07 fevereiro 2011

VIDA REAL Nº 1 - Por Eduardo A. Flórido

À minha querida e Santa Mãe…
Uma noite destas escutava, como o faço diariamente, o telejornal (20 horas) de uma qualquer Televisão, quando com honras de abertura, a jornalista emocionadíssima, abria o mesmo de uma forma sensacionalista e direi um tanto ou quanto oportunista, ao frisar que numa prova de cabal demonstração e de dignidade absoluta, uma professora, por sinal pertencente ao Governo, que nos rege (da qual me recuso dar o nome, pois jogamos em equipes e posições diferentes), depois de ter dado à luz, sete, sim digo bem, sete horas depois, saiu da maternidade onde se encontrava internada e pelo seu próprio pé, foi dar o resto das aulas programadas para esse dia… Segundo a mesma o dever estava acima de tudo, e havia necessidade de dar exemplos destes para ninguém se convencesse que não seria sem espírito de sacrifício, que este pedacinho à beira mar plantado, iria para a frente. Louvável, exemplarmente louvável… Direi mesmo, convenientemente louvável. Tão exemplificadamente louvável, que sem dar por isso, desenfreadamente atravesso a barreira do espaço e do tempo e num regresso sem programa dou comigo em 1953, no Cubal mais propriamente na Fazenda Elisa, Abril, noite de 16 para 17. Irene de seu nome (eu preparava-me para dar entrada na estratosfera terrestre), gritava de janela aberta, para uma vizinha de nome Maria para que esta lhe acudisse. No entanto devido ao avançado da hora a mesma Senhora infelizmente não a escutava pois a distância ainda era alguma. Júlia e Joaquim Manuel, entretanto acordados devido aos gritos da mamã Irene, encontravam-se assustados pois pela primeira vez assistiam àquela mulher de aço, quase a vergar-se pelo ímpeto da mãe natureza. Júlia, ainda uma menina, sem saber aquilo que se passava dirige-se à mãe e pergunta-lhe porque ela gritava tanto e o que a afligia. A mãe sorri-lhe e diz-lhe, vão-se deitar, e não se preocupem, estou a gritar para afugentar um lobo, que passou diversas vezes pela nossa janela. Mas a irrequietude traquina de Júlia, debaixo da capa que só as crianças conseguem ter, diz-lhe docemente: Mãe, se é um lobo porque não fechas a janela? Irene olha para ele e sorri, e diz-lhe então, rápido meus filhos, preparem-se que vamos a casa da Dª Maria. Cada vez mais, sem perceberem nada do que se estava a passar, Júlia e o irmão Joaquim Manuel, tentam acompanhar a mãe, em vão, já que esta numa impressionante corrida, chega a casa da vizinha e apressadamente acorda-a e pede-lhe ajuda, contando-lhe que eu inesperadamente já tinha começado a minha viagem de entrada neste mundo. Dª Maria de pronto prepara-se e diz-lhe que de imediato a seguirá. Como entretanto as dores, aumentam a impaciência de Irene aumente tb., grandemente e de imediato corre novamente para casa, acompanhada pelos dois filhos Júlia e Joaquim Manuel, que quase morrem de medo, devido à escuridão que se fazia sentir, pensando no lobo do qual mamã Irene tinha falado e com medo que o mesmo lhe pudesse aparecer. Entretanto aí chegados, não suportando mais, o esforço que houvera feito em corrida acelerada (cerca de 300metros, ida e volta), Irene sem aguentar por mais tempo, cai e eu à entrada do quarto, dou comigo a berrar em cima de um tapete, porque não tinha tido a melhor aterragem no planeta Terra.
Uma estreia pouco auspiciosa.
00H 05M, marcava o controlador do tempo…
Dª. Maria entretanto chegada, vira-se para aquele que me acabara de dar à luz, e diz que não sabia nem o faria, cortar-me o cordão umbilical, pois também se tratava de uma grande responsabilidade, ao qual a minha mãe sorri, e pede-lhe para trazer o álcool, e uma tesoura, que ela mesmo faria isso. Dito e feito, esta mulher de armas, do qual me orgulho de ser filho, sem hesitações, corta-me o cordão umbilical, e deixa-me a navegar a partir daí entregue à sorte de ser mais um terrestre, componente do clã FLÓRIDO.
Quando o meu pai chega, ainda não tivera a oportunidade de o conhecer, fica embasbacado, porque era acompanhado pela Srª Dª Alda Pais, Enfermeira-Parteira, que em principio viria assistir à m/ Chegada. Mas apenas vem confirmar, que a minha querida mãe, já me tinha dado banho, já tinha lavado a roupa que entretanto se sujara, continuando calmamente a trabalhar naquilo que havia necessidade de fazer. Eu começava ali, a minha ODISSEIA TERRESTRE, que já vai em 57 anos…
Regresso ao presente, fecho a televisão. Vou à janela e sinto que há uma estrela que brilha mais do que todas as outras, no firmamento. Sei que me vê, eu sei que ela está lá, e sei que está a sorrir pelo milagre que uma professora pertencente aos homens que nos governam foi noticia de abertura de um qualquer Telejornal, por ter ido dar aulas depois de sete horas de ter sido mãe e ser convenientemente amparada numa maternidade.
Senti que a minha saudosa mãe me piscou o olho, e entre dentes disse: OUTROS TEMPOS, OUTRAS MÃES E LOCUTORAS SENSACIONALISTAS…

P.S. – Um agradecimento especial à minha irmã Júlia (Mãe do Ruca) sem a qual esta 1ª VIDA REAL, seria impossível, por ela me ter dado as dicas de um Passado, perpetuado já nas memórias do VIVIDO.
OBRIGADO JÚLIA.
OBRIGADO MÃE.

*Eduardo A. Flórido.

02 fevereiro 2011

Olá MÃE ANGOLA! (texto de Olga Valadas, escrito em 1993)

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Hoje dia 02 de Fevereiro, seria o aniversário da nossa saudosa Olga Valadas. 
Sua irmã Fernanda, envia-nos este belo texto pedindo que o mesmo seja partilhado através do nosso blogue.
Aqui fica a nossa homenagem. 

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Olá MÃE ANGOLA!

Digo apenas olá, para não deixar que em mim morra a ilusão de que foi ontem que nos despedimos num longo abraço, tão longo e apertado, que magoou nossos corpos e feriu nossas almas.
Não te pergunto como estás, porque sei que cada dia que passa te sentes mais fraca, mais combalida e mais agonizante. Sentes-te angustiada por veres correr no teu solo o sangue dos teus filhos que não te abandonaram e que continuam a lutar para te defender na esperança de que um dia, talvez não muito distante, possam conquistar a alegria e a paz, para poderem viver no ambiente de respeito e amor em que tu nos criaste.
Talvez tu, MÃE, nos julgues traidores por há dezoito anos termos sido obrigado a dizer-te adeus. Perdoa-nos MÃE, se inconscientemente te desiludimos, mas acredita: falando em mim, falo também por todos os teus filhos que hoje vivem errantes pelos quatro cantos do mundo.
Todas as noites no meu leito, deixo vaguear o meu pensamento e e com um sentimento misto de dor e alegria que recordo os momentos tão felizes que passei junto de ti, sempre protegida pelos teus braços vigorosos de imbondeiro.
De mãos dadas percorríamos os campos verdes onde os regatos de agua cristalina corriam livremente, saciando a sede dos homens e dos vários animais selvagens que contem a tua fauna.
Lembro-me tão bem, MÃE ANGOLA, quando me lavavas com mil cuidados nas tuas dambas, nos teus rios e depois me mostravas, orgulhosa, as cascatas e florestas em galeria... percorro mentalmente todo o teu corpo e em cada recanto descubro belezas inconfundíveis e incomparaveis, difíceis de descrever. Percorro as savanas onde tu tantas vezes subiste as árvores para colheres os seus frutos que me davas com tanta ternura e que eu saboreava com volúpia e avidez. A manga, o lohengo, o mamão, a goiaba e tantos outros cujo sabor, por vezes se mistura com o sabor salgado das minhas lágrimas.
Quando a tarde chega e o sol anuncia a sua partida, uma tristeza estranha invade todo o meu ser e recordo com intensidade as vezes que ambas, de cima de uma colina, víamos esse astro rei avermelhado e majestoso, esconder-se lentamente, por detrás das tuas florestas luxuriantes, ou então, por entre o cume das montanhas azuis, enquanto ouvíamos longínquos sons de cantares e batucadas ou ainda, o som grave e forte do rugido do leão; espectáculo maravilhoso digno de figurar na tela de um grande mestre e que todos os Homens deveriam ter o privilegio de ver, para que melhor pudessem amar e preservar o enorme paraíso que tu és.
Sei que choras neste momento, mas, MÃE ANGOLA, seca as tuas lágrimas. Se forte! Se sempre a MÃE coragem que os teus filhos conheceram. Lembra-te. O teu ventre e ainda jovem, e ainda fértil, e tal como outrora, ele voltará a fecundar e a povoar esse rincao de África onde nasci.
Perdoa-me MÃE! Mas sem querer duas lágrimas teimosas rolam-me pelas faces... também estou a chorar. Sinto a garganta apertada e os soluços incontidos irrompem fazendo o meu peito estremecer.
Na solidão da noite apuro os meus ouvidos e julgo escutar na voz do vento, o som indeleveldos teus gemidos e... lentamente, ergo os meus olhos aos céus e numa prece muda, mas sentida, peco ao Senhor meu Deus, que na sua Bondade e Omnipotência, se compadeça do nosso sofrimento e nos conceda a graça de nos podermos rever mais uma vez.
MÃE, não quero morrer sem voltar a ver-te, sem voltar a estreitar-te nos meus braços. Mas, se isso acontecer longe de ti, quero levar comigo para a tumba fria, um pedaço de terra vermelha arrancada do teu ventre. Quero que guardes na lembrança a ternura do meu último beijo em tua face, tão ardente como o calor tropical que emana do teu corpo.

Quero que guardes eternamente em teu generoso coração, a certeza de que:

- Mesmo para alem da morte, continuarei a amar-te e a chorar de saudade.

Amo-te, Angola minha MÃE!!!
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texto de Olga Valadas escrito em 1993

01 fevereiro 2011

Cubalenses

Zeca, Isaura Mendes,Matilde Olga Valadas*

*amanhã dia 02 de Fevereiro seria o aniversário da Olga Valadas. Teremos um belo texto seu,  no nosso blogue .

Anabela Berrones, Matilde, Manuela Pitagrós

Barroso, Telmo, Alberto Ribeiro e_______

Recordações cubalenses

Casamento de Celso Barroso e de Matilde Mendes

Casamento de Celso Barroso e de Matilde Mendes

Família Barroso (Matilde Mendes, Celso Barroso e Vera Barroso)


Olá Ruca!
Sou Vera Barroso, filha de Celso Barroso e de Matilde Mendes.
Muitas vezes tenho visitado este site, que é sem dúvida fantástico. Através  dele já tive oportunidade de reencontrar amigos, relembrar lugares…
Na semana passada entrei em contacto com o Dinis que se lembrava dos meus pais e mandou fotos da nossa casa na Cassiva. 
Foi emocionante!
Mando agora o meu contributo em fotos, com um beijinho para todos os cubalenses.
 Para ti um grande OBRIGADA por este site.
P.S. Fiquei contente com as obras de recuperação do Cubal, como se pode ver pelas fotos enviadas pelo Dinis.

28 janeiro 2011

Notícias dos Cubalenses e amigos do Cubal - Raquel Marisa Gil Nequinha- filha de Norberto Gil e Maria Augusta

Ruca não o conheço pessoalmente,mas já ouvi falar de si,através dos meus pais . Nasci na cidade do Cubal,mas vim para Portugal ainda bebé,mas sinto da parte dos meus pais e irmãos mais velhos uma paixão e saudade enorme dessa terra.Sou filha do Norberto Gil e Maria Augusta ,neste momento residentes em Lamas de Orelhão,Mirandela.Se lhe fosse possível tirar fotos da casa e da loja que deixaram aí, e publicar no meu facebook ficaria-lhe grata.Se necessitar alguma informação é só dizer.
obrigado
Raquel Marisa Gil Nequinha

25 janeiro 2011

Na Eleição da Miss Cubal em 1973

Helena Santos, Riquita e Maria de Lourdes

Bela recordação. Fui convidada a assistir a esse concurso, porque não pude concorrer. Estava a estudar no lar da Mocidade na Ganda e a Direcção do Lar não me autorizou a concorrer. Então fui só assistir.
Helena Santos

24 janeiro 2011

Notícias dos Cubalenses e amigos do Cubal - Amândio Pinto (filho do grande Mandinho)

Nome: Amandio Barbedo Pinto
E-mail: amandio_pinto79[at]hotmail.com
Localização: United Kingdom


Olá sou filho de um apaixonado de Cubal. O meu pai era conhecido por Mandinho, trabalhava na empresa "Joaquim de Sousa",e jogava futebol no Recreativo de Cubal.
O meu pai perdeu as referencias e contactos de todos os seus conhecidos, por isso gostava de lhe dar o prazer de rever alguém desse tempo.
Ele fala-me muito da equipa de futebol que jogava em 1972/1973...
Recreativo de Cubal 1972/1973

O meu pai era avançado seu nome Mandinho, Porto, Cristina, Eusébio, TitoMachado, Mendes, Ze Maria, Quim, Dias, Telmo, Dionisio, Canais, etc...depois foi jogar para Nacional de Benguela...
Se alguém se lembrar do meu pai ou tenha alguma infomacao, porfavor entre em contacto comigo. Obrigado. amandio_pinto79[at]hotmail.com

Uma homenagem ao Jaime Oliveira, que tantos filmes nos deu no Recreativo do Cubal


Quem não se lembra deste?

22 janeiro 2011

Olga e Viana num dia Feliz

Olga e Viana num dia Feliz

Recordações cubalenses

Purificação Pereira de Lemos
e
Emídio de Lemos

Daniel Nogueira
Viajante de Santana e Silva de Benguela

A Portela & Cª Lda
Benguela

Convite de Casamento cubalense - 03 de Agosto de 19__





 Casamento de 
Maria Idalina Antónia da Silva e Pedro Paulo Dias

Notícias dos Cubalenses e amigos do Cubal -Costa Pereira

Em 2009, tive a felicidade de conhecer essa encantadora e fértil região angolana, onde se situa a cidade de Cubal. Assim como também esse benjamim país cujas potencialidades naturais são enormes e quando devidamente exploradas seu povo viverá feliz na abundância e paz. Oxalá não tarde. Nessa viagem conheci em Caimbambo o cubalense Sr. José Pedro Haleka se for leitor deste interessantíssimo site receba um abraço muito apertado deste que é o pai da Drª Gisela Pereira.
Nome:  Costa Pereira 
E-mail:  j.a.costapereira[at]sapo.pt
Web:  http://aquimetem.blogs.sapo.pt
Localização:  Portugal Portugal


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Caro Costa Pereira,
É sempre um privilégio receber mais um amigo do Cubal. Apareça sempre, se possível com algum testemunho.
Um abraço
Ruca

Comentário da Sofia Resende - "Efeitos do nosso blogue e da generosa participação de todos"

Boa noite Ruca.
Tenho passeado p/ CUBAL por vezes raramente como fazia há 36 anos atrás, mas as surpresas são enormes e gostosas. Senão vejamos; me dei conta que a casa que ajudei a construir no Cubal, ainda existe e pude mostrar aos meus filhos e Fernando; graças ao Dinis que p/sua gentileza nos deu este colírio p/nossos olhos. p/mim foi emocionante e gratificante pois como disse um pouco lá atras eu ajudei a fazer os tijolos de barros ; assim eram passadas as n/férias... Ontem domingo volto a passear e lá está um neto de Cubalense p/se juntar ao clube da AMIZADE dos Cubalenses; e graças ao s/blog nos estamos a comunicar querendo saber do restante da família...
Agora continuando m/passeio , e olhe que hoje é segunda feira me deparo c/um relato muito curioso do Canais onde ele diz que a Fernanda era militante ativa do MPLA, e que ela ajudou muitos Cubalenses a sairem de lá . Curioso que meu pai foi avisado p/deixar a cidade numa determinada noite sob pena de represália p/toda família e ele n/revela por nada neste mundo quem o avisou...
 Bom se foi a Fernanda m/agradecimentos pelo trabalho interessante ....
Grata
Sofia Resende
17/1/2011

Nome:  Sofia G. Resende 
E-mail:  sofiagresende[at]gmail.com

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Olá Sofia,
Muito obrigado pelo teu comentário e participação.
Um abraço para todos vós.
Ruca

17 janeiro 2011

Notícias dos Cubalenses e amigos do Cubal -Luis Brandão (neto de Emílio Domingos da Silva, do CFB e de Maria Glória Silva)

Boa tarde,

So para lhe enviar um cumprimento, pois foi com agrado e emoção que vi o meu avô(Emilio Domingos da Silva) numa foto publicada no seu Blog.

Em breve enviarei fotos da minha familia que devido ao trabalho no CFB percorreram muitas cidades de Angola, incluindo o Cubal.

Com os melhores cumprimentos,

Luis Brandão

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Caro Luis
Obrigado pela presença.
Todos ficamos a aguardar por esses testemunhos cubalenses.
Apareça sempre!
Um abraço
Rui (Ruca)

Cubalenses - Família Guerra Brito

1.Eu , Cristiana Guerra Brito ,com 9 anos no Cubal.
2.Meus avós maternos :Adelina e Jacinto Guerra
3.Meu pai José Brito , e meus irmãos Carla e Emmanuel Brito.

Fotos e texto ced. Cristiana Guerra Brito


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Amigos Cubalenses

Conheci muito bem esta família Guerra e também o velho Brito como os mais candengues lhe chamavam.Joguei com ele futebol ainda nos tempos idos dos regionais,em que o Brito mandava na defesa, porque com ele em jogo, ou passava a bola ou o jogador.Desejo aqui neste pequeno espaço, fazer uma homenagem ao homem q era Cubalense dos pés à cabeça e deste estatuto se orgulhava imenso. É uma homenagem tardia, mas, só os mais velhos é que se lembram deste grande homem com o seu lenço na cabeça a travar os aguerridos adversários. Sempre bem disposto, respirava alegria e era um verdadeiro Gentleman, aliás foi o primeiro q conheci. Para todos os herdeiros da família Guerra, fica aqui a homenagem do seu eterno amigo Carlos Canais.

16 janeiro 2011

Reencontro 49 anos depois... apenas falta o nosso amigo e saudoso Viana.

Graciete Cabral e Emília Cunha
 Ruca,
Faço votos de boa saúde.
Junto fotos do passado e o encontro 49 anos mais tarde.
Graciete Cabral dançando com o falecido Viana.
Viana dançando com Emília Cunha
e por ultimo as duas amigas reunidas 49 anos mais tarde foi uma alegria .
Um abraço e cumprimento aos pais.
Romão
Viana e Emília Cunha

Graciete Cabral e Viana


Participa no nosso blogue - Envia os teus testemunhos

Cubal sempre!

12 janeiro 2011

Reportagem do Emissor Regional do Cubal

1. Numa reportagem do Emissor Regional do Cubal
(delegação do R.C.B. -Rádio Club de Benguela),
no aniversário do Banco de Angola do Cubal em 1967.
Juntamente com o camarada Costa.

Texto no verso da foto:Pena

Cubalenses - Eduardo Narciso e amigos

1.Caetano, Aranha e Eduardo Narciso
28.01.1954
1.1
2.
3.
4.
5.
6.


A Catarina Monteiro, envia-nos uma série de testemunhos do seu querido avô Eduardo Narciso.

Quem não se lembra deste saudoso amigo?

Professoras do Cubal

1. "Encontro" no Cubal , há uns anos atrás.
2. Encontro no Luso 2008
Olívia, Adalgisa, Olga Santos
Quem não se lembra ?
Ontem como hoje, a amizade perdura.

10 janeiro 2011

Notícias dos Cubalenses e amigos do Cubal - Nuno Valter

Nuno Valter diz
"Sou angolano,filho do já falecido Fernando Matos, irmão do Gelásio Matos meu tio,queria ser tb um amigo de todos os cubalenses.....abraços."

Nuno Valter Matos

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Caro Nuno,
Bem-vindo,
Abraço
Ruca

05 janeiro 2011

"Vidas Reais - O seu culto", por Eduardo A. Flórido

Devido à insistência, direi mesmo, esmagadora, por quem nutri e continuarei a nutrir grande simpatia, e pelas pessoas envolvidas em diversos pedidos que me foram feitos, sentindo de todo um conjunto de peripécias vividas, elaborarei minuciosamente um conjunto de histórias, passado noutros tempos que algumas vezes fui sujeito e outras apenas observador, mas que na realidade, e nem se levanta a questão de não serem fidedignas, foram tidas com o meu fiel testemunho e de muitos (que me desculpem) que aqui vão ser postos a nu (salvo seja). Devido ao caricato, de muitas situações fomentadas por uma juventude rebelde, mas autêntica e nunca de aceitação fácil, como era a nossa, vivida naquele tempo. Altura em que viver, era sinónimo de liberdade, liberdade essa nem que fosse conquistada à custa de alguns golpes de Karaté, praticados por cintos, já calejados e bem torneados pelos quais , pessoalmente era presenteado, em casa, depois de algumas façanhas desiquilibradoras, de todo um menos bom porte, atrevo-me a dizer mesmo, diário. Peço antecipadamente desculpas àqueles que visionarei, logicamente, dentro de certos parâmetros, parâmetros esses que inevitavelmente não atingirão a dignidade de quem quer que seja, mas apenas servirá de uma doce lembrança, às tropelias de um passado, ainda não muito distante, apenas 480 meses (40 anos, safa!!!), e que nos farão certamente, recordar todos aquele que quiserem fazer o favor de me ler, o ladear do actual tempo, ao regresso, da época do nascido, regressando de novo à actual data. Tentarei ser de todo fiel à narração, do vivido, do sentido, do exposto salvaguardando sempre se for caso disso, mas penso que não, todos os envolvidos, nestas suculentas e agradáveis histórias, que apanhará desprevenido, disso não tenho dúvidas, muita gente aqui focada... Essencialmente será um espaço que apelidarei de: VIDAS REAIS - O SEU CULTO.
Assim apresentado quero dedicar esta 1ª HISTÓRIA DE VIDAS REAIS, À MEMÓRIA DA MINHA QUERIDA, FALECIDA SANTA MÃE e muitas outras MÃES E não só do Cubal , mas de uma toda África passando ainda e tb., por mulheres negras que naquele continente certamente que com episódios quase iguais, mas que foram e são grandes mulheres, senhoras de uma capacidade de sofrimento pelos seus que certamente e hoje ao verificar o tratamento para com os seus familiares de certas pseudo-madames me torço todo como homem que sou sentindo, nesse capitulo e não só, cada vez mais a ausência daquela que partiu em Dezembro dia 29 do ano 2007. Um enorme agradecimento, pelo homem que sou, àquela que DEUS um dia me tirou da n/companhia e viu que deveria a levar para junto D'ELE, porque a sua missão houvera terminado na Terra
Assim sendo tentarei mensalmente, contemplar-vos, com situações diferentes, memorizadas no espaço e no tempo, convicto que esta rubrica no BLOG - DE ALGUÉM QUE ME É MUITO QUERIDO, o meu sobrinho Ruca, ciente que não é de modo algum que parto em busca de louros, antes em prol, de todos os Cubalenses, apenas participando numa obra imparável e que fundamentalmente nos visiona a todos, de lembranças memoravelmente inesquecíveis.
P.S- Um cumprimento especial ao Canais e pedir-lhe desculpas, porque ao referir-se ao Mandinho, no jogo contra o Atlético Club de Portugal, refere o resultado final de 3-3, quando na realidade o resultado foi de 5 a 3 a favor do nosso Recreativo. Tal como o Canais diz, no fim da primeira parte perdíamos por 0x3, no entanto depois de uma soberba exibição do Recreativo, na 2ª parte marcamos 5 e não sofremos nenhum golo. Lembro a titulo de curiosidade que jogava nessa altura o Baltazar (com quem estive a falar há alguns dias no seu Restaurante), e que no ano seguinte ingressou no Sporting... Jogava ainda o Leitão (genro do Valentim) e a equipe do Atlético era treinada pelo inglês TED SMITH, que ficou impressionado com a exibição do nosso pequenino na estatura, mas um senhor Jogador, e senão me engano o negrinho BRINCA NA AREIA, (penso que de nome QUIM). A sua exibição foi tão soberba apesar do fabulosissimo golo do Mandinho, que mesmo nesse fim de tarde, Ted Smith quis trazer o fulano para Portugal, mas desistindo da ideia depois de saber que o mesmo tinha... 34anos. À laia de curiosidade diga-se que o Atlético fez oito jogos, em Angola, despachou-os a todos excepto o Cubal, a única equipa do continente Africano a ganhar ao Clube da Tapadinha.
A todos os Cubalenses,
Votos de um ano de 2011, cheio de coisas mais do que Boas (Óptimas).
Eduardo A. Flórido

Malangatana, o ''imbondeiro da cultura''

África...o Mundo está mais pobre.
Faleceu o artista de excepção! 
Para além da pintura, Malangatana Ngwenya deixou-nos um legado de arte como cerâmica, tapeçaria, gravura e escultura. Foi ainda poeta, actor, dançarino e músico, entre outros.
Aqui fica a nossa homenagem ao "imbondeiro da cultura"




Pensar alto

Pensar alto
Sim
às marrabentas
às danças rituais
que nas madrugadas
criam o frenesi
quando os tambores e as flautas entram a fanfarrar

fanfarrando até o vermelho da madrugada fazer o solo sangrar
em contraste com o verdurar das canções dos pássaros
sobre o já verduzido manto das mangueiras
dos cajueiros prenhes
para em Dezembro seus rebentos
dançarem como mulheres sensualíssimas
em cada ramo do cajual da minha terra
mas, sim ao orgasmo
das mafurreiras
repletas de chiricos
das rolas ciosas pela simbiose que só a natureza sabe oferecer

mas sim
ao som estridente do kulunguana
das donzelas no zig-zague dos ritos
quando as gazelas tão belas
não suportam mais quarenta graus à sombra dos canhueiros em flor

enquanto as oleiras da aldeia, desta grande aldeia Moçambique
amassam o barro dos rios
para o pote feito ser o depositário
de todo o íntimo desse Povo que se não cala disputando
ecoosamente com os tambores do meu ontem antigo.

(Valente Malangatana)

30 dezembro 2010

Resposta ao Eduardo Flórido - Noções reais

AO EDUARDO FLÓRIDO
"NOÇÕES IRREAIS - NATAL 2010"
Podes imaginar o que o bom do Canais, depois de ter lido pela 3ª vez consecutiva esta enorme palestra orquestrada pelo competentíssimo Sr. Eduardo A. Flórido, (não é troca de galhardetes), vai descalçar a bota para, em 1º lugar, agradecer imenso a parte do reconhecimento de eu ser o maior de todos os tempos como futebolista. Depois temos a 2ª parte que é a mais complicada. Bastar-me a mim mesmo para arranjar argumentos que possam sustentar esta tese que me envolve (eu nunca fui o maior), e vou tentar explicar-te a ti e aos nossos amigos Cubalenses essa farsa em q vivem os pseudo craques. Sabes q em "terra de cegos quem tem olho é rei", e a mim esse provérbio assenta-me bem. E agora vou contar-te e desmistificar só um bocadinho da minha vida, já q eu não escrevo, e nunca joguei futebol como um profissional, portanto n posso nem devo ser comparado a um craque, esses sim, os verdadeiros q nos conhecemos,Ronaldos & Cª ou como o Sr. Eduardo Flórido, q escreve como um sábio, sabe o q diz e depressa, escreve o q sente sem nunca se enganar, aceita desafios...segundo parece vai aceitar um (através deste blog), isto é um craque da escrita. Posso dizer-te que sou um "habitué" dos bons livros, portanto sei o que digo. Da maneira como escreves, és uma revelação, não estou a exagerar. Também não sei o teu grau de escolaridade e posso dizer que também não sei quem és, (profissionalmente), sei só q escreves e bem.
Tenho também lido crónicas do meu amigo Sampaio sobre o Cubal, e a opinião geral é de que ele poderia fazer mais qualquer coisinha porque tem jeito para isto. Para começar e cumprindo aquilo a que me propus aqui alinhavar, posso afirmar que no tempo das velhas glórias do Cubal, (isto é só p/ as gerações mais recentes), passaram por lá grandes futebolistas ainda no tempo da bola "quadrada", como por exemplo o tio do Cristina, jogador do Recreativo que conheceste, o grande Chapeleiro q poucos conheceram e passou pelo Cubal fugazmente, os guarda-redes Palma do CFB e o Coelho, enfim e outros tantos. E agora para tua desilusão, foram tão bons jogadores ou melhor ainda, para falar por ex.do Lemos, o Cristina, o Porto, o Fernandes, etc., enfim todos eles grandes craques do Cubal. Eu sei q ganhei muito com esta geração de jogadores de " luxo " do meu tempo e por aí fiquei entre os melhores, mas n o melhor. Eu comecei a dar os meus primeiros toques no Portugal de Benguela como iniciado, aos noves anos e fui p/ o Cubal em 1958 com 12 anos, salvo erro, onde fiz o meu primeiro jogo já pelos Seniores do Ferrovia com 13 anos, contra Caimbambo, a quem o Cubal ganhava sempre por mais de cinco. No dia da minha estreia sob a visão do treinador Caetano, mais um Ferroviário, joguei sózinho contra onze do lado contrário e só vencemos por 1-0 com o golo por acaso marcado por mim, depois de ter passado por muitos da defesa contrária, aí foi um delírio, porque diziam que tinha nascido um craque e no Domingo seguinte lá estava o dobro ou o triplo das pessoas num jogo contra o Marco de Canaveses que ganhámos por 4-0, com três golos do Canais. Nesse jogo joguei pouco, mas marquei muitos golos, só. Enfim, assim nasceu um mito, mas não passou disso. Infelizmente nesse tempo nem botas tínhamos para jogar bom futebol, outros tempos, sem dúvida. Eu pensava que o futebol era isto e a partir daqui fui fazendo exibições pouco convincentes, mas era sempre o melhor, segundo me diziam, lá está o q atrás eu dizia " na terra de cegos...". Na nossa Terra o desporto era mesmo isto, apareciam " craques " todos os dias e o futebol tinha uma função social. É certo q através do futebol de salão, fiz grandes exibições e aí acho q hoje mais novo teria futuro, mas o tempo não volta p/trás. A nível do futebol regional, ainda durante uns anitos consegui sobrepor-me, mas já em 1965, quando começaram os campeonatos oficiais do Distrital de Benguela, onde por acaso a n/equipa n tinha craques, levava-mos abadas de até 9-0, mas só nos dois primeiros anos, porque depois os cinco anos seguintes do Distrital foram nossos. Também jogámos a nível Provincial, onde fizemos as exibições possíveis contra equipas de maior gabarito...Independente de Porto Alexandre, com esta fomos eliminados em nossa casa por não conseguirmos vencê-los (2-2) e aqui acabou a carreira "internacional " do Recreativo do Cubal. Entretanto tinha entrado para o Banco, cujo oficio como Bancário contrariou sempre a minha vontade em continuar a dar o pontapé na bola como eu gostava. Não vou dizer q não tive momentos de glória, mas não passaram de lugares comuns, como tantos outros na minha carreira. No entanto o meu nome ficou sempre associado aos melhores futebolistas, mas pouco mais do que isso. Como vês, caro Amigo, assim se resume a vida de um craque (pseudo-craque). 
Para a próxima não me atribuas nomes q eu não mereço, temos de ser humildes.

Um grande abraço para ti e tua Exma  Família, de quem me tenho esquecido, do teu pai Flórido, cunhado Raúl e irmãos por exemplo. 
Boas Festas e "Hasta la vista".
Do amigo CARLOS CANAIS.


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O Carlos Canais, em resposta ao meu tio Eduardo Flórido, presenteia-nos com este testemunho histórico, de algumas facetas desconhecidas ou melhor, que o tempo fez esquecer à maioria dos cubalenses.
Obrigado ao Carlos Canais e ao Eduardo Flórido, por nos darem este prazer de revivermos "momentos cubalenses"
Podem continuar caros amigos e a esperança é que mais amigos se juntem a nós nestas histórias...
Abraço e Boas Festas.
Rui Gonçalves (Ruca)

Notícias dos Cubalenses e amigos do Cubal - Luís Monteiro

Estive no Cubal no 2ª ciclo liceal e o meu pai era o Inspector Marques Monteiro de Via e Obras do CFB.
Forte abraço
Luís Monteiro
 30/12 às 16:27

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Caro Luís,
Bem-vindo ao nosso Cubal virtual.
Aparece sempre e se possível com testemunhos para enriquecer este nosso cantinho.
Abraço
Ruca

27 dezembro 2010

Recreativo do Cubal- Uma Equipa de Estrelas

1
Treinador: Jacinto Marques, Mandinho, Canais e .....
Comentem identificando os restantes elementos.

Para a equipa de Estrelas - Recreativo Cubal,alguns nomes que me lembro:
G.R. Carrasqueira senão me engano,Tito,Telmo,será o Pompilio,?,Mendes,Tr.Jacinto Marques.
Será José Maria,Canais,Eusébio,Mandinho,será Cristina,?
A minha pequena colaboração.
Saudações Cubalenses.
Rui Bordalo de Carvalho



O Primeiro de pé á esquerda é o Enfº Duarte que era do CFB.
E o primeiro em baixo da esquerda é o Quim, não é o Zé Maria. O Zé Maria que me lembro era o falecido Pumumu (creio que é assim que se escreve)

Abraço a todos
Tomané

Notícias dos Cubalenses e amigos do Cubal - Magda Barbêdo Pinto (filha do "Mandinho")

Olá, "Ruca"

Feliz Natal para si e sua família.

Procurava algo sobre o meu Idolo (o meu Pai) e acabei por descobrir o seu blog (aqui neste link). E graças a si, certamente quando o meu paizinho tiver conhecimento vai adorar rever certas fotos daqui.Um muito obrigado

Magda Barbêdo Pinto
(filha do "Mandinho")

Classificação Geral do Girabola 73 e melhores marcadores



Mandinho
Recreativo do Cubal


Olá Cubalenses
Quem n conheceu o grande avançado do Rec.do Cubal de seu nome Mandinho. Não sei o nome próprio dele, por incrível q pareça, mas n interessa, pois foi mais um dos craques q passaram pelo Cubal e que me esqueci de anunciar na minha crónica enviada ao E. Flórido. Um dia (um Domingo por acaso) jogámos contra o Atlético da Tapadinha q estava em digressão por Angola em disputa da Taça de Portugal e esta lembrou-se de ir ao Cubal jogar com o Rec. a pedido do Valentim uma vez q o mesmo tinha o genro a jogar nesse clube (com tradição em Portugal)de seu apelido Leitão, um bom avançado centro, por acaso. O nosso amigo Mandinho fez o 3º golo do Cubal com um tiro à meia volta, quase sobre a linha de cabeceira, q os adversários correram até ele e cumprimentaram-no efusivamente, dizendo-lhe, "se este golo fosse visto na Metrópole (velho termo colonial), serias falado na radio e TV durante mais de 1 mês. Empatamos 3-3 depois de estarmos a perder na 1ª parte por 3-0.Esta equipa estava na 1ªdivisão.
Um abraço do amigo Canais

Recreativo do Cubal - 1 * Mambroa - 1






Jogo no Estádio Municipal do Cubal, perante grande assistência.
Sob a direcção da equipa luandense constituída por Pinto Fernandes, Ezequiel Pescada e Coelho Pires.
Saíram os encarnados, mas logo aos dois minutas, surgiu a primeira ocasião de golo. Eusébio, dentro da área dos visitantes podia ter marcado, mas perdeu por morosidade. Jogadas a desenrolarem-se ora num, ora noutro campo, e aos 10 minutos, Mandinho de longe, à meia volta, ia surpreendendo Travassos, muito adiantado na meia. Os encarnados, jogando a bola pelo solo, embaraçavam os locais, que ripostavam bem, até que aos 13 minutos, na sequência de um assédio dos visitantes, houve um remate perigoso à entrada da área cubalense, que levava «rótulo». José Duarte, em grande defesa, socou para a esquerda, onde Neto captou e colocou na zona perigosa, surgindo DUDU, de cabeça a anichar o esférico no «barbante». Não se entregaram os locais e logo a seguir, Eusébio, com Travassos fora do lance, atirou sobre a barra. Os encarnados jogavam rente ao solo e os locais, incompreensivelmente, levantavam a bola, favorecendo a defensiva contrária onde, Ralph, Lutucuta e Chico Lopes, «seguravam» de cabeça. O perigoso Eusébio, só esporadicamente levava a melhor, dada a elevada estatura dos defensores neo-lisboetas. Aos 28 minutos, bola no pelado, Eusébio isolado e Travassos, a mergulhar-lhe aos pés, em última instância. Em resposta, aos 31, Gregório bateu Tito e rematou rasteiro. José Duarte foi batido mas a base do poste, estava lá, evitando golo. A contenda animava, o Cubal carregava, e aos 38 minutos, Mandinho, isolou-se perguntou Travassos «para onde queria», colocou o esférico, mas o guardião atento, em golpe de rins foi "lá buscá-la".Logo a seguir, mais perigo. Travassos, saltou entre um cacho de jogadores, e rechaçou para canto. Calculou mal, e a bola foi à sua própria trave, ressaltando para o terreno e um pé milagroso, afastou o perigo. Aos 44 minutos, Eusébio, desperdiçou nova oportunidade. No recomeço, as duas equipas mostravam-se empenhadas em desfazer o cariz do jogo, mas, logo aos 3 minutos, Eusébio recebeu a bola na área encarnada, dominou-a magistralmente, -la passar por cima dum defesa e do próprio guarda-redes, foi «lá à frente», recuperá-la e empurrá-la para o fundo da baliza. Delírio ,nas bancadas e a enorme falange a incitar os jogadores. A equipa do Recreativo, subiu de velocidade e o Benfica visitante dispôs as suas pedras de maneira diferente, vendo-se uma barreira de seis jogadores no último reduto, três médios e um avançado em ponta de lança. Mesmo assim criavam perigo, obrigando aos 20 minutos, José Duarte a executar duas defesas de classe, seguidas. Carregavam os cubalenses, quase sempre dentro do campo dos visitantes, mas a barreira defensiva estava atenta e manteve-se impenetrável até ao fim. Aos 32 minutos, desceram os benfiquistas pela direita, José Duarte foi batido e sobre a linha de golo, Tito, afastou o esférico quando este a iria ultrapassar. O empate ajusta-se bem, mas a vitória dos locais pela tangente, não desilustraria nada.O trabalho do árbitro Pinto Fernandes, merece nota positiva.Boa colocação no terreno, sempre em cima dos lances, boa interpretação, autoridade; bem secundado pelos seus auxiliares.

Artigo extraído do semanário "A Palavra" de 15 de Junho de 1973

23 dezembro 2010

NOÇÕES REAIS - NATAL DE 2010 , por Eduardo A. Flórido

AO CARLOS CANAIS:

NOÇÕES REAIS - NATAL DE 2010

Tenho recebido, com uma certa frequência, dos mais variados e queridos amigos, quer pelo Blogue do Ruca, quer ainda pelo meu email, casos do meu grandessíssimo amigo Carona e sua querida esposa Cila, bem como do Abel Parente (outro grande amigo que se encontra no Congo, mais propriamente na Capital, daquele País Africano) e uma vez por outra, de determinados Cubalenses, caso do Ramitos (filho do Ramos das Panelas), que me tem de todo surpreendido pela determinação que querem que eu vá falando da nossa querida terra deixada em África, mas por direito próprio sempre vincada ao coração de cada um, de modo determinante. Falei com o meu bom, querido amigo Zé Paulista e sua querida esposa Aurora, onde durante bastante tempo vincamos toda a complementarização das saudades vivas, vividas, tidas e sentidas, daquele pedacinho de uma cidade onde há muitas luas atrás, fomos de modo pessoal, cada um feliz à sua maneira, num contexto de felicidade muito próprio e de recordações que abrangia e abrange todo o mundo ali vivente, ou mais importante ainda: passante. Não faltaram algumas histórias até lembradas pelo Zé, que até nisso foi um fartote de rir. Em breve, depois desta quadra, essencialmente dedicada à família, encontrar-me-ei pessoalmente com os mesmos, para uma matança de saudades, que já vai, há quase 40 anos.
Falei telefonicamente com a Lourdes Morais, a agradecer-lhe a ela e ao Morais pela simpatia que tiveram para com o meu bom e óptimo pai (98 anos).
O Cubal, por eleição era uma cidade altamente hospitaleira e fundamentalmente, agradecida a uma melhorização diária em que um dia destes, prometo desde já, nesta quadra natalícia, começar-vos a fazer reviver o passado, com cenas multi-facetadas e vividas em todos os campos, tendo eu como o sujeito principal, ou outros amigos, numa secção a combinar com o bloguista Ruca (meu querido sobrinho) o titulo a dar.
Só desta forma poderá haver continuidade...
No entanto, depois de ter deixado, algo escrito, sobre o ninho das recordações a nossa querida cidade, fui assaltado de um modo emocionante, dito com uma frontalidade tão tremendamente enorme, que não poderia de passar de lhe agradecer as palavras proferidas que simbolizaram em mim um silêncio tão profundo que muito honestamente, jamais poderia supor, que aquele que foi e ainda é, o meu maior ídolo de futebol, se pudesse lembrar de mim já que, embora poucos, ainda há uns anitos a separar-nos.

O meu querido Amigo CARLOS CANAIS adjectivou-me, de tantos qualificativos que, jamais poderia passar de deixar de lhe agradecer a sua amabilidade que, profundamente como homem, me tocaram de um modo que além de me ter arrepiado, conseguiu que algumas lágrimas me escorressem pela face.
De todo o coração, num leque totalmente aberto, penso ser apenas um mero escriba, que aprendeu, numa sinfónica orquestração, juntar palavras e pô-las a dançar para talhar a mente de quem as lê, em recordações apaixonantes, dum tempo que já foi tempo de ser nosso e que outros, sem a estima, o respeito, as recordações, deram cabo, dum todo que ainda por direito próprio nos pertence: CIDADE DO CUBAL-ANGOLA.
Dizer ao CANAIS, encontro-me completamente vazio para te agradecer AMIGO e deixei passar dias e dias, para sentir se a emocionalidade que me causaste passaria, mas, a verdade é dura de roer, a mesma sensação está e estará sempre presente, depois de ler o que escreveste, pois fizeste-me sentir, muito mais importante, como homem, como ser humano e essencialmente acima de tudo, o mais importante, de ter mais um amigo, com quem posso contar e tu pela tua parte de saberes, que a minha porta estará sempre aberta para te receber, num hábito jamais deixado e enraizado naquela bela cidade.

O QUE SEGUE ABAIXO, NA SUA TODA ESSÊNCIA, É APENAS UMA LEMBRANÇA DE UM AMIGO DESPREVENIDO, QUE TE ESCREVE EM HOMENAGEM PELO TUDO ADJECTIVADO, JUSTIFICANDO DESTA FORMA, A SUA LOUCA VONTADE DE ESCRITA, EMANCIPADO PELOS ADJECTIVOS, DE ALGUÉM QUE AINDA HOJE, E CONTINUO AFIRMÁ-LO PEREMPTÓRIAMENTE, TERIA SIDO CERTAMENTE UM DOS MAIORES JOGADORES DE FUTEBOL DE SEMPRE (E ATENÇÃO QUE ISTO NÃO SERÁ NUNCA UMA TROCA DE GALHARDETES), SE TIVESSES TIDO AS CONDIÇÕES QUE ESTES MENINOS DE VIDRO TÊM EM PORTUGAL E QUE SE PROCLAMAM JOGADORES DE FUTEBOL, MAS DEVERIAM TER CONHECIDO, UM TAL...

DE SEU NOME: CARLOS CANAIS.

CANAIS, AMIGO (e alguns outros):

VOU CONTAR-TE PORQUE ADORO ESCREVER...

• ESCREVO PARA DIZER AO MUNDO, QUE NÃO TENHO NADA A CONTAR DE VÁLIDO A NENHUMA PESSOA, EVITANDO ASSIM O CENÁRIO DE ECOS CHEIOS DE VAZIO... DE ECO-GRÁFICOS. ECOGRAFIA DE ALMAS: PALAVRAS, APENAS...

• ESCREVO PORQUE ME DÁ UM GOZO FANTÁSTICO DE CONVIDAR O PORTUGUÊS, A NOSSA LÍNGUA MÃE, SEM ACORDOS ORTOGRÁFICOS E PODER BAILAR COMO SE TRATASSE DE UM TERNO E MERO TANGO, CHEIO DE SENSUALIDADE, ONDE POSSO TER A OPORTUNIDADE DE BRINCAR COM AS PALAVRAS, DA MESMA FORMA COMO EM MOMENTO ÚNICO, QUE PODE SER O DA NOSSA VIDA, ADORAMOS TER AQUELA SILHUETA FEMININA NOS NOSSOS BRAÇOS, SEM ELA SABER DE ONDE VEM O GOZO, SE POR ESTARMOS EM CONTACTO DIRECTO, OU PORQUE APRECIAMOS TODA A SENSUALIDADE EMANADA PELO SEU BELÍSSIMO CORPO, OU AINDA PELO FACTO DE ELA SER APENAS MULHER...

• ESCREVO PARA CONHECER-ME, PARA CONHECER AQUELES QUE NA REALIDADE SÃO MEUS AMIGOS (COMO O TEU CASO E DE ALGUNS OUTROS) E PARA QUE NUNCA, NA REALIDADE, NEM CHEGUE A CONHECER, AQUELES QUE TENTARAM PASSAR POR ESSE GRAU E FICARAM MUITO AQUÉM DE EXPECTATIVAS. NEM A CONHECEREM-ME, NEM A DAREM-SE CONHECIDOS...

• ESCREVO PARA LHE MOSTRAR A MINHA GRATIDÃO, POR ME TEREM JULGADO, SEM NUNCA ME TEREM OUVIDO...

• ESCREVO PARA NÃO PERDOAR E NEM ACEITAR, AMIGOS E NÃO AMIGOS, QUE TIVERAM ATITUDES, DE MENOS DIGNIDADE, A FAZEREM JUÍZOS DE VALOR, SEM NUNCA SE PREOCUPAREM COM A VERDADE...

• ESCREVO PERDOANDO, PORQUE SINTO QUE NÃO POSSO DEIXAR DE ESCREVER...

• ESCREVO PARA ESCRAVIZAR O SENTIDO DA VIDA, NA SUA OPONENTE CAMINHADA DE TÉRMINUS...

• ESCREVO PARA MATAR ALGUÉM DE QUEM NÃO GOSTO, LOGO NO FINAL DO PRIMEIRO CAPITULO...

• ESCREVO PARA MORRER NO PRINCIPIO DO CAPITULO SEGUINTE...

• ESCREVO PARA DAR CABO DE POLÍTICOS, LADRÕES DE ESPÉCIE, OUTORGADOS PARA TAL FINALIDADE, HOMENS SEM ESCRÚPULOS APENAS COM O DESEJO DE SATISFAÇÃO PESSOAL, NUMA DAS PIORES IRRACIONALIDADES DADAS PELA MESTRIA DO PODER...

• ESCREVO PELA DEMONSTRAÇÃO DO MEU DESALENTO, EM FACTOS QUE TODO UM POVO QUE DEIXOU DE SER NOBRE, PARA ESSE EFEITO ELEGE LADRÕES QUE NOS SACAM, SEM DÓ NEM PIEDADE, TODO UM PLANO DE VIVÊNCIA E DE PLENO SACRIFÍCIO...

• ESCREVO PARA SER HERÓI, NUMA GUERRA ONDE TODO O PODER, SUCUMBE À MINHA SEDE DE VINGANÇA, POR TERMOS SIDO ULTRAJADOS NO ULTRAMAR, NUMA DAS MAIORES VIOLAÇÕES DE SEMPRE, EM DIREITOS HUMANOS...

• ESCREVO, PERGUNTANDO, NÓS FILHOS DE ANGOLA, ALMA CUBALENSE, PORQUE É QUE AINDA HOJE SOMOS CONSIDERADOS RETORNADOS?...

• ESCREVO PORQUE ABOMINO, DE TODO, A PALAVRA RETORNADO...

• ESCREVO PORQUE DETESTO SER CONSIDERADO UM PORTUGUÊS DE SEGUNDA...

• ESCREVO PORQUE ME SINTO UM PRISIONEIRO DE GUERRA.

• ESCREVO PORQUE ME SINTO UM REFUGIADO POLITICO.

• ESCREVO PORQUE FELIZMENTE ESTA NÃO É MINHA PÁTRIA, MAS COMO O "DR. CHE GUEVARA", TAMBÉM EU DIGO, PÁTRIA É E SERÁ ONDE VIVO, "HASTA LA MUERTE"...

• ESCREVO PERGUNTANDO, PORQUE SERÁ QUE SE HOUVER NECESSIDADE, EU NÃO ME IMPORTAREI DE MORRER POR ALGO QUE NÃO É MEU, E MORREREI POR AQUI?...

• ESCREVO PARA QUE O SANGUE JORRE NUMA RAIVA SURDA, CRUA E MUDA, PELOS MEUS DEDOS ABAIXO...

• ESCREVO PORQUE CONSIGO IR AO ALÉM BRINCAR EM TOM COLEGIAL, COM TODOS OS NOSSOS AMIGOS QUE PARTIRAM, E CONSIGO VOLTAR, PENSANDO NO DEFINITIVO, DEIXAR A ESCRITA, E ESTAR COM TODOS ELES À VOLTA DA LAREIRA, ESCUTANDO OS MENINOS DE LUANDA...

• ESCREVO PARA JULGAR O "AMOR", PENSANDO E AMANDO AS MULHERES MAIS BELAS DE TODO O MUNDO, SACANDO-LHE AS SUAS PAIXÕES E FAZENDO UM CONSTANTE ZAPPING, COM OS SEUS SENTIMENTOS...

• ESCREVO PORQUE A VIDA JÁ NADA ME DÁ DE NOVO E ABORRECE-ME CONSTANTEMENTE.

E SÓ MEDIANTE A ESCRITA, PODER-ME-EI CONSIDERAR LOUCO, FASCINANTEMENTE LOUCO, TER COMPORTAMENTOS DE UM ESQUIZOFRÉNICO DE ALTA PERIGOSIDADE, E SER POSTO NUMA SOLITÁRIA ONDE SENTIREI O HORROR DE VIVER COM O PESAR DE NÃO TER TIDO JAMAIS, ATITUDES DE HOMEM RACIONALISTA, VINGANDO-ME DAS MINHAS PRÓPRIAS VINGANÇAS, ONDE CERTAMENTE HÁ MUITO EU DEVERIA-ME TER TIDO IMPOSTO...

POSSO MATAR, QUEM QUERO, SEM NUNCA SER ASSASSINO. POSSO, NESTE BALÃO QUE É A ASA DA ESCRITA, ROMANCEAR, COM VIOLAÇÕES, SEQUESTROS, FALSIFICANDO QUALQUER IDENTIDADE, FAZENDO O PAPEL DE HERÓI OU DE VILÃO, DO PÉSSIMO OU DO MAGNIFICO, DE BOM OU DE MAU, SEM NUNCA ME TIRAREM DA PACATEZ DO MEU QUARTO, ONDE ESCREVO, ESTAS LINHAS...

• ESCREVO APENAS... PORQUE ME SINTO LIVRE, E NESTA LIBERDADE ESVOAÇO, SEM HAVER AMARRAS DE PENSAMENTO PURO OU FINGIDO, APENAS ONDE IMPERA, NUM CONTRA-SENSO PROFUNDAMENTE HUMANO, A LEI DA FINALIDADE EXISTENCIALISTA, FINALIDADE ESSA QUE ME DÁ CADA VEZ MAIS VONTADE DE VIVER, COM O APROXIMAR DO DIZER ADEUS.

• ESCREVO PORQUE ADORO DIZER O QUE PENSO E NINGUÉM, O CONSEGUE DESCORTINAR E À LUPA DE SENTIMENTOS, ESTA QUE ACABO DE TE JUSTIFICAR TEM CERTAMENTE (1.001) DIVERSIFICADAS INTERPRETAÇÕES...

• ESCREVO PARA RECORDAR COM SAUDADE, AS NOITES DA NOSSA BENDITA TERRA, (CUBAL, AIUÉ).

• ESCREVO PORQUE ADORO ESCREVER, E SENTIDAMENTE É BOM ESTAR A DIALOGAR COM UM AMIGO, ATRAVÉS DO DOM COM QUE DEUS NOS PRESENTEOU.

UM GRANDE ABRAÇO,
DO PUTO,
QUE SE FEZ HOMEM...

Eduardo A. Flórido

P.S. - um esplêndido Natal a toda a família cubalense e um 2011 excepcional