04 julho 2025

14 de agosto de 1966: Amizade e despedida na Barragem do John, Cubal

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As imagens que hoje a Nanda Valadas nos traz são um testemunho vibrante de um dia inesquecível na Barragem do John, no Cubal, a 14 de agosto de 1966. Mais do que simples fotografias, são fragmentos de um tempo onde a amizade e o convívio se entrelaçavam com a imponência da paisagem local.

Na primeira fotografia, somos brindados com a presença carismática da Teresa, da própria Nanda ,  Locas Almeida e o Coelho, irmão das  Alexandrina e Esmeralda Coelho. Posam junto a um enigmático painel, cujas inscrições, embora desgastadas pelo tempo, nos dão uma ideia de avisos ou diretrizes daquele local – provavelmente algo relacionado com as "instalações hidroelétricas" e a "autorização da gerência". Há um ar de cumplicidade entre eles, um sorriso que nos diz que estavam a viver um momento especial. A Barragem do John era um ponto de encontro, um local emblemático para passeios e convívio, e esta imagem capta essa atmosfera.

A segunda imagem complementa na perfeição a primeira, focando-se na Nanda Valadas. Sentada descontraidamente sobre uma rocha, com a grandiosidade da Barragem do John como pano de fundo. A água a cair em cascata, a força da natureza em contraste com a tranquilidade da pose da Nanda. É uma fotografia que respira a leveza e a beleza da juventude, e que ao mesmo tempo nos recorda a beleza natural do Cubal.

Sabemos que este dia marcou a despedida do Inspetor Marques Monteiro, o que adiciona uma camada de emoção a estes registos. Momentos como estes, de convívio e adeus, ficam gravados na memória e, felizmente, nestas preciosas fotografias. São mais do que apenas rostos e lugares; são memórias que nos ligam a um passado partilhado, a uma "Terra Amada" que nunca esquecemos.

Muito obrigado, Nanda, por continuares a partilhar estas pérolas que tanto enriquecem o nosso blogue e as nossas recordações!

Ruca

1.1 pormenores


1.2 pormenores


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02 julho 2025

Cubal antigo: Uma janela para as décadas de 40 e 50, do Quintal dos Valadas

Ah, Nanda, mais uma vez me brindas com uma imagem que é um verdadeiro portal no tempo! E que privilégio poder espreitar o nosso Cubal através dos teus olhos e memórias.

Esta fotografia, tirada do quintal da tua família Valadas, é daquelas que nos faz parar e pensar. Olhem só para a cena: aquela carroça, puxada por uma junta de bois, com um homem a guiá-los e outro ali ao lado. É o dia a dia, a vida a acontecer, num ritmo que hoje nos parece quase de outro mundo. Faz-nos lembrar de como as coisas funcionavam, de como a força animal era tão essencial, de um tempo mais lento, mais ligado à terra. É a essência do Cubal daquelas décadas de 40 e 50 a manifestar-se ali, à nossa frente.

E ao fundo, meus amigos, lá está ele, o edifício que foi ponto de referência! A residência e o comércio do Senhor Emídio de Lemos, o pai do nosso Zé Lemos, um nome que tantos de nós conhecemos e respeitamos. E depois, como a vida muda, aquele espaço transformou-se na Gardénia de Rodrigues e Viana. É incrível como um único enquadramento nos pode contar tantas histórias, tantas transições de um mesmo lugar.

É por isto que adoro estas partilhas, Nanda. Não é só uma foto antiga; é um pedaço da nossa história, da nossa infância, das ruas que pisámos. É o Cubal que temos no coração, ali, vivo e presente. Muito obrigado por nos continuares a dar estes presentes visuais!

NB. caso verifiquem alguma incorreção, datas etc. avisem-me . Obrigado

Ruca

26 junho 2025

Recordações de 1962: Um Picnic na Fazenda Elisa com os rapazes do Instituto Liceal

 

Hugo Ricardo Xavier (infelizmente já falecido), seguido por José Luís Pena. Ao centro, com uma postura mais descontraída, temos José Simões e Vítor Rodrigues, o nosso algarvio. E a completar o quinteto, com uma presença marcante, Rui Candeias, oriundo da Ganda.

Esta fotografia, embora com a passagem do tempo a deixar a sua marca na qualidade, é mais uma joia partilhada pela Nanda Valadas que nos leva diretamente ao ano de 1962. A cena? Um animado picnic na Fazenda Elisa, um local que certamente guardava muitas histórias e risos para estes jovens.

Nela, vemos um grupo de estudantes do Instituto Liceal, num momento descontraído e cheio de espírito de aventura, típico daquela época. Da esquerda para a direita, reconhecemos o sorriso do Hugo Ricardo Xavier (infelizmente já falecido), seguido por José Luís Pena. Ao centro, com uma postura mais descontraída, temos José Simões e Vítor Rodrigues, o nosso algarvio. E a completar o quinteto, com uma presença marcante, Rui Candeias, oriundo da Ganda.

A presença de um clássico "carocha" na imagem adiciona um charme especial, evocando a atmosfera daquela década. É fácil imaginar as conversas animadas, as gargalhadas e a camaradagem que preenchiam o ar naquele dia. Cada rosto conta uma parte de uma história, de uma juventude vivida no Cubal, longe, mas tão presente nas nossas memórias.

Esta imagem não é apenas um registo; é um convite a recordar os tempos de outrora, os laços de amizade que se formavam e as paisagens que serviram de palco a tantas vivências inesquecíveis. Um verdadeiro tesouro.

Ruca

Um vislumbre dos meados dos anos 50: Jovens mulheres no Ferrovia do Cubal

Da esquerda para a direita, reconhecemos: Mizé, Mimi Mota, Lurdes Machado, Lila Pais, Olinda Suzano, Emilia Machado, e ??? (uma cujo nome se perdeu no tempo) Quem ajuda?. À frente, uma menina pequena, também não identificada.

Esta bela fotografia, gentilmente partilhada pela Nanda Valadas, transporta-nos para meados da década de 1950, capturando um momento de elegância juvenil no campo de jogos do Ferrovia do Cubal.

Vemos um grupo encantador de jovens mulheres, cujos sorrisos sugerem camaradagem e memórias partilhadas. Da esquerda para a direita, reconhecemos: Mizé, Mimi Mota, Lurdes Machado, Lila Pais, Olinda Suzano, Emilia Machado, e uma cujo nome se perdeu no tempo. À frente, uma menina pequena, também não identificada, adiciona um toque encantador à cena.

Os seus vestidos, característicos da época, falam de um tempo de graça e simplicidade. A presença da rede de voleibol em segundo plano posiciona-as firmemente na atmosfera vibrante do campo de jogos, sugerindo talvez uma pausa entre jogos ou um encontro social.

Esta imagem é mais do que apenas uma fotografia; é uma janela para o passado, oferecendo um vislumbre precioso das vidas destas jovens mulheres no Cubal durante uma era que já passou. É um testemunho do poder duradouro das fotografias para preservar momentos e ligar-nos à história.

Ruca

NB: P.F. AJUDEM NA IDENTIFICAÇÃO DAS 2 PESSOAS EM FALTA.

23 junho 2025

Uma noite de variedades inesquecível no Cubal: O Brilho dos Palcos em 1962

Hoje, abrimos o nosso baú de memórias para revisitar uma noite de puro brilho e entretenimento no nosso querido Cubal. Estas imagens, que presumo serem de um Espectáculo de Variedades, realizado em 11 de julho de 1962, trazem-nos a vivacidade e o glamour dos palcos que, por vezes, visitavam a nossa vila.

Ao observar as fotografias, somos transportados para a atmosfera efervescente daquele dia. Vemos artistas com figurinos elaborados e cheios de brilho, em palco, a atuar para o público cubalense. A presença das bandeiras nacionais de Portugal e do Brasil visíveis numa das imagens leva-nos a crer que se trataria de artistas brasileiras/os.

E foi precisamente o nosso querido Rodrigo "Bibito" Guerra que, com a sua memória prodigiosa, nos lançou mais luz sobre este evento! Segundo o Bibito, "Pelo jeito, são fotos de um 'teatro de revista' que o Giusepe Bastos levava do Brasil para Angola, com grande sucesso. Era uma apresentação de quadros soltos, com piadas, músicas e muitas mulheres.".

Este esclarecimento do Bibito é fundamental e faz todo o sentido, pois Giuseppe Bastos (Lisboa, 8 de dezembro de 1911 — Lisboa, 11 de abril de 1975) foi, de facto, um notável empresário e produtor teatral português. Dedicou a sua vida ao teatro, explorando diversos espaços em Portugal, como o Parque Mayer, o cine-teatro Capitólio, e em sociedade com Vasco Morgado, os teatros Variedades e Maria Vitória. A sua atividade teatral estendeu-se para além-mar, com produções em locais tão diversos como os Açores, Moçambique, África do Sul, Brasil e, claro, Angola. Foi responsável pela vinda a Portugal de grandes artistas estrangeiros, incluindo muitos do Brasil, o que reforça a ideia da presença de artistas brasileiros no Cubal, como sugerido pelas bandeiras.

Este espetáculo terá sido, sem dúvida, um momento alto na vida social do Cubal, trazendo um pouco do glamour dos grandes palcos para a nossa vila.

Um agradecimento muito especial à Olga Viana pela generosa partilha destes documentos históricos tão vívidos, que nos permitem revisitar momentos importantes vividos pelo seu saudoso marido, José Martins Viana, e por toda a comunidade. Agradecemos a quem nos ajuda a manter estas memórias vivas.

Peço a todos os cubalenses que se lembrem deste espetáculo – ou de outros do género – que partilhem as suas recordações e comentários. As vossas memórias são essenciais para enriquecer a nossa história coletiva.

Obrigado, Ruca

1.
Estas imagens, presumo que sejam de um Espectáculo de Variedades
realizado no Cubal em 11 de Julho de 1962.
Pelas 2 bandeiras Nacionais visíveis na imagem acima (Portugal - Brasil) serão artistas brasileira/os?
Peço aos cubalenses que se lembrem deste espectáculo façam os seus comentários.
Obrigado
Ruca
2.
"Pelo jeito, são fotos de um "teatro de revista" que o Giusepe Bastos levava do Brasil para Angola, com grande sucesso. Era uma apresentação de quadros soltos, com piadas, músicas e muitas mulheres."
Comentário de Rodrigo (Bibito) Guerra
3.

No seguimento do comentário do Bibito, relembra-se quem foi:

Giuseppe Bastos (Lisboa, 8 de Dezembro de 1911 — Lisboa, 11 de Abril de 1975) foi um empresário e produtor teatral português.

Dedicou toda a sua vida à causa teatral e explorou, no Parque Mayer, um teatro desmontável no recinto onde mais tarde foi criado o Estádio Mayer para a actividade desportiva de luta e boxe.

Também explorou o cine-teatro Capitólio e de seguida, em sociedade com o seu colega Vasco Morgado, os teatros Variedades e Maria Vitória. Quando explorava este último teatro, a morte veio-o a surpreender.

Teve enorme actividade teatral, com produções no Teatro Sá da Bandeira, no Porto, no Teatro Avenida de Lisboa e em diversos Teatros nos Açores, Angola, Moçambique, África do Sul e Brasil. Foi responsável pela vinda a Portugal de grandes artistas estrangeiros, nomeadamente do Brasil, de Espanha e França. Com Eugénio Salvador, produziu grandes espectáculos de revista no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.. in Wikipédia

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Casamento de Alberto Baptista e Maria Peixoto Baptista da Fazenda Chimbasse e da Elisa em 29/10/1949.

Casamento Pai Alberto e Mãe Maria.



Cubalenses

Pai Alberto, Abreu e amigos no Cubal




A Escola Industrial e Comercial do Cubal – D. João II: Forjar o futuro através do conhecimento

É com imenso orgulho e um profundo sentido de gratidão que hoje partilhamos no nosso blogue um conjunto de imagens e documentos históricos que nos transportam para um pilar fundamental do desenvolvimento e progresso do nosso Cubal: a Escola Industrial e Comercial – D. João II. Mais do que um mero edifício, esta escola foi um verdadeiro motor de oportunidades, forjando profissões e preparando gerações para os desafios do futuro.

 

A Escola Industrial e Comercial do Cubal era um centro vital onde a teoria se aliava à prática, capacitando os jovens com as competências necessárias para as mais diversas áreas.

 

As fotografias dos interiores da escola são um testemunho vivo desse ambiente de aprendizagem e trabalho. Observamos as bancadas robustas e as ferramentas organizadas nas oficinas da Escola Industrial e Comercial , onde rapazes e raparigas (embora nestas fotos vejamos principalmente homens) aprendiam o ofício. Estas imagens de trabalho prático – seja na serralharia, na mecânica ou na eletricidade (como podemos vislumbrar , que mostram alunos dedicados aos circuitos elétricos e outros ofícios) – são a prova da seriedade e da qualidade do ensino técnico daquele tempo. Ali, as mãos dos alunos tornavam-se experientes, e as mentes aguçavam-se para resolver problemas reais.

 

E a importância desta escola não é apenas uma memória; é um facto documentado. A imagem da Portaria do Boletim Oficial de Angola, confirma o investimento significativo nesta instituição. Vemos que, em 1967, foram atribuídos 350.000$00 e em 1968, 550.000$00, totalizando 900.000$00. Estes valores, consideráveis para a época, demonstram o compromisso das autoridades com a promoção do ensino industrial e comercial no Cubal, reconhecendo o seu papel estratégico no desenvolvimento regional. Este tipo de apoios financeiros permitiram equipar as oficinas, contratar  professores e oferecer uma formação de excelência.

 

A Escola Industrial e Comercial – D. João II, à semelhança do Colégio Eça de Queirós, Instituto Liceal , Escola Primaria 40 de outras instituições , representavam um investimento no capital humano do Cubal. Formava-se não apenas trabalhadores qualificados, mas também cidadãos conscientes do seu papel na construção de uma sociedade mais próspera.

 

Estas imagens e documentos são um tributo a todos os alunos, professores e funcionários que fizeram parte da Escola Industrial e Comercial – D. João II e das restantes Instituições de ensino. Foram eles que, com o seu trabalho e dedicação, ajudaram a construir o futuro do Cubal, deixando um legado de conhecimento e competência que ainda hoje se faz sentir.

 

Convidamos os nossos leitores a partilhar nos comentários as suas memórias, histórias ou fotografias relacionadas com a Escola Industrial e Comercial do Cubal. Ajuda-nos a enriquecer ainda mais este registo histórico! Caso verifiquem alguma incoerência no texto, agradeço que me informem para que possamos corrigir e manter a nossa história o mais fidedigna possível.

 

Ruca






22 junho 2025

10 de Junho de 1966 no Cubal: Juventude, Futuro e a nossa Bandeira Liceal

Da esquerda para a direita, temos a Eugénia, a Marília, Nanda Valadas e a Anabela Espinha.


Que grande tesouro a Nanda Valadas partilha connosco hoje no nosso blogue! Esta imagem é mais do que uma fotografia; é um pedaço da nossa história, capturado no dia 10 de junho de 1966 (há 59 anos!), um dia que hoje celebramos como Dia de Portugal. E para nós, cubalenses, esta data ganhava um significado muito particular, especialmente através da nossa juventude.

Ao olhar para esta fotografia, sente-se um orgulho imenso. Vemos ali, de pé, quatro jovens que representam o futuro, a esperança e a dedicação do nosso Cubal. Da esquerda para a direita, temos a Eugénia, a Marília, Nanda Valadas (que nos brinda com esta recordação!) e a saudosa Anabela Espinha. As suas posturas, os seus uniformes impecáveis e os seus olhares sérios e focados mostram a importância do momento e o respeito que tinham por ele.

Mas há um elemento que, para mim, se destaca e que, como mostro no pormenor, tem um significado profundo: Bandeira do Instituto Liceal do Cubal. Esta bandeira não era apenas um pedaço de tecido com um emblema; era o símbolo da nossa educação, do nosso crescimento, dos nossos sonhos e das oportunidades que o ensino liceal trazia para a nossa terra. O lema "In Labore Falamus" (No Trabalho Falamos/Nos Expressamos pelo Trabalho) resumia bem o espírito de dedicação e esforço que se esperava de nós, estudantes.

Ver esta bandeira, erguida com tanto aprumo, nas mãos da Marília e da Nanda Valadas, é ver o reconhecimento da importância da instrução no Cubal. O Instituto Liceal era um pilar fundamental da nossa comunidade, formando gerações e abrindo portas para um futuro mais promissor. Esta imagem é, portanto, uma homenagem à educação, ao esforço coletivo e à juventude que se preparava para os desafios da vida, com o orgulho de pertencerem à sua terra e à sua escola.

É fascinante pensar nos pensamentos e aspirações que passavam pela mente destas jovens naquele dia, enquanto celebravam uma data tão marcante e representavam o seu Instituto. Esta fotografia é um testemunho da seriedade e do compromisso com que a nossa juventude encarava o seu papel na sociedade.

Um agradecimento muito especial à Nanda Valadas por nos dar a oportunidade de revisitar este momento tão significativo. Estas são as memórias que enriquecem o nosso património afetivo e nos permitem manter viva a chama do passado do Cubal e arredores. Fico à espera de mais memórias assim!


Ruca

19 junho 2025

Festas de Caimbambo: juventude, alegria e amizades de 1964


Há fotografias que, mesmo passadas décadas, exalam a energia contagiante da juventude e do espírito de festa. Esta bela imagem, gentilmente partilhada pela Nanda Valadas, é um testemunho vivo desse tempo, transportando-nos diretamente para as animadas Festas de Caimbambo, na localidade vizinha do Cubal, a 18 de outubro de 1964.

É impossível não sorrir ao ver este grupo de amigos, tão cheios de vida e de alegria. A fotografia capta um momento de pura celebração, onde o riso e a despreocupação da juventude preenchem o ambiente. Reconhecemos nestes rostos a essência das festas daquela época: o convívio, a dança e a amizade que se fortalecia em cada encontro.

Nesta composição vibrante, conseguimos identificar algumas figuras que  marcaram a vida social da região: o Chico Valadas, a Teresa, a Locas, a Nanda Valadas (a quem agradecemos a partilha desta joia!) e o João Camilo. Cada um deles, com o seu estilo e a sua pose, contribui para a vivacidade da cena. A luz, o ambiente festivo e a espontaneidade dos jovens criam uma atmosfera quase palpável, convidando-nos a imaginar o som da música e as conversas animadas.

Esta imagem não é apenas um registo de uma festa; é um pedaço da nossa história, um flash de um tempo em que as comunidades vizinhas se encontravam para celebrar a vida, a união e a juventude. É um lembrete das amizades que floresciam e dos lares que se formavam na nossa terra.

Agradecemos profundamente à Nanda Valadas por nos trazer esta recordação tão feliz. Estas são as memórias que enriquecem o nosso património afetivo e nos permitem manter viva a chama do passado do Cubal e arredores. Que a alegria estampada nos rostos do Chico, Teresa, Locas, Nanda e João nos inspire a celebrar as nossas próprias amizades e a valorizar cada momento de convívio.

Ruca

Cubalenses de gema: Um brinde à amizade de outros tempos - Em frente à nossa (antiga) Igreja

Da esquerda para a direita: o 4º elemento é o meu pai, o Raúl Gonçalves, com o seu filho – eu – . 5º-Amílcar VinhaisMais à direita, como 10º elemento,  Albano.


Há fotografias que nos transportam diretamente para o coração de uma época e para um lugar exato, e esta, vinda do meu baú familiar, é uma dessas jóias raras. A cores, e datada provavelmente de 1968 ou 1969, captura um momento de genuína camaradagem entre tantos elementos masculinos do nosso querido Cubal, com o cenário reconhecível da Igreja do Cubal -à esquerda .

Ao olhar para esta imagem, sinto um calor especial no peito. É uma daquelas cenas que nos recordam a força dos laços que se criavam na nossa comunidade. Homens de várias idades, reunidos, com um espírito de união que transborda da fotografia. O ambiente, descontraído mas digno, sugere um encontro significativo, talvez uma celebração, uma confraternização ou um momento de convívio informal que se tornou inesquecível, tendo a nossa Igreja como testemunha.

Consigo reconhecer alguns rostos com clareza e emoção. Da esquerda para a direita, o quarto elemento é o meu pai, o Raúl Gonçalves, e vejo-o ali, protetor, com o seu filho – eu – resguardado junto dele. Uma imagem que me toca profundamente, relembrando a segurança e o carinho daquele tempo. Logo a seguir ao meu pai, identifico o Amílcar Vinhais, um grande e generoso amigo da minha família e mais um rosto familiar de grandes memórias. Mais à direita, como décimo elemento, está o Albano e a seguir julgo que seu filho (?).

Mas a beleza desta fotografia vai além das identificações pontuais. É no conjunto que ela nos fala mais alto: na forma como se agrupam, nos sorrisos, alguns contidos, outros mais abertos, nas posturas que refletem respeito e afeto. Cada um deles é um pedaço da história do Cubal, homens que, de diferentes formas, contribuíram para o pulsar da nossa vila.

Esta imagem é um testemunho da amizade à moda antiga, aquela que se forjava no dia a dia, nos eventos sociais, no trabalho e no lazer partilhado. São os rostos de uma geração que viveu e construiu o Cubal, e que nos legou um sem-fim de histórias e memórias.

Lanço, por isso, um apelo a todos os leitores do blogue: se reconhecerem mais alguém nesta fotografia, ou se tiverem alguma história associada a este momento ou a estas figuras, por favor, partilhem connosco nos comentários. Cada pedacinho de informação ajuda-nos a pintar um quadro mais completo do nosso passado e a manter viva a chama da nossa herança cubalense.

Ruca

18 junho 2025

Obrigado aos leitores e sobretudo a quem partilha as nossas memórias. 800,000 visualizações

Parabéns a todos os cubalenses e amigos que nos seguem! O blogue ultrapassou as 800.000 visualizações de páginas.

Obrigado aos leitores e sobretudo aos que partilham as nossas memórias. Só assim é possível!

Abraços

Ruca




 

Localizações principais. De onde nos visitam.


João Carona: O nosso campeão do Cubal e uma amizade para a vida


João Nascimento Carona
Reconheço o Morais (na direção da taça), o Alexandre (mão nos bolsos a usufruir do momento) , meu pai Raul de camisa branca a aplaudir maravilhado, o garoto é o Zito Marta Neves? (obrigado Miló). Quem reconhece quem?

No passado dia 16 de junho, a minha mãe, a Júlia, que infelizmente padece de dificuldades cognitivas, celebrou mais um aniversário. Recebi imensas mensagens de carinho de cubalenses, tanto telefónicas como nas redes sociais, e entre elas houve um telefonema que me tocou de forma especial: o da amiga Alice Cautela Carona. Para além da imensa alegria de voltar a ouvir a Alice, apercebi-me da fragilidade da saúde do seu marido, o nosso querido João Carona, que também enfrenta dificuldades cognitivas num estado avançado.

O João Carona… Que grande figura cubalense, multifacetada! Para além da amizade familiar que nos unia, todos nós no Cubal tínhamos e temos um enorme orgulho pelas suas façanhas motociclistas. Quem não se lembra das provas realizadas no final dos anos 60 e início de 70? Como nós vibrávamos com as suas vitórias! O João Carona era um campeão nato. E hoje, mais do que nunca, desejo que ele continue a ser esse campeão, e a minha esperança é que a sua saúde possa, de alguma forma, melhorar.

O João era um mecânico automóvel e de motos absolutamente excecional, um autêntico génio. Ele próprio desenvolvia e adaptava as suas motos para competição. Eu era uma criança, mas recordo-me perfeitamente que, durante as brincadeiras com o seu filho Vítor – que era ainda mais miúdo do que eu – o João Carona explicava-me as adaptações dos motores. Lembro-me (teria eu uns seis / sete oito anos) que ele me disse, com uma seriedade e um pormenor que me tratava como se fosse um adulto, como tinha desenvolvido e adaptado um simples motor da Florett para competição. Os detalhes que me contava ficaram gravados na minha memória infantil.

O João Carona foi também, durante um período, mecânico na oficina do meu pai, "A Reparadora Transmontana", onde, mais uma vez, a sua aptidão e mestria eram evidenciadas diariamente. A nossa afinidade familiar ia muito além disso: os meus pais, o Raul (que infelizmente nos deixou em 2020) e a Júlia, foram convidados para padrinhos batismo do Paulo, o segundo filho da Alice e do João Carona. Lembro-me tão bem dessa cerimónia, um momento de grande união familiar.

Ao ver estas fotografias e ao saber do estado de saúde do João, bem como da amizade inabalável da Alice, não pude deixar de sentir a necessidade de homenagear esta família tão amiga. Desejo-lhes o melhor que a vida ainda pode proporcionar. Sinto saudades daquelas brincadeiras no quintal dos meus vizinhos cubalenses, onde, no meio dos jogos com o amiguinho Vítor, tínhamos o papagaio cinzento, o Jacó. Sei que o Jacó ainda veio para Portugal e viveu muitos e muitos anos… Para além das bicadas que nos dava, divertíamo-nos muito com aquele papagaio cinzento que falava pelos "cotovelos". E no meio de tudo isto, o João Carona mostrava-me como funcionavam os motores… Enfim, são memórias que me preenchem a alma.

Esta é a minha forma de expressar o profundo carinho e respeito por esta família e, acima de tudo, pelo nosso querido João Carona. Que a força e a esperança continuem a acompanhá-lo a ele e família.

Ruca


Desafio aos Leitores:

Sabemos que as histórias do João Carona são muitas e certamente repletas de momentos vibrantes! Se também tiverem memórias, fotografias ou episódios que queiram partilhar sobre o nosso campeão, o João Carona, convidamo-vos a fazê-lo nos comentários. Vamos juntos manter viva a sua história e as suas façanhas!

17 junho 2025

Camaradagem na caça: O Dr. Freitas de Oliveira e um grupo de Cubalenses em tempos idos


 Mário Paulo, José M. Cabral, Freitas de Oliveira, João Jorge Paulista, Fernandes, Cravo (maquinista CFB), Brito e Rodrigues. 
Obrigado a quem contribuiu na identificação - Ana Cristina Paulista, Celestino e Hernâni)


Com as generosas partilhas da família Freitas de Oliveira, continuamos a folhear o álbum de memórias do nosso Cubal. Hoje, deparamo-nos com uma imagem que, à primeira vista, nos transporta para um passado diferente, um tempo com outras perspetivas e costumes. A fotografia mostra o Dr. Freitas de Oliveira (terceiro da esquerda para dta)  e um grupo de cubalenses que partilhavam a paixão pela caça, exibindo com orgulho o resultado das suas jornadas.

É crucial olharmos para esta imagem através da lente da época em que foi captada. Nos "outros tempos", a caça desportiva era uma atividade comum, vista como um passatempo e um meio de convívio social, enquadrada por regras e hábitos então aceites. Esta fotografia é um reflexo desse contexto, de um lazer partilhado entre amigos, onde a camaradagem se forjava também nestas atividades ao ar livre.

Hoje, naturalmente, a nossa consciência sobre as questões animais e ambientais é muito mais apurada. A valorização da biodiversidade, a preocupação com a sustentabilidade e o bem-estar animal são pilares de uma mentalidade que evoluiu significativamente. Ao observarmos esta imagem, fazemos uma ponte entre o passado e o presente, reconhecendo que os valores e as prioridades da sociedade se transformam.

No entanto, a fotografia continua a ser um documento histórico valioso. Ela não só nos mostra um aspeto do quotidiano e dos passatempos dos habitantes do Cubal (ou de alguns cubalenses) daquela época, como também nos permite vislumbrar a rede de amizades e a forma como a comunidade se organizava em torno de interesses comuns. Vemos cubalenses equipados com as suas armas, cintos carregados e os frutos da sua caça – talvez perdizes  – evidenciando a prática e o sucesso da jornada. O ambiente descontraído entre eles sugere a camaradagem e o prazer da companhia mútua.

Esta imagem, portanto, é um convite à reflexão sobre a evolução dos nossos costumes e da nossa relação com a natureza. Mas é também uma oportunidade para recordarmos, com respeito e perspetiva histórica, um tempo e um modo de vida que fizeram parte da tapeçaria do Cubal. 

Convidamos todos a partilharem as suas memórias, a identificarem rostos ou a contextualizarem ainda mais este momento, sempre com a consciência de que o passado, com as suas particularidades, faz parte da rica história do nosso Cubal Angola Terra Amada.

Obrigado

Ruca

Imagem 4: Encontro e partilha – rostos do Cubal - evento


 Imagem 4: Encontro e partilha – rostos do Cubal - evento

Nesta fotografia, provavelmente no mesmo evento da imagem 3, somos convidados a observar um momento de convívio informal da comunidade do Cubal. Um grupo diversificado de pessoas, incluindo figuras com uniforme e civis, está reunido ao ar livre, num espaço que parece ser central à vila. Há uma jovem que segura uma bandeja, talvez oferecendo algo aos presentes, um gesto que sublinha a hospitalidade e a partilha características da nossa gente. As construções ao fundo, com a sua arquitetura tradicional, enquadram este momento de interação social.  Por falar em arquitetura iremos publicar um artigo, daquele tempo, sobre este tema com imagens que irão gostar (a 

Qual era o propósito desta reunião? Conseguem identificar alguns dos participantes ou o local exato onde esta cena foi captada? Ano? 

Obrigado
ruca

Imagem 3: Progresso e inovação Cubalense– O campo/agricultura/indústria em destaque


                          Imagem 3: Progresso e Inovação – O campo/agricultura/indústria em destaque

Esta imagem transporta-nos para um evento ao ar livre, possivelmente uma feira ou exposição relacionada com a agricultura ou indústria, dada a presença de um trator imponente, um "DAVID BROWN 55D". Vemos vários homens, alguns de uniforme, outros de fato, reunidos à volta das máquinas, observando e conversando. O ambiente sugere um momento de apresentação de novas tecnologias ou de balanço da atividade económica no Cubal. A presença de bandeiras ao fundo e a luz intensa do sol reforçam a ideia de um evento público e de relevo. 

Qual seria o propósito desta reunião/feira? 

Quem são as figuras que observam atentamente o equipamento eu partilham ideias neste cenário de progresso?

Peço a V. ajuda e contributo.

Obrigado

Ruca


Imagem 2: Gala e Elegância cubalense

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                            Imagem 2: Gala e Elegância – rostos no centro das atenções
Dr Freitas de Oliveira e ....


Nesta segunda imagem e num outro evento da da imagem 1,  o foco parece recair sobre um grupo restrito de convidados, sentados à mesa. Reconhecem alguns destes rostos? Lembram-se do contexto deste encontro?

Obrigado

Ruca

Memórias partilhadas - família Freitas de Oliveira - O jantar festivo

Das preciosas memórias que a família Freitas de Oliveira nos tem vindo a partilhar, emerge agora um conjunto de fotografias históricas que nos transportam diretamente para o coração do Cubal de outros tempos. Mais do que simples registos visuais, estas imagens são convites a uma viagem no tempo, a momentos de convívio, celebração e progresso que moldaram a nossa querida vila/cidade.

Convidamos todos os cubalenses e amigos do Cubal a olharem com atenção para estas fotografias, a deixarem-se guiar pelas emoções que elas despertam e, sobretudo, a partilharem os seus conhecimentos e as suas memórias. 

Quem são as personalidades presentes? Quais os momentos que estas imagens eternizam? Cada detalhe que se recordem é um pedaço valioso para reconstruir e enriquecer a nossa história coletiva.

                            Imagem 1: O Jantar Festivo – Um Brinde à Comunidade

Esta fotografia captura um ambiente de convívio e celebração, provavelmente num jantar ou evento social no Cubal. Vemos mesas postas, com talheres, copos e garrafas, sugerindo uma refeição . Terá sido na despedida do Dr. Freitas de Oliveira?  As pessoas estão sentadas, algumas em animada conversa, outras a olhar para a câmara. No fundo, uma decoração festiva, com grinaldas suspensas, acrescenta um toque de alegria ao cenário. A formalidade das vestes, com homens de fato e gravata e senhoras elegantemente trajadas, denota a importância da ocasião. 

Quem ajuda na identificação das pessoas e momento? Que evento estaria a ser celebrado? As tuas memórias são cruciais para desvendar este momento.

Obrigado

Ruca

09 junho 2025

Quando a arte encontra a medicina: Tony de Matos e Dr. Freitas de Oliveira no Cubal de 1965

Esta imagem está relacionada com publicação anterior e partilhada pelo Hernâni Cabral: 

clicar aqui Tony de Matos - atuação no Recreativo

Era o ano de 1965, e o Cubal vivia momentos de particular agitação e entusiasmo. O cançonetista romântico Tony de Matos, nome consagrado da música portuguesa, visitava a localidade, trazendo consigo a melodia e a emoção das suas canções. Não era apenas um concerto; era um evento que unia a comunidade e que, para alguns, significava um encontro mais íntimo com o artista.

É nesse contexto que surge esta fotografia rara, partilhada por António Freitas de Oliveira, filho do saudoso Dr. António Freitas de Oliveira. A imagem capta um momento de descontração e amizade entre o seu pai, o médico que tanto carinho e dedicação dispensou ao Cubal, e o próprio Tony de Matos. Uma cena de bastidores, talvez na casa do Dr. Freitas de Oliveira, onde a formalidade se desvanecia para dar lugar à camaradagem.

Ali, em pose descontraída, vemos o Dr. Freitas de Oliveira à direita na imagem, com os óculos escuros e um cigarro entre os dedos, a personificar o charme e a tranquilidade de um momento de lazer. Tony de Matos, à esquerda, elegantemente sentado, capta a essência de um encontro entre personalidades. O ambiente é acolhedor, com uma estante recheada de livros que sugerem uma mente curiosa e culta, e um candeeiro com motivos africanos, um toque que remete para a cultura local e a vivência em Angola.

No centro da atenção, um gira-discos. É quase certo que estariam a ouvir música, talvez um dos sucessos de Tony de Matos, como "Destino Marca a Hora", ou outro fado-canção que embalasse a conversa e o fumo leve dos cigarros ou cigarrilhas. As bebidas nos copos completam o quadro de um encontro tranquilo. E, em destaque, um belo rádio, testemunha de uma época em que as ondas hertzianas traziam o mundo e a música até casa.

Esta fotografia é mais do que um simples registo; é um pedaço da história do Cubal, um testemunho de tempos em que a vida se fazia de encontros improváveis, de música e de partilha. É um convite a imaginar as conversas que ali teriam tido, os risos e as reflexões, perpetuando a memória de dois homens notáveis e do laço que os uniu, mesmo que por instantes, na terra amada do Cubal.


Ruca

Dr António de Freitas de Oliveira, na sua despedida do Cubal - 22 DE ABRIL DE 1967

 


Identificação : para além do homenageado , p.f. peço a V. ajuda

O Cubal, uma terra de memórias e de corações gratos, prepara-se para reviver um pedaço da sua história, homenageando um homem que marcou profundamente a comunidade: o Dr. António Freitas de Oliveira. Médico por vocação e por paixão, a sua passagem pelo Cubal deixou um legado de cuidado, dedicação e afeto, que ainda hoje ecoa nas palavras dos que com ele privaram ou dele ouviram falar.

As fotografias que agora emergem, gentilmente partilhadas pelo seu filho, também António Freitas de Oliveira, são mais do que simples imagens; são janelas para um tempo em que o Dr. Freitas de Oliveira era um pilar da vida cubalense. Uma dessas imagens imortaliza o jantar de despedida, a 22 de abril de 1967, um momento de sentida separação, como bem recorda o filho: "revejo sempre este momento com enorme nostalgia, foi a chamada do meu pai para a frente leste como médico militar (na altura eram necessários). Não o tivessem mobilizado e teríamos ficado pelo Cubal mais alguns anos."

O convite para o jantar, um documento singelo mas carregado de significado, revela a gratidão da comunidade do Cubal para com "Excelentíssimo Senhor Dr. António Freitas de Oliveira". E a ementa do jantar? Um registo dos sabores de então, com "Canja de galinha", "Filetes de pescada au Erly", "Frango de cabidela" e "Pudim Flyn", acompanhados de vinhos tintos e brancos Casal Garcia e Evel. Um banquete que, mais do que alimentar, celebrava uma despedida.

Nas palavras do amigo Canais, que com saudade e carinho identifica numa outra foto já anteriormente publicada, percebe-se a dimensão do apreço que o Dr. Freitas de Oliveira granjeava: "Adorei ver estas fotos  ... o mais famoso que passou pelo nosso CUBAL."".

O Dr. António Freitas de Oliveira, referido por Canais como "o maior, porque curava todas as doenças do pessoal", deixou uma marca indelével na memória coletiva do Cubal. 

O convite agora estende-se a todos os cubalenses e amigos do Cubal que recordam  o Dr. Freitas de Oliveira com respeito e admiração e queiram partilhar as suas recordações, testemunhos e histórias.

O filho, António Freitas de Oliveira, com a mesma generosidade que o pai dedicava à comunidade, prontamente acedeu ao apelo de partilhar mais detalhes sobre a vida do seu pai no Cubal: "Em tudo o que puder ajudar e sem qualquer dúvida participarei com o melhor contributo". A sua colaboração será essencial para tecer esta narrativa, enriquecendo-a com pormenores sobre a chegada do Dr. Freitas de Oliveira ao Cubal, as suas atividades, e tudo o que julgar oportuno para que a memória deste homem extraordinário seja perpetuada para as futuras gerações.

Esta homenagem não é apenas um tributo a um médico, mas sim a um homem que soube viver e que, através do seu trabalho e da sua presença, se tornou parte integrante da alma do Cubal. Convidamos todos a contribuir com as suas memórias, para que, juntos, possamos construir um mosaico de lembranças que faça o Dr. António Freitas de Oliveira sentir, onde quer que esteja, o maior orgulho pelo legado que deixou.

Ruca

08 junho 2025

Documentos históricos cubalenses, por Antonio Freitas de Oliveira

Amigos
Adorei ver estas fotos que, penso eu, terão sido cedidas pelo médico Dr. FREITAS DE OLIVEIRA, o mais famoso que passou pelo nosso CUBAL. Igualmente gostei de vêr o meu amigo Aranha, esse Sr. forte que se encontra em 1º a contar da esqª., o Peixoto, guarda livros da firma Joaquim de Sousa & Cª., Alcino, da emp. Faria, Santos & Irmão, o Arnaldo, filho da loja da Piedade, Dr.Freitas de Oliveira, o maior, porque curava todas as doenças do pessoal, Correia, da firma Laranjeira, Pires & Correia, Lda. e por último o Carrasqueiro, que por acaso neste momento passa por uma fase má da sua vida, por causa da saúde. Um abraço do Canais.


05 junho 2025

O Clube Recreativo do Cubal: Um dos corações da convivência, memórias vivas e magia do cinema

Pelo interesse este post deverá ser lido e apreciado com estes relatos (clicar aqui): Recordações dos bons velhos tempos no Cubal - por Nanda Valadas publicado no blogue em  


É com uma enorme nostalgia e um carinho especial que hoje vos trago, através destas três preciosas imagens, o que foi, para muitos de nós, um dos grandes centros da vida social e cultural do nosso Cubal, durante tantos anos: o nosso emblemático Clube Recreativo. Mais do que um simples edifício, este Clube foi palco de tantos encontros, celebrações, tertúlias e, um dia, viria a ser o grande ecrã onde a magia do cinema se revelaria, oferecendo-nos momentos inesquecíveis que moldaram a nossa comunidade, a par de outros espaços tão importantes para o nosso convívio como o nosso querido Clube Ferrovia do Cubal.

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A primeira fotografia, a vista frontal do Clube Recreativo do Cubal, dá-nos logo a ideia da sua imponência. Com a sua fachada bem cuidada e aquela inscrição "CBRC" lá no alto, este edifício não era apenas paredes e telhado, era um símbolo de união e de vida. Aquelas escadarias que nos levavam à entrada… lembro-me bem da azáfama dos dias de festa, dos bailes que ali se faziam, das reuniões de amigos e família. Mais tarde, viria a ser aqui que se realizariam as tão esperadas sessões na sua sala de cinema/espetáculos. Quantos de nós não nos recordamos dos filmes western, como os inesquecíveis "Trinitá", e tantos outros que ali nos transportavam para mundos distantes? A simplicidade e a robustez da arquitetura mostravam bem o seu propósito: ser um espaço acolhedor e central para todos.

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A segunda imagem, que nos mostra a parte lateral do Clube virada para o Quartel Militar e a Escola Primária n.º 40, revela como ele estava bem integrado na nossa vila. As árvores frondosas nesta perspetiva dão um ar de calma, mais resguardado. É curioso pensar como, de um lado, se via a disciplina militar e o rigor da escola primária, enquanto do outro se desenrolava toda a vida social, o lazer e a cultura. Esta proximidade é um testemunho de como a nossa comunidade estava interligada, com o Clube Recreativo, entre outros locais, a servir de ponto de encontro para as diferentes vertentes da nossa existência no Cubal. As janelas, tão bem alinhadas, davam-lhe um ar de solidez e de que ali ficaria para sempre.

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Por fim, a terceira fotografia, que capta a parte lateral do Clube virada para o Colégio Eça de Queirós, completa este conjunto de imagens. Esta vista, com a vegetação e aquela luz que nos faz sentir o passar do tempo, permite-nos perceber a dimensão do edifício e a sua relação com os espaços à volta. O Colégio Eça de Queirós, como instituição de ensino, estaria em constante ligação com o Clube, talvez com eventos escolares a serem ali realizados ou a nossa juventude a frequentar os seus espaços de convívio e a sua futura sala de cinema depois das aulas. Esta imagem, tal como as outras, evoca a sensação de uma comunidade viva e ligada, onde os edifícios não eram só construções, mas testemunhas silenciosas de uma rica tapeçaria de vidas, histórias e, claro, dos incontáveis momentos de magia proporcionados mais tarde pelo grande ecrã.

Estas três imagens são muito mais do que simples fotografias; são documentos históricos que nos permitem reconstruir a memória do nosso Cubal, valorizar o nosso património e reconhecer a importância de locais como o Clube Recreativo na construção da nossa identidade e das nossas memórias. Agradeço por partilharem estas preciosidades que mantêm viva a chama da nossa história no Cubal.

Nota histórica sobre a projeção de cinema no Cubal: Memórias partilhadas

É fundamental clarificar o percurso da projeção de cinema no nosso Cubal, especialmente porque, no tempo em que estas três imagens foram captadas, presume-se que a sala de cinema do Clube Recreativo ainda não estaria a funcionar. O cinema chegou à nossa vila por fases, com diferentes projetores e locais, e felizmente temos testemunhos preciosos para nos ajudar a reconstruir esta história.

Graças à informação inicial da Fernanda Valadas e às contribuições valiosas do Victor PenaHernani Cabral e a validação do Rodrigo "Bibito" Guerra, podemos traçar uma cronologia mais precisa:

  • O início e os primeiros projetores: Antes de o Clube Recreativo se tornar um local de projeção, os filmes eram exibidos no Hotel Central (o antigo Hotel Rodrigues). O Victor Pena e o Hernani Cabral ajudam-nos a ordenar os primeiros nomes que marcaram esta era:

    • O Sr. Simões foi o pioneiro a exibir filmes no Cubal, provavelmente entre os anos de 1954/55 e daí para a frente, tal como o Hernani Cabral se recorda vivamente.
    • A seguir ao Sr. Simões, veio o Sr. Carvalho, conforme mencionado pelo Victor Pena.
    • Depois, foi a vez do Sr. Santos e da Dona Olga.
    • Finalmente, chegou o Sr. Jaime Oliveira (do Alto Cubal).
  • As projeções e as memórias: O Hernani Cabral partilha connosco memórias fantásticas, confirmando em absoluto o comentário do Victor Pena sobre a ordem dos projetores. O Hernani recorda-se de acompanhar o Sr. Simões na carrinha, com o Bibito Guerra de microfone em punho, a anunciar o filme do dia pelas ruas do Cubal – uma imagem que nos transporta diretamente para essa época! Ele recorda-se de ter cerca de 11/12 anos (anos 54/55), e de como, em 58/59, ele próprio cortava os bilhetes à entrada do cinema. Eram tempos de galhofa, mesmo quando era "corrido" pelo Chefe do Posto, Álvaro da Silva Franco, por tentar ver filmes para maiores de 18 anos!

  • O Clube Recreativo como ecrã: Foi com a chegada destes projetores e a consolidação das projeções que o Clube Recreativo se tornou o palco principal de cinema, a par das grandes festas. Como o Victor Pena aponta e o Bibito Guerra valida, esta sucessão de nomes e a sua dedicação foram essenciais para a cultura cinematográfica do Cubal.

Agradecemos imensamente à Fernanda Valadas por iniciar a partilha de imagens e esta interessante discussão e ao Victor Pena, ao Hernani Cabral e ao Rodrigo "Bibito" Guerra por partilharem estas memórias tão detalhadas e vívidas. As suas contribuições são inestimáveis para completarmos esta fascinante história do cinema no Cubal e para mantermos viva a memória desses tempos dourados. A história da nossa vila ganha uma nova dimensão com estes testemunhos que nos trazem de volta os sons dos projetores e a emoção do grande ecrã.

Obrigado Nanda , pela partilha das imagens.

Abraço fraterno a todos vós.

Ruca