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29 março 2025

Lutira, 1964: Memórias de amizade eterna

 

Lutira, 1964: 
Quatro amigos eternizados na memória do Cubal. 
Da esquerda para a direita, 
Luís Lousa, Henrique Alves, Mário Pinto e Adriano Silva

Esta fotografia, capturada no Lutira em 1964, eterniza um momento de pura camaradagem entre quatro amigos que, infelizmente, já nos deixaram, mas que permanecem vivos nas nossas memórias. Da esquerda para a direita, recordamos com carinho Luís Lousa, Henrique Alves (pai da Vanda Alves), Mário Pinto (cunhado da Nanda Valadas, marido da Lisete e avô da Raquel, que nos deixou recentemente) e Adriano Silva (filho do Sr. Adriano).

Nesta imagem, vemos os seus sorrisos e a cumplicidade que os unia, testemunhos de uma época em que a amizade era um laço forte e duradouro. Cada um deles, com a sua personalidade e histórias, contribuiu para a rica tapeçaria da nossa comunidade no Cubal.

Hoje, prestamos homenagem às suas vidas e recordamos a alegria que trouxeram às nossas vidas. Que esta imagem seja um tributo à sua memória e um símbolo do impacto que tiveram em nós.

Agradecemos à Nanda Valadas por partilhar esta preciosa recordação connosco.

Ruca

27 março 2025

10 de Agosto de 1973: "Lito Sebastião" e a História do Cubal

Marques da Silva, Carlos Alberto das Neves (Lito Sebastião) e
José Manuel Dias Faria (Vereador da CMC) 

Em 10 de agosto de 1973, o Cubal testemunhou um momento histórico com a posse de Carlos Alberto das Neves, ou 'Lito Sebastião' (obrigado Fernanda Valadas por nos relembrares) como era carinhosamente conhecido pelos mais velhos, como presidente da Câmara Municipal. Filho do ilustre Comendador Sebastião das Neves e de Purificação das Neves, figuras proeminentes na comunidade cubalense da época, Carlos Alberto das Neves carregava consigo não apenas o seu próprio legado, mas também a herança de uma família respeitada.

A fotografia deste evento captura não apenas a figura de um líder, mas também um pedaço da história local. Além de Carlos Alberto das Neves, vemos também Marques da Silva, repórter, locutor e responsável pelo Emissor Regional do Cubal e José Manuel Dias Faria, Vereador da CMC, outras figuras marcantes na vida da nossa terra.

Este post é uma homenagem à sua memória e uma forma de preservar a história do Cubal para as futuras gerações.

Convido a todos a partilhar as Vossas próprias lembranças e histórias sobre Carlos Alberto das Neves, Marques da Silva e José Manuel Dias Faria, bem como a família Sebastião das Neves nos comentários.

Obrigado

Ruca.

12 março 2025

N'as cadeiras do Recreativo: memórias de um tempo feliz no Cubal -agosto de 1961

Nanda (com 13 anos) , Anita (com 15 anos) e Lisete (17-18 anos)

Hoje, o nosso blogue recebe mais um tesouro do passado, partilhado pela querida Fernanda (família Valadas). Uma foto que nos transporta diretamente para o antigo Clube Recreativo do Cubal, onde a Fernanda, a sua irmã Anita e  Lisete posam, jovens e sorridentes, sentadas nas icónicas cadeiras do clube.

E que cadeiras! A Nanda descreve-as com um carinho especial: um módulo único, sem apoios de braços, onde se sentavam para ver os filmes no antigo cinema do Recreativo. Imaginem só, um bloco de cadeiras unidas, lado a lado, a testemunhar tantas histórias e emoções.

A Fernanda recorda com saudade as sessões de cinema, onde os filmes de Cantinflas e as "cowboyadas" faziam as delícias da plateia. Eram tempos em que a sala enchia, as gargalhadas ecoavam e a magia do cinema nos transportava para outros mundos.

Mas as cadeiras do recreativo eram mais do que simples assentos. Eram palco de algumas "convenções" sociais da época. Os rapazes sentavam-se de um lado, as raparigas do outro. 

A Fernanda recorda com carinho esses tempos felizes, onde a vida era mais simples e as memórias se construíam em torno do cinema, das festas e das conversas com o pai, que lhe transmitia a paixão pela leitura e a curiosidade pelo mundo.

Esta foto e as memórias da Fernanda Valadas, da família Valadas são um verdadeiro tesouro para o nosso blogue, um pedacinho da história do Cubal que nos transporta para outros tempos. E quem sabe, talvez um dia encontremos um módulo dessas cadeiras para o museu, para que as futuras gerações possam conhecer este pedaço da nossa história.

Obrigado, Fernanda, por partilhares connosco estas memórias tão especiais!

👩‍❤️‍👩Imagem gentilmente partilhada: Raquel Valadas Oliveira / Fernanda Valadas

Memórias de um tempo de festa: O Rancho Folclórico do Cubal e a alma de uma comunidade - Anos 1957, 1958, 1959

Adenda ao post inicial:

Olá a todos! Queria partilhar convosco uma pequena atualização ao post sobre as memórias do rancho folclórico do Cubal. Recebi recentemente mais duas fotografias que me foram enviadas pela Fernanda, e que nos transportam ainda mais para aqueles tempos de festa.

Fotos datadas de 26 de setembro de 1959, mostram uma atuação do Rancho Folclórico do Cubal,  em Caimbambo. Imagens fascinantes, pois podemos ver a Lisete Valadas a dançar com o João Marques. Curiosamente, como a Nanda me explicou, eles não eram o par oficial naquela atuação, mas a fotografia captou esse momento especial. No verso da foto, a irmã da Nanda,  Lisete fez questão de escrever a data e o local, o que torna esta recordação ainda mais preciosa.

A outra foto mostra o João Marques com a Emília Saraiva, o par correto daquela atuação. É engraçado ver como as fotos nos podem contar histórias diferentes, e como um simples clique pode capturar momentos únicos e inesperados.

Agradeço à Fernanda Valadas por partilhar estas memórias connosco. E, claro, um agradecimento especial à sobrinha da Fernanda, RAQUEL VALADAS OLIVEIRA que guarda com tanto carinho estas relíquias de família. É bom saber que estas memórias estão a ser preservadas e partilhadas com todos nós.

Espero que gostem destas novas adições ao post. Continuem a acompanhar o blog para mais recordações do Cubal! E participem!

Ruca

Imagem (A


Imagem (B




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Post inicial:

Com um misto de nostalgia e alegria, partilho hoje 3 fotografias que são verdadeiros tesouros da nossa história cubalense. Capturadas entre 1957 e 1959, retratam o nosso Rancho Folclórico em todo o seu esplendor, uma expressão viva da nossa cultura e tradições.

Graças à gentileza de Fernanda Valadas, podemos hoje revisitar um dos momentos culturais mais marcantes do Cubal: as apresentações do Rancho Folclórico. Nas imagens, vemos os jovens Emília Saraiva, Amílcar Vinhais, Isaura Mendes e João Marques envergando trajes típicos que refletem a riqueza do folclore português, preservado com tanto carinho pela nossa comunidade.

Estas fotografias  transportam-nos  para um tempo em que o Rancho Folclórico era o coração pulsante da nossa comunidade, um espaço onde gerações se uniam para celebrar a nossa identidade. Mais do que uma simples dança, o rancho representava união, tradição e alegria. As suas apresentações reuniam famílias, amigos e vizinhos, fortalecendo os laços entre os cubalenses. A música, os trajes e os movimentos coreografados transmitiam histórias e emoções, mantendo viva a nossa cultura.

Os rostos jovens e vibrantes dos dançarinos nessas fotografias  recordam-nos o orgulho e a felicidade de ver o nosso Rancho em cena. Aqueles momentos eram de festa e convívio, onde a comunidade se reunia para aplaudir e celebrar a nossa história.

Que estas imagens sirvam de inspiração para continuarmos a valorizar e preservar a nossa cultura, garantindo que as futuras gerações conheçam e orgulhem-se do nosso património.

Agradeço imensamente a Fernanda Valadas pela partilha destas imagens únicas, que nos permitem recordar e honrar momentos que marcaram gerações.

E tu cubalense e amigo do Cubal? Conheces algum dos organizadores ou mentores destes eventos? Compartilha as tuas lembranças e histórias nos comentários!  A tua contribuição é fundamental para enriquecer este post e preservar a memória do nosso Rancho Folclórico.

Viva a cultura, viva o Cubal!

Ruca



Foto 1 : Emilia Saraiva, Amilcar Vinhais, Isaura Mendes e Joao Marques

Foto 2

Foto 3


 

10 março 2025

Mergulhos na memória: Os piqueniques no tanque da Fazenda Eliza, Cubal dos Anos 60

Com um sorriso nostálgico e um baú repleto de memórias, Fernanda Valadas abriu-nos as portas do passado, presenteando-nos com um tesouro de fotografias dos anos 60. Estas imagens, captadas na Fazenda Eliza, no Cubal, revelam um tempo em que a alegria e a camaradagem floresciam à beira do tanque, um oásis de convívio e diversão.

As fotografias transportam-nos para os piqueniques organizados pelo Instituto, onde alunos, professores, pais e amigos se reuniam para um dia de pura felicidade. A jornada até à Fazenda Eliza, uma caminhada de 5 km, era apenas o prelúdio para um dia repleto de mergulhos, risos e partilha.

O tanque, outrora um local de recreação e alegria, era o palco principal destes encontros. Nas fotos, vemos rostos sorridentes, mergulhos ousados e momentos de pura descontração. Fernanda recorda com carinho as brincadeiras com o engenheiro Farinhas, as conversas à volta da mesa grande e os mergulhos com o amigo João Camilo.

Mas nem só de água e sol se faziam estes piqueniques. Havia também espaço para a cumplicidade e a travessura. Fernanda partilha connosco o segredo dos cigarros escondidos no regato, um recanto arborizado onde os jovens se aventuravam, longe dos olhares dos adultos. Entre risos, partilhavam tabaco de forma quase ingénua, marcados pela esperteza de apagar, com casca de laranja, qualquer vestígio antes do regresso.

As fotos da Fernanda Valadas são um testemunho precioso de um tempo em que a amizade, o respeito e a alegria eram os ingredientes principais da vida no Cubal. Um tempo em que a comunidade se unia em torno de momentos simples, mas inesquecíveis.

Deixo aqui algumas das fotos que a Fernanda me enviou, um verdadeiro tesouro para todos os que amam o Cubal e a sua história.


A CAMINHADA

Imagem 1:
Luísa Espínola, Olga Santos, Eng Farinhas, Cidália, Palmira, Maria Sampaio, Nanda Valadas

Imagem 2 :
Luisa , Cidália, Olga, Palmira, Mª Sampaio, Celeste Almeida

Imagem 3:
identifiquem

Imagem 4: identifiquem


NO TANQUE

Imagem 5:
Nanda



Imagem 6:
Nanda

Imagem 7:
identifiquem

Imagem 8:
identifiquem


Imagem 9:
identifiquem

Imagem 10:
Nanda Valadas, João Camilo....

Imagem 11:
Ribas, Dr Santos, Luís Lino, Alda, Neto Rosa, Farinha, M. Sampaio, Palmira

Imagem 12:
Nanda

Imagem 13:
 Zé Farinha e Fátima Proença, com Nanda Valadas e....



O PIQUENIQUE

Imagem 14:
Alda, Gaby, Farinha, Schultz, Celso Rogério, Lídia (terramoto), Necas, João Camilo, Ribas, Armando Ferreira, Luís Lino....



Imagem 15:
Silva (Karivera), Eng Farias, Padre José Ribeiro, Irmã do Padre Zé (Maria?), Dra Celeste Almeida Dias, D. Gina Freitas de Oliveira,D. Felismina, Fátima Proença, Custódio e Nanda Valadas.



Imagem 16:
Eng Farinhas , Padre Zé Ribeiro, D Felismina


Imagem 17:
Vitor(algarvio), Nanda Valadas, Zé Simões (por trás), Anabela Simões, Hugo Ricardo Xavier, Paula Xavier e Milú Santos e....

Imagem 18:
José Miguel Paulista, Armando Ferreira, ??, Ribas, Fernando Rosa, Padre Zé Ribeiro, Farinha, Edmundo, ??


Fotos gentilmente cedidas por Fernanda Valadas que me explicou estes mergulhos  memoráveis.

Texto : Ruca 


Nb: caso verifiquem alguma imprecisão no texto p.f. agradeço me seja dada a respetiva nota. Rg









05 março 2025

04 março 2025

Cubalenses- Grupo de amigos em passeio até à barragem do John - Cubal 06/12/1964

Nanda Valadas, disse:Teresa Almeida, Luís Marques Monteiro, Dolly Farinhas, Nanda Valadas, Mota Veiga, irmão do Luís M. Monteiro, João Camilo Farinhas e Toninho Valadas foi o fotógrafo e não está nesta foto.
Imagem 2: idem
Imagem 3: idem
Imagem 4: idem

Cubalenses -Regresso do tanque da Fazenda Elisa - janeiro de 1966

Com a ajuda da Nanda Valadas: Álvaro Carvalho, Luís Lírio, Toninho Valadas, Marília Moreira,Vitor Rodrigues (hotel), Anabela Espinha, Gina Valadas, Tucha, Locas, Becas, Dolly Farinhas, Teresa Almeida, Zezito (filho da Tucha), Nanda Valadas e Elga Valadas.

 

Desporto no Cubal - Corrida de bicicletas - Finais dos anos 40

Quem reconhece, quem?

 

Desporto no Cubal anos 50 - Equipa de basquete masculina

Vilar, Brito, Arnaldo Nunes
Quem identifica?
 da Esq para a dtª
 em cima :
em baixo :

 

Cubalenses - Anita Valadas - em traje de chita - ano 1963

Anita Valadas - em traje de chita
O 1º Prémio valeu um belo pote chinês

 

Cubalenses -Graciete Neves (Laranjeira) - anos 50

Graciete Neves (Laranjeira)  

 

Cubalenses - Irene Santos (Barbosa) anos 50

Irene Santos (Barbosa) anos 50

 

Cubalenses - Odília Neves Borges - anos 50/60

Odília Neves Borges - anos 50/60 

 

Cubalenses - António Valadas e Mário Paulo

Legenda :_____ Ano _____

 

Memórias do Cubal: A ponte aérea para o Colégio Paula Frassinetti e a busca pela excelência educacional (Anos 40/50/60)

Estas fotografias, gentilmente cedidas por Fernanda Valadas, transportam-nos para um tempo em que o Cubal era um ponto de ligação crucial para as famílias da região. Nas décadas de 40, 50 e 60, o avião conhecido como "barriga de jinguba" provavelmente um Dakota Douglas DC-3  ou um C-47 Skytrain  (a versão militar do DC-3)  e um outro aterrava no campo de aviação do Cubal, para transportar os alunos, filhos de fazendeiros e comerciantes abastados, que frequentavam o prestigiado colégio Paula Frassinetti, em Sá da Bandeira (atual Lubango).  

Naquela época, Paula Frassinetti foi considerada o melhor colégio de Angola, um colégio de mães, e muitas famílias do Cubal e arredores optaram por internar seus filhos, em busca de uma educação de excelência. A aterragem do avião no Cubal era, portanto, um evento marcante, um momento de reencontro e de festa. O campo de aviação transformou-se num local de convívio, onde se celebraram os laços familiares e comunitários.

As fotografias capturam uma atmosfera vibrante desses momentos. Vemos o avião provavelmente na chegada dos alunos, felizes por regressarem a casa para as férias, e as famílias, ansiosas por os receberem. 

Imagem 1) CAMPO DE AVIAÇÃO DO CUBAL -  Dado que a foto tirada em Angola nos anos 50, é possível que seja um  Dornier Do 27  ou  Dornier Do 28 , usado frequentemente em regiões africanas pela sua robustez e capacidade STOL (decolagem e pouso curtos). Outra possibilidade é o  de Havilland DH.114 Heron , que também operou na África nessa época. Ajudem se souberem. Ruca



Nas 2 fotografias a seguir, vemos a família Valadas junto ao avião, prestes a embarcar (ou a chegar), um momento de despedida (ou de recepção) e de expectativa.

Imagem 2)  Toninho Valadas, Olga, Lisete, Chico, Anita e Nanda 

Douglas DC-3 ou um C-47 Skytrain (a versão militar do DC-3) Este modelo foi amplamente utilizado em Angola e noutras colónias portuguesas nos anos 40, 50 e 60, tanto para transporte civil como militar. Empresas como a  DTA (Divisão de Transportes Aéreos, precursora da TAAG)  usavam o DC-3 para ligar diversas localidades angolanas.    
  • O motor radial com hélice de duas pás, característico do  DC-3 .
  • O formato da fuselagem e a posição da asa baixa.
  • O trem de pouso fixo com carenagens laterais, um traço clássico do DC-3.
  • Imagem 3) ajudem na legenda da imagem

    Entre as alunas podemos destacar a irmã da Fernanda, Olga Valadas, Amélia Guerra, e outros jovens como Fernanda Souza, Juca Queiroz (?) entre outros (recordem os nomes no comentários). 

    E nesta fotografia vemos os alunos já no internato de Paula Frassinetti, o ambiente escolar de um dos melhores colégios de Angola.

    Imagem 4) ajudem na legenda da imagem


    Imagem 5) ajudem na legenda da imagem

    Os aviões "barriga de ginguba" eram fretados pelas pessoas com mais posses, que podiam ser fazendeiros ou comerciantes com um nível de vida razoável. A viagem de avião, embora emocionante, não era isenta de perigos. A Fernanda recorda que, por vezes, o avião fazia escalas noutros locais, como na Ganda, para deixar passageiros. Infelizmente, a década de 50 também ficou marcada por um acidente de aviação na Serra [nome da serra, se possível Leba?], onde o piloto (Rosa ou Rolas) perdeu a vida. 

    À parte:

    Naquela época, a educação era uma prioridade para as famílias cubalenses. As meninas eram enviadas para o Colégio Paula Frassinetti, em Sá da Bandeira, enquanto os rapazes frequentavam o Liceu Alexandre Herculano, em Nova Lisboa (atual Huambo), um dos melhores liceus de Angola. Alguns jovens também optavam pelo Seminário de Luanda, que se equiparava aos melhores colégios do país. Vários jovens cubalenses, como Bibito Guerra, Celso Faria (filho), Toninho Valadas, Hamilton Ferreira e outros, estudaram nestas instituições como internos. Os cubalenses primavam por dar cultura aos seus filhos, naquele tempo.

    Estas fotografias são um testemunho valioso da história do Cubal e de Angola, um retrato de um tempo em que a ligação entre as comunidades era feita por aviões que rasgavam os céus, transportando sonhos e esperanças.

    Convidamos todos os cubalenses e amigos do Cubal a partilharem as suas memórias e a ajudarem-nos a identificar as pessoas presentes nas fotografias e a corrigir alguma imprecisão do texto ou completar o mesmo. Juntos, vamos construir um mosaico de recordações que nos permita preservar a história da nossa terra.


    Um Tributo ao Cubal: 

    Imagens e recordatório: Fernanda Valadas;

    Texto: Ruca


    28 fevereiro 2025

    Cubal, terra de talentos: O desporto em destaque no Jornal de Benguela

    Este artigo de 27.03.1969 resgata a memória de um tempo em que o desporto cubalense pulsava com vitalidade e paixão. O entusiasmo de Novais da Silva (que já havia residido no Cubal)  ecoa até hoje, inspirando-nos a valorizar o potencial desportivo da nossa terra e a cultivar o espírito de união que ele tão bem descreveu. Que a história do Recreativo do Cubal e de suas atletas talentosas nos inspire a construir um futuro ainda mais promissor para o desporto cubalense.
    Texto: Ruca
    Acervo : Fernanda Valadas

    "Por mais de uma vez nas colunas deste jornal e de outros órgãos da Informação da Província, ventilámos a possibilidade do Cubal estar presente na vida Desportiva em que se integra.

    O facto, de por várias vezes termos sido residentes da terceira cidade do Distrito de Benguela, tem-nos proporcionado a oportunidade de aquilatarmos do valor desportivo do Cubal. Portanto, foi com grata satisfação que lemos a notícia que este jornal publicou numa das suas últimas edições, de que o Clube Recreativo do Cubal ia participar com uma equipa sua, no campeonato distrital e até possivelmente no torneio de Abertura, que terá início no próximo domingo.

    Do valor e possibilidade do Cubal, nunca duvidámos. Rapaziada esfuziante e que gosta da sua terra não lhe falta. Gente com capacidade para orientar o seu Desporto, também felizmente por lá existe. E não é só em futebol, que a cidade do Cubal pode estar presente nas provas do seu distrito. Também em outras modalidades o Cubal pode ter presença válida e valorosa, e daqui estamos a recordar uma equipa de basquetebol feminino, que começámos a germinar naquela cidade, e onde se estavam a revelar jogadoras de muito apreciável nível técnico. Podemos afirmar que moças como Fernanda Silva, Fernanda Valadas, Lília, Rosa e outras de que de momento não temos presente os seus nomes, seriam valores positivos do nosso basquetebol feminino, se lhes fosse dada oportunidade de competirem a sério, em provas oficiais.

    Mas o assunto, agora não é basquetebol, mas sim futebol, o desporto das multidões. O Recreativo vai dar o arranque. A cidade do Cubal tem o dever de estar presente no campeonato do seu distrito e como tenacidade não falta às gentes cubalenses, por que não na prova máxima da Província?

    Porém, faço daqui um pedido a todos os cubalenses. Nada de politiquices clubistas. Uma equipa, mas válida. Neste caso, que envergue a camisola do Recreativo, mas que para além de simples equipa de clube, seja a verdadeira representação de uma cidade, estuante de vida e de querer. Nada de dispersão de valores. O Recreativo deu o pontapé de saída. Que todos os cubalenses se juntem em volta da bandeira do mesmo. Se todos forem unidos e derem o seu contributo sincero, desde já podemos afirmar: temos equipa para largos voos.

    Portanto, amigos do Cubal: corações ao alto e lembrem-se do velho ditado: «A união faz a força».

    NOVAIS DA SILVA"



    27 fevereiro 2025

    A Tribo Muhanha da Fazenda Caviva: Um património cultural inestimável

    As imagens da tribo Muhanha capturadas na Fazenda Caviva, naquela época propriedade de António Valadas, são um testemunho vibrante das tradições e costumes que moldam a rica tapeçaria cultural de Angola. Estas fotografias, focando nos jovens durante a iniciação da adolescência, revelam um rito de passagem profundamente significativo na vida da tribo.

    Uma imagem em particular destaca-se: uma jovem Muhanha com adornos intrincados nas tranças. Estes adornos não são apenas enfeites estéticos; são símbolos carregados de significado cultural, refletindo a identidade e a herança da tribo. Outra foto mostra um grupo de pessoas em pé, provavelmente durante uma reunião comunitária, com várias outras figuras ao fundo, vestindo diferentes tipos de roupas, incluindo chapéus e jaquetas.

    Noutra imagem, vemos um grupo de  pessoas, algumas sem camisa, num ambiente rural ou tribal, sugerindo um contexto cerimonial. A estrutura de palha ao fundo reforça o cenário de aldeia. Além disso, há uma fotografia de indivíduos de costas, vestidos com trajes tradicionais, incluindo cocares e saias em camadas, participando numa atividade comunitária.

    Uma das fotos mais tocantes mostra um grupo de pessoas, algumas com coberturas para a cabeça e outras carregando itens nas costas, em um cenário natural. Este momento congelado no tempo é um vislumbre da vida diária e das interações sociais dentro da tribo.

    António Valadas, com a sua paixão por história e geografia, conseguiu capturar estas nuances etnográficas com uma sensibilidade e compreensão raras, contribuindo imensamente para a documentação visual da cultura Muhanha. Infelizmente, a transição de Angola para Portugal trouxe consigo uma perda incalculável. Muitas das imagens capturadas por António Valadas foram destruídas pela chuva, privando-nos de um património cultural que seria inestimável. No entanto, as fotografias que sobreviveram, partilhadas generosamente pela filha Fernanda Valadas,  continuam a servir como janelas preciosas para um passado culturalmente rico e diversificado.

    Estas imagens não são apenas registros visuais; são narrativas silenciosas que falam de um mundo de tradições, de histórias não contadas e de uma identidade coletiva que resistiu ao tempo e às adversidades. Cada fotografia é uma homenagem à resiliência e à beleza da tribo Muhanha, e ao olhar atento de António Valadas, cujo legado fotográfico continua a inspirar e a educar.

    Nota do autor: caso seja verificado alguma incoerência histórica ou outra, no texto que publico, queiram por favor dar-me nota. Obrigado  Ruca

    Fotos: família Valadas 

    Pesquisa em várias fontes online e livros/ Texto:  Ruca

    foto1 




    Foto 2

    foto 3



    foto 4

    foto 5