O imbondeiro é um ser já moribundo,
Gigante preso em apertados laços,
Tronco rasgado em fissurados traços,
E de raizes mergulhando fundo.
Tem flores brancas, de um alvor profundo,
E longos frutos descorados, baços,
E os seus ramos semelhando braços,
Dizem raivosos um adeus ao mundo.
Como uma raça pecadora e má,
As suas flores não possuem já,
A força viva que germina o fruto.
É como um homem que já nada tem;
Perdeu seus filhos, sua esposa e mãe,
E arrasta em vida o seu próprio luto.
Cubal, 1962
Aurelino Faria.
NOTA: este poema foi escrito pelo meu pai. Ganhou na altura um prémio de poesia.
Um abraço
Henrique
"Momentos que o tempo não apaga, gravados na alma de quem os viveu" Revive a história do Cubal através de fotografias e memórias partilhadas. Junta-te a nós nesta viagem ao passado! Chamada para ação: 📩 Envia as tuas recordações para: cubal.ruca@gmail.com Nota de Respeito: Preservar a história e a dignidade das memórias é o meu compromisso. Caso algum visado ou familiar prefira a remoção de uma imagem, por favor entre em contacto e o pedido será atendido de imediato. — Ruca
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