23 janeiro 2025

Cubal - 57 anos de história e memórias vivas

Uma pequena amostra do que Fernanda Valadas remeteu para partilha no nosso blogue.

Cubal - 57 anos de história e memórias vivas

Hoje, 25 de janeiro de 2025, celebramos os 57 anos da criação da cidade do Cubal, uma terra que continua a unir os seus filhos, mesmo espalhados pelo mundo. Com grande emoção, por coincidência e na data de hoje, recebi  um envelope repleto de preciosidades históricas enviado pela Fernanda Valadas desde a distante Escócia. Este portfólio contém jornais, revistas, imagens e documentos únicos que remontam às décadas de 1930-40-50-60, representando um testemunho valioso do passado da nossa querida cidade e onde fomos felizes.

Fernanda Valadas, mulher que marcou a história do Cubal, confiou-me este material pessoal e familiar com o espírito admirável de partilha. Quero expressar a minha profunda gratidão pela confiança depositada em mim. Comprometo-me a tratar cuidadosamente desses documentos, digitalizá-los e organizá-los para que possam ser disponibilizados no nosso blogue, Cubal Angola Terra Amada, um espaço que criei em 2007 com o objetivo de reunir as memórias e histórias cubalenses num único lugar.

Infelizmente, com o tempo e o surgimento de redes sociais, muitas destas histórias se dispersaram por páginas individuais. Contudo, muitos cubalenses têm demonstrado cansaço em relação às redes sociais, mencionando problemas como usurpação de identidades e outras práticas menos escrupulosas. É o momento ideal para reativarmos o nosso espaço comunitário e trazer de volta esta partilha centralizada, preservando e divulgando as memórias para as gerações futuras.

Por isso, apelo a todos os cubalenses: enviem as vossas imagens, documentos, histórias e testemunhos para que possamos continuar a construir, juntos, este rico arquivo da história do Cubal. A tua contribuição será inestimável!

Vamos reavivar a chama deste espaço, honrar as nossas raízes e todos aqueles que, com imensa saudade, já partiram.

A todos que já contribuíram, e especialmente à Fernanda Valadas, o meu mais sincero obrigado.

Com amizade,
Rui Gonçalves (Ruca)
Blog Cubal Angola Terra Amada

Efeméride - Medalha comemorativa do 1º Aniversário da Cidade de Cubal (em memória do saudoso amigo Gi Vilares 23jan1968 - 23jan2025) CUBAL EM FESTA

1.
2.
1. e 2. Anverso e verso

****

O nosso amigo Gi Vilares, na sua excelente colaboração no nosso blog, descobriu mais esta preciosidade de testemunho histórico.
A medalha comemorativa do 1º aniversário da elevação à categoria de cidade, da Vila do Cubal.
O Gi é de opinião que existirão poucos exemplares. Eu digo que esta é a primeira que vejo e não tinha conhecimento da sua existência. Que belo testemunho da nossa Cidade! Obrigado Gi por partilhares com todos os amigos cubalenses.


Aproveito para mencionar que no Suplemento do BOLETIM OFICIAL DE ANGOLA, de Terça- Feira, 23 de Janeiro de 1968, é referido o seguinte, que transcrevo:

GOVERNO GERAL DE ANGOLA
Portaria nº 15371
Eleva à categoria de cidade, a Vila do Cubal, sede do Concelho do mesmo nome, do Distrito de Benguela.
Tendo em consideração o grande desenvolvimento atingido no concelho do Cubal, do Distrito de Benguela, revelado pela criação feita pelo Decreto nº 48 033, de 11 de Novembro de 1967, de um Julgado Municipal de 1ª classe;
Com o parecer favorável do Conselho Económico e Social;
No uso da competência atribuída pelo artigo 155º da Constituição, o Governador-Geral de Angola manda:
Número único: É elevada à categoria de cidade, a vila do Cubal, sede do concelho do mesmo nome, do distrito de Benguela.
Cumpra-se.
Residência do Governador-Geral de Angola, em Luanda , 23 de Janeiro de 1968.
O Governador-Geral,
Camilo Augusto de Miranda Rebocho Vaz

21 janeiro 2025

Memórias de uma infância e juventude plena, por Fernanda Valadas (reedição da publicação de 01.03.2011)

Há anos que tento organizar a minha memória a fim de poder expor por escrito, retalhos da minha vida cubalense desde a infância a adolescência, e, acreditem, são tantas as histórias (estórias) e situações por que passei que me causam uma certa dificuldade na escolha.
 
Vou iniciar este ciclo falando de mim: 
-Quem não conhecia aquela   miúda "Maria Rapaz" que andava de calções, jogava a bola e hóquei em patins, andava de motorizada, brigava, e, sobretudo brincava de igual para igual com os rapazes e que sem saber já impunha o direito e igualdade dos sexos?
-Onde fui buscar inspiração para ter sido como fui? 
-Lembram-se dos livros da escritora britânica Enid Blyton?
-Lembram-se dos seus livros " As Aventuras dos Cinco"?  Comecei a ler esses livros quando andava na 3 classe, aos 8 anos de idade e quem mos emprestava era a Nazaré Miranda.
Eu lia e relia aquelas aventuras e... Como me faziam sonhar.
 A Zé era o meu ídolo e a personagem com a qual me identificava e foi a poder disso que tive uma infância e juventude recheadas de aventuras com situações caricatas, dramáticas, cómicas, de coragem, de perigo, de brigas, etc., etc., etc..
 
Poderia desde já começar a narrar essas situações, mas, vou guarda-las para mais tarde e poder assim recordar os grandes e bons velhos amigos que fui fazendo nessa época e que ainda hoje persistem no meu coração.
 
Quero agradecer a todos eles o facto de terem contribuído na formação do meu carácter e personalidade.
 
Da próxima vez começo a contar os flagrantes da minha vida.
 
Até lá,
Um grande abraço 
Fernanda Valadas

20 janeiro 2025

Olá MÃE ANGOLA! (texto de Olga Valadas, escrito em 1993) - reedição da publicação de 02.02.2011

---------------------------------------------------------------------------------
Hoje dia 02 de Fevereiro, seria o aniversário da nossa saudosa Olga Valadas. 
Sua irmã Fernanda, envia-nos este belo texto pedindo que o mesmo seja partilhado através do nosso blogue.
Aqui fica a nossa homenagem. 

---------------------------------------------------------------------------------
Olá MÃE ANGOLA!

Digo apenas olá, para não deixar que em mim morra a ilusão de que foi ontem que nos despedimos num longo abraço, tão longo e apertado, que magoou nossos corpos e feriu nossas almas.
Não te pergunto como estás, porque sei que cada dia que passa te sentes mais fraca, mais combalida e mais agonizante. Sentes-te angustiada por veres correr no teu solo o sangue dos teus filhos que não te abandonaram e que continuam a lutar para te defender na esperança de que um dia, talvez não muito distante, possam conquistar a alegria e a paz, para poderem viver no ambiente de respeito e amor em que tu nos criaste.
Talvez tu, MÃE, nos julgues traidores por há dezoito anos termos sido obrigado a dizer-te adeus. Perdoa-nos MÃE, se inconscientemente te desiludimos, mas acredita: falando em mim, falo também por todos os teus filhos que hoje vivem errantes pelos quatro cantos do mundo.
Todas as noites no meu leito, deixo vaguear o meu pensamento e e com um sentimento misto de dor e alegria que recordo os momentos tão felizes que passei junto de ti, sempre protegida pelos teus braços vigorosos de imbondeiro.
De mãos dadas percorríamos os campos verdes onde os regatos de agua cristalina corriam livremente, saciando a sede dos homens e dos vários animais selvagens que contem a tua fauna.
Lembro-me tão bem, MÃE ANGOLA, quando me lavavas com mil cuidados nas tuas dambas, nos teus rios e depois me mostravas, orgulhosa, as cascatas e florestas em galeria... percorro mentalmente todo o teu corpo e em cada recanto descubro belezas inconfundíveis e incomparaveis, difíceis de descrever. Percorro as savanas onde tu tantas vezes subiste as árvores para colheres os seus frutos que me davas com tanta ternura e que eu saboreava com volúpia e avidez. A manga, o lohengo, o mamão, a goiaba e tantos outros cujo sabor, por vezes se mistura com o sabor salgado das minhas lágrimas.
Quando a tarde chega e o sol anuncia a sua partida, uma tristeza estranha invade todo o meu ser e recordo com intensidade as vezes que ambas, de cima de uma colina, víamos esse astro rei avermelhado e majestoso, esconder-se lentamente, por detrás das tuas florestas luxuriantes, ou então, por entre o cume das montanhas azuis, enquanto ouvíamos longínquos sons de cantares e batucadas ou ainda, o som grave e forte do rugido do leão; espectáculo maravilhoso digno de figurar na tela de um grande mestre e que todos os Homens deveriam ter o privilegio de ver, para que melhor pudessem amar e preservar o enorme paraíso que tu és.
Sei que choras neste momento, mas, MÃE ANGOLA, seca as tuas lágrimas. Se forte! Se sempre a MÃE coragem que os teus filhos conheceram. Lembra-te. O teu ventre e ainda jovem, e ainda fértil, e tal como outrora, ele voltará a fecundar e a povoar esse rincao de África onde nasci.
Perdoa-me MÃE! Mas sem querer duas lágrimas teimosas rolam-me pelas faces... também estou a chorar. Sinto a garganta apertada e os soluços incontidos irrompem fazendo o meu peito estremecer.
Na solidão da noite apuro os meus ouvidos e julgo escutar na voz do vento, o som indeleveldos teus gemidos e... lentamente, ergo os meus olhos aos céus e numa prece muda, mas sentida, peco ao Senhor meu Deus, que na sua Bondade e Omnipotência, se compadeça do nosso sofrimento e nos conceda a graça de nos podermos rever mais uma vez.
MÃE, não quero morrer sem voltar a ver-te, sem voltar a estreitar-te nos meus braços. Mas, se isso acontecer longe de ti, quero levar comigo para a tumba fria, um pedaço de terra vermelha arrancada do teu ventre. Quero que guardes na lembrança a ternura do meu último beijo em tua face, tão ardente como o calor tropical que emana do teu corpo.

Quero que guardes eternamente em teu generoso coração, a certeza de que:

- Mesmo para alem da morte, continuarei a amar-te e a chorar de saudade.

Amo-te, Angola minha MÃE!!!
___________________________________________________________
texto de Olga Valadas escrito em 1993

19 janeiro 2025

Cubal e cubalenses, por Fernanda Valadas (reedição da publicação de 27.11.2010)

Pede-se a colaboração de todos para a legendagem destas belas imagens cubalenses, partilhadas pela amiga Fernanda Valadas, a quem envio um forte abraço 
Ruca

 1
 2
em pe: Alferes Brazao (treinador), Fernanda Silva,Celeste Almeida, Fernanda Valadas, Teresa
em baixo: Faro, Gaby Ferreira, Lilia Almeida e Cidalia.
 3
 4
 5
 6
 7
 8
 9
 10
 11
 12
 13
 14
 15
 16
 17
 18
 19
 20
 21
22

16 janeiro 2025

PARA A HISTÓRIA DO CUBAL

Mais uma acha para a fogueira.

O ARQUIVO HISTORIAL DA CIDADE

Todas as pátrias, todas as terras e todos os homens, têm a sua génese, na sobrevivência das comunidades em que se inserem e nos imperativos que determinam a identificação do Homem com a sua ecologia. Isto é, os homens nascidos junto ao mar sentem, naturalmente, quando afastados da vibração do movimento das ondas, nostalgia do ambiente que lhes foi negado e o saudosismo dos poentes que deram o colorido cristalino às suas vidas. Da mesma forma, os homens que nasceram no campo, quando separados da paisagem tranquila das serras e dos montes, do verde repousante dos campos e do marulhar das águas dos rios que deram melodia à sua juventude, vivem na alma a angústia do quadro saudosista, do vazio do lar que lhes serviu de berço e o perfume dos pinheiros que crepitam nas lareiras nas longas noites de frios invernos.
Paradoxalmente, na imprecisão de elementos históricos acessíveis, da génese cronológica desta cidade, como terra e como comunidade, temos de nos conformar, valendo-nos de elementos dispersos e perdidos na poeira dos tempos, porque nem sempre existem, com oportunidade, no tempo e no espaço, os historiadores que submersos no silêncio da investigação persistente, escrevam com precisão formativa e honesta, as epopeias humanas, para que se sublimem como exemplo para os tempos fora, as gestas corajosas dos gigantes do passado, cuja memória nos cumpre honrar.
Portanto, paradoxalmente, o Cubal nasceu do ancestral espírito de aventura dos portugueses e, curiosamente, na simbiose de um homem que deixou o mar para se embrenhar na quietude emocionante e misteriosa da selva virgem e do silêncio das savanas agrestes. Mas foi a experiência do mundo que conheceu, da evolução que cuidadosamente estudou, que o dinamizou e inspirou na tentação de ser o primeiro a fixar-se numa terra que mais tarde encontrou a sua razão de ser na agricultura do agave, planta exótica e vinda de longe, que constitui essência de vida e destino de uma cidade, que o é, das mais promissoras na geopolítica e na geoeconomia de Angola.
E é natural inferir-se que foi justamente o denodo do marinheiro na osmose da persistente coragem do homem do campo, onde quase todos temos a nossa origem, que o fez enfrentar corajosamente a agressividade do clima e a dureza da terra, para que anos volvidos na ampulheta do tempo, esta terra fosse o que hoje é, como valor económico, como conjunto social, como povo sempre insatisfeito no anseio de progresso da sua urbe, esta realidade portuguesa que o sabe ser, entre os que mais orgulhosamente sentem, como portugueses de Angola, espanto, surpresa e quase inverosímil presença do luso-tropicalismo, cujas raízes se alimentam da seiva do ecuménico humanismo que os portugueses sempre admiravelmente revelaram ao Mundo.
O Cubal, na versão memorizada daqueles cujas rugas profundas no rosto, fazem adivinhar as canículas vividas nos sucessivos anos de trabalho árduo ao sol dos trópicos, humedecendo a dura terra que desbravaram, com o suor gotejante das suas frontes generosas, salgando as gargantas com as lágrimas que sorviam no saudosismo dos seus lares distantes e mastigavam no delírio febril das doenças, privadas de tudo e no desconforto de um ambiente inóspito e primitivo que só o seu estoicismo conseguia vencer; desses homens, cujos cabelos brancos lembram os cacimbos passados e constituem marcos imperecíveis da gesta humana que aqui foi escrita no passado, do que deles ouvimos em serões confabulatórios, permitir reunir os elementos conotantes da origem do Cubal. Sim. Temos de perguntar: - Como teria nascido o Cubal?
O Cubal nasceu da aventura de um homem cuja coragem e dignidade foi estímulo para a inspiração de muitos outros e que, depois dele, se fixaram e transformaram a terra agreste que era, na urbe prometedora que hoje se ergue para orgulho de todos nós.
O Cubal, que hoje comemora a efeméride do sexto ano, como jovem e das mais aliciantes cidades de Angola , nasceu da presença de um homem chamado Joaquim Francisco Ferreira, o “Yola-Yola”, como lhe chamavam os nativos. Oficial da marinha mercante portuguesa, despediu-se em Luanda, do navio a que pertencia, pelo seu inconformismo em face de decisões que considerou injustas e de que foi vítima, que se opunham a éticas fundamentais e inalienáveis de uma vivência moldada nos princípios da sua honra e dignidade e o levaram a desvincular-se da vida a que se devotara, procurando, longe dos homens que lhe feriram a alma, uma nova vida, onde pudesse realizar o seu sonho de viver tranquilo, no contacto saudável com a natureza mais agreste, mas mais leal, que às vezes compensa até com generosidade, os sacrifícios que se lhe dedicam.
Assim, Joaquim Francisco Ferreira, deixou Luanda e dirigiu-se para o Sul tendo chegado à Hanha a 24 de Junho de 1878, ali se fixando como comerciante e tendo adquirido aos autóctones oito glebas confinantes, fez-se agricultor e instalando uma fazenda que mais tarde se chamou Várzea de São João da Lutira. Fez uma grande plantação de cana sacarina e montou uma indústria que ao tempo tinha uma dimensão surpreendente. E Joaquim Ferreira foi, na Hanha, não só o comerciante, o agricultor, o industrial e até o grande juiz dos diferendos sociais e humanos dos povos da região, tão grande era o seu prestígio, a sua formação moral, a sua dignidade, o humanismo com que se conduzia e o seu elevado espírito de justiça. E de tal modo que facilmente conseguiu junto do Soba da região de nome Catoto, acabar com a pena de morte que então ali vigorava, como castigo para certos crimes, e que os nativos aceitavam com o seu ancestral espírito fatalista. No contexto do seu prestígio granjeado entre o próprio povo insere-se a atitude do Soba Catoto que sempre o procurava para o veredicto final das mais graves questões da sua gente que o Joaquim Ferreira sempre conciliava e resolvia dentro das leis portuguesas, mais humanas e cristãs, que persistentemente ia instilando nas mentalidades primitivas e incultas dos nativos.
Por razões a que já nos referimos, em artigo que assinamos, em “A Província de Angola” de 15 de Agosto de 1967 sobre o Cubal, que não repetimos por ocioso, Joaquim Ferreira, em 1923, veio para o Cubal onde construiu a primeira casa que embora com a traça primitiva alterada, ainda hoje existe à entrada da cidade, à esquerda e próxima da passagem de nível.
O segundo europeu que se instalou no Cubal e aqui construiu a segunda casa, foi Teodoro José da Cruz, pai do saudoso advogado de Benguela e quase lendária figura do seu historial, Dr. Amilcar Barca da Cruz, um dos homens mais cultos que conhecemos e com quem passamos longos e proveitosos serões. Depois, vieram as primeiras brigadas do caminho de ferro que aqui se instalaram provisoriamente.
Mas, como começou o Cubal como região agrícola e portentoso produtor de sisal?
Foi Francisco Severino de Lima, que construiu no Lobito as primeiras casa de madeira para o Estado e que ao Cubal um dia se deslocou enfeitiçando-se pela região e aqui, demarcando um terreno que anos depois deu origem às Fazendas Kiskerhof e Santana e Pires onde inicialmente se fizeram culturas de milho, gergelim e outros produtos característicos da região.
Algum tempo depois, outro advogado de Benguela, o Dr. Baltasar Aguian, avô do brilhante causídico Dr. Paula Azeredo e do grande cirurgião ortopédico do Porto, Dr. Luís Azeredo, procedeu também a importantes demarcações que durante bastantes anos foram dirigidas e desenvolvidas, entre elas a Chimbasse – pelo filho do Dr. Aguian, Paula Azeredo (pai), figura de extraordinária iniciativa e homem de grande humanismo nas suas relações e contactos com os autóctones, que se dedicou ao comércio, agricultura e pecuária e a quem os nativos, pela sua grande actividade e pelo facto de andar sempre de calções de caqui, chamavam o “Kamindumbo”, do “dumbo” com que designavam nesse tempo o caqui.
Em fins de 1913, um ano antes da primeira Grande Guerra, Francisco Severino de Lima, em face do contacto que tinha no Lobito, com os marinheiros dos navios que ali chegavam, teve conhecimento da existência de uma planta que se desenvolvia sem grandes cuidados nas regiões tropicais, o que o entusiasmou, conseguindo que lhe trouxessem das Filipinas, dois sacos de “bolbilhos” que colocou em viveiros e depois plantou em 15 hectares de terreno, no local onde hoje se situa a Administração do Concelho e o prédio de Sebastião das Neves. Foi, portanto, ao que consta, a primeira plantação de sisal da região ou mais propriamente de agave. Todavia, por razões que se perderam no tempo, mas que se deduz e justifica pela falta de conhecimento da industrialização do agave, Francisco de Lima não deu sequência à plantação, que entretanto foi crescendo sem o menor aproveitamento.
Entretanto pouco tempo depois, nasceram as plantações do Cuemba e a Fazenda Aurora, fruto de uma sociedade constituída por portugueses e alemães que fizeram plantações experimentais a partir dos bolbilhos, do Severino de Lima. E em 1927 surgiram no Cubal os alemães Luís e Hanse Spits, com o propósito de fazerem duas plantações, uma na margem esquerda do rio Cubal, onde depois foi a Fazenda Rio-Bom e a segunda no Calenguer.
Em 1929, dois anos depois, fundou-se a “Angola Stats” no Alto Catumbela , que anos depois foi transferida para o Membassoco por se ter reconhecido que este local oferecia melhores condições para o desenvolvimento da planta. Nesse mesmo ano Walter John fundou o “Alto Cubal”, em 1932, Hanse Kisker ergueu a Fazenda Agrícola Kiskerhof. Três anos decorridos, Hernest Marshall iniciou as plantações de sisal no Lompungo (Ganda); em 1937, Sebastião das Neves, esse eterno jovem do Cubal, e que além de pioneiro tem sido dos mais vibrantes entusiastas pelo seu progresso, fundou no Mungué-Cubal, a Fazenda Elisa.
Depois, a história contemporânea e portanto dos nossos dias, que todos conhecemos, cujos pormenores nos abstemos de enunciar para não tornar a descrição fastidiosa, por extensa, mas que fazem parte da gesta humana desta terra que um dia deverá ser escrita por um estudioso, pela justiça que todos devemos ao passado e ao magnífico exemplo dos homens e das mulheres que fizeram do Cubal e onde, uma vez mais, se revelou a sublimidade do espírito fraterno, ecuménico e cristão dos portugueses que souberam viver em paz com os autóctones, com os ingleses que por aqui passaram, e com os alemães cuja colónia ainda hoje aqui permanece, constituindo exemplo de organização as suas fazendas, permanentemente de comportamento cívico, de trabalho e convivência saudável. Isto demonstra, à saciedade, que houve sempre nesta terra, lugar para todos fosse qual fosse a sua origem raça ou credo.
Em 14 de Junho de 1961, é oficialmente fundado o Concelho do Cubal, sendo seu primeiro Administrador Horácio Lusitano Nunes e, ao tempo, Governador de Benguela, essa portentosa figura do escol administrativo, Hortêncio de Sousa. Em Dezembro desse mesmo ano, a Junta local transforma-se em Câmara Municipal e, em 23 de Janeiro de 1968, há precisamente seis anos, a então Vila do Cubal, é elevada por mérito próprio e desejo da sua gente à categoria de cidade de Angola, em cerimónia a que presidiu o então Governador-geral Rebocho Vaz.
E assim entramos no tempo da actual cidade do Cubal e da sua realidade como comunidade humana, perante as suas potencialidades económicas presentes e futuras e bem merece, pela sua expressão significativa no contexto angolano e pelo mais elementar espírito de justiça, que nos debrucemos sobre a sua História, que é a história da grei que tornou férteis os campos e ergueu cidades numa autêntica epopeia de sacrifício e trabalho, como causa determinante dos seus parâmetros económico-sociais.
Cubal, nasceu portanto, da epopeia da permanente luta do homem sobre a terra e da gesta da sua determinação, consciente da autenticidade portuguesa e da sua maneira de estar no mundo, num mundo onde quase sempre os outros nunca tinham chegado. E se assim nasceu, assim terá de continuar, agora com mais responsabilidades, não só porque é cidade, como terá de começar a pensar conscientemente na verdadeira programática do seu futuro, que não poderá continuar circunscrito às flutuações das cotações internacionais do sisal.
O Cubal necessita de estruturar o seu amanhã, a partir de hoje, diversificando culturas, organizando a pecuária e inserindo-se no contexto dos centros industriais de produção. É evidente que isso se não consegue de repente, com o simples toque de uma varinha mágica, principalmente quando não abundam os recursos e falta a coragem e a capacidade de iniciativa. Mas, certos estamos, que o actual Governo lhes não negará as hipóteses possíveis de realização a que tem juz, desde que os problemas sejam equacionados com o realismo indispensável à sua prossecução. Isto é, facultando-lhe no que compete ao Estado, a experiência e nível dos técnicos oficiais e da própria Universidade – pois é para isso que eles existem – instalando parques de máquinas de que todos equanimemente possam beneficiar, principalmente os de mais modestos recursos, organizando convenientemente os Serviços de Veterinária, para apoio a uma pecuária que deve ser olhada com o maior interesse, facilitando e estimulando a criação de indústrias adaptadas às suas condições ecológicas e climáticas, curando com a urgência que se impõe, da Comarca que necessita, melhorando os níveis de ensino e olhando objectivamente para uma eficiente Escola de Artes e Ofícios dirigida ao apoio das Fazendas e à própria agricultura e tudo o mais que constitui o conjunto básico das infra-estruturas que o Cubal necessita para prosseguir como merece, na sua senda evolutiva.
A Câmara Municipal, presidida hoje por um dos seus filhos, com tradições paternas de verdadeiro pioneirismo e por uma pleiade de homens de boa vontade que constituem a sua vereação, tem revelado um dinamismo relevante e saudável e cedo nascerão os frutos da sua honesta dedicação. Que os munícipes os estimulem com o seu apoio e os ajudem nas suas dificuldades.
Muitas são efectivamente as dificuldades, para atender com a oportunidade desejada, aos imperativos de uma jovem cidade onde muita coisa falta e das mais dramáticas e evidentes, as instalações hoteleiras que aliciem visitantes e homens de negócios que aqui se têm de deslocar. Mas, certos estamos, que isso e o mais que é manifesto, virá com o tempo.
Do municipalismo, disse recentemente o Governador deste Estado, Santos e Castro com a coragem do Governador moderno que é, do político inteligente que se tem revelado e na autenticidade do homem de Angola que estratifica a acção sobrepondo-a às ultrapassadas dialécticas que faziam ganhar tempo mas que a nada conduziam disse Santos e Castro, dizíamos nós que “grandes ou pequenas, as cidades não são apenas amontoados de edifícios que se multiplicam sem regras, nem campo para árbitros ou ganâncias especulativas. Nada nelas pertence a um só. A legitimidade indispensável da propriedade privada não pode ir além do que fira ou diminua o que pertence ao foro do bem comum e é património de todos e da cidade em si própria. Viver em sociedade – e a sociedade urbana é bem complexa – exige regras que defendam todos e cada um, e fazê-las cumprir é o primeiro dever dos municípios (...). Têm as Câmaras Municipais de ser persistentes e generosas. Fazer uma grande cidade é missão de tão altos e globais objectivos humanos e sociais que não consente abdicações. (...Que as Câmaras não sejam mesquinhas em nenhuma das suas realizações”.
Estas palavras, estes conceitos, enunciados por quem exerceu funções cimeiras no municipalismo metropolitano e onde deixou obra de grande valia, devem constituir estímulo e autêntica doutrina para quem tem, como a Vereação do Cubal, a responsabilidade de a transformar numa grande cidade.
Alegra-nos saber, que vai ser finalmente instalada no Cubal, uma fábrica para o aproveitamento do seu principal produto, unidade que será instalada com máquinas novas, depois de cuidado estudo técnico-económico para a produção principal de um artigo que Angola importa com dispêndio de preciosas divisas: os sacos, justo é que felicitemos o Governo de Santos e Castro por tão útil como feliz decisão, pois desta vez, instala-se em local próprio e dentro de racionais regras tecnológicas, uma unidade própria e o dinheiro do contribuinte é, felizmente neste caso e nesta unidade industrial, aplicado com gestão inteligente e meritória. E dizemos isto, porque continuamos a condenar, por prejudicial a Angola a instalação de indústrias novas com máquinas velhas e, principalmente que o estado, mal avisado ou menos identificado, auxilie com o dinheiro do contribuinte, sociedades anónimas, com provas negativas de gestão e erros primários de estruturação. Felizmente desta vez fez-se – ou vai fazer-se – o que é racional e inteligente.
Mas o Cubal necessita de mais indústrias e carece, como também preconizou Santos e Castro, que a empresa produtora de energia eléctrica processe rapidamente a ampliação das suas linhas de alta tensão, de forma a alimentar a maior parte das povoações e fazendas desta região, com energia acessível e a preços comportáveis, evitando-se cada vez mais, o dispêndio com importações de motores diesel, com manutenções dispendiosas e o consumo de gasóleo que temos de importar.
Mas, nem só ao Estado se devem pedir as ajudas de que se carece porque ele não pode, por si só, nesta corrida contra o tempo em que todos estamos empenhados, resolver tudo o que é necessário dentro dos imperativos das prioridades a que nenhuma planificação se pode eximir.
Tudo leva a crer, para os que acompanham, lendo e ouvindo o que se passa no Mundo, que os preços do sisal se manterão na alta por bastante mais tempo, pois as fibras sintéticas, seu principal concorrente, derivadas do petróleo, serão cada vez mais caras, porque o preço do petróleo, já não voltará a ser o que foi. É que, por muito estranho que pareça, foi a Venezuela quem primeiro provocou a alta dos preços e não os árabes, como agora se revela. Ora, é preciso abjurar a ideia e tomarmos consciência de que não devemos continuar a ser um país colonizável, que exporta mão de obra e matérias primas. Temos consequentemente, de começar a fabricar os nossos próprios produtos para os valorizar e para isso temos de criar indústrias. E quando dizemos indústrias, não nos referimos a “fabriquetas” utopicamente transformadoras, que servem quase sempre – e apenas – para que alguns pseudo-industriais, transfiram para a Metrópole, em sobrevalorizações de facturas de máquinas e matérias primas que importam, acabadas ou quase acabadas, que apenas servem para provocar o hiperbólico aumento do custo de vida, acabando por venderem pelo dobro o que mais economicamente se poderia importar por metade do seu preço.
Precisamos, isso sim, de indústrias com I maiúsculo, que produzam artigos baratos, que criem lugares de trabalho e que programem obras sociais, porque o trabalhador tem de ser olhado como elemento humano, produtivo e indispensável.
Portanto, não podendo o Estado atender a tudo, compete àqueles que devem ao Cubal a sua independência económica, o bem estar que desfrutam, terem uma visão realista do futuro da terra e das suas próprias fazendas, retribuindo em gratidão o muito que lhe deve. Isto é, têm de começar a pensar em investir na indústria, na construção civil, em melhorar as condições técnicas e produtivas das suas próprias fazendas, estruturando-as racionalmente e beneficiando-as tanto no aspecto tecnológico como nas condições sociais e humanas do trabalhar. Inclusivamente, tentando novas experiências de diversificação de produtos e não esquecendo que é hoje mais do que nunca, necessário promover socialmente o mais válido elemento da comunidade, o Homem.
Ter ideias, defendê-las e lutar por elas, só dignifica o Homem, dando-lhe personalidade e tornando-o cidadão à altura dos seus deveres e direitos. E está suficientemente provado que não há povo evoluído e progressivo, se for atrasado, pouco desenvolvido, se despersonalizados forem os seus cidadãos. Esta é uma verdade incontroversa, tanto mais evidente quanto mais difícil for a crise que nos atormente e nos avassale. Mas ser cidadão evoluído e consciente significa estar atento e intervir com todos os recursos ao seu alcance. Que possa agir e pensar com discernimento e acerto na solução de quantas situações difíceis e problemas intrincados nos assoberbem. Assim, o homem de ideias é, pressupostamente, uma pessoa responsável e sempre que a noção de responsabilidade exista em consciência, não nos desamparará o dever das obrigações que nos são impostas tanto pelas nossas necessárias exigências, como pela nossa tributação social.
As grandes crises sociais são sempre precedidas por actos insólitos e ideias extraviadas e foram sempre conjuntos de irregulares propósitos que desvairaram os homens e o mundo para a consumação de grandes calamidades. Há assim, fenómenos cíclicos que temos de recordar e muitos dos dramas humanos foram precisamente provocados pelos que apenas pensavam com egoísmo, tudo exigindo em seu proveito e nada querendo dar em troca na redistribuição das riquezas para que todos contribuem no contexto da economia de uma Nação ou comunidade.
É isso que queremos recordar, no aspecto social, político e humano aos homens desta terra – e de tantas outras – que a elas tudo devem da sua realização.
O Concelho do Cubal caminha a passos largos para as 100.000 almas e necessita consolidar no presente o futuro que deseja e não só como região agrícola e produtora de sisal, mas enraizando-se na pecuária e na indústria. O sisal não deverá continuar a constituir só por si, a sua única razão de ser. Que se faça pois, o “ponto da situação” e se pense no futuro para que os homens de hoje não tenham de merecer amanhã, dos seus filhos, o julgamento minimizado da sua falta de visão, a crítica pela mesquinhez do seu espírito e o julgamento que a História lhes não perdoará. Que o Cubal seja, pois, com as suas potencialidades materiais e humanas, orgulho de todos nós, como afirmação imperecível da gesta portuguesa num continente que grandes nações abandonaram ao primeiro sopro dos desencantados ventos da História e onde nós ficamos e permanecemos, pelos imperativos conscientes da civilização que trouxemos, pela humanização do trabalho a que nos devotamos, pelo sentimento do valor da pessoa humana e pela convivência cristã, admirável e surpreendente da realidade da nossa maneira de estar no Mundo.
Humberto Lopes
Cubal, 1974

09 outubro 2024

"O Alves". As brilhantes memórias cubalenses do Rodrigo (Bibito) Guerra

O ALVES

Era de Benguela, mas visitava frequentemente o Cubal. Pai do nosso grande amigo Victor Alves, de quem todos se devem recordar não só por ter sido bancário no Cubal, mas também pela grande atividade desportiva e colaboração que prestou ao nosso Recreativo. Graças ao dinamismo do Victor, a equipa de futebol disputou o campeonato angolano.

Porém, o Victor ainda era criança quando, certa noite, há 70 anos, a população do Cubal viu a sua rotina quebrada pelo barulho de um avião a sobrevoar a povoação, melhor, uma avioneta, como se chamavam os pequenos monomotores de dois lugares. Toda a gente saiu de casa, às pressas, para apreciar o inédito espetáculo.

O avião deu uma volta larga e retornou. Desta vez, ao passar sobre a povoação, cortou o motor e, lá de cima, ouviu-se uma voz que gritava: – Mandem carros para o campo! Mandem carros para o campo!

O povo não acreditava no que ouvia, tal era o espanto, e, de novo, calando o motor à passagem, o mesmo apelo: – Mandem carros para o campo!

Saindo do estupor inicial causado pela surpresa, todos começaram a movimentar-se, gritando sugestões, tentando, enfim, colaborar na tentativa unânime de salvar o aflito piloto. – Lanternas! Vamos levar lanternas! Quem tem lanterna? – indagava um. – Qualquer coisa que dê luz. Archotes. Vamos fazer archotes. – aventava outro. – Vamos depressa. O homem está em dificuldade. – incentivava um terceiro. – Eu levo uma vela… – gritava este. – Toquem o sino da Igreja… – berrava aquele.

A esta altura, a pequena povoação, habitualmente pacata, era sacudida por um movimento frenético. Carros (que não seriam mais de cinco naquela época), vultos munidos de lanternas de mão, outros portando potentes faróis de caça, ainda outros, pelos lados do bairro dos ferroviários, com lanternas de cabeça, acessório obrigatório do equipamento profissional dos maquinistas, todos surgindo dos mais diversos pontos e movimentando-se rapidamente com o mesmo objetivo.

Ninguém se preocupou em tocar o sino da Igreja, como foi sugerido, nem foi necessário, porque os ferroviários em serviço no depósito de máquinas, impedidos de comparecer, abriram as goelas das locomotivas ali estacionadas, soltando os seus estridentes apitos. Todos, enfim, tentando colaborar como podiam para ajudar o piloto em dificuldade.

O inusitado movimento, a gritaria, os apitos, provocaram não só desmaios entre senhoras, como também um violento ataque de riso a outra, cujo nome não me ocorre, mas com a curiosa alcunha de “Pior”. Lembro-me apenas que esta senhora era esposa do condutor Neto do CFB, cunhado, salvo erro, do sobejamente conhecido Sebastião das Neves.

Finalmente, esta pequena multidão caótica e sem liderança, com as suas lanternas e faróis, em harmonia com os carros que já ali se encontravam, conseguiu demarcar um retângulo luminoso que serviu para orientar o piloto sobre a posição do campo de pouso. Logo o monomotor, agora orientado, aterrou por sobre alto capim e bissapas, já que, por falta de demanda, o campo não era capinado havia longos meses.

Todos acorreram curiosos para ver quem ajudaram a salvar e os gritos de alegria foram ainda maiores quando o piloto assomou e reconheceram nele o velho amigo Alves. – Estava quase sem gasolina. Se vocês atrasassem, eu teria aterrado mesmo na rua – foi gritando, enquanto desembarcava, referindo-se com certeza à rua principal, que era a única iluminada.

Foi um bom motivo para dali irem para o Hotel Central, do João d’Oliveira, mais tarde do Chumbo, do Santos Vilar, do Bocanegra e, finalmente, do Rodrigues, único ponto social naquele tempo. Ali vararam a noite a beber e a ouvir o Alves contar a história pormenorizadamente e outras peripécias (verdadeiras ou inventadas) que passara pelos vastos céus da nossa Angola.

Afinal, havia que aproveitar, pois ninguém sabia quando é que o Cubal teria outro caso que o tirasse da pacata rotina de pequena povoação.

Rodrigo (Bibito) Guerra

Ilustração: Cubal Angola Terra Amada!

21 julho 2024

Falecimento do meu amigo e irmão de alma, Salvador da Costa Luzio, no Cubal, Angola

Com imensa tristeza, comunico o falecimento do meu amigo e irmão de alma, Salvador da Costa Luzio, no Cubal, Angola.

Salvador da Costa foi mais do que um colaborador na oficina do meu falecido pai, Raúl, na "Reparadora Transmontana". Era um amigo leal, cúmplice no melhor sentido da palavra, um verdadeiro camarada. As memórias dos tempos que passamos juntos no Cubal, antes da nossa separação em 1975, pelos motivos históricos que todos conhecemos, permanecerão sempre vivas no meu coração.

Hoje, recebi a notícia do seu falecimento através do Dinis Chaves, que, por intercessão do José Fontoura, obteve o meu número de telefone e me contactou de Angola. Era desejo do Costa que eu fosse informado caso ele viesse a falecer.

O Costa era uma das principais razões pelas quais eu tanto desejava voltar ao Cubal, para revê-lo e abraçá-lo. Infelizmente, isso já não será possível neste plano terreno. Guardo a promessa de um abraço fraterno para outra dimensão.

Até lá, meu querido amigo, descansa em paz junto ao meu pai Raúl. Que confraternizem e me guiem nesta caminhada terrena.

Envio um forte abraço a todos os familiares do amigo Costa, meu irmão, e desejo-lhes a força necessária para superar essa perda irreparável.

Descanse em paz, meu querido companheiro Costa.
Ruca

30 março 2024

Primeira reportagem de exteriores do Emissor Regional do Cubal

 A minha primeira reportagem de exteriores no emissor regional do Cubal onde era locutor, nesta altura discursava o presidente da Câmara,  Carlos Alberto.

Por Jorge Lage Leite Ribeiro. 


28 março 2024

Encontro cubalense em Mira será no fim de semana de 12-13 de Outubro de 2024

 Caros Cubalenses e amigos do Cubal. A pedido da Comissão Organizadora, relembra-se que o Encontro em Mira será no fim de semana de 12-13 de Outubro de 2024. Coloquem desde já na V. agenda.


19 março 2024

Dia do Pai - 19 Março 2024



Para todos os pais de Cubal Angola: 
“Feliz Dia dos Pais! Vocês são a inspiração e o alicerce de nossas vidas. A cada pai que nos guia com amor e sabedoria, nosso coração transborda de gratidão.”

Em memória dos pais que já partiram: 
“Vocês deixaram um legado de amor e coragem que continua a brilhar em cada lembrança. Hoje, honramos a luz que vocês trouxeram às nossas vidas e a eternidade do carinho que permanece.”


Obrigado 

Ruca

14 março 2024

Quem tanto nos ensinou e apoiou.


 Grupo de professores da escola...e continuo Silva

Para além do Eduardo Jorge Abreu e do Silva, quem identifica os restantes professores?

11 março 2024

LIVRO DE VISITAS CUBALENSE - esclarecimento


 
Clicar no : Link do Livro de visitas: 

O Livro de visitas , possuía uma opção que induzia em erro os utilizadores ou seja, caso clicassem num determinado lugar a V. mensagem não ficava visível,  pois passava a ser privada para mim. Eu não era alertado e tive agora conhecimento que existam muitas mensagens naquele local e que deveriam estar públicas. Já resolvi o tema. Todas as mensagens ficam visíveis . Usem e abusem do livro de visitas. Para envio de documentos e fotografias, bem como mensagens pessoais para mim utilizem o email: cubal.ruca@gmail.com    

Obrigado  

saudações Ruca
Clicar no : Link do Livro de visitas: 

Clube Recreativo da Ganda - Vl Mariano Machado anos 50 - Quem pode confirmar e identificar os craques?

José Martins Viana ,e ..... seguem os contributos /colaboração do Zezão e Hernâni . Obrigado a ambos.
Jose Manuel Dias Borges
além do Viana que não está equipado a rigor identifico o segundo jogador agachado da esquerda para a direita Hermenegildo Valente,que era filho do sr.Valente,gerente das plantações da Ganda,e padrinho da minha irmã, portanto acho que talvez não seja o time do cubal e sim da ganda.

Hernani Cabral
A Ganda também chegou a ter equipamento igual ao do Cubal nos anos 40/50 e digo que esta equipa é da Ganda nessa altura, daí ali estar o Valente e o Aires da Silva que também lá jogou.
 Sei que o Viana chegou ao Cubal no ano de 1956 quando abriu Sindicato. A Olga acaba de me confirmar pelo telefone, que ele chegou a viver na Ganda. Portanto, esta equipa é do Rwecreativo da Ganda e não do Cubal. Estava a estranhar não conhecer os jogadores.