23 janeiro 2025

Cubal - 57 anos de história e memórias vivas

Uma pequena amostra do que Fernanda Valadas remeteu para partilha no nosso blogue.

Cubal - 57 anos de história e memórias vivas

Hoje, 25 de janeiro de 2025, celebramos os 57 anos da criação da cidade do Cubal, uma terra que continua a unir os seus filhos, mesmo espalhados pelo mundo. Com grande emoção, por coincidência e na data de hoje, recebi  um envelope repleto de preciosidades históricas enviado pela Fernanda Valadas desde a distante Escócia. Este portfólio contém jornais, revistas, imagens e documentos únicos que remontam às décadas de 1930-40-50-60, representando um testemunho valioso do passado da nossa querida cidade e onde fomos felizes.

Fernanda Valadas, mulher que marcou a história do Cubal, confiou-me este material pessoal e familiar com o espírito admirável de partilha. Quero expressar a minha profunda gratidão pela confiança depositada em mim. Comprometo-me a tratar cuidadosamente desses documentos, digitalizá-los e organizá-los para que possam ser disponibilizados no nosso blogue, Cubal Angola Terra Amada, um espaço que criei em 2007 com o objetivo de reunir as memórias e histórias cubalenses num único lugar.

Infelizmente, com o tempo e o surgimento de redes sociais, muitas destas histórias se dispersaram por páginas individuais. Contudo, muitos cubalenses têm demonstrado cansaço em relação às redes sociais, mencionando problemas como usurpação de identidades e outras práticas menos escrupulosas. É o momento ideal para reativarmos o nosso espaço comunitário e trazer de volta esta partilha centralizada, preservando e divulgando as memórias para as gerações futuras.

Por isso, apelo a todos os cubalenses: enviem as vossas imagens, documentos, histórias e testemunhos para que possamos continuar a construir, juntos, este rico arquivo da história do Cubal. A tua contribuição será inestimável!

Vamos reavivar a chama deste espaço, honrar as nossas raízes e todos aqueles que, com imensa saudade, já partiram.

A todos que já contribuíram, e especialmente à Fernanda Valadas, o meu mais sincero obrigado.

Com amizade,
Rui Gonçalves (Ruca)
Blog Cubal Angola Terra Amada

Efeméride - Medalha comemorativa do 1º Aniversário da Cidade de Cubal (em memória do saudoso amigo Gi Vilares 23jan1968 - 23jan2025) CUBAL EM FESTA

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1. e 2. Anverso e verso

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O nosso amigo Gi Vilares, na sua excelente colaboração no nosso blog, descobriu mais esta preciosidade de testemunho histórico.
A medalha comemorativa do 1º aniversário da elevação à categoria de cidade, da Vila do Cubal.
O Gi é de opinião que existirão poucos exemplares. Eu digo que esta é a primeira que vejo e não tinha conhecimento da sua existência. Que belo testemunho da nossa Cidade! Obrigado Gi por partilhares com todos os amigos cubalenses.


Aproveito para mencionar que no Suplemento do BOLETIM OFICIAL DE ANGOLA, de Terça- Feira, 23 de Janeiro de 1968, é referido o seguinte, que transcrevo:

GOVERNO GERAL DE ANGOLA
Portaria nº 15371
Eleva à categoria de cidade, a Vila do Cubal, sede do Concelho do mesmo nome, do Distrito de Benguela.
Tendo em consideração o grande desenvolvimento atingido no concelho do Cubal, do Distrito de Benguela, revelado pela criação feita pelo Decreto nº 48 033, de 11 de Novembro de 1967, de um Julgado Municipal de 1ª classe;
Com o parecer favorável do Conselho Económico e Social;
No uso da competência atribuída pelo artigo 155º da Constituição, o Governador-Geral de Angola manda:
Número único: É elevada à categoria de cidade, a vila do Cubal, sede do concelho do mesmo nome, do distrito de Benguela.
Cumpra-se.
Residência do Governador-Geral de Angola, em Luanda , 23 de Janeiro de 1968.
O Governador-Geral,
Camilo Augusto de Miranda Rebocho Vaz

21 janeiro 2025

Memórias de uma infância e juventude plena, por Fernanda Valadas (reedição da publicação de 01.03.2011)

Há anos que tento organizar a minha memória a fim de poder expor por escrito, retalhos da minha vida cubalense desde a infância a adolescência, e, acreditem, são tantas as histórias (estórias) e situações por que passei que me causam uma certa dificuldade na escolha.
 
Vou iniciar este ciclo falando de mim: 
-Quem não conhecia aquela   miúda "Maria Rapaz" que andava de calções, jogava a bola e hóquei em patins, andava de motorizada, brigava, e, sobretudo brincava de igual para igual com os rapazes e que sem saber já impunha o direito e igualdade dos sexos?
-Onde fui buscar inspiração para ter sido como fui? 
-Lembram-se dos livros da escritora britânica Enid Blyton?
-Lembram-se dos seus livros " As Aventuras dos Cinco"?  Comecei a ler esses livros quando andava na 3 classe, aos 8 anos de idade e quem mos emprestava era a Nazaré Miranda.
Eu lia e relia aquelas aventuras e... Como me faziam sonhar.
 A Zé era o meu ídolo e a personagem com a qual me identificava e foi a poder disso que tive uma infância e juventude recheadas de aventuras com situações caricatas, dramáticas, cómicas, de coragem, de perigo, de brigas, etc., etc., etc..
 
Poderia desde já começar a narrar essas situações, mas, vou guarda-las para mais tarde e poder assim recordar os grandes e bons velhos amigos que fui fazendo nessa época e que ainda hoje persistem no meu coração.
 
Quero agradecer a todos eles o facto de terem contribuído na formação do meu carácter e personalidade.
 
Da próxima vez começo a contar os flagrantes da minha vida.
 
Até lá,
Um grande abraço 
Fernanda Valadas

20 janeiro 2025

Olá MÃE ANGOLA! (texto de Olga Valadas, escrito em 1993) - reedição da publicação de 02.02.2011

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Hoje dia 02 de Fevereiro, seria o aniversário da nossa saudosa Olga Valadas. 
Sua irmã Fernanda, envia-nos este belo texto pedindo que o mesmo seja partilhado através do nosso blogue.
Aqui fica a nossa homenagem. 

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Olá MÃE ANGOLA!

Digo apenas olá, para não deixar que em mim morra a ilusão de que foi ontem que nos despedimos num longo abraço, tão longo e apertado, que magoou nossos corpos e feriu nossas almas.
Não te pergunto como estás, porque sei que cada dia que passa te sentes mais fraca, mais combalida e mais agonizante. Sentes-te angustiada por veres correr no teu solo o sangue dos teus filhos que não te abandonaram e que continuam a lutar para te defender na esperança de que um dia, talvez não muito distante, possam conquistar a alegria e a paz, para poderem viver no ambiente de respeito e amor em que tu nos criaste.
Talvez tu, MÃE, nos julgues traidores por há dezoito anos termos sido obrigado a dizer-te adeus. Perdoa-nos MÃE, se inconscientemente te desiludimos, mas acredita: falando em mim, falo também por todos os teus filhos que hoje vivem errantes pelos quatro cantos do mundo.
Todas as noites no meu leito, deixo vaguear o meu pensamento e e com um sentimento misto de dor e alegria que recordo os momentos tão felizes que passei junto de ti, sempre protegida pelos teus braços vigorosos de imbondeiro.
De mãos dadas percorríamos os campos verdes onde os regatos de agua cristalina corriam livremente, saciando a sede dos homens e dos vários animais selvagens que contem a tua fauna.
Lembro-me tão bem, MÃE ANGOLA, quando me lavavas com mil cuidados nas tuas dambas, nos teus rios e depois me mostravas, orgulhosa, as cascatas e florestas em galeria... percorro mentalmente todo o teu corpo e em cada recanto descubro belezas inconfundíveis e incomparaveis, difíceis de descrever. Percorro as savanas onde tu tantas vezes subiste as árvores para colheres os seus frutos que me davas com tanta ternura e que eu saboreava com volúpia e avidez. A manga, o lohengo, o mamão, a goiaba e tantos outros cujo sabor, por vezes se mistura com o sabor salgado das minhas lágrimas.
Quando a tarde chega e o sol anuncia a sua partida, uma tristeza estranha invade todo o meu ser e recordo com intensidade as vezes que ambas, de cima de uma colina, víamos esse astro rei avermelhado e majestoso, esconder-se lentamente, por detrás das tuas florestas luxuriantes, ou então, por entre o cume das montanhas azuis, enquanto ouvíamos longínquos sons de cantares e batucadas ou ainda, o som grave e forte do rugido do leão; espectáculo maravilhoso digno de figurar na tela de um grande mestre e que todos os Homens deveriam ter o privilegio de ver, para que melhor pudessem amar e preservar o enorme paraíso que tu és.
Sei que choras neste momento, mas, MÃE ANGOLA, seca as tuas lágrimas. Se forte! Se sempre a MÃE coragem que os teus filhos conheceram. Lembra-te. O teu ventre e ainda jovem, e ainda fértil, e tal como outrora, ele voltará a fecundar e a povoar esse rincao de África onde nasci.
Perdoa-me MÃE! Mas sem querer duas lágrimas teimosas rolam-me pelas faces... também estou a chorar. Sinto a garganta apertada e os soluços incontidos irrompem fazendo o meu peito estremecer.
Na solidão da noite apuro os meus ouvidos e julgo escutar na voz do vento, o som indeleveldos teus gemidos e... lentamente, ergo os meus olhos aos céus e numa prece muda, mas sentida, peco ao Senhor meu Deus, que na sua Bondade e Omnipotência, se compadeça do nosso sofrimento e nos conceda a graça de nos podermos rever mais uma vez.
MÃE, não quero morrer sem voltar a ver-te, sem voltar a estreitar-te nos meus braços. Mas, se isso acontecer longe de ti, quero levar comigo para a tumba fria, um pedaço de terra vermelha arrancada do teu ventre. Quero que guardes na lembrança a ternura do meu último beijo em tua face, tão ardente como o calor tropical que emana do teu corpo.

Quero que guardes eternamente em teu generoso coração, a certeza de que:

- Mesmo para alem da morte, continuarei a amar-te e a chorar de saudade.

Amo-te, Angola minha MÃE!!!
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texto de Olga Valadas escrito em 1993

19 janeiro 2025

Cubal e cubalenses, por Fernanda Valadas (reedição da publicação de 27.11.2010)

Pede-se a colaboração de todos para a legendagem destas belas imagens cubalenses, partilhadas pela amiga Fernanda Valadas, a quem envio um forte abraço 
Ruca

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em pe: Alferes Brazao (treinador), Fernanda Silva,Celeste Almeida, Fernanda Valadas, Teresa
em baixo: Faro, Gaby Ferreira, Lilia Almeida e Cidalia.
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