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João Nascimento Carona Reconheço o Morais (na direção da taça), o Alexandre (mão nos bolsos a usufruir do momento) , meu pai Raul de camisa branca a aplaudir maravilhado, o garoto é o Zito Marta Neves? (obrigado Miló). Quem reconhece quem? |
No passado dia 16 de junho, a minha mãe, a Júlia, que infelizmente padece de dificuldades cognitivas, celebrou mais um aniversário. Recebi imensas mensagens de carinho de cubalenses, tanto telefónicas como nas redes sociais, e entre elas houve um telefonema que me tocou de forma especial: o da amiga Alice Cautela Carona. Para além da imensa alegria de voltar a ouvir a Alice, apercebi-me da fragilidade da saúde do seu marido, o nosso querido João Carona, que também enfrenta dificuldades cognitivas num estado avançado.
O João Carona… Que grande figura cubalense, multifacetada! Para além da amizade familiar que nos unia, todos nós no Cubal tínhamos e temos um enorme orgulho pelas suas façanhas motociclistas. Quem não se lembra das provas realizadas no final dos anos 60 e início de 70? Como nós vibrávamos com as suas vitórias! O João Carona era um campeão nato. E hoje, mais do que nunca, desejo que ele continue a ser esse campeão, e a minha esperança é que a sua saúde possa, de alguma forma, melhorar.
O João era um mecânico automóvel e de motos absolutamente excecional, um autêntico génio. Ele próprio desenvolvia e adaptava as suas motos para competição. Eu era uma criança, mas recordo-me perfeitamente que, durante as brincadeiras com o seu filho Vítor – que era ainda mais miúdo do que eu – o João Carona explicava-me as adaptações dos motores. Lembro-me (teria eu uns seis / sete oito anos) que ele me disse, com uma seriedade e um pormenor que me tratava como se fosse um adulto, como tinha desenvolvido e adaptado um simples motor da Florett para competição. Os detalhes que me contava ficaram gravados na minha memória infantil.
O João Carona foi também, durante um período, mecânico na oficina do meu pai, "A Reparadora Transmontana", onde, mais uma vez, a sua aptidão e mestria eram evidenciadas diariamente. A nossa afinidade familiar ia muito além disso: os meus pais, o Raul (que infelizmente nos deixou em 2020) e a Júlia, foram convidados para padrinhos batismo do Paulo, o segundo filho da Alice e do João Carona. Lembro-me tão bem dessa cerimónia, um momento de grande união familiar.
Ao ver estas fotografias e ao saber do estado de saúde do João, bem como da amizade inabalável da Alice, não pude deixar de sentir a necessidade de homenagear esta família tão amiga. Desejo-lhes o melhor que a vida ainda pode proporcionar. Sinto saudades daquelas brincadeiras no quintal dos meus vizinhos cubalenses, onde, no meio dos jogos com o amiguinho Vítor, tínhamos o papagaio cinzento, o Jacó. Sei que o Jacó ainda veio para Portugal e viveu muitos e muitos anos… Para além das bicadas que nos dava, divertíamo-nos muito com aquele papagaio cinzento que falava pelos "cotovelos". E no meio de tudo isto, o João Carona mostrava-me como funcionavam os motores… Enfim, são memórias que me preenchem a alma.
Esta é a minha forma de expressar o profundo carinho e respeito por esta família e, acima de tudo, pelo nosso querido João Carona. Que a força e a esperança continuem a acompanhá-lo a ele e família.
Ruca
Desafio aos Leitores:
Sabemos que as histórias do João Carona são muitas e certamente repletas de momentos vibrantes! Se também tiverem memórias, fotografias ou episódios que queiram partilhar sobre o nosso campeão, o João Carona, convidamo-vos a fazê-lo nos comentários. Vamos juntos manter viva a sua história e as suas façanhas!