2. Vistas do Cubal
As suas ruas e avenidas, bem delineadas, algumas já arborizadas, estão a preparar-se para receber o asfalto, enquanto este não vem, procura a Câmara evitar a incómoda poeira regando-as onde o movimento é maior.
Verificamos alguns talhões com casebres e ruínas, que muito desfeiam a cidade e até no topo de uma avenida uma velha casa aguardando o camartelo para que fique deveras airosa. Um problema que, estamos certos, a Câmara resolverá.
Vimos as obras da nova igreja, qual enorme barco com a sua proa bem lançada, singrando rumo ao futuro contra a descrença e, incutindo na alma e nos corações a poderosa fé em Cristo, ao lado, a velha Igreja, que a nosso ver, deveria ser conservada, transformando-a em Museu Regional.
De passagem vimos a fábrica de sumos de fruta. Tem o Cubal ainda o problema do abastecimento de água que em breve estará solucionado, pois foi-nos dado ver as obras de captação e construção do tanque abastecedor e as obras da respectiva conduta.
O local da captação é convidativo a um passeio e tornar-se ponto escolhido para um fim-de-semana se a edilidade colocar, com pouca despesa, umas árvores, uns jangos e uns bancos campestres e, vamos lá ao piquenique...
eria um estímulo para outros concorrendo assim para o barateamento das hortaliças indispensáveis às donas de casa, com a vantagem de a terem fresquinha, ao natural, e não por conservá-la nas geleiras...
Visitamos a piscina dos ferroviários e ficámos encantados pelo que lá vimos e o que será quando estiver concluída.
Sentimos que o tempo disponível não nos permitisse fazer uma visita ao verdadeiro Cubal, isto é às suas actividades agro-pecuárias com base no sisal e algodão e criação bovina, o sisal foi e continuará a ser o «forte» da agricultura, tem dado muitos dissabores dada a incerteza do mercado, mas estamos certos que a montagem da anunciada fábrica para a sua industrialização se não remedia em parte a crise, é perspectiva para um futuro mais risonho de que as gentes laboriosas do Cubal são merecedoras para compensação da luta que vêm travando para manter o que tanto lhes custou a criar e com muitos sacrifícios vêm mantendo. Portugueses de rija têmpera, como de resto são todos os que mourejam por qualquer dos cantos de Angola, fazemos votos sinceros pela rápida solução dos seus problemas e o novo ano lhes permita a todos quer sejam da cidade ou das «chitacas» a concretização dos seus anseios que reverterão a bem da cidade e do seu concelho.