Um estrondo na madrugada de Lisboa. Os jornais referem em dezenas de milhares de raios. Mas o que este fenómeno me fez sentir não foi o tremor da capital, foi o tremor da nossa casa no Cubal, nos anos sessenta e setenta! Quem se lembra daquelas trovoadas que pareciam não ter fim, que faziam a mobília ranger e os vidros cantar ao ritmo do raio? É uma memória forte, sobretudo a do abraço de proteção da minha mãe. Um porto seguro contra a fúria do céu. Se a trovoada de Lisboa o transportou para estes tempos, leiam e partilhem a vossa história!
"Acordou com a trovoada? Zona de Lisboa atingida por milhares de raios durante a madrugada"
Excerto: "A madrugada desta quarta-feira foi marcada por intensas trovoadas na região de Lisboa e Vale do Tejo. De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), nas últimas 24 horas, até às 06:50, foram registadas mais de 20 mil descargas elétricas positivas e mais de 10 mil descargas negativas..."
Fonte: CNN Portugal
O estrondo que nos unia
Cubal, sol de fim de tarde, mas o céu se fecha em dor, Anos sessenta, setenta, o terror do trovão maior. Não era só chuva, era a terra a respirar, E o ar carregado, os vidros a vibrar. Mas a força maior, que a memória não desfaz, Era o abraço quente que a minha jovem mãe me traz. Um escudo de amor, contra a fúria da tempestade, A tremer de medo, mas seguro no seu lume. Lisboa treme hoje, a notícia faz-nos ver, Que a saudade do Cubal não se pode esconder. E tu, Cubalense, essa trovoada de outrora, Não te abraça a alma, não te faz reviver essa hora?
E tu, Cubalense, essa trovoada de outrora, não te abraça a alma, não te faz voltar àquele tempo? Partilha connosco as tuas memórias!
Ruca

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