23 outubro 2011

Cubalenses

Vamos identificar estas caras amigas conhecidas.
Façam os V. comentários.

Homenagem ao basquete, às basquetebolistas e corpo técnico feminino cubalense

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Prevejo alguma alegria e emoção cubalense, alí para os lados do Lobito.
Estarei enganado Celeste e Victor Alves?
Ruca
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Ruca
Envio algumas fotos gentilmente cedidas pela Elga e Letinha
Helena Carvalho
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Obrigado à Elga e Letinha pela cedência das imagens, bem como à Helena Carvalho que, com mais esta sua excelente colaboração ao enviar as mesmas, permitem a partilha destes (e dos outros que virão a seguir) belos testemunhos pela comunidade cubalense espalhada pelo Mundo.
Obrigado uma saudação especial.
Ruca

RECORDAÇÕES DOS BONS VELHOS TEMPOS NO CUBAL, por Fernanda Valadas


 Clube Beneficente e Recreativo do Cubal
Tema:- Cinema e seus envolvimentos
1ªParte
Anos 50/60

ÀS 4ªs e sábados todas as tardes uma carrinha com uma grande campânula percorria as ruas do Cubal anunciando o filme da noite, através da voz do Bibito Guerra, acompanhado dos últimos sucessos musicais da época, rock and roll.
Após o almoço, era grande a azáfama em minha casa, já que éramos uma família grande e tínhamos de cuidar das toilettes. Passava-se a roupa a ferro (de carvão), punha-se goma nos saiotes e laçarotes (água com farinha de trigo), engraxavam-se os sapatos (de verniz com azeite e os brancos com Blanco), vincavam-se as calças do meu pai e irmãos, punham-se as palhetas nos colarinhos das camisas, limpavam-se os casacos de fazenda com café. Depois de tudo pronto, estendiam-se as roupas nas camas respectivas para serem usadas na devida altura.
Jantava-se mais cedo e depois, cada um ia preparar-se para a grande sessão.
Eu e a Anita éramos despachadas em primeiro lugar. As minhas irmãs Olga e Lisete penteavam-nos e punham-nos uns laçarotes no cabelo com 6 ou 7 cm de largura, cheios de goma que na cabeça mais pareciam umas borboletas gigantes. Diga-se de passagem, que nunca gostei muito desses atavios, mas, naquele tempo, o regime era: come e cala!
A Olga e a Lisete levavam mais tempo nos seus preparativos. Ripavam o cabelo para poderem fazer grandes poupas e para isso usavam água e limão para as mesmas ficarem bem firmes. Punham pó de arroz, rouge, creme Pound's, batom e no fim o perfume muito em voga, Tabu.
Tudo pronto, havia ainda que por uns cintos muitos largos que eram apertados ao máximo para fazerem uma cinturinha o mais estreita possível.
Todos estes preparativos levavam o seu tempo e o meu pai impaciente a espera no portão.
A sessão começava as 21 horas, ia-se sempre com antecedência por causa das praxes.

Quando se chegava ao clube, já os rapazes estavam no cimo da escadaria em alegres cavaqueiras, mas sempre atentos a chegada das suas eleitas. Naquele tempo, um a simples troca de olhares era uma grande emoção e felicidade.
Os homens levavam as mulheres aos seus lugares dentro da sala, sem que antes o Alexandrino cortasse os bilhetes, saiam e iam para o salão jogar bilhar, "ping pong", beber uma cerveja ou fumar. As senhoras, dentro da sala, saiam dos seus lugares e iam ter umas com as outras e aproveitavam aquele tempinho para porem a conversa em dia.
Nós, as crianças, entravamos com os nossos pais, mas depressa nos escapávamos e íamos para fora jogar as escondidas ou ao "canhe", ou então andar num celebre baloiço que o Zé Lemos tinha feito numa acácia em frente ao clube.

Às 21 horas começava a sessão.

2ª Parte
O CINEMA

Tal como o meu pai, havia um certo número de pessoas que tinham lugar cativo, o que equivale a dizer que existiam um determinado grupo de crianças e jovens que marcavam presença em todas as sessões. Crianças até 12 anos não pagavam" bilhete".
Vou fazer uso da minha memória fim de enumerar o nome das crianças que, salvo raras excepções, não faltavam a uma sessão.
Anabela e Zé Simões, Graça Gouveia, Dália Botelho, Olga Santos, Palmira, Maria Sampaio, Céu Canais, Ana Maria Paulista, Gaby Ferreira, Teresa Mota, Anita e Nanda Valadas, Henrique Faria, Carlos e Silvério Falcão, Zé e Quim Queirós, Zé Lemos, Chico Valadas, Hernâni Cabral, Fernando Alexandre, Luís e Cabolas, Vítor (hotel) e Vítor (algarvio), Canais, Armando Ferreira, Necas e Carlos Abreu, e… outros mais que não recordo de momento.
A sala era composta por cadeiras de madeira todas ligadas umas as outras e a frente duas idas de bancos corridos de cada lado da coxia. O lado direito era destinado aos rapazes e o esquerdo as raparigas - não haviam misturas, homens eram homens e mulheres eram mulheres- cada um no seu canto...
Naquele tempo, as habituais tinham o seu lugar marcado e se a sala ficava superlotada, os não habituais
Sentavam-se no chão, onde por sinal dormiam grandes sonecas por não estarem habituados aquela rotina.
A sessão abria com "bonecos animados", O Sr. Pitosga, Tom e Jerry, Bugs Bunny, para nossa tristeza eram apenas 5 ou 10 minutos. Seguidamente vinha um documentário, umas vezes interessante, outros aborrecidos, para nas crianças, claro!
Completo delírio eram os três estarolas. Ai sim! Toda a sala vibrava com gargalhadas hilariantes.
Para nos, filmes bons, eram aqueles em que o "artista" matava todos e nunca morria, tais como: Índios e cow boys-Randolph Scott, John Wayne, Gary Cooper.Espadachins- Zorro, Errol Flyn, Tyrone Power.Tarzan, Cantinflas, Fernandel, Sissi e posteriormente filmes bíblicos, tais com Os 10 Mandamentos, Ben Hur,etc.. Quando o filme não nos interessava, tínhamos duas alternativas, ou dormíamos nos bancos ou íamos lá para fora brincar.

3ª Parte
O BALOIÇO

O Zé Lemos teve a ideia de fazer um baloiço numa acácia que havia em frente ao clube velho.
Só que não era um baloiço convencional, eu explico:
-Ele, Zé Lemos, arranjou duas cordas de sisal das mais grossas e amarrou-as a uma pernada da acácia a distância de 1,5/2 metros uma da outra. A fazer de assento, pôs um pau de bambu dos mais grossos. Como sabem o bambu tem uma superfície demasiado lisa, para além de ser cilíndrico.
Como já frisei anteriormente, nos intervalos dos filmes ou quando achávamos que o mesmo era um "barrete" íamos lá para fora brincar.
Naquele tempo a primazia era ainda das meninas e, como tal, nos éramos as primeiras a saltar para o baloiço e eles tratavam de nos empurrar. Até ai, tudo bem!
Conseguíamo-nos sentar cinco ou seis, tal era o comprimento do mesmo. As que ficavam nos extremos, agarravam-se as cordas, as outras agarravam-se umas as outras.
Quando nos começavam a empurrar e o balanço já era grande, ai começava o festival do desequilíbrio...as do meio escorregavam, agarravam-se as companheiras do lado que por sua vez também se desequilibravam e acabávamos por ficar penduradas pelas articulações das pernas, tipo trapezista, e com as mãos a segurar o pau de bambu, já que os nossos apoios dos lados não nos serviam de nada. Ficávamos com o rabo todo para baixo e os rapazes continuavam sempre a dar cada vez mais balanço e o resultado eram tombos valentes com algumas esfoladelas mas, nem isso nos fazia desistir, o que queríamos era andar.
Um certo dia, para grande tristeza de todos, o baloiço já lá não estava, foi retirado.
Pelo que vim a saber depois, começaram a surgir vozes de protesto de alguns pais, cujos filhos apareciam com arranhões e esfoladelas, portanto, era uma diversão perigosa.
Tiraram-nos uma das melhores diversões, hoje reconheço que com toda a razão, mas quando me recordo ainda sinto vontade de rir pelas situações cómicas que o dito baloiço nos proporcionava.

4ª Parte 

O DESAPARECIMENTO MISTERIOSO

Certo dia, o filme que projectavam era demasiado monótono, sem acção, compondo-se apenas de diálogos, e já se sabe, para crianças isso não dá!
Eu, a minha irmã Anita, a Anabela Simões, a Graça Gouveia e a Maria Sampaio, nesse dia, éramos as únicas meninas espectadoras, a sala estava vazia.
Após o 2 intervalo, e como o filme estava a ser um grande "barrete" para nos, uma a uma fomo-nos deitando nas fiadas das cadeiras e adormecemos profundamente.
O filme terminou e todo mundo saiu, incluindo os nossos pais pois não nos vendo nos bancos pensaram que estávamos lá fora a brincar como tantas vezes acontecia.
Ao chegarem lá fora, as meninas não estavam lá e então começaram a perguntar as pessoas que ali estavam, só que a resposta era negativa. Pergunta aqui, pergunta ali, começou-se a gerar pânico e como e natural, todo o mundo começou a procurar-nos a volta do clube. Chamavam por nós mas...qual quê? Lá dentro não se ouvia e nos estávamos na 3a dimensão do sono.
A certa altura a Maria Sampaio acordou e ficou espantada por sermos as únicas pessoas dentro do salão e estando o mesmo a media luz. Acordou-nos a todas e o nosso  espanto também era grande. Não compreendíamos nada do que se estava a passar!
As páginas tantas, surge a mãe da Graça Gouveia, lá em cima no palco, onde ficava a máquina de projectar e, mal nos viu, sem que nada nos dissesse, saiu a correr lá para fora. Ai, ainda ficamos mais confusas, mal sabendo nos que a senhora foi a correr avisar os outros do nosso aparecimento.
Tudo isto durou cerca de 30/40 minutos após o término do filme. Calculem a preocupação dos nossos pais.
Apesar de não termos cometido nenhuma falta, não nos foram poupados alguns ralhetes com a ameaça de que nunca mais nos levariam ao cinema.
Na próxima sessão lá estávamos de novo, pois tudo tinha sido esquecido

5ª e última Parte

UM SOM DESLOCADO

Grande concentração no filme. Sala cheia. Silencio absoluto.
Alguém, confiado no controlo dos seus gases intestinais, achou que podia dominar "aquele" que a viva força queria vir para a rua. Entreabriu-lhe a porta para que "ele" saísse silencioso. Mas...qual quê?
O dito cujo tinha estado tão oprimido, que, quando viu a porta da liberdade ali mesmo em frente, abriu as goelas e deu um berro tão alto que ecoou por toda a sala.
Gargalhada geral, risos convulsivos.
Houve-se uma voz:
-Oh Valadas, o que foi isso?!!!!
-Valadas:
-Oh Valentim, não tentes disfarçar!
Gargalhadas redobradas.
De repente, ouve-se lá atrás uma voz:
-Esse não pagou renda. Foi despejado!...
As gargalhadas subiram de tom. Já ninguém dava atenção ao filme.
Do lado de fora quase se jurava que se estava a assistir a uma comédia hilariante.
Ficou-se na dúvida. Quem foi o autor? Valadas ou Valentim?

Lá no assento eterno onde te encontras, perdoa-me meu pai, mas fiquei sempre com a desconfiança de que foste tu.

Termina aqui o ciclo do cinema e seus envolvimentos.


20 outubro 2011

Notícias de cubalenses e amigos do Cubal -António Peixoto Baptista

TONI NO KARTODROMO



Caro Ruca boa noite,
Primeiramente muito obrigado pela publicação das fotos no Blog. Creio ter contribuído para que muitas pessoas revivam momentos agradáveis e inesquecíveis, bem como relembrem entes queridos que o destino há muito os separou. ...
(...)Diz ao teu avô Flórido que sou filho do Alberto Baptista da Chimbasse e da Elisa de quem ele era muito amigo. 
Aliás fiquei super emocionado ao vê-lo com 99 anos, rijo e lúcido.
Dê-lhe um grande abraço.
Para ti também um abraço fraterno do amigo,
Toni Peixoto Baptista

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Caro Toni,
Aqui fica o meu agradecimento pela tua colaboração e palavras amigas, também  para o meu querido avô Flórido. Aparece sempre.
Forte abraço com amizade
Ruca

Nas Fazendas do Chimbasse e Elisa

Pai Alberto em 1968  na Chimbasse Cubal
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Pai Alberto em 1968 e na Chimbasse Cubal
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Pai Allberto, Toni, Carlos, Mario na Fazenda Elisa
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Testemunhos cubalenses do António Peixoto Baptista

Mãe, tias Alice, Dalcina e Gracinda no Cubal 
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Meus pais e irmãos
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Pai Alberto, mãe Maria, Toni e Carlos no Cubal
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Pais e tios
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Pais padrinhos do casamento...
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Pais padrinhos irmã Fátima Cubal
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Casamanto dos tios Américo e Celeste no Cubal
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Tios e pais no Cubal
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Tios e pais no Cubal
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Mão Maria, Amândio Pinto, esposa, Toni e Carlos
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Mãe, tias Alice, Dalcina e Gracinda no Cubal
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18 outubro 2011

Oração de Sapiência, por André Querido (*)


Oração de Sapiência

Vários Encontros
Ao longo de muitos anos
Cubal no coração
É por isso que celebramos
E partilhamos
Todas as boas memórias
Convivendo alegremente
Contando várias histórias
Sobre aquilo que amamos
Sobre aquilo que vivemos
Pensando no Cubal
Só aí é que percebemos
Que faz parte da nossa alma
E também do nosso Ser
Marcados pelos sabores
Que Angola conseguia oferecer
Momentos únicos
Que eu gostava de ter vivido
E as coisas boas de que falam
Também ter sentido
Andar descalço
Provar frutos tropicais
Sentir a chuva quente
Apreciar belos animais
Ver o pôr-do-sol
A preencher o horizonte
Andar no capim
Ver as queimadas ao longe
Comer uma manga
Deixar o sumo escorrer
Observar as fazendas
E o sisal a crescer
O comboio cama couve
 A transbordar de pessoal
Chegava sempre a horas
À estação do Cubal
Cubal de nascimento
Cubal de coração
A terra a que chamamos
Terra da perfeição
E para acabar
Uma salva de palmas para a organização


André Querido (*)
Aguieira, 2011

(*)Oração de sapiência que o sobrinho da Diny Querido, o  André, de 15 anos, escreveu e leu no 22º Encontro na Aguieira

15 outubro 2011

10 outubro 2011

Cubalenses no Munhango

Munhango 1972,
Toni, Zé Tó Simões, Oscar Mata, Bravo, Reis,Pedro
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Munhango 1972,
Toni, Zé Tó Simões, Oscar Mata, Bravo, Reis,Pedro 
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Munhango 1972,
Toni, Zé Tó Simões, Oscar Mata, Bravo, Reis,Pedro
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