01 fevereiro 2025

Memórias do Cubal – A Grande Cheia de 1951

A célebre imponente "Milú" Ford v8 de 1946 de António Valadas. Na imagem Sr. Crispim .
 

Memórias do Cubal – A Grande Cheia de 1951

Hoje digitalizei esta fotografia tão especial, enviada por Fernanda Valadas. A imagem, datada de 31 de março de 1951, retrata o Sr Crispim colaborador do seu pai António Valadas, durante a grande cheia do Rio Cubal. Ao lado da imponente Ford V8 (pelo seu proprietário, carinhosamente apelidada de "Milú"), temos um testemunho da bravura e resiliência dos cubalenses daquela época. As cheias eram um desafio constante para quem vivia na região, mas os habitantes de Cubal enfrentavam as adversidades com coragem e determinação. Esta fotografia é um precioso documento histórico que ilustra a força do povo cubalense. Agradeço imensamente à Fernanda Valadas por compartilhar esta memória tão valiosa connosco. 

Se tens outras imagens ou histórias sobre Cubal, por favor, partilha-as! 

A tua contribuição é fundamental para preservarmos a nossa história.

Ruca

📷 Fonte: Acervo de Fernanda Valadas
📌 Data: 31/03/1951
📍 Local: Rio Cubal, Angola


#Cubal #HistóriaDoCubal #Memórias #Angola #FordV8 #Resiliência

31 janeiro 2025

Visita presidencial de Craveiro Lopes a Angola (1954) – Estação do CFB, Cubal


A imagem mostra um momento da visita oficial do Presidente Craveiro Lopes e da Primeira-Dama, D. Berta Craveiro Lopes, a Angola, em 1954. O registo foi feito na estação do CFB, no Cubal, durante as receções protocolares (verso da imagem com carimbo do Estúdio "Eureca M.F. ...(ilegível) - Cubal"

Destaques da imagem

  • D. Berta Craveiro Lopes, vestida de branco com chapéu, é o centro da imagem.
  • À sua esquerda, vemos a cubalense Sra. Amélia Guerra, seguida por D. Helena Sousa.
  • A cena retrata o ambiente social e oficial da visita, marcado por eventos e festividades em várias localidades angolanas.

Sobre a visita

A visita presidencial incluiu diversas localidades, como Tchivinguiro, Humpata, Sá da Bandeira, Vila Arriaga, Baía dos Tigres, Novo Redondo, Gabela, Massangano e Luanda. Em cada local, ocorreram receções, visitas protocolares e festividades, demonstrando a importância do evento para a Angola da época.

Agradecimento

Agradecimento especial a Fernanda Valadas pela cedência da imagem do seu arquivo pessoal/familiar para partilha no blogue Cubal Angola Terra Amada.

Contexto Histórico

Este evento ocorreu durante um período importante da história de Angola, então parte do Império Colonial Português. Visitas oficiais como essa eram usadas para fortalecer laços com as colónias e demonstrar o poder do governo central.

Como curiosidade:

D. Berta Craveiro Lopes faleceu inesperadamente aos 58 anos de idade, 4 anos após esta imagem,  vítima de um acidente vascular cerebral, um mês antes do presidente terminar o seu mandato, no Palácio Nacional de Belém. Os seus restos mortais foram depositados no Cemitério dos Prazeres. O seu marido ainda sobreviverá mais 6 anos.

Tem o seu nome dado a:

  • Um Jardim-Escola em Benguela, Angola
  • Uma escola secundária em Bissau, Guiné
  • Um jardim em Maputo, Moçambique
  • Uma rua em São Vicente, SP, Brasil

Ruca


30 janeiro 2025

Mais uma memória do Cubal nos anos 40

Graças à generosidade de Fernanda Valadas, partilhamos mais um registo histórico do Cubal, capturado em 1943 pelo estúdio Foto Nunes de Benguela. Esta imagem preserva um momento especial de um grupo de jovens e adultos cubalenses, trajando vestuário formal da época, possivelmente num evento social.

Na fotografia, os homens apresentam-se de fato e laço/gravata, enquanto as mulheres exibem vestidos bem trabalhados, com detalhes típicos dos anos 40. Nota-se também a presença de algumas crianças, sugerindo um ambiente familiar e comunitário. O cenário de fundo, com janelas e portas bem estruturadas, indica que o registo pode ter sido feito junto a uma instituição ou casa de relevo.

Agradecemos à Fernanda Valadas pela partilha deste importante documento histórico, que permite reviver e preservar a memória do Cubal e das suas gentes.

Para além dos já identificados, se alguém reconhecer algum familiar ou puder fornecer mais informações (ou corrigir) sobre os presentes na foto, convidamos a deixar um comentário.

📷 Fonte: Arquivo pessoal/familiar de Fernanda Valadas



A identificação neste documento histórico do Cubal, só foi possível graças à excelente colaboração dos amigos  Fernanda Valadas e Bibito Guerra. Bem hajam!

1-?? ;2- António Valadas; 3- Fernando Garcia (gerente de uma faz. de Sisal); 4- Eduardo (Tio do Bibito Guerra; 5- João de Oliveira (Hotel Central); 6- Guerra; 7- Sargento Xavier (destacamento militar do Cubal); 8-Bernardino Caetano ; 9- Tomé Freire; 10 - nome? (filho do Sargento Xavier de alcunha "Arenhotas". (Como curiosidade, e segundo explicado por Bibito Guerra, esta alcunha, Arenhotas, foi atribuída pelo Sr. Guerra porque ele ia muitas vezes à loja do Sr. Guerra e dizia sempre que estava a fazer uma arenhota :-)

11-Zeca Neves; 12- Noémia Lino (Portela); 13-  Esmeralda Cardoso; 14-?? ; 15- xxxnome (filha mais velha de Pereira de Lemos; 16- xxxnome ? "vamp" familiar do João das Neves , que possuía uma loja de comércio ao lado do Donguim; 17-Edite Neves; 18-Fernanda Pereira de Lemos (Botelho) ; 19- Graciete Neves (Laranjeira). 

P.S. 12- Noémia Lino (Portela) mãe das Portelas Manuela, Lourdes e Fernanda.
18- Fernanda Pereira de Lemos (Botelho) mãe da Dália Botelho.
11-Zeca Neves, 17- Edite Neves e 19- Graciete Neves (Laranjeira) - filhos do Sr. Júlio das Neves.

3-Fernando Garcia: Agrónomo funcionário do Governo. Com um colega chamado Cristão estavam a fazer experiências em algodão no terreno ao lado da igreja velha.




29 janeiro 2025

Memória dos anos 40 no Cubal


Memória dos anos 40 no Cubal

É com grande satisfação que partilhamos mais um documento histórico do Cubal, uma fotografia que remonta aos anos 40 e que retrata um grupo de cubalenses reunidos, provavelmente para um evento social ou familiar.

Nesta imagem, vemos homens e mulheres elegantemente vestidos, com os homens trajando fatos e gravatas – alguns de branco, possivelmente devido ao clima quente do Cubal – e as mulheres com vestidos bem trabalhados, acompanhados de acessórios típicos da época. O ambiente descontraído e os sorrisos sugerem um momento de confraternização.

Destacamos e agradecemos a participação de Fernanda Valadas, que gentilmente disponibilizou esta fotografia, contribuindo assim para a preservação da memória coletiva do Cubal. São registos como este que ajudam a manter viva a história da nossa terra e das pessoas que fizeram parte dela.

Se alguém reconhecer familiares ou puder fornecer mais informações sobre os presentes na imagem, ficaremos muito gratos por qualquer partilha nos comentários.

O texto manuscrito no verso da fotografia diz :

"ANOS 40 (Princípios)

o meu pai (Valadas) na 1. fila, de laço ao pescoço,Celso Faria(pai), Sebastião das Neves, D. Purificação das Neves, Esposa do Sr Celso Faria(irmã do Manecas), e D. Ruth alemã). Estas pessoas são as que eu reconheço.  Fernanda Valadas in Facebook"

📷 Fonte: Arquivo pessoal/familiar de Fernanda Valadas

Ruca

Vamos legendar, inserindo NOS COMENTÁRIOS o nome de cada um:
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            3. António Valadas
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Bolinhas, Henriques, Francisco Gonçalves (Chiputia) e Cândido


Bolinhas, Henriques, Francisco Gonçalves (Chiputia) e  Cândido

28 janeiro 2025

📜 Resgatar Memórias, Honrar o Passado 📜

📜 Resgatar Memórias, Honrar o Passado 📜
O Cubal e Angola vivem nos nossos corações e nos nossos baús de recordações. Convidamos todos a partilhar as suas memórias – fotografias, documentos, histórias – para enriquecer o nosso espaço de saudade e identidade. Juntos, preservamos a história da nossa Terra Amada!
📩 Envia-nos o que guardas do passado e ajude a construir este arquivo de afetos!


 

Uma viagem no tempo: Peça teatral no Hotel Central do Cubal em 1944


Esta belíssima fotografia, datada de 1944, retrata um momento especial ligado a uma peça teatral realizada no Hotel Central, no Cubal. A imagem foi gentilmente partilhada pela Fernanda Valadas e pretende marcar o início de um novo ciclo no nosso blog, dedicado a preservar e divulgar imagens históricas da nossa terra.

Este retrato, cheio de sorrisos e recordações, é um testemunho visual de um tempo que merece ser relembrado. Cada rosto aqui presente tem a sua história, e acreditamos que juntos podemos identificar as pessoas e o contexto por detrás desta memória única.

Apelamos aos mais velhos, ou àqueles que tenham familiares que viveram nessa época, que nos ajudem a identificar os elementos constantes nesta imagem histórica. Cada detalhe ou nome partilhado pode fazer a diferença para reconstruirmos o passado e fortalecermos os laços com as nossas raízes.

Se reconheceres alguém, ou se tiveres mais informações sobre este evento ou sobre o Hotel Central em 1944, deixa o seu comentário (abaixo) ou entra em contacto connosco. Agradecemos desde já a tua colaboração em perpetuar esta memória para as futuras gerações.

Juntos, continuaremos a valorizar a história do Cubal.

Abraços

Ruca / Fernanda

#MemóriasDoCubal
#PatrimónioCultural
#HistóriaDeAngola

Eventos na Escola Primária nº 40 Cubal

Cubal 1968
Esc.Primária nº40
2
Festa de Natal Cubal -1971
3.
Festa de Natal Cubal -1971

Sessão Solene - Cubal



Sessão Solene inauguração da Escola Industrial e Comercial
Cubal, 27/11/1970

Júlia Cabeleireira e Salumite

A  minha jovem mãe "Júlia Cabeleireira", a pentear a Salumite.
Ruca

Homenagem à Cabeleireira Júlia - "Salão Marijú"

1.
A minha pequena homenagem à Cabeleireira Júlia autora do penteado
1.2
A minha pequena homenagem à Cabeleireira Júlia autora do penteado

23 janeiro 2025

Cubal - 57 anos de história e memórias vivas

Uma pequena amostra do que Fernanda Valadas remeteu para partilha no nosso blogue.

Cubal - 57 anos de história e memórias vivas

Hoje, 25 de janeiro de 2025, celebramos os 57 anos da criação da cidade do Cubal, uma terra que continua a unir os seus filhos, mesmo espalhados pelo mundo. Com grande emoção, por coincidência e na data de hoje, recebi  um envelope repleto de preciosidades históricas enviado pela Fernanda Valadas desde a distante Escócia. Este portfólio contém jornais, revistas, imagens e documentos únicos que remontam às décadas de 1930-40-50-60, representando um testemunho valioso do passado da nossa querida cidade e onde fomos felizes.

Fernanda Valadas, mulher que marcou a história do Cubal, confiou-me este material pessoal e familiar com o espírito admirável de partilha. Quero expressar a minha profunda gratidão pela confiança depositada em mim. Comprometo-me a tratar cuidadosamente desses documentos, digitalizá-los e organizá-los para que possam ser disponibilizados no nosso blogue, Cubal Angola Terra Amada, um espaço que criei em 2007 com o objetivo de reunir as memórias e histórias cubalenses num único lugar.

Infelizmente, com o tempo e o surgimento de redes sociais, muitas destas histórias se dispersaram por páginas individuais. Contudo, muitos cubalenses têm demonstrado cansaço em relação às redes sociais, mencionando problemas como usurpação de identidades e outras práticas menos escrupulosas. É o momento ideal para reativarmos o nosso espaço comunitário e trazer de volta esta partilha centralizada, preservando e divulgando as memórias para as gerações futuras.

Por isso, apelo a todos os cubalenses: enviem as vossas imagens, documentos, histórias e testemunhos para que possamos continuar a construir, juntos, este rico arquivo da história do Cubal. A tua contribuição será inestimável!

Vamos reavivar a chama deste espaço, honrar as nossas raízes e todos aqueles que, com imensa saudade, já partiram.

A todos que já contribuíram, e especialmente à Fernanda Valadas, o meu mais sincero obrigado.

Com amizade,
Rui Gonçalves (Ruca)
Blog Cubal Angola Terra Amada

Efeméride - Medalha comemorativa do 1º Aniversário da Cidade de Cubal (em memória do saudoso amigo Gi Vilares 23jan1968 - 23jan2025) CUBAL EM FESTA

1.
2.
1. e 2. Anverso e verso

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O nosso amigo Gi Vilares, na sua excelente colaboração no nosso blog, descobriu mais esta preciosidade de testemunho histórico.
A medalha comemorativa do 1º aniversário da elevação à categoria de cidade, da Vila do Cubal.
O Gi é de opinião que existirão poucos exemplares. Eu digo que esta é a primeira que vejo e não tinha conhecimento da sua existência. Que belo testemunho da nossa Cidade! Obrigado Gi por partilhares com todos os amigos cubalenses.


Aproveito para mencionar que no Suplemento do BOLETIM OFICIAL DE ANGOLA, de Terça- Feira, 23 de Janeiro de 1968, é referido o seguinte, que transcrevo:

GOVERNO GERAL DE ANGOLA
Portaria nº 15371
Eleva à categoria de cidade, a Vila do Cubal, sede do Concelho do mesmo nome, do Distrito de Benguela.
Tendo em consideração o grande desenvolvimento atingido no concelho do Cubal, do Distrito de Benguela, revelado pela criação feita pelo Decreto nº 48 033, de 11 de Novembro de 1967, de um Julgado Municipal de 1ª classe;
Com o parecer favorável do Conselho Económico e Social;
No uso da competência atribuída pelo artigo 155º da Constituição, o Governador-Geral de Angola manda:
Número único: É elevada à categoria de cidade, a vila do Cubal, sede do concelho do mesmo nome, do distrito de Benguela.
Cumpra-se.
Residência do Governador-Geral de Angola, em Luanda , 23 de Janeiro de 1968.
O Governador-Geral,
Camilo Augusto de Miranda Rebocho Vaz

21 janeiro 2025

Memórias de uma infância e juventude plena, por Fernanda Valadas (reedição da publicação de 01.03.2011)

Há anos que tento organizar a minha memória a fim de poder expor por escrito, retalhos da minha vida cubalense desde a infância a adolescência, e, acreditem, são tantas as histórias (estórias) e situações por que passei que me causam uma certa dificuldade na escolha.
 
Vou iniciar este ciclo falando de mim: 
-Quem não conhecia aquela   miúda "Maria Rapaz" que andava de calções, jogava a bola e hóquei em patins, andava de motorizada, brigava, e, sobretudo brincava de igual para igual com os rapazes e que sem saber já impunha o direito e igualdade dos sexos?
-Onde fui buscar inspiração para ter sido como fui? 
-Lembram-se dos livros da escritora britânica Enid Blyton?
-Lembram-se dos seus livros " As Aventuras dos Cinco"?  Comecei a ler esses livros quando andava na 3 classe, aos 8 anos de idade e quem mos emprestava era a Nazaré Miranda.
Eu lia e relia aquelas aventuras e... Como me faziam sonhar.
 A Zé era o meu ídolo e a personagem com a qual me identificava e foi a poder disso que tive uma infância e juventude recheadas de aventuras com situações caricatas, dramáticas, cómicas, de coragem, de perigo, de brigas, etc., etc., etc..
 
Poderia desde já começar a narrar essas situações, mas, vou guarda-las para mais tarde e poder assim recordar os grandes e bons velhos amigos que fui fazendo nessa época e que ainda hoje persistem no meu coração.
 
Quero agradecer a todos eles o facto de terem contribuído na formação do meu carácter e personalidade.
 
Da próxima vez começo a contar os flagrantes da minha vida.
 
Até lá,
Um grande abraço 
Fernanda Valadas

20 janeiro 2025

Olá MÃE ANGOLA! (texto de Olga Valadas, escrito em 1993) - reedição da publicação de 02.02.2011

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Hoje dia 02 de Fevereiro, seria o aniversário da nossa saudosa Olga Valadas. 
Sua irmã Fernanda, envia-nos este belo texto pedindo que o mesmo seja partilhado através do nosso blogue.
Aqui fica a nossa homenagem. 

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Olá MÃE ANGOLA!

Digo apenas olá, para não deixar que em mim morra a ilusão de que foi ontem que nos despedimos num longo abraço, tão longo e apertado, que magoou nossos corpos e feriu nossas almas.
Não te pergunto como estás, porque sei que cada dia que passa te sentes mais fraca, mais combalida e mais agonizante. Sentes-te angustiada por veres correr no teu solo o sangue dos teus filhos que não te abandonaram e que continuam a lutar para te defender na esperança de que um dia, talvez não muito distante, possam conquistar a alegria e a paz, para poderem viver no ambiente de respeito e amor em que tu nos criaste.
Talvez tu, MÃE, nos julgues traidores por há dezoito anos termos sido obrigado a dizer-te adeus. Perdoa-nos MÃE, se inconscientemente te desiludimos, mas acredita: falando em mim, falo também por todos os teus filhos que hoje vivem errantes pelos quatro cantos do mundo.
Todas as noites no meu leito, deixo vaguear o meu pensamento e e com um sentimento misto de dor e alegria que recordo os momentos tão felizes que passei junto de ti, sempre protegida pelos teus braços vigorosos de imbondeiro.
De mãos dadas percorríamos os campos verdes onde os regatos de agua cristalina corriam livremente, saciando a sede dos homens e dos vários animais selvagens que contem a tua fauna.
Lembro-me tão bem, MÃE ANGOLA, quando me lavavas com mil cuidados nas tuas dambas, nos teus rios e depois me mostravas, orgulhosa, as cascatas e florestas em galeria... percorro mentalmente todo o teu corpo e em cada recanto descubro belezas inconfundíveis e incomparaveis, difíceis de descrever. Percorro as savanas onde tu tantas vezes subiste as árvores para colheres os seus frutos que me davas com tanta ternura e que eu saboreava com volúpia e avidez. A manga, o lohengo, o mamão, a goiaba e tantos outros cujo sabor, por vezes se mistura com o sabor salgado das minhas lágrimas.
Quando a tarde chega e o sol anuncia a sua partida, uma tristeza estranha invade todo o meu ser e recordo com intensidade as vezes que ambas, de cima de uma colina, víamos esse astro rei avermelhado e majestoso, esconder-se lentamente, por detrás das tuas florestas luxuriantes, ou então, por entre o cume das montanhas azuis, enquanto ouvíamos longínquos sons de cantares e batucadas ou ainda, o som grave e forte do rugido do leão; espectáculo maravilhoso digno de figurar na tela de um grande mestre e que todos os Homens deveriam ter o privilegio de ver, para que melhor pudessem amar e preservar o enorme paraíso que tu és.
Sei que choras neste momento, mas, MÃE ANGOLA, seca as tuas lágrimas. Se forte! Se sempre a MÃE coragem que os teus filhos conheceram. Lembra-te. O teu ventre e ainda jovem, e ainda fértil, e tal como outrora, ele voltará a fecundar e a povoar esse rincao de África onde nasci.
Perdoa-me MÃE! Mas sem querer duas lágrimas teimosas rolam-me pelas faces... também estou a chorar. Sinto a garganta apertada e os soluços incontidos irrompem fazendo o meu peito estremecer.
Na solidão da noite apuro os meus ouvidos e julgo escutar na voz do vento, o som indeleveldos teus gemidos e... lentamente, ergo os meus olhos aos céus e numa prece muda, mas sentida, peco ao Senhor meu Deus, que na sua Bondade e Omnipotência, se compadeça do nosso sofrimento e nos conceda a graça de nos podermos rever mais uma vez.
MÃE, não quero morrer sem voltar a ver-te, sem voltar a estreitar-te nos meus braços. Mas, se isso acontecer longe de ti, quero levar comigo para a tumba fria, um pedaço de terra vermelha arrancada do teu ventre. Quero que guardes na lembrança a ternura do meu último beijo em tua face, tão ardente como o calor tropical que emana do teu corpo.

Quero que guardes eternamente em teu generoso coração, a certeza de que:

- Mesmo para alem da morte, continuarei a amar-te e a chorar de saudade.

Amo-te, Angola minha MÃE!!!
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texto de Olga Valadas escrito em 1993

19 janeiro 2025

Cubal e cubalenses, por Fernanda Valadas (reedição da publicação de 27.11.2010)

Pede-se a colaboração de todos para a legendagem destas belas imagens cubalenses, partilhadas pela amiga Fernanda Valadas, a quem envio um forte abraço 
Ruca

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em pe: Alferes Brazao (treinador), Fernanda Silva,Celeste Almeida, Fernanda Valadas, Teresa
em baixo: Faro, Gaby Ferreira, Lilia Almeida e Cidalia.
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