30 dezembro 2010

Resposta ao Eduardo Flórido - Noções reais

AO EDUARDO FLÓRIDO
"NOÇÕES IRREAIS - NATAL 2010"
Podes imaginar o que o bom do Canais, depois de ter lido pela 3ª vez consecutiva esta enorme palestra orquestrada pelo competentíssimo Sr. Eduardo A. Flórido, (não é troca de galhardetes), vai descalçar a bota para, em 1º lugar, agradecer imenso a parte do reconhecimento de eu ser o maior de todos os tempos como futebolista. Depois temos a 2ª parte que é a mais complicada. Bastar-me a mim mesmo para arranjar argumentos que possam sustentar esta tese que me envolve (eu nunca fui o maior), e vou tentar explicar-te a ti e aos nossos amigos Cubalenses essa farsa em q vivem os pseudo craques. Sabes q em "terra de cegos quem tem olho é rei", e a mim esse provérbio assenta-me bem. E agora vou contar-te e desmistificar só um bocadinho da minha vida, já q eu não escrevo, e nunca joguei futebol como um profissional, portanto n posso nem devo ser comparado a um craque, esses sim, os verdadeiros q nos conhecemos,Ronaldos & Cª ou como o Sr. Eduardo Flórido, q escreve como um sábio, sabe o q diz e depressa, escreve o q sente sem nunca se enganar, aceita desafios...segundo parece vai aceitar um (através deste blog), isto é um craque da escrita. Posso dizer-te que sou um "habitué" dos bons livros, portanto sei o que digo. Da maneira como escreves, és uma revelação, não estou a exagerar. Também não sei o teu grau de escolaridade e posso dizer que também não sei quem és, (profissionalmente), sei só q escreves e bem.
Tenho também lido crónicas do meu amigo Sampaio sobre o Cubal, e a opinião geral é de que ele poderia fazer mais qualquer coisinha porque tem jeito para isto. Para começar e cumprindo aquilo a que me propus aqui alinhavar, posso afirmar que no tempo das velhas glórias do Cubal, (isto é só p/ as gerações mais recentes), passaram por lá grandes futebolistas ainda no tempo da bola "quadrada", como por exemplo o tio do Cristina, jogador do Recreativo que conheceste, o grande Chapeleiro q poucos conheceram e passou pelo Cubal fugazmente, os guarda-redes Palma do CFB e o Coelho, enfim e outros tantos. E agora para tua desilusão, foram tão bons jogadores ou melhor ainda, para falar por ex.do Lemos, o Cristina, o Porto, o Fernandes, etc., enfim todos eles grandes craques do Cubal. Eu sei q ganhei muito com esta geração de jogadores de " luxo " do meu tempo e por aí fiquei entre os melhores, mas n o melhor. Eu comecei a dar os meus primeiros toques no Portugal de Benguela como iniciado, aos noves anos e fui p/ o Cubal em 1958 com 12 anos, salvo erro, onde fiz o meu primeiro jogo já pelos Seniores do Ferrovia com 13 anos, contra Caimbambo, a quem o Cubal ganhava sempre por mais de cinco. No dia da minha estreia sob a visão do treinador Caetano, mais um Ferroviário, joguei sózinho contra onze do lado contrário e só vencemos por 1-0 com o golo por acaso marcado por mim, depois de ter passado por muitos da defesa contrária, aí foi um delírio, porque diziam que tinha nascido um craque e no Domingo seguinte lá estava o dobro ou o triplo das pessoas num jogo contra o Marco de Canaveses que ganhámos por 4-0, com três golos do Canais. Nesse jogo joguei pouco, mas marquei muitos golos, só. Enfim, assim nasceu um mito, mas não passou disso. Infelizmente nesse tempo nem botas tínhamos para jogar bom futebol, outros tempos, sem dúvida. Eu pensava que o futebol era isto e a partir daqui fui fazendo exibições pouco convincentes, mas era sempre o melhor, segundo me diziam, lá está o q atrás eu dizia " na terra de cegos...". Na nossa Terra o desporto era mesmo isto, apareciam " craques " todos os dias e o futebol tinha uma função social. É certo q através do futebol de salão, fiz grandes exibições e aí acho q hoje mais novo teria futuro, mas o tempo não volta p/trás. A nível do futebol regional, ainda durante uns anitos consegui sobrepor-me, mas já em 1965, quando começaram os campeonatos oficiais do Distrital de Benguela, onde por acaso a n/equipa n tinha craques, levava-mos abadas de até 9-0, mas só nos dois primeiros anos, porque depois os cinco anos seguintes do Distrital foram nossos. Também jogámos a nível Provincial, onde fizemos as exibições possíveis contra equipas de maior gabarito...Independente de Porto Alexandre, com esta fomos eliminados em nossa casa por não conseguirmos vencê-los (2-2) e aqui acabou a carreira "internacional " do Recreativo do Cubal. Entretanto tinha entrado para o Banco, cujo oficio como Bancário contrariou sempre a minha vontade em continuar a dar o pontapé na bola como eu gostava. Não vou dizer q não tive momentos de glória, mas não passaram de lugares comuns, como tantos outros na minha carreira. No entanto o meu nome ficou sempre associado aos melhores futebolistas, mas pouco mais do que isso. Como vês, caro Amigo, assim se resume a vida de um craque (pseudo-craque). 
Para a próxima não me atribuas nomes q eu não mereço, temos de ser humildes.

Um grande abraço para ti e tua Exma  Família, de quem me tenho esquecido, do teu pai Flórido, cunhado Raúl e irmãos por exemplo. 
Boas Festas e "Hasta la vista".
Do amigo CARLOS CANAIS.


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O Carlos Canais, em resposta ao meu tio Eduardo Flórido, presenteia-nos com este testemunho histórico, de algumas facetas desconhecidas ou melhor, que o tempo fez esquecer à maioria dos cubalenses.
Obrigado ao Carlos Canais e ao Eduardo Flórido, por nos darem este prazer de revivermos "momentos cubalenses"
Podem continuar caros amigos e a esperança é que mais amigos se juntem a nós nestas histórias...
Abraço e Boas Festas.
Rui Gonçalves (Ruca)

Notícias dos Cubalenses e amigos do Cubal - Luís Monteiro

Estive no Cubal no 2ª ciclo liceal e o meu pai era o Inspector Marques Monteiro de Via e Obras do CFB.
Forte abraço
Luís Monteiro
 30/12 às 16:27

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Caro Luís,
Bem-vindo ao nosso Cubal virtual.
Aparece sempre e se possível com testemunhos para enriquecer este nosso cantinho.
Abraço
Ruca

27 dezembro 2010

Recreativo do Cubal- Uma Equipa de Estrelas

1
Treinador: Jacinto Marques, Mandinho, Canais e .....
Comentem identificando os restantes elementos.

Para a equipa de Estrelas - Recreativo Cubal,alguns nomes que me lembro:
G.R. Carrasqueira senão me engano,Tito,Telmo,será o Pompilio,?,Mendes,Tr.Jacinto Marques.
Será José Maria,Canais,Eusébio,Mandinho,será Cristina,?
A minha pequena colaboração.
Saudações Cubalenses.
Rui Bordalo de Carvalho



O Primeiro de pé á esquerda é o Enfº Duarte que era do CFB.
E o primeiro em baixo da esquerda é o Quim, não é o Zé Maria. O Zé Maria que me lembro era o falecido Pumumu (creio que é assim que se escreve)

Abraço a todos
Tomané

Notícias dos Cubalenses e amigos do Cubal - Magda Barbêdo Pinto (filha do "Mandinho")

Olá, "Ruca"

Feliz Natal para si e sua família.

Procurava algo sobre o meu Idolo (o meu Pai) e acabei por descobrir o seu blog (aqui neste link). E graças a si, certamente quando o meu paizinho tiver conhecimento vai adorar rever certas fotos daqui.Um muito obrigado

Magda Barbêdo Pinto
(filha do "Mandinho")

Classificação Geral do Girabola 73 e melhores marcadores



Mandinho
Recreativo do Cubal


Olá Cubalenses
Quem n conheceu o grande avançado do Rec.do Cubal de seu nome Mandinho. Não sei o nome próprio dele, por incrível q pareça, mas n interessa, pois foi mais um dos craques q passaram pelo Cubal e que me esqueci de anunciar na minha crónica enviada ao E. Flórido. Um dia (um Domingo por acaso) jogámos contra o Atlético da Tapadinha q estava em digressão por Angola em disputa da Taça de Portugal e esta lembrou-se de ir ao Cubal jogar com o Rec. a pedido do Valentim uma vez q o mesmo tinha o genro a jogar nesse clube (com tradição em Portugal)de seu apelido Leitão, um bom avançado centro, por acaso. O nosso amigo Mandinho fez o 3º golo do Cubal com um tiro à meia volta, quase sobre a linha de cabeceira, q os adversários correram até ele e cumprimentaram-no efusivamente, dizendo-lhe, "se este golo fosse visto na Metrópole (velho termo colonial), serias falado na radio e TV durante mais de 1 mês. Empatamos 3-3 depois de estarmos a perder na 1ª parte por 3-0.Esta equipa estava na 1ªdivisão.
Um abraço do amigo Canais

Recreativo do Cubal - 1 * Mambroa - 1






Jogo no Estádio Municipal do Cubal, perante grande assistência.
Sob a direcção da equipa luandense constituída por Pinto Fernandes, Ezequiel Pescada e Coelho Pires.
Saíram os encarnados, mas logo aos dois minutas, surgiu a primeira ocasião de golo. Eusébio, dentro da área dos visitantes podia ter marcado, mas perdeu por morosidade. Jogadas a desenrolarem-se ora num, ora noutro campo, e aos 10 minutos, Mandinho de longe, à meia volta, ia surpreendendo Travassos, muito adiantado na meia. Os encarnados, jogando a bola pelo solo, embaraçavam os locais, que ripostavam bem, até que aos 13 minutos, na sequência de um assédio dos visitantes, houve um remate perigoso à entrada da área cubalense, que levava «rótulo». José Duarte, em grande defesa, socou para a esquerda, onde Neto captou e colocou na zona perigosa, surgindo DUDU, de cabeça a anichar o esférico no «barbante». Não se entregaram os locais e logo a seguir, Eusébio, com Travassos fora do lance, atirou sobre a barra. Os encarnados jogavam rente ao solo e os locais, incompreensivelmente, levantavam a bola, favorecendo a defensiva contrária onde, Ralph, Lutucuta e Chico Lopes, «seguravam» de cabeça. O perigoso Eusébio, só esporadicamente levava a melhor, dada a elevada estatura dos defensores neo-lisboetas. Aos 28 minutos, bola no pelado, Eusébio isolado e Travassos, a mergulhar-lhe aos pés, em última instância. Em resposta, aos 31, Gregório bateu Tito e rematou rasteiro. José Duarte foi batido mas a base do poste, estava lá, evitando golo. A contenda animava, o Cubal carregava, e aos 38 minutos, Mandinho, isolou-se perguntou Travassos «para onde queria», colocou o esférico, mas o guardião atento, em golpe de rins foi "lá buscá-la".Logo a seguir, mais perigo. Travassos, saltou entre um cacho de jogadores, e rechaçou para canto. Calculou mal, e a bola foi à sua própria trave, ressaltando para o terreno e um pé milagroso, afastou o perigo. Aos 44 minutos, Eusébio, desperdiçou nova oportunidade. No recomeço, as duas equipas mostravam-se empenhadas em desfazer o cariz do jogo, mas, logo aos 3 minutos, Eusébio recebeu a bola na área encarnada, dominou-a magistralmente, -la passar por cima dum defesa e do próprio guarda-redes, foi «lá à frente», recuperá-la e empurrá-la para o fundo da baliza. Delírio ,nas bancadas e a enorme falange a incitar os jogadores. A equipa do Recreativo, subiu de velocidade e o Benfica visitante dispôs as suas pedras de maneira diferente, vendo-se uma barreira de seis jogadores no último reduto, três médios e um avançado em ponta de lança. Mesmo assim criavam perigo, obrigando aos 20 minutos, José Duarte a executar duas defesas de classe, seguidas. Carregavam os cubalenses, quase sempre dentro do campo dos visitantes, mas a barreira defensiva estava atenta e manteve-se impenetrável até ao fim. Aos 32 minutos, desceram os benfiquistas pela direita, José Duarte foi batido e sobre a linha de golo, Tito, afastou o esférico quando este a iria ultrapassar. O empate ajusta-se bem, mas a vitória dos locais pela tangente, não desilustraria nada.O trabalho do árbitro Pinto Fernandes, merece nota positiva.Boa colocação no terreno, sempre em cima dos lances, boa interpretação, autoridade; bem secundado pelos seus auxiliares.

Artigo extraído do semanário "A Palavra" de 15 de Junho de 1973