19 junho 2025

Festas de Caimbambo: juventude, alegria e amizades de 1964


Há fotografias que, mesmo passadas décadas, exalam a energia contagiante da juventude e do espírito de festa. Esta bela imagem, gentilmente partilhada pela Nanda Valadas, é um testemunho vivo desse tempo, transportando-nos diretamente para as animadas Festas de Caimbambo, na localidade vizinha do Cubal, a 18 de outubro de 1964.

É impossível não sorrir ao ver este grupo de amigos, tão cheios de vida e de alegria. A fotografia capta um momento de pura celebração, onde o riso e a despreocupação da juventude preenchem o ambiente. Reconhecemos nestes rostos a essência das festas daquela época: o convívio, a dança e a amizade que se fortalecia em cada encontro.

Nesta composição vibrante, conseguimos identificar algumas figuras que  marcaram a vida social da região: o Chico Valadas, a Teresa, a Locas, a Nanda Valadas (a quem agradecemos a partilha desta joia!) e o João Camilo. Cada um deles, com o seu estilo e a sua pose, contribui para a vivacidade da cena. A luz, o ambiente festivo e a espontaneidade dos jovens criam uma atmosfera quase palpável, convidando-nos a imaginar o som da música e as conversas animadas.

Esta imagem não é apenas um registo de uma festa; é um pedaço da nossa história, um flash de um tempo em que as comunidades vizinhas se encontravam para celebrar a vida, a união e a juventude. É um lembrete das amizades que floresciam e dos lares que se formavam na nossa terra.

Agradecemos profundamente à Nanda Valadas por nos trazer esta recordação tão feliz. Estas são as memórias que enriquecem o nosso património afetivo e nos permitem manter viva a chama do passado do Cubal e arredores. Que a alegria estampada nos rostos do Chico, Teresa, Locas, Nanda e João nos inspire a celebrar as nossas próprias amizades e a valorizar cada momento de convívio.

Ruca

Cubalenses de gema: Um brinde à amizade de outros tempos - Em frente à nossa (antiga) Igreja

Da esquerda para a direita: o 4º elemento é o meu pai, o Raúl Gonçalves, com o seu filho – eu – . 5º-Amílcar VinhaisMais à direita, como 10º elemento,  Albano.


Há fotografias que nos transportam diretamente para o coração de uma época e para um lugar exato, e esta, vinda do meu baú familiar, é uma dessas jóias raras. A cores, e datada provavelmente de 1968 ou 1969, captura um momento de genuína camaradagem entre tantos elementos masculinos do nosso querido Cubal, com o cenário reconhecível da Igreja do Cubal -à esquerda .

Ao olhar para esta imagem, sinto um calor especial no peito. É uma daquelas cenas que nos recordam a força dos laços que se criavam na nossa comunidade. Homens de várias idades, reunidos, com um espírito de união que transborda da fotografia. O ambiente, descontraído mas digno, sugere um encontro significativo, talvez uma celebração, uma confraternização ou um momento de convívio informal que se tornou inesquecível, tendo a nossa Igreja como testemunha.

Consigo reconhecer alguns rostos com clareza e emoção. Da esquerda para a direita, o quarto elemento é o meu pai, o Raúl Gonçalves, e vejo-o ali, protetor, com o seu filho – eu – resguardado junto dele. Uma imagem que me toca profundamente, relembrando a segurança e o carinho daquele tempo. Logo a seguir ao meu pai, identifico o Amílcar Vinhais, um grande e generoso amigo da minha família e mais um rosto familiar de grandes memórias. Mais à direita, como décimo elemento, está o Albano e a seguir julgo que seu filho (?).

Mas a beleza desta fotografia vai além das identificações pontuais. É no conjunto que ela nos fala mais alto: na forma como se agrupam, nos sorrisos, alguns contidos, outros mais abertos, nas posturas que refletem respeito e afeto. Cada um deles é um pedaço da história do Cubal, homens que, de diferentes formas, contribuíram para o pulsar da nossa vila.

Esta imagem é um testemunho da amizade à moda antiga, aquela que se forjava no dia a dia, nos eventos sociais, no trabalho e no lazer partilhado. São os rostos de uma geração que viveu e construiu o Cubal, e que nos legou um sem-fim de histórias e memórias.

Lanço, por isso, um apelo a todos os leitores do blogue: se reconhecerem mais alguém nesta fotografia, ou se tiverem alguma história associada a este momento ou a estas figuras, por favor, partilhem connosco nos comentários. Cada pedacinho de informação ajuda-nos a pintar um quadro mais completo do nosso passado e a manter viva a chama da nossa herança cubalense.

Ruca

18 junho 2025

Obrigado aos leitores e sobretudo a quem partilha as nossas memórias. 800,000 visualizações

Parabéns a todos os cubalenses e amigos que nos seguem! O blogue ultrapassou as 800.000 visualizações de páginas.

Obrigado aos leitores e sobretudo aos que partilham as nossas memórias. Só assim é possível!

Abraços

Ruca




 

Localizações principais. De onde nos visitam.


João Carona: O nosso campeão do Cubal e uma amizade para a vida


João Nascimento Carona
Reconheço o Morais (na direção da taça), o Alexandre (mão nos bolsos a usufruir do momento) , meu pai Raul de camisa branca a aplaudir maravilhado, o garoto é o Zito Marta Neves? (obrigado Miló). Quem reconhece quem?

No passado dia 16 de junho, a minha mãe, a Júlia, que infelizmente padece de dificuldades cognitivas, celebrou mais um aniversário. Recebi imensas mensagens de carinho de cubalenses, tanto telefónicas como nas redes sociais, e entre elas houve um telefonema que me tocou de forma especial: o da amiga Alice Cautela Carona. Para além da imensa alegria de voltar a ouvir a Alice, apercebi-me da fragilidade da saúde do seu marido, o nosso querido João Carona, que também enfrenta dificuldades cognitivas num estado avançado.

O João Carona… Que grande figura cubalense, multifacetada! Para além da amizade familiar que nos unia, todos nós no Cubal tínhamos e temos um enorme orgulho pelas suas façanhas motociclistas. Quem não se lembra das provas realizadas no final dos anos 60 e início de 70? Como nós vibrávamos com as suas vitórias! O João Carona era um campeão nato. E hoje, mais do que nunca, desejo que ele continue a ser esse campeão, e a minha esperança é que a sua saúde possa, de alguma forma, melhorar.

O João era um mecânico automóvel e de motos absolutamente excecional, um autêntico génio. Ele próprio desenvolvia e adaptava as suas motos para competição. Eu era uma criança, mas recordo-me perfeitamente que, durante as brincadeiras com o seu filho Vítor – que era ainda mais miúdo do que eu – o João Carona explicava-me as adaptações dos motores. Lembro-me (teria eu uns seis / sete oito anos) que ele me disse, com uma seriedade e um pormenor que me tratava como se fosse um adulto, como tinha desenvolvido e adaptado um simples motor da Florett para competição. Os detalhes que me contava ficaram gravados na minha memória infantil.

O João Carona foi também, durante um período, mecânico na oficina do meu pai, "A Reparadora Transmontana", onde, mais uma vez, a sua aptidão e mestria eram evidenciadas diariamente. A nossa afinidade familiar ia muito além disso: os meus pais, o Raul (que infelizmente nos deixou em 2020) e a Júlia, foram convidados para padrinhos batismo do Paulo, o segundo filho da Alice e do João Carona. Lembro-me tão bem dessa cerimónia, um momento de grande união familiar.

Ao ver estas fotografias e ao saber do estado de saúde do João, bem como da amizade inabalável da Alice, não pude deixar de sentir a necessidade de homenagear esta família tão amiga. Desejo-lhes o melhor que a vida ainda pode proporcionar. Sinto saudades daquelas brincadeiras no quintal dos meus vizinhos cubalenses, onde, no meio dos jogos com o amiguinho Vítor, tínhamos o papagaio cinzento, o Jacó. Sei que o Jacó ainda veio para Portugal e viveu muitos e muitos anos… Para além das bicadas que nos dava, divertíamo-nos muito com aquele papagaio cinzento que falava pelos "cotovelos". E no meio de tudo isto, o João Carona mostrava-me como funcionavam os motores… Enfim, são memórias que me preenchem a alma.

Esta é a minha forma de expressar o profundo carinho e respeito por esta família e, acima de tudo, pelo nosso querido João Carona. Que a força e a esperança continuem a acompanhá-lo a ele e família.

Ruca


Desafio aos Leitores:

Sabemos que as histórias do João Carona são muitas e certamente repletas de momentos vibrantes! Se também tiverem memórias, fotografias ou episódios que queiram partilhar sobre o nosso campeão, o João Carona, convidamo-vos a fazê-lo nos comentários. Vamos juntos manter viva a sua história e as suas façanhas!

17 junho 2025

Camaradagem na caça: O Dr. Freitas de Oliveira e um grupo de Cubalenses em tempos idos


 Mário Paulo, José M. Cabral, Freitas de Oliveira, João Jorge Paulista, Fernandes, Cravo (maquinista CFB), Brito e Rodrigues. 
Obrigado a quem contribuiu na identificação - Ana Cristina Paulista, Celestino e Hernâni)


Com as generosas partilhas da família Freitas de Oliveira, continuamos a folhear o álbum de memórias do nosso Cubal. Hoje, deparamo-nos com uma imagem que, à primeira vista, nos transporta para um passado diferente, um tempo com outras perspetivas e costumes. A fotografia mostra o Dr. Freitas de Oliveira (terceiro da esquerda para dta)  e um grupo de cubalenses que partilhavam a paixão pela caça, exibindo com orgulho o resultado das suas jornadas.

É crucial olharmos para esta imagem através da lente da época em que foi captada. Nos "outros tempos", a caça desportiva era uma atividade comum, vista como um passatempo e um meio de convívio social, enquadrada por regras e hábitos então aceites. Esta fotografia é um reflexo desse contexto, de um lazer partilhado entre amigos, onde a camaradagem se forjava também nestas atividades ao ar livre.

Hoje, naturalmente, a nossa consciência sobre as questões animais e ambientais é muito mais apurada. A valorização da biodiversidade, a preocupação com a sustentabilidade e o bem-estar animal são pilares de uma mentalidade que evoluiu significativamente. Ao observarmos esta imagem, fazemos uma ponte entre o passado e o presente, reconhecendo que os valores e as prioridades da sociedade se transformam.

No entanto, a fotografia continua a ser um documento histórico valioso. Ela não só nos mostra um aspeto do quotidiano e dos passatempos dos habitantes do Cubal (ou de alguns cubalenses) daquela época, como também nos permite vislumbrar a rede de amizades e a forma como a comunidade se organizava em torno de interesses comuns. Vemos cubalenses equipados com as suas armas, cintos carregados e os frutos da sua caça – talvez perdizes  – evidenciando a prática e o sucesso da jornada. O ambiente descontraído entre eles sugere a camaradagem e o prazer da companhia mútua.

Esta imagem, portanto, é um convite à reflexão sobre a evolução dos nossos costumes e da nossa relação com a natureza. Mas é também uma oportunidade para recordarmos, com respeito e perspetiva histórica, um tempo e um modo de vida que fizeram parte da tapeçaria do Cubal. 

Convidamos todos a partilharem as suas memórias, a identificarem rostos ou a contextualizarem ainda mais este momento, sempre com a consciência de que o passado, com as suas particularidades, faz parte da rica história do nosso Cubal Angola Terra Amada.

Obrigado

Ruca

Imagem 4: Encontro e partilha – rostos do Cubal - evento


 Imagem 4: Encontro e partilha – rostos do Cubal - evento

Nesta fotografia, provavelmente no mesmo evento da imagem 3, somos convidados a observar um momento de convívio informal da comunidade do Cubal. Um grupo diversificado de pessoas, incluindo figuras com uniforme e civis, está reunido ao ar livre, num espaço que parece ser central à vila. Há uma jovem que segura uma bandeja, talvez oferecendo algo aos presentes, um gesto que sublinha a hospitalidade e a partilha características da nossa gente. As construções ao fundo, com a sua arquitetura tradicional, enquadram este momento de interação social.  Por falar em arquitetura iremos publicar um artigo, daquele tempo, sobre este tema com imagens que irão gostar (a 

Qual era o propósito desta reunião? Conseguem identificar alguns dos participantes ou o local exato onde esta cena foi captada? Ano? 

Obrigado
ruca

Imagem 3: Progresso e inovação Cubalense– O campo/agricultura/indústria em destaque


                          Imagem 3: Progresso e Inovação – O campo/agricultura/indústria em destaque

Esta imagem transporta-nos para um evento ao ar livre, possivelmente uma feira ou exposição relacionada com a agricultura ou indústria, dada a presença de um trator imponente, um "DAVID BROWN 55D". Vemos vários homens, alguns de uniforme, outros de fato, reunidos à volta das máquinas, observando e conversando. O ambiente sugere um momento de apresentação de novas tecnologias ou de balanço da atividade económica no Cubal. A presença de bandeiras ao fundo e a luz intensa do sol reforçam a ideia de um evento público e de relevo. 

Qual seria o propósito desta reunião/feira? 

Quem são as figuras que observam atentamente o equipamento eu partilham ideias neste cenário de progresso?

Peço a V. ajuda e contributo.

Obrigado

Ruca


Imagem 2: Gala e Elegância cubalense

 I   

                            Imagem 2: Gala e Elegância – rostos no centro das atenções
Dr Freitas de Oliveira e ....


Nesta segunda imagem e num outro evento da da imagem 1,  o foco parece recair sobre um grupo restrito de convidados, sentados à mesa. Reconhecem alguns destes rostos? Lembram-se do contexto deste encontro?

Obrigado

Ruca

Memórias partilhadas - família Freitas de Oliveira - O jantar festivo

Das preciosas memórias que a família Freitas de Oliveira nos tem vindo a partilhar, emerge agora um conjunto de fotografias históricas que nos transportam diretamente para o coração do Cubal de outros tempos. Mais do que simples registos visuais, estas imagens são convites a uma viagem no tempo, a momentos de convívio, celebração e progresso que moldaram a nossa querida vila/cidade.

Convidamos todos os cubalenses e amigos do Cubal a olharem com atenção para estas fotografias, a deixarem-se guiar pelas emoções que elas despertam e, sobretudo, a partilharem os seus conhecimentos e as suas memórias. 

Quem são as personalidades presentes? Quais os momentos que estas imagens eternizam? Cada detalhe que se recordem é um pedaço valioso para reconstruir e enriquecer a nossa história coletiva.

                            Imagem 1: O Jantar Festivo – Um Brinde à Comunidade

Esta fotografia captura um ambiente de convívio e celebração, provavelmente num jantar ou evento social no Cubal. Vemos mesas postas, com talheres, copos e garrafas, sugerindo uma refeição . Terá sido na despedida do Dr. Freitas de Oliveira?  As pessoas estão sentadas, algumas em animada conversa, outras a olhar para a câmara. No fundo, uma decoração festiva, com grinaldas suspensas, acrescenta um toque de alegria ao cenário. A formalidade das vestes, com homens de fato e gravata e senhoras elegantemente trajadas, denota a importância da ocasião. 

Quem ajuda na identificação das pessoas e momento? Que evento estaria a ser celebrado? As tuas memórias são cruciais para desvendar este momento.

Obrigado

Ruca