Quatro ou cinco, sem favor,
E por ser luz tão escassa,
Luz sem ter nenhum jeito,
Passado que foi algum tempo,
Não sei quanto, não ‘stou lembrado,
Abrem-se buracos e valas,
Levantam-se uns quantos postes,
Tudo assenta que nem uma luva,
Deve-se apressar os trabalhos,
Depois de estar tudo pronto,
E em tarde amena dum sábado,
Todos querem ver o engenho
Que irá dar luz ao Cubal.
Ao barulho daquela máquina,
Junta-se o barulho de palmas
Variados grupos de gente.
A alegria é bem expressa.
Ouvem-se várias opiniões,
Cada qual diz o que sente,
Outros que ela é excelente.
Todos pensam de igual modo
Nunca mais faltará a luz.
Não sei quantos anos depois,
E a instalação preparada.
P’ra dúvidas não há margem.
E ficou sem luz a Cidade.
O Cubal voltou à escuridão
Quando a luz ontem faltou.
Faltasse correia ou junta
Houve tempo de mandar vir
Mesmo que fosse da China.
Falando de correia ou junta
Falo d’outros sobressalentes.
Deve é haver consideração
P’lo Cubal e suas gentes.
“Aquilo” custou dinheiro.
Tratemo-lo bem, com cuidado
Mesmo até com muito amor.
Tem decerto um responsável
O Pelouro da parte eléctrica.
Para situação tão tétrica.
P’ra na falta da barragem
Se ao mal não “botarem” mão,
P’ra que foram tantas “peneiras”
Autor desconhecido
(Será que conseguiremos identificar o autor?)
Documento gentilmente cedido pela Helena Carvalho
Passagem para texto por Rui Gonçalves (Ruca)