Do meu baú pessoal e familiar surge mais esta fotografia, que provavelmente foi tirada no mesmo dia da imagem partilhada pela amiga Eufémia Marques em post anterior .
Na imagem, em destaque e com a serenidade de quem já carregava luz própria, está a minha linda futura mãe, Júlia Flórido (Gonçalves). De vestido branco, em pé à beira da piscina do Jardim do Ferrovia, onde hoje a memória corre mais forte que a própria água. Ao fundo, outras crianças e jovens parecem partilhar a mesma alegria desse tempo simples e puro.
Como referiu a Eufémia, não existia ainda o edifício do Clube Ferrovia — apenas os bungalows de madeira acolhiam as festas e encontros que tantos recordam com saudade. Mas a felicidade já morava ali, naquele espaço que era de todos, onde cada banco, cada árvore e cada olhar se tornavam eternos.
É impossível não me comover ao ver a minha mãe assim — jovem, bonita, firme no seu jeito tímido e elegante, sem saber ainda tudo o que a vida lhe reservava. São estas imagens que nos ligam à nossa origem, que dão rosto às histórias que ouvimos em casa e que, agora, partilhamos para que não se percam no tempo.
Com este registo, deixo mais uma peça do grande puzzle da memória cubalense.
Que esta imagem toque também o coração de quem a vê — e que ajude a manter viva a alma do nosso Cubal Angola Terra Amada.
Com carinho,
Ruca
https://cubal-angola.blogspot.com