossa terra e algumas pessoas nunca mais as vi.
Um abraço,
Gi Vilares
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Regredir no tempo e no espaço a locais e momentos que foram marcantes em nossas vidas é maravilhoso. Rever as pessoas no apogeu do respectivo tempo e poder estar mais perto de emoções e sentimentos arquivados nas fotos de então é verdadeiramente notável. Que bom que há esta possibilidade de comunicação e de partilha.
Bem hajas, Ruca Gonçalves
E. Xavier
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Olá Ruca,
Gostei imenso de consultar o teu blogue. Eu chamo-me José Arménio de Almeida Fontoura e sou filho de Francisco e Aurora Fontoura, irmão de Carmen, Fernando,e mais tarde Elisabete.Vivo actualmente e depois de 1983,data em que cheguei de Angola, na Suiça com os meus pais e duas irmãs.Vi com alegria muita gente conhecida,assim como a ti mesmo e teus pais.Gostei também de ler alguns comentários de pessoas que conheci bem.Tenho bastantes fotos e gostaria de tas enviar para que possam ser vistas por muitos outros cubalenses e amigos do Cubal, se desejares envia-me a tua direcção e logo te enviarei un dvd.Recebi com grande tristeza a informação da morte do Nuno Menezes.Fui amigo dele depois de 1976 ....
Por agora é tudo e encorajo-te a continuar esse belo trabalho.
Um Abraço.
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OLA AMIGO DE ANGOLA.... MEUS SOGROS JA FALECERAM OS DOIS SO RESTA MESMO A MARIA ALICE CARIA QUE VIVE TAMBEM AQUI EM TORONTO CANADA.... EU SOU FILHA DO PLAZA QUE ERA MECANICO NA FAZENDA FERNANDO ALBERTO EM 1970 ESTIVEMOS LA ACHO EU QUE 3 ANOS...VIVI MAIS EM BENGUELA ONDE CRESCI, ESTUDEI E CASEI E ONDE NASCEU A MINHA FILHA MAIS VELHA.....UM ABRACO GRANDE PRA TI E TEUS PAIS E VOU DAR O RECADO A MARIA ALICE E PEDIR A MORADA DELA ... UM ABRACAO ENORME PRA VOCES DESTA AMIGA DE ANGOLA(NAO SOU ANGOLANA DE NASCENCA MAS SIM DE CORACAO)VIVI NESSA LINDA TERRA POR 18 ANOS.... NELA PLAZA CARIA

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ADOREI O TEU BLOGUE ,FIQUEI EMOCIONADO,EU SOU O JOSE FERNANDO PIRES AMARO FILHO DO SAPATEIRO EZEQUIEL,HOJE MORO NO RIO DE JANEIRO MAS A MINHA SAUDADE É MUITO GRANDE DO CUBAL E DE ANGOLA.RECEBE UM GRANDE ABRAÇO E PARABÉNS.JOSE FERNANDO PIRES AMARO

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Parabéns pelo seu blog Ruca;
Eu chamo-me Sérgio Ribas sou filho de Margarida Ribas e Jorge Santos, ambos familias do Cubal e gosto de ver coisas sobre Cubal pois a minha familia é toda descendente do Cubal e gostamos de relembrar os sitios onde passaram bons tempos da sua vida .
Meu avô trabalhava nos caminhos de ferro era torneiro mecânico chamava se António Augusto Ribas , seu irmão mais novo Amilcar Ribas era chefe da mocidade Portuguesa no Cubal , Zé Ribas era veterinário no Cubal entre outros irmãos que o meu avô tinha .
Minha mãe, Margarida Ribas tem mais dois irmãos que se chamam Aurea e Paulo todos eles também viveram e estudaram no Cubal.
Meu pai Jorge Santos , estudou na escola comercial do Cubal e trabalhava num comércio do seu irmão mais velho ,uma tia do meu pai também era cabeleireira no Cubal chamava se Rosa .
E ainda tenho alguns familiares a viver actualmente no Cubal.
somente fui mais descritivo pois poderia reconhecer parte da minha familia
De momento mais nada tenho a dizer
Cumprimentos
Sérgio Ribas
P.S. ...é sempre bom recordar .

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Ruca
Foi muito bom receber notícias tuas! Me lembro de ti e muito melhor do Raúl e da Júlia. Não sei nada sobre eles. Como estão?
Quanto ao teu Blog, PARABÉNS!!! Por meu lado, podes contar com o que eu puder e souber.
Abraços
Bibito Guerra

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Ruca, é sempre BOM ver/rever o nosso CUBAL e os CUBALENSES!ADOREI esta "viagem" no tempo!Continua com este Blog, nunca somos muitos para recordar a terra que nos ensinou a sermos diferentes: CUBALENSES DE ALMA E CORAÇÃO!Um abraço.Anabela Borges

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OLA OBRIGADA PELO QUE ME MANDOU ....POUCO TEMPO ESTIVE AI NA FAZENDA DO SR.SEBASTIAO DAS NEVES E MUITAS VEZES FUI AO CLUBE DA VILA DANCAR...MEU FALECIDO MARIDO E QUE ERA NATURAL DO CUBAL (CARLOS CARIA)QUE INFELIZMENTE FALECEU EM 2004 DE UM ATAQUE DE CORACAO....GOSTEI DE VER AS FOTOS DO CUBAL POIS MUITAS VEZES IA LA COM MINHA MAE AS COMPRAS SE CONHECER ALGUEM QUE SAIBA QUEM O MEU MARIDO ERA DIGA-LHES POR FAVOR QUE ELE JA FALECEU...NOS FOMOS ALGUMAS VEZES AS CALDAS AS FESTAS DOS CUBALENSESUM ABRACO E MAIS UMA VEZ OBRIGADA PELA ATENCAO
MANUELA CARIA

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Ruca: É com muito prazer que acuso a recepção de teu correio. Grata surpresa. Parabéns pela iniciativa, e vai em frente. O Cubal é eterno. Colaborarei dentro do possivel com esse trabalho. Envio um saudoso abraço para os teus Pais, que estão na cimeira da minha lista de bons amigos. Vivo no Norte do Brasil, cidade de Boa-Vista. Penso no próximo ano, visitar o Cubal. Um abraço do amigo:/fernando pires/

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27 novembro 2007

Quando as estradas eram armadilhas.




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Entre Catengue e Cubal
Posted by Picasa

25 novembro 2007

HOMENAGEM AO NUNO DE MENEZES


Uma notícia triste.

Soube hoje do falecimento recente de um Homem também do Cubal. O Nuno Álvares de Magalhães Peixoto de Menezes Dias Ferreira, mais conhecido por Nuno de Menezes...

Transcrevo as palavras de quem, com ele , conviveu até há pouco:

...Faleceu muito recentemente em Benguela. Estive com ele em Benguela há cerca de 4 meses, já com grandes debilitações. Grande Homem, amante da sua Angola, onde nasceu no Lubango....

O Nuno foi Autor de várias obras literárias como Múkua, Gotas de Orvalho, Sinfonia Completa.
Como homenagem ao amigo Nuno, vamos meditar neste seu Pensamento:

O verbo SABER é o que mais SABE do que SABEMOS.
Se não SOUBESSE, que outro verbo SABERIA tanto a SABERMOS
o que é SABIDO.

Há CAMINHOS em que o CAMINHANTE, caminha caminhando
por lugares nunca CAMINHADOS.
E chega ao LUGAR. Embora não saiba por ONDE e porque CAMINHOU.

Se o TEMPO que procuramos nos desse tempo a PROCURÁ-LO,
ainda TERÍAMOS tempo de VIVER a tempo.


O DINHEIRO não é CARO para se GASTAR .
É CARÍSSIMO para se GANHAR.

DEMOCRACIA é o alimento mais suculento e vitaminado
do MENU POLÍTICO
Deve contudo ser TEMPERADO com molho da DITADURA,
para que não saiba a ANARQUIA.

O VIRUS da GUERRA destrói;
O bacilo da ECONOMIA aniquila.


Se UM CÃO, antes de morder FALASSE, muita gente, toda a gente,
ficaria SABENDO, porque foi mordido.

É preferível morrer com a VERDADE, que viver MENTINDO.

CARINHO, é uma nascente de ÁGUA pura e cristalina,
que nasce no CORAÇÃO e desagua na SENSIBILIDADE

CAIXÃO é a EMBALAGEM, em que se EXPORTAM
Os restos de uma VIDA.


Nuno Menezes

COMÉRCIO NO CUBAL

Cidade do Cubal
Há estabelecimentos comerciais abertos em toda a cidade, a maioria a funcionar com luz solar, enquanto esta o permitir. Não se observa muito movimento e um grande número de lojas funciona como no nosso tempo de menino e moço, ou seja, tipo botequim. São pessoas simpáticas e afáveis. Fernando Cangola, é natural de Benguela, mas trabalha no Cubal, como gerente comercial. Em sua opinião «o comércio ainda é rudimentar, isto porque os cubalenses não têm poder de compra. A maioria das casas comerciais, vende artigos de primeira necessidade como sabão, arroz, açúcar, leite, cerveja... e o nosso estabelecimento comercial é o que tem maior dimensão no Cubal, e por consequência, tem uma maior variedade». Joaquim Monteiro é proprietário de um bar e de uma discoteca no Cubal e, Olímpia Pereira, dirige na mesma cidade, uma lanchonete. Ambos têm a particularidade de serem jovens e não recear avançar como os seus negócios – acreditam em si e no futuro da sua terra. Estes empresários tal como Fernando Cangola, fazem as suas compras nas cidades de Benguela e Lobito. Este último, referiu «quando chegamos com a mercadoria, temos de ir à delegação do Comércio, no Cubal, para darmos a conhecer que tipo de mercadoria deu entrada no nosso estabelecimento. Eles colocam um carimbo na factura, como sinal de conferência». Ficamos deveras bem impressionados, com este controlo exercido por aquele organismo, visto que minimiza a fraude fiscal e controla a qualidade e validade dos produtos (por vezes, pelo que nos foi dito, há conferências físicas). Todos vendem a dinheiro. Perante a pergunta se há união entre os comerciantes, Fernando Cangola, disse «temos tido encontros com determinadas entidades, no sentido de termos formação em áreas como: comércio; higiene e segurança e ainda na semana passada (26/06) tivemos uma reunião com a policia económica sobre assuntos relacionados com as suas competências.” É importante que em Angola se crie o associativismo, tal como refere o nosso interlocutor “estas reuniões permitem que estejamos unidos e por outro lado, também permite a troca de opiniões entre a classe». Joaquim Monteiro, no seu bar, serve fundamentalmente, bebidas como cerveja e refrigerantes e tem também algum serviço de snack. O bar está diariamente aberto e fecha por norma, por volta das 21 horas. No que respeita à discoteca, Joaquim Monteiro disse «a discoteca funciona de sexta-feira a domingo. O maior afluxo de clientes é no sábado, em que abrimos às 22 horas e fechamos às 6 horas. Ao domingo, abrimos às 22 horas e encerramos o mais tardar às 2 horas». De acordo com o seu proprietário as pessoas que frequentam a discoteca «são jovens, fruto da abertura do INE e, por vezes, aparece “malta” vinda de Benguela e Lobito, nomeadamente às sextas e sábados», referiu ainda «esta discoteca a nível de som, rivaliza com a maioria das discotecas de Benguela e Lobito». Hoje, qualquer discoteca, deve ter meios de segurança nomeadamente contra incêndios. Segundo Joaquim Monteiro tal já se verifica na sua discoteca que conta com «três portas de emergência (entrada,lateral e frontal). Não temos nenhum extintor, mas vamos brevemente pôr dois extintores. A discoteca foi aberta em 2002 e nunca tivemos problemas a nível de violência». Olímpia Pereira, tem pena de não haver «uma padaria que fizesse pão para hamburger ». Como é complexa a vida. No seu negócio a ausência daquele produto é um óbice, a 150 quilómetros, em Benguela, já não é, o que vem de encontro ao que diz Nuno Menezes «Nada temos. Vivemos muito do pouco que temos». Esta jovem empresária, que actualmente não tem concorrência no seu negócio e que também não a teme no futuro esclarece que «por norma faço comida por encomenda e os pratos são escolhidos pelas pessoas que os pedem. No momento, este estabelecimento funciona mais como lanchonete. Porém é frequente a Administração recorrer aos meus serviços, como também gente de Benguela e Luanda, quando cá vêem. Os pratos mais encomendados são: funje, cabidela, peito alto... Já houve alturas em que atendia cerca de 30 pessoas por dia. Quem tiver qualidade, não deve ter medo da concorrência ». Acrescentou «no interior come-se mais carne do que peixe e a carne por norma, é a de galinha»

ENSINO NO CUBAL

Sala de aulas de uma escola primária

Pedro Salvador

Catorze

Costuma dizer-se que um ensino básico ou primário de qualidade é a pedra de toque para o sucesso noutros ensinos como o médio e o superior, ou seja, aprender a ler é a grande barreira da cultura e todas as outras dependem dela. Em 2001, foi aprovado pelo Governo, uma Estratégia integrada para a Melhoria do Sistema de Educação até 2015. Até à data passaram cinco anos. É necessário ver qual foi a sua evolução, nomeadamente, no interior do país e, dentro deste, os lugares mais longínquos. É importante pensar que a maior riqueza de uma país não são os seus recursos naturais, mas a sua “massa crítica”. Albertina Chilemba, é professora primária há mais de 26 anos e, simultaneamente, directora de uma das 154 escolas do município do Cubal. É responsável por 40 professores. Relativamente ao ensino ministrado na sua escola, disse «temos dificuldades de diversa ordem, nomeadamente a nível de material didáctico, o que a torna muitas vezes difícil conseguir pôr a criança aprender a ler e a escrever. Nem todas as famílias têm a possibilidade de acompanhar as suas crianças pelo que a nossa missão se torna mais difícil e desgastante ». Ainda na senda das dificuldades Albertina Chilemba, referiu «é urgente a reabilitação da escola, não temos carteiras suficientes, a maioria das janelas não têm vidros e temos energia graças ao ensino médio». A escola da Albertina Chilemba, funciona com três turnos das 7 às 10, das 10 às 13 e das 13 às 16 horas, o que por si só, mostra que o número de horas leccionadas, não é minimamente suficiente para uma boa aprendizagem dos alunos, uma vez que cada turno tem apenas três horas. A estrutura orgânica da escola é a seguinte: uma directora, Albertina Chilemba; um director pedagógico e um director administrativo. Uma das experiências preconizadas nesta escola, prende-se ao facto de os professores acompanharem os alunos desde o início ate ao fim do ensino primário e segundo Albertina Chilemba «os indicadores têm sido animadores». Apesar de escola não dispor de cantina, a Administração Municipal garante o fornecimento de uma refeição diária quente às crianças. No que respeita ao insucesso escolar, a directora disse «no momento, não há grande abandono das escolas, como também o número de reprovações tende a diminuir». Perante a pergunta: considera-se bem paga, Albertina Chilemba respondeu, «tem mais a ver com a vocação, ou seja, há dois tipos de professores: o que gosta do ensino e aquele que apenas espera pelo vencimento». Pedro Salvador é director pedagógico do Instituto Médio Normal de Educação (INE). Este Instituto lecciona cursos vocacionados para a Educação como: História e Matemática. Tem cerca de 1.480 alunos e 33 professores.
Dos professores: quatro são licenciados e a maioria têm o curso médio. Julgamos importante, incentivar os docentes só com o ensino médio, a tirar a sua licenciatura, isto porque para além dos mesmos ficarem mais ricos a nível de curriculum a qualidade do ensino poderia ser melhorada - Benguela, tem a Universidade Agostinho Neto (ISCED) com cursos de História e Matemática. Quanto a saídas profissionais, não há dificuldades de maior, isto porque há um grande deficit de professores tal como referiu o Administrador Municipal, Veríssimo Sapalo. Pedro Salvador não tem dúvidas de que o insucesso «tende a diminuir», porém é importante dizer que o INE, funciona há cinco anos e só no final deste ano lectivo, vai ter os primeiros alunos com a 12ª classe, esclarece o Administrador Municipal, Veríssimo Sapalo. Falamos com os professores do INE, Catorze, Augusto Aníbal e Higino Chiquiti, que leccionam Educação Básica e Didáctica, Meios Pedagógicos e História Universal respectivamente. Catorze, tem o 3º ano de Filosofia tirado num Seminário e os restantes o Ensino Médio. Relativamente às dificuldades encontradas como professores, referiram em uníssono «há muita falta de material didáctico,precisamos de uma biblioteca, duma cantina e também temos falta de professores qualificados». Catorze, acrescentou «neste momento, estamos com instalações provisórias que não são as mais adequadas para o ensino pretendido». Sobre a questão se vale a pena ser professor,disseram em sintonia «tem de haver alguma “carolice”, nomeadamente no interior, devido à falta de infra-estruturas mínimas, nomeadamente falta de meios de ensino, como os didácticos já referidos » e Higino Chiquiti, aproveitou para dizer «quem “não tem cão, caça com gato”, ou seja, muitas vezes temos de nos remediar com o que temos ou inventar ou criar meios».Foi dito que há um bom relacionamento entre docentes, discentes e pessoal administrativo e que o ensino é gratuito.

SAÚDE NO CUBAL

Nos Direitos e Deveres Fundamentais da República de Angola, está escrito no seu número 1, do artigo 95º “Todo o cidadão, independentemente da sua condição económica, tem direito à saúde e o dever de a defender e promover”. Ora, é importante que se invista forte na saúde pública, nomeadamente no interior do país.

Fernando Graça

A energia eléctrica é um pecha que grassa nos dois hospitais, isto porque a luz fornecida pelo município não funciona das 0 às 6 horas. O Hospital Municipal, adquiriu recentemente um gerador de 60 kwa, porém ainda não está a funcionar. Quanto ao Hospital Missionário, «o gerador que têm, está por norma parado», afirma a Irmã Maria, justificando «o combustível é muito caro. Em caso de urgência liga-se o gerador para se poder trabalhar». No que respeita à água, Fernando Graça disse «temos água corrente durante 12 horas por dia» e a Irmã Maria, por sua vez, referiu «temos água permanentemente, porque temos vários furos artesianos». «Em 1992, o bloco operatório sofreu um saque. Entretanto a maioria do material foi levado e nunca foi reposto. Assim, hoje temos de nos limitar a trabalhar com o que temos, pelo que só é possível fazer pequena cirurgia, que é feita pelo médico coreano”, retorquiu o director do Hospital Municipal.

Irmã Maria

Entretanto, os blocos operatórios do Hospital Missionário, estão operacionais, porém conforme a Irmã Maria «só estamos a utilizar um, porque o outro felizmente já não é necessário – a guerra acabou». Nenhum dos hospitais tem serviços de radiologia, tendo funcionado no Hospital Municipal até 1992, mas com o saque ocorrido naquele ano, todo o material foi levado e nunca foi reposto. Ambos os hospitais, têm laboratórios de análise de sangue e encontramos no Hospital Missionário, a leiga belga de nome Patrícia, que deixou por algum tempo, as suas funções de investigadora, no seu pais de origem, para se dedicar a uma causa nobre, que é ajudar o próximo. Sobre o funcionamento do laboratório disse «a maior dificuldade é a falta de material e também a falta de energia eléctrica. Para o laboratório poder funcionar, com a falta de electricidade durante muitas horas, implica que tenhamos uma grande organização e algum engenho, ou seja, temos de criar alternativas com frigoríficos a gás, ou seja, digo que é difícil, mas não é complicado, é preciso ter engenho».
Para além das funções que desenvolve no estabelecimento de saúde, Patrícia tem ainda

Patrícia

como missão «preparar pessoal em Angola, no sentido de amanhã serem os responsáveis por este serviço, porque estou cá temporariamente ». Com o mesmo propósito, temos a leiga angolana, que se licenciou em enfermagem geral, na cidade de Coimbra, Rosalina Pereira,

Rosalina e a sua equipa de trabalho

que está há cerca de um mês a trabalhar neste hospital, do Cubal. Em sua opinião «o povo não está habituado à prevenção. É importante criar esse hábito, no sentido de evitar que haja doentes que só aparecem na sua fase terminal. É necessário dar formação nesse sentido, isto porque muitos ainda pensam que a doença é fruto do “mau-olhado”, pelo que antes de consultarem um médico, vão primeiro aos quimbandas, e, quando não têm mais alternativas, recorrem então aos nossos serviços». Tal como escreveu Nuno Menezes, um grande pensador benguelense e que viveu alguns anos no Cubal, “a Fé, a Esperança e a Caridade, são TRÊS IRMÃS que não devemos perder de vista”. Ora, Patrícia e Rosalina, mostram-nos precisamente essa irmandade. O Hospital Missionário já tem meios para o controlo e despistagem da sida, tal como relatou a Irmã Maria «já temos, mas o preço dos retrovirais, é bastante caro e há aparelhos de que precisamos para fazer um trabalho mais capaz, mas não temos dinheiro para os adquirir». No que concerne à alimentação, Fernando Graça garantiu que esta «é variada» no hospital municipal, enquanto que o hospital missionário conta com «o apoio do Programa Alimentar Mundial (PAM)», que segundo a Irmã Maria lhes fornece «fuba, óleo, sardinhas... e para os doentes graves, como os tuberculosos e doentes de sida, temos de arranjar refeições apropriadas, o que por vezes é muito difícil ». No que respeita à higiene e limpeza, o director do Hospital Municipal disse «temos pessoal que zela permanentemente pela limpeza do hospital. Além disso, são sempre utilizados desinfectantes e detergentes nas respectivas limpezas», medidas que segundo a Irmã Maria, são também seguidas à risca no Hospital Missionário. A nível de maternidade e obstetrícia, o Hospital Missionário conta actualmente com uma especialista russa, enquanto que no Hospital Municipal, são muitas vezes os próprios médicos a assumir o papel de “parteiros”. Quanto a projectos futuros, Fernando Graça ambiciona para o seu Hospital «um bloco operatório funcional; uma sala de raio X devidamente dotada de equipamento e técnicos; mais médicos como, um ginecologista e um cirurgião». A Irmã Maria, por sua vez, deseja que o estabelecimento de saúde que dirige venha a ter «medicina preventiva, implicando grandes campanhas de sensibilização junto da população; que o hospital seja especializado em materno-infantil e que seja também especializado em doenças infecto-contagiosas como a sida e tuberculose».Laboratório de análises ao sangue do Hospital Missionário