08 março 2008

Recreativo do Cubal - Sporting de Luanda

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5. De 1 a 5: Já no segundo tempo, o extremo esquerdo do Recreativo desperdiçou espectacularmente a única oportunidade de golo que se deparou à sua equipa. A sequência mostra o despique entre o avançado da casa e o guarda-redes forasteiro; o ressalto da bola colocou o veloz extremo em posição de remate, com a baliza desguarnecida. Um toque em volei, porém , levantou a bola por cima do travessão.


6.

07 março 2008

Por falar em futebol ....


1. Momentos de tensão

-O Presid. da Câmara M. Cubal -Vilares

- Lourdes Morais em 1º plano, quase a marcar um golo.

2. (...) Acho que foi penalty .

1º Plano: Zinha ( prima da Isilda e irmã + velha da Rita, Bélita,Manecas , Nando) e Lourdes M..

3. ESTÁDIO MUNICIPAL DO CUBAL

Mais público, do que actualmente nos jogos do SLB, SCP e FCP.

4.Equipa técnica e suplentes


Por falar em futebol...

O amigo Porto inspirou-me a digitalizar um artigo que vinha na revista "Notícia", com data ilegível. Será de 1972-73 e reporta-se ao jogo Recreativo do Cubal - Sporting de Luanda.
A revista foi-me cedida pelo Gil . E aqui vão umas imagens que nos recordarão o nosso Recreativo, o Estádio Muncipal do Cubal e alguns Cubalenses.

As fotos são de Eduardo Baião para o Notícias.

Notícias dos Cubalenses e amigos do Cubal - "PORTO" - Emílio Lima

O amigo Emílio Lima "Porto" deu-nos uma grande surpresa ao "aparecer" no nosso círculo de amigos. Com uma proposta aliciante, para reunião dos cubalenses e amigos do Cubal. A transcrição do seu email está na "Diáspora Cubalense". O Convite está lá!
Aceitam-se sugestões:

http://cubalenses.blogspot.com/2008/03/notcias-dos-cubalenses-e-amigos-do_07.html

Ainda o "Semanário Sul" 06 de Maio de 1972 - E a "bomba" estoirou no Cubal.

DEPOIMENTO DO PRESIDENTE FERNANDO NEVES


O malfadado caso das irradiações dos jogadores «Bibe» e «Porto» do Recreativo do Cubal já fez correr muita tinta e certamente ainda fará correr mais. A inqualificável atitude do árbitro Duarte de Carvalho e a infeliz decisão da Associação Provincial de Futebol puseram uma mancha negra no Desporto Provincial. Atitudes desta natureza não prestigiam nem fomentam o desporto pelo contrário, desvirtuam-no. E mais triste se torna o facto, quando é o organismo máximo do Futebol Provincial a colaborar em tamanhas calamidades.

Acredito que o Sr. Duarte de Carvalho — que de árbitro só tem o apito — tenha sido agredido, mas se o foi isso não se verificou por parte dos atletas do Recreativo mas sim por alguns espectadores. Aquele senhor não pode, honestamente, acusar nenhum dos nossos atletas de o terem agredido e a prová-lo está o facto de ter indicado, no intervalo que antecedeu o prolongamento, o nome de alguns atletas que ele considerava expulsos e como o Delegado do clube ao jogo tivesse protestado, o árbitro resolveu autorizar que esses atletas continuassem em jogo e em sua substituição pôs na «lista negra» outros e até dá a impressão — isto é inadmissível num árbitro— que estava a brincar às escondidas.
Outros factos há que bradar aos céus: — O caso do Porto, do Waldir e do Canais que jogaram até ao fim e foram castigados. O Waldir, que pode ser apontado como exemplo de desportista, e que nesse jogo de triste memória que há-de pesar na depauperada consciência do tal homem do apito, não praticou nenhuma incorrecção para com a equipa de arbitragem nem para com qualquer adversário, foi castigado com 8 jogos de suspensão. O Canais que abandonou o jogo por lesão teve a mesma «sorte».
Ninguém compreende. Só o tal homem — a quem puseram um apito na boca, — é que sabia qual era o objectivo a atingir. Entretanto, depois de lermos a fotocópia do boletim que redigiu... ficámos a saber quais eram os seus propósitos—dar a machadada fatal no Recreativo do Cubal. As razões que o levaram a isso não sei e nem se conseguirão apurar e até será bom que não se possam descobrir...
Depois destas vergonhas todas, eis que surge o escândalo maior — A Provincial de Futebol a apoiar as vergonhosas «façanhas» dum indivíduo sem carácter nem personalidade.

Outra coisa que não conseguimos compreender é o facto da Provincial adoptar vários critérios. Quero referir-me ao célebre caso do ANGOLA-MOÇAMBIQUE nos Coqueiros e outros... Conforme já tive oportunidade de dizer aos microfones do Rádio Clube de Benguela, não creio que os legisladores tenham feito um Regulamento só para o Cubal e outro para o resto do território Nacional.
Enfim, que Deus lhes perdoe!
Vamos ver como vai terminar tudo isto. Para já, o Clube entregou a defesa dos seus 2 atletas irradiados, a um conceituado causídico de Luanda cujo recurso foi entregue à entidade competente. Temos fundamentadas esperanças que tudo se resolva em bem pois ainda confiamos na justiça dos homens porque estamos certos que o órgão da Associação Provincial de Futebol que irá apreciar o recurso é composto por Homens com «H» grande.
Desejo apenas acrescentar que toda a população do Concelho do Cubal está revoltada e repudia a decisão injusta da Provincial. A provar o que afirmo temos o movimento de solidariedade com subscrições e assinaturas que se geraram e a manifestação efectuada no dia 30/4, que dizem bem do inconformismo de todos.
Para terminar, quero agradecer ao «SUL» a oportunidade que me deu para fazer estes esclarecimentos publicamente, pois ao pugnar por esta causa está defendendo o desporto da Província, que por este andar não vai parar longe!
JOSÉ FERNANDO NEVES

Notícias dos Cubalenses e amigos do Cubal - "PORTO" - Emílio Lima

Amigo Ruca,

Estive a ver o site http://cubal-angola.blogspot.com/. É extraordinário o trabalho que desenvolveu. Parabéns.
Este amigo que agora o contacta fez parte daquela história das irradiações, chamo-me Emílio mas era conhecido pelo “Porto”.
Que bonito foi tudo aquilo que se passou, aquelas gentes eram maravilhosas, acolhedoras, trabalhadores e muito apaixonados pela sua terra.
Foram os melhores anos da minha vida. Nuca esquecerei aquela terra, por isso mesmo, há 4 anos fui ao Cubal. Fiquei triste e ao mesmo tempo contente.
Ruca, nunca é tarde para nos conhecermos e até organizarmos um convívio com futebol à mistura.
Temos um grupo de ex jogadores do Cubal e de Benguela que se encontra todos os sábados ás 15 h, na Academia Militar em Lisboa, perto da Policia Judiciária na Gomes Freire, fazemos treinos e jogos.
É ou não possível reunir alguns Cubalenses para um convívio e um jogo de futebol para recordar velhos tempos? Contacte-me através deste endereço e pelo tel. (...).

Um grande abraço e mais uma vez parabéns pelo trabalho que está a desenvolver.

Emílio Lima “Porto”
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Meu Caro Amigo,

Este teu email, deixou-me bastante feliz, por vir de alguém que, na minha meninice, me habituei a admirar pela forma profissional como jogava, e se naquele tempo eu já tinha ídolos o meu amigo que agora me escreve fazia parte deles...

Muito obrigado pela tuas palavras, que me incentivam a continuar, apesar de não ser fácil reunir testemunhos e fazer com que as pessoas participem. Mas enquanto houver sinais como este que agora envias, hei-de continuar.

Terei todo o gosto em tentarmos fazer aquilo que idealizas. Poderei começar por colocar a tua msg no blog, (...), para verificar para já a adesão e verificar se este teu "estímulo" provoca na comunidade Cubalense um despertar para este tipo de eventos. Estou convicto que sim!

Esta minha mensagem resposta serve apenas para te responder "mais formalmente" mas irei ligar-te brevemente para falarmos, ou mesmo poderei passar pela Academia Militar num Sábado próximo.

Bem meu caro, recebe um abraço com amizade e já sabes, se tiveres testemunhos que, entretanto, queiras colocar, o blog é também teu.

Muito obrigado!
Ruca

05 março 2008

Uma notícia triste...

data
05/03/2008 15:04


Ruca boa tarde
Hoje a notícia é triste . Acabei de receber a notícia do falecimento da Olivia Lago Bom.
Faleceu esta madrugada no Hospital da Luz .
um abraço da isilda

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Uma notícia dificil e que não gostaria de dar...
Tive agora conhecimento que a Olívia Lago Bom, partiu.
Os sentidos pêsames à família enlutada.
Ruca

04 março 2008

Notícias dos Cubalenses e amigos do Cubal - Elizabeth Ribeiro

Olá ruca
parabens pelo teu trabalho.
Sou amiga teu tio tó florido e no cubal era vizinha do silveira

Elizabeth Ribeiro

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Olá Elizabeth,
Bem vinda à comunidade virtual cubalense. Aparece sempre e já sabes, se tiveres testemunhos sobre o Cubal, envia que terei todo o prazer em publicar.
um beijinho e obrigado pelas tuas palavras.
Ruca

03 março 2008

Cubalenses


1.


Ruca
Aí vai mais uma foto ;
Lucinda , pais , marido e filhotas. Até há algum tempo estavam em Fafe , depois acabei por perder o contacto e há muito que não sei deles.
Gostei muito de ler o "recado" do Zé Silveira. Vou notando o alargamento do número de cubalenses a descobrir o blog.
Lembro-me também do Rui Serpa do radio clube.
Um abraço
Francisca Isilda

02 março 2008

Cubal em 2006


1.
2. Colégio Eça de Queirós
3.Colégio Eça de Queirós
(pormenor da janela de uma das salas de aulas)

Para quem aqui estudou em especial nesta sala,
acredito que estas imagens tragam boas recordações.

4.Sala de aulas

5. Pormenor dos T.P.C.

6.

7.

8.

9.

01 março 2008

Rio Cubal em 2006

1. Rio Cubal
2.Rio Cubal
3.Rio Cubal
4.
5.
6.

7.
8.
9.
10. As Lavadeiras do Rio Cubal




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O rio da nossa terra (*1)



Ah! Este Kiaposse! Vem de milénios, vem do instante, primeiro do paraíso artefacto da criação no Génesis mais remoto madrugada, cristal, perfume imperturbável ao pecado original sendo-se hoje.Reversível tempo no irreversível voluntário nas eidéticas imagens suas serena mensageiro agorinda consciente na fantasia em alvoroço para lá dum apocalipse ou para juízo final fecundando nas marés de pereniternidade!O Kiaposse é um rio, na verdade, o Kiaposse é um rio verdadeiro, flor nascente no espelho da imaginação, até passa por baixo duma ponte frufrulhando alados horizontes macios, num ritmo de confiança.É um rio como muitos pequenos, massembando nos rochedos mui penados, mas é um rio(Pois então!)É um rio.As lavadeiras que lavam roupa(Ah! Quem dera lavar da memória todas as brumas!) nivelam as águas pelos tornozelos de leves pulseiras de espuma.As procelas são mansidão de luar, ou sumaúmento olhar de crianças, menininha, canto dolente de fucumbas e volúpias de beijos de caxexe.Não se lhe conhece enchente, inundação torrente, resmungarulhos bravios transbordar de impetuosidades nem enxurradas turbilhonantes mas é um rio, um rio O Kiaposse é um rio(Pois então!)é um rio.AliA lua diluta, ténues feitiços que são amores, (ai amores!) fluidos de quiandas de bondosas bondades.Tem dentro o inteiro-vivo do Golungo natural, natureza de ser rio na vida que a vida devém rio, vida e mistério, nasce no Golungo na sua modéstia disfarça-se noutros para chegar ao mar e chega, e vai longe, tão longe que esfuma em nenhum a noção de longe e quando chega à Europa ou à América. Coitados! Chama-se Oceano Atlântico.Elizinho, inteligente, sorri do mundo e corre lento indiferente no Golungo.


(*1) Fábula angolana de autor desconhecido- inserida em homenagem ao Rio Cubal por http://cubal-angola.blogspot.com/


29 fevereiro 2008

Parabéns Recreativo do Cubal -Agosto de 1972



Domingo, houve carna­val no Cubal. Depois de um fim de prova algo enigmático o Recreativo do Cubal viu o título de campeão distrital asse­gurado ao derrotar no seu reduto o Sporting do Lobito por 4-0. A turma vencedora que jogou co­mo um verdadeiro cam­peão, viu no final do en­contro a cidade em peso tributar-lhe estrondosa ovação. Estalaram foguetes. Houve serpentinas! Bandeiras e mais bandei­ras! Uma volta de honra debaixo de delirante aclamação. Camisolas no ar e jogadores em ombros.
Um infindável cortejo automóvel em dia de au­têntico carnaval.
Parabéns Recreativo do Cubal e boa sorte no Provincial.
in "Semanário Sul" 12 de Agosto de 1972 Edição nº 88 -3ª Série

Notícias dos Cubalenses e amigos do Cubal - Zé Silveira

Caro Ruca,
"Desfolhando" o teu blog, recordando muito e muitas caras já esquecidas, dei de caras com uma foto com o meu irmão Paulo e onde lhe chamas amigo e saudoso. Até chegar aí, não fazia ideia de quem eras. Lembro-me perfeitamente dos teus Pais, e também me lembro das "máquinas" que o teu Pai tinha e julgo lembrar-me que viveste na "nossa" rua, onde viviam para além de nós os Martas, os Tomés, etc, etc.
Quero dar-te os parabéns pelo teu excelente trabalho que nos obriga a recordar, às vezes coisas já esquecidas.
Bem hajas
Um Abraço
Zé Silveira

28 fevereiro 2008

26 fevereiro 2008

"Semanário Sul" 06 de Maio de 1972 - E a "bomba" estoirou no Cubal. (O nosso "apito dourado" ?)


1.
2.
3. Aspecto da manifestação junto à Sede do Recreativo do Cubal




Desporto, essa sã pa­lavra, foi atraiçoada pe­las altas esferas da pro­víncia. Atitude consciente? Impossível.
Decisão apoiada em falsos testemunhos, sem procurar provas com «sumo» e que ditaram uma infeliz determinação: Irradiação de dois futebolistas do Recreati­vo do Cubal.
A “bomba rebentou” no Cubal já há duas sema­nas. O nosso jornal não «alinhou» em sensacionalismos. Mas a verdade dos factos é tão pura, que entendemos ser nos­so dever entrar no assun­to, apesar de estar em causa uma pena máxima de irradiação para dois atletas que de corpo e alma se dedicam ao des­porto Rei. Está muito mais além o facto de ter sido tomada uma decisão por pessoas altamente responsáveis, sem provas básicas e reais que tal atitude justificasse. Se as penas tivessem justificação a bom grado a cidade aceitaria os castigos aplicados. Mas, NÃO! E é por este não, pela falta de verdade, de honestidade, de nobreza e pelo ex­cesso de orgulho pessoal de uma ou de outra pessoa que não teve cora­gem de desdizer algo, que sem pensar possa ter afirmado; e que assim induziu em erro os emi­nentes julgadores, que nós aqui estamos!
E note-se, só viemos depois de auscultar deze­nas de pessoas que assistiram no Campo Eng.° Raimundo Serrão ao en­contro de futebol entre o Recreativo do Cubal e Sporting de Benguela o que deu aso a tão tristes acontecimentos os futebolistas do Cubal estão dis­ciplinadamente revoltados. E estão revoltados só por­que os castigos aplicados aos jogadores Porto e Bibesinho, não foram justamente julgados. E perguntam: em que bases assentaram os mem­bros que fizeram, o jul­gamento para aplicar as penas de irradiação anunciadas? Num inquérito mal feito? Nas informa­ções de um árbitro que praticou erro sobre erro e que no final, completamente desorientado, preenche um boletim de jogo? Justiça, essa nobre palavra, não pode ser palavra vã!
A nossa reportagem, no Cubal, ouviu dezenas de adeptos do desporto.
A repulsa é enorme! Gravamos muitas deze­nas de metros de fita magnética. Ouvimos muitas e muitas pessoas. Umas mais exaltadas e mais facciosas. Outras mais calmas e conscien­tes. A nossa missão in­formativa teria que ser imparcial.
Um dos depoimentos, foi de António de Matos Carrasqueiro: A par da nossa ideia e do assunto que a ela presidiu, disse-nos:


4.O Ex-Presidente do Recreativo, Matos Carrasqueiro, depõe.



«Fui durante o ano fin­do Presidente da Direc­ção do Recreativo do Cubal. Ao ter tido conheci­mento dos castigos que foram aplicados aos jo­gadores Valdir, Telmo e Canais, fiquei deveras entristecido pois elees eram por si só uma in­justiça. São três homens absolutamente correctos e educados. Estou certo que qualquer árbitro ou elemento da nossa Asso­ciação pensa da mesma maneira. A suspensão dos jogadores Montez, Bibe e Porto causaram-me admiração, mas aguardei o desfecho. Veio o resultado. As ir­radiações de Porto e de Bibezinho são para mim uma completa e grande injustiça e uma enorme traição à moral desportiva. O senhor inquiridor escolheu a dedo as pessoas que quis ouvir para formar o inquérito. Acaso só ouviu directores de clubes neolisboetas sobre autênticas «barracadas» em que apitou o Senhor Duarte de Carvalho? Vi o jogo do Lobito. Se a alguém seria bem aplicada a irradia­ção, ela teria recaído sobre o árbitro do encontro. Ele, sim. Merecia a irradiação. Falta de conhecimentos t técnicos, falta de personalidade nos julgamentos patenteando um complexo nevrálgico e por fim, e ainda por cima dotado de uma falta de honestidade, flagrantíssima. Mas não fica por aqui! Num desafio em que a equipa do Cubal participou, esse senhor árbitro (perdão) esse ár­bitro, foi, não sei porquê, apupado por uma parte da assistência,tendo no final afirmado que o Cubal haveria de pagar. E a vingança surgiu, como se vê nesse jogo contra, o Sporting de Benguela. Os meus agradecimentos ao Quim Costa, ex-joga­dor treinador dos «leões» de Benguela pelo desassombro das declarações que prestou ao Rádio Clube de Benguela afir­mando total repulsa pela decisão final tomada. Mas este senhor, teste­munha ocular de tudo o que se passou no campo, não teve interesse em ser incluído no tal inquérito fantasma! E ao «Sul», os meus agradecimentos por me ter facultado es­tas declarações».
Depois, Rodrigo Guer­ra, Director do Emissor Regional do Cubal e nos­so camarada de Impren­sa foi também abordado.



5.Rodrigo Guerra opina.



Disse-nos: «Não assisti ao jogo pelo que não me posso pronunciar acerca do que se teria passado e ajuizar sobre a tão cri­ticada decisão da Asso­ciação Provincial no que se refere a penas aplica­das». Por se tratar de pessoa que está sempre em «campo», insistimos e então, o popular Bibito, abriu-se, dizendo:
«Ouvi comentários de pessoas que assistiram ao encontro e que, embora divergindo num ou noutro ponto, foram sempre concordes e acervos no tocante à actuação do árbitro da partida
apontando-o como prin­cipal responsável pela situação gerada. As de­clarações prestadas por Quim Costa, ex-treinador jogador do Sporting de Benguela, pessoa idónea e abalizada, em que afir­ma ter o jogador Porto colaborado com ele no sentido de acalmar os ânimos mais exaltados, vêm agora trazer-nos a certeza que efectivamente algo ficou por escla­recer. Por outro lado, declara o Senhor Tesourei­ro da AFB que foi infor­mado da falta de segu­rança do árbitro ao pronunciar os nomes dos jo­gadores ditos implicados que até, tendo já indica­do quatro nomes a um director do Recreativo, os substituiu por outros posteriormente. Tudo is­to me leva a crer, por­tanto, que muito falta esclarecer em abono da verdade.
«Aliás, Telmo, Canais e Valdir, jogadores mui­tíssimo correctos e pos­suidores de um grau de cultura de certo modo elevado, foram também injustamente punidos. Mas, estas irradiações são inadmissíveis. «Sobre o comportamento do árbitro Senhor Duarte Carvalho, nada posso afirmar, pois como já disse não assisti ao jogo. Mas, é facto que infelizmente em Angola não podemos contar com número suficiente de ár­bitros à altura pois é frequente verificarmos irregularidades de arbitragens que atribuiremos à incompetência, favoritismos, falta de perso­nalidade, etc. O que é facto é que o esforço de 22 homens não pode con­tinuar a ser jogado a bel prazer de árbitros e seus coadjutores, como uma bola de praia nas mãos de crianças! Esta é uma situação a que urge pôr cobro sem demora, sob pena de se ver destruída uma melhor hipótese de vida futura no nosso futebol. Há por exemplo um Luciano Calado e um Francisco Serra (sem desprestígio, para outros possíveis árbitros do nosso distrito de igual gaba­rito) que sabem conduzir uma partida com marca­da personalidade. Cabe às Associações, pensar desta maneira.
«Voltando ao assunto terminou por nos dizer: «Penso que o inquérito que ditou as penas de irradiações aos jogado­res Porto e Bibezinho, foi mal feito, por inten­ção. Esclarecendo outros pontos, a sentença teria sido bem diferente.

E a nossa reportagem prosseguiu.
Humberto Carvalho da Silveira, funcionário ca­marário e membro do Departamento de Fute­bol do Recreativo, foi por nós abordado variadas vezes tentando sempre esquivar-se. Depois de muito instado, declarou:
«Que mais poderei di­zer deste caso que tanta tinta já fez correr?
«Que o futebol em An­gola caminha para o des­calabro porque os seus responsáveis que eu con­sidero irresponsáveis — só querem «penacho»?
«Que protegem escan­dalosamente meia dúzia de Clubes das capitais?
«Que continuam a per­seguir os chamados «clubes do mato» com receio que surja um novo «Inde­pendente» que domine tudo e todos nos rectân­gulos de jogo?.
«Que o Recreativo do Cubal, este ilustre des­conhecido não pode pros­seguir na sua carreira triunfal pois é inadmissí­vel que com apenas três anos de actividade, tenha conquistado contra todos os vaticínios e desejos, o Campeonato Distrital?
«Que, não pode con­quistar, porque não lhe permitem esse direito, um lugar ao sol, que mancharia os pergami­nhos dos meninos boni­tos a quem tudo é permi­tido?
«Que, é pertinente perguntar porque não foram irradiados os jogadores que cometeram agressões em Nova Lisboa, nos Coqueiros e noutros campos da Província, só porque única e simples­mente estavam em causa as tradições dos intocá­veis ?
«Que, se deviam fazer exames psicotécnicos aos árbitros, quantas vezes quase analfabetos e que se interessam unicamen­te pela gratificação que recebem?
«Que, porque a Direc­ção do Clube e a própria população cubalense considera injusta ,triste e lamentável a situação cria­da, todos em uníssono irão até onde a Lei lhes permitir?
E muitos mais QUÊS, tinha Humberto Silveira para nos dizer, mas...
Com gravadores, flash e máquinas a nossa re­portagem continuou.

FALAM AS GRANDES VITIMAS, BIBESINHO E PORTO!
6.O jogador "Porto" mostrou-se surpreendido com a sua irradiação.


7.O guarda-redes Bibesinho, espera apenas que seja feita justiça.

O número um e o número onze de uma equipa de futebol. O guarda-re­des e o extremo esquerdo.
João Carlos Manuel (Bibesinho) começou por nos dizer que se iniciou nos juniores do Portugal. Em 1971, mudou de ares e veio para o Cubal, onde foi campeão distrital.
Perguntámos-lhe como estava a sua ficha na Associação. Respondeu--nos: «Completamente limpa, até este caso. Nunca fui castigado».
Sobre o jogo que deu origem aos castigos, dis­se-nos que no final dos noventa minutos regulamentares foi dos últimos jogadores a dirigir-se às cabines, por ser até o que estava mais distanciado, no seu posto, na baliza. Ao passar a vedação e ao dirigir-se para as cabines, viu público a discutir com o árbitro e talvez até a agredi-lo. Mas, cônscio das suas responsabilidades seguiu o seu caminho, ouvindo entretanto, o fiscal de linha chamar a atenção do árbitro indicando o número um (o número da sua camisola) como um possível agressor. Já nas cabines, e como teria de haver prolongamento, teve conhecimento pelo treinador do Recreativo que não podia continuar em campo, porque havia sido expulso. Admirado, acatou a decisão. Ficou admirado com a suspen­são, e agora, absoluta­mente incrédulo ao ter conhecimento da pena de irradiação que lhe foi aplicada.
Insistimos: Mas a que atribui o motivo porque o árbitro do encontro indicou no Boletim, cul­pabilidade sua?
Cabisbaixo, respondeu -nos: «Questão de azar! O senhor árbitro não pode reafirmar com verda­de qualquer falta da mi­nha parte. A sua cons­ciência não pode estar tranquila. Nada fiz para que me fosse aplicada tal pena ou qualquer outro castigo. Nunca lhe faltei ao respeito. É possível que tenha sido agredido por qualquer elemento da assistência, mas para isso lá estava a PSP pa­ra testemunhar, mas por mim ou por qualquer ou­tro colega, não foi concerteza. Para condenar é preciso provas. Pergunto só: se ninguém pode testemunhar qualquer ofensa verbal ou corporal é possível que pessoas responsáveis me tenham castigado? Com o devido respeito, por isso conti­nuo calmamente a con­fiar na consciência dos homens que nas altas es­feras dirigem o desporto.
Porto, estava com pressa. A hora do treino aproximava-se, e ele confiante, lá está sempre. Confirmou as palavras do seu colega e disse: «A minha irradiação, foi uma decisão totalmente absurda. Durante to­do o jogo acatei disciplinadamente todas as resoluções tomadas pelo Se­nhor árbitro. Até ajudei a que os meus colegas as acatassem também. Fiquei admiradíssimo quando soube que ia ser sujeito a um inquérito e mais ainda perplexo até, ao ter conhecimento da pena que me foi apli­cada. Estou convencido que o próprio senhor ár­bitro não soube bem o que escreveu. Havia mui­tos nervos, o público muito «quente» e o se­nhor árbitro estava desorientado. E eu fui a vítima». Lamentando-se, e a terminar disse-nos:
« Espero e confio na justiça dos Homens.
Depois já quase noite, no Estádio Municipal, ouvimos o velho Zé Ma­nel um nome que todo o Distrito de Benguela conhece e que actualmente é o responsável pelo team cubalense. A quei­ma roupa, perguntámos-lhe: Que pensa das penas de irradiação aplica­das aos jogadores Porto e Bibesinho?


8. Zé Manel, o treinador confia


Respondeu-nos:
«Vi o jogo e apesar de depois deste terminado ter conhecimento das declarações feitas pelo árbitro no boletim, nun­ca me passou pela cabeça que pessoas responsáveis pudessem ter a leviandade de aplicar a duas penas de irradiação que estão em causa aos jogadores Porto e Bibesinho (Car­los Manuel).
«O senhor árbitro Duarte de Carvalho pa­tenteou plenamente não possuir as mínimas con­dições para dirigir um encontro desportivo. Ele próprio levou os jogado­res de ambas equipas a cometerem actos de indisciplina, quer admi­tindo entradas às mar­gens das leis, quer em não acatar as suas deci­sões. Ele estragou o jogo e no final foi vítima do público exaltado. Os jo­gadores depois foram as vítimas. Estive sempre perto dos jogadores do Cubal, portanto também dos dois jogadores agora injustamente irradiados e posso afirmar que ne­nhum deles agrediu o ár­bitro. Considero este fac­to, as irradiações, PURA INJUSTIÇA.
Perguntámos depois: Que pensa das possibili­dades da equipa cubalen­se na presente época?
«Lutaremos pela con­quista de um lugar cimei­ro que nos faculta a en­trada na primeira divi­são.




8.O Presidente do Conselho Fiscal, Jorge Paulista, usando da palavra em resposta a centenas de cubalenses presentes na manifestação.


Mas na cidade cheira­va a esturro! Uma enor­me manifestação estava preparada. E efectiva­mente, no domingo pela manhã, muitas centenas de pessoas, muitas delas empunhando dísticos alusivos ao assunto tais co­mo
CUBAL CAMPEÃO DISTRITAL PEDE JUS­TIÇA — REPUDIAMOS A DECISÃO DA ASSOCIAÇÃO PROVINCIAL DE FUTEBOL — POR­TO E BIBESINHO VITI­MAS DE INJUSTIÇA etc., se agruparam em frente da varanda do Clube Beneficente e Re­creativo do Cubal, manifestando o seu desagrado pela injustiça feita aos dois atletas e pedindo à Direcção do Clube que não se conforme e que insista até onde for ne­cessário até que consiga que a decisão seja alte­rada e que justiça seja feita.
Nós vimos isto tudo! E sinceramente, racioci­nando que onde há culpa não há força, somos cultos a pensar que as cen­tenas de pessoas ali presentes das quais muitas dezenas assistiram ao jogo do Lobito, têm a razão por «seu lado. E esta gente, onde o suor e o sol queima as faces, não se conforma com injus­tiças.



Artigo extraído do "Semanário Sul" 06 de Maio de 1972 e escrito por Gil (JUGIBA)

Compilado por Ruca, para http://cubal-angola.blogspot.com/


25 fevereiro 2008

Cubalenses

1.Eu (Isilda) e a Guilhermina ( Hina - filha do Prata CFB ) - 1959
2.São Múrias
3.Eu (Isilda) e o Nelo( Lago Bom)
no baptizado do Zé Prata ( nosso afilhado) 1970
*********************
Ruca :
Mais umas fotos , para enriquecer as recordações dos cubalenses...gostei de ver tudo o que lá está de novo . Parabéns pelo empenhamento e um abraço para o Sr. Gil e Dª Celeste
Isilda