15 março 2011

Informo que estarei ausente dos blogues do Cubal (Cubal Terra Amada; Diáspora e Cubal Cidade em Progresso), nos próximos tempos. 
Poderão entretanto continuar a enviar os  testemunhos (textos e imagem) que serão publicados no nosso blogue logo que oportuno, o mesmo acontecendo àqueles que já me foram remetidos.
Obrigado

13 março 2011

Teatro - Peça " O Costa d'África"-C. D. Ferrovia do Cubal

1.
2.
3. Morais em" O Costa d'África"-C. D. Ferrovia do Cubal- Maio de 1967

O Morais honrou a promessa feita há uns dias atrás.
Envia-nos estes excelentes testemunhos onde podemos recordar a sua actuação naquela peça de teatro. Peço que me ajudem a identificar os restantes actores .
Paralelamente, a Lourdes e o Morais enviam-nos outros excelentes testemunhos que irão ser publicados nos próximos posts.
Um agradecimento à família Morais por mais esta participação e votos que continuem sempre.
Abraço
Ruca

Teatro - Peça " O Costa d'África" -C. D. Ferrovia do Cubal 1967


1.
Em pé: Ferreira-Chefe Segurança CFB-,Mário Lopes Correia -Telefon.CFB, Morais, Inspector Albuquerque e esposa (CFB), José Luís Pena, Quim Santos, Prof. Leonel Teixeira Neves, Magueta, Gil.
Sentados: Fernandes (Casa Macaco), Isabel Costa Lima, Celeste Almeida, Teresa Terceiro, ????, Emília Fernandes, ????,Lília ALmeida e Aurora Fernandes.
Quem sabe o nome dos restantes ???

2.
José Luís Pena, Celeste Almeida, Teresa Terceiro, Isabel Costa Lima e Quim Santos

3.
???, Teresa Terceiro, Isabel Costa Lima, Aurora Fernandes,Celeste Almeida, Quim Santos, Lilia Almeida e Emília Fernandes

TRAQUINICES DE INFÂNCIA, por Fernanda Valadas


Andava eu no 1º ano do ciclo, no colégio do Sr. Vítor, quando o Farinha nos disse que existia um enorme  enxame de abelhas  numa acácia amarela em frente a sua casa. Por sorte, ou azar, tivemos um "furo" de uma hora e como fiquei com a pulga atrás da orelha, convidei a Amélia Cravo para irmos ver o dito enxame.

A Amélia que era tão ou mais malandra que eu, embora não parecesse,  alinhou de imediato. Lá fomos as duas  até a árvore ver o enxame de tamanho descomunal.

Olhamos e remiramos aquele grande cacho de abelhas. De repente lembrei-me de apanhar umas pedras e comecei a atirar com o propósito de lhes acertar. A Amélia fez a mesma coisa e como a nossa pontaria não era ma  as abelhas iam-se espalhando e nos sempre insistindo! A certa altura, a pontaria foi tão certeira que metade do enxame se despegou e estatelou-se no chão. Missão cumprida. Eu e a Amélia fugimos e regressamos as aulas. Tudo  isto se passou na parte da manha, naquele tempo não tínhamos aulas a tarde.

Tudo esquecido! Não mais nos lembramos das abelhas. A minha irmã Olga fazia parte do coro da igreja e nesse dia tinha ensaio por volta das 16 horas e antes de sair de casa deu-me uma carta para eu por nos correios. Eu, para não ir a pé, esperei que o meu pai chegasse para ir de motorizada.

Para quem não saiba, os correios ficavam onde mais tarde se localizou o Bar Karivera.
Convidei a Elizete Mendes para ir comigo, ela encavalitou-se na motorizada e lá fomos as duas.

Subi pela rua da igreja e virei a esquerda, ou seja para o lado do quartel. A minha irmã e as colegas, ainda estavam a porta da igreja e quando ela me viu, acenou-me e dizia-me qualquer coisa que não percebi, mas entendi o gesto. Ela, fez o gesto de não, e apontou para o lado da casa Macaco. O que é que eu entendi, não vás por ai, vai pelo outro lado, da casa Macaco, claro!

Faço a inversão de marcha e vou para o lado que não devia. Nem sequer me lembrava do que tinha feito.
Entro na rua e quando já estava a meio, perto da casa do padre, começo a sentir pequenas partículas a baterem-me na cara e a agarrarem-se nos meus cabelos. Levanto o olhar e vejo milhares de abelhas no espaço. Paro a motorizada, pu-la no descanso, no meio da rua, e vá de correr ao mesmo tempo que tentava sacudir as abelhas do cabelo.
Na esquina  estava o Alexandre Fonseca, O Ramos do café e o Sr. Valente e eu naquela aflição e toda coberta de abelhas, pensando estar ali a minha tábua de salvação, corri para eles, mas, qual quê...em vez de me socorrerem fugiram a sete pés, eu levava o enxame atrás de mim. Eu tinha 11 anos e estava completamente desorientada e aqueles que me poderiam socorrer fugiram.
O Alexandre teve um rebate de consciência, voltou atrás e começou a ralhar com os outros dois.
Sem se chegar muito perto de mim, encaminhou-me para a oficina do Raul, mostrou-me uma torneira e mandou-me meter a cabeça debaixo da mesma e com todo o cuidado e a medo lá abriu a mesma.
As abelhas molhadas ficaram inofensivas, mas só eu sabia o quanto sentia as dores das dezenas de ferroadas.
Dei uma volta enorme para ir para casa e quando lá cheguei, estava a Elizete debulhada em lágrimas por ter sido picada num dedo da mão, uma única ferroada.
O meu pai quando me viu naquele estado, ficou alarmado, foi buscar o livro, "O Médico do Lar", e seguiu as instruções. Por cada ferrão tirado punha uma pedra de gelo. Por incrível que pareça foram-me retirados trinta e tal ferrões só no couro cabeludo e dezenas de abelhas agarradas ao cabelo.
Não fui ao médico, não tomei nada, só que andei bastante tempo sem poder tocar  em parte alguma do pescoço para cima, para além de um ligeiro inchaço.
Aprendi a lição e nunca mais na minha vida me meti com abelhas, onde as houver, eu passo ao largo.
Moral da estória: CÁ SE FAZEM, CÁ SE PAGAM!