31 dezembro 2025

Passagem de Ano no Cubal – 31/12/1959

 

Dora Vilar, Lisete, Sebastiana, Chico e Olga Valadas.

Chegamos ao último capítulo desta série de memórias partilhadas pela nossa querida Fernanda Valadas. Após os registos de 1956, 1957 e 1958, fechamos a década com esta imagem de 1959, ainda no ambiente festivo do Antigo Recreativo do Cubal, quando o Ferrovia ainda não existia e as passagens de ano se viviam com simplicidade e encanto.

Nesta fotografia identificam-se, conforme indicação da Fernanda:
Dora Vilar, Lisete, Sebastiana, Chico e Olga Valadas.

Os vestidos claros, o sorriso tímido, o ar descontraído do Chico — são detalhes que nos transportam para um Cubal de música, de família e de festa. As fotografias desta série não são apenas registos; são fragmentos vivos da nossa memória colectiva.

Com esta publicação, concluímos a sequência oferecida pela Fernanda Valadas (1956-1959), que tão generosamente partilhou estas imagens preciosas. Que fiquem guardadas aqui como testemunho de um tempo que marcou vidas e deixou saudade.

Que o brinde de 1959 ecoe hoje também em nós. 🥂✨

Feliz Ano Novo!!!

Ruca


#CubalAngolaTerraAmada #PassagemDeAno1959 #MemóriasDoCubal #ArquivoHistórico

Passagem de Ano no Cubal – 31/12/1958

Damos mais um passo nesta viagem pelas memórias familiares enviadas pela nossa amiga Nanda, que tem sido uma ponte preciosa entre o Cubal que foi e o que preservamos hoje. Depois dos registos de 1956 e 1957, chegamos ao Réveillon de 1958, ainda no Antigo Recreativo do Cubal, numa época em que o Clube Ferrovia ainda não existia.

A cada fotografia sentimos que o tempo regressa. Os vestidos a condizer, as flores ao peito, a alegria discreta e elegante das festas de fim de ano. A infância, a juventude, a família – tudo respira vida.


📷 Imagem 1


Olga, Lisete, ??, António Valadas e ??
Hernâni Cabral, disse: 
Olga, Lisete, Albano (irmão do barbeiro Moura), António Valadas e António Querido (pai da falecida Ondina Querido).

Posada e serena, destaca-se a elegância simples do vestir e o ar orgulhoso de quem marca presença na grande festa de fim de ano. 

📷 Imagem 2


Ilda, Matos, Olga, Garruço (encoberto), Nanda e Chico Valadas

Cenário festivo, copos erguidos e cumplicidade à volta da mesa. As expressões vivas e espontâneas fazem desta imagem um fragmento rico em emoções.

📷 Imagem 3


Olga, Augusta Mota e Lisete

Um retrato feminino que espelha moda, juventude e alegria. As flores nos vestidos e o olhar confiante reforçam o espírito da época.

De seguida, partilharemos o registo de 1959, encerrando este ciclo de memória oferecido pela Fernanda. Que estas imagens continuem a unir quem viveu, quem recorda e quem deseja conhecer a história afectiva do Cubal.

Ao Cubal, ao passado e a quem o mantém vivo. 🥂✨

Ruca


#CubalAngolaTerraAmada #PassagemDeAno1958 #MemóriasDoCubal #ArquivoHistórico

30 dezembro 2025

📜 Mensagem de Ano Novo - Para todos os Cubalenses espalhados pelo mundo

 


📜 Mensagem de Ano Novo

Para todos os Cubalenses espalhados pelo mundo

Chega o fim do ano e, como sempre, o coração volta ao Cubal. Basta uma fotografia antiga, o cheiro da terra depois da primeira chuva, o som da desfibra do sisal ou o brilho dourado das tardes quentes para que tudo regresse – como se nunca tivéssemos partido.

Depois de 1975, muitos seguiram caminhos diferentes. Uns ficaram em Angola, outros partiram para Portugal, Brasil, Estados Unidos, Holanda, Canadá, Alemanha, França e muitos mais destinos. Espalhámo-nos pelo mundo, mas continuamos unidos pela saudade e pela memória.

Hoje o blogue recebe visitas dos quatro cantos do planeta. Onde há um cubalense, há um pedaço da nossa história.

Este espaço existe para que o Cubal não desapareça nos baús do tempo. Para que fotografias, cartas, bilhetes e histórias não permaneçam escondidas, mas regressem à luz através de quem as viveu.

Se tens memórias do Cubal, ajuda-nos a preservá-las:

  • 📌 Procura fotografias antigas guardadas em casa;
  • 📌 Fala com familiares mais velhos enquanto podemos ouvi-los;
  • 📌 Envia-nos fotos, datas, relatos e nomes — tudo importa.
Envia as tuas memórias para o nosso arquivo histórico do Cubal!
Com um simples clique podes partilhar fotografias, documentos ou histórias.

📩 Enviar Memória / Fotografia

Passagem de Ano no Cubal – 31/12/1957

Caros amigos cubalenses e amigos do Cubal,

Prosseguindo esta viagem pela década de memórias enviada pela nossa sempre presente Fernanda Valadas, chegamos ao ano de 1957, onde a passagem de ano surge em ambiente de festa, sorrisos e brilho juvenil. Depois do registo publicado referente a 1956, hoje partilhamos duas fotografias que nos aproximam ainda mais da vida familiar cubalense daquela época.

É reconfortante observar como o tempo permanece guardado em pequenos gestos: os vestidos engomados, os laços cuidadosamente colocados, o olhar curioso das crianças e o brinde levantado com esperança num novo ciclo. As imagens falam, e o Cubal volta a viver nelas.

No Antigo Recreativo do Cubal, numa época anterior à existência do Clube Ferrovia.

📷 Foto 1 – O Brinde

Na primeira imagem, segundo indicação da Fernanda, reconhecemos:
António Valadas, Idalina Mendes, Lisete Valadas e Maria Sampaio.
Os copos erguem-se, os sorrisos surgem e o ambiente de festa é evidente. Cada olhar é um testemunho silencioso de um tempo em que celebrar significava reunir família e amigos, partilhar mesa, música e alegria simples.

📷 Foto 2 – Em Família


Na segunda imagem identificam-se:

António Valadas, Vitorino, Olga, Anita e o primo Vítor, ainda menino, com o olhar atento de quem absorvia tudo à sua volta. As garrafas e copos distribuídos pela mesa remetem-nos para o ritual festivo tão típico da época — onde os adultos brindavam e as crianças espreitavam o futuro com olhos grandes.

Estas imagens representam mais do que um registo fotográfico. São parte da nossa história coletiva — afetos preservados no tempo pela Fernanda, agora partilhados com todos nós. Assim seguimos, ano após ano, reconstruindo memórias do Cubal.

Em breve partilharemos as fotografias de 1958 — três registos que mostram novos momentos desta mesma família e deste mesmo Cubal que não se apaga.

Que estas memórias continuem a unir quem viveu, quem recorda e quem hoje deseja conhecer a história afetiva desta terra que tanto amamos. 🥂✨


#CubalAngolaTerraAmada #MemóriasDoCubal #PassagemDeAno1957 #ArquivoHistórico

Passagem de Ano no Cubal – 31/12/1956

Passagem de Ano no Cubal – 31 de Dezembro de 1956

Caros amigos cubalenses e amigos do Cubal,

Ontem foi dia de tristeza, com a partida do nosso corredor e amigo João Carona. Não é simples escrever sobre festas quando o coração ainda está apertado, mas a memória tem esta forma de consolar – recordando-nos que também houve alegria, música, família e encontros que nos continuam a definir. Honrar quem parte é continuar a cuidar do que permanece.

Hoje iniciamos uma nova viagem ao passado, graças à generosidade da Fernanda Valadas, que, mesmo vivendo longe, nas terras escocesas que agora chama casa, tem sido presença próxima. O seu carinho pelo Cubal e o empenho em preservar recordações fazem dela um apoio essencial para mantermos este blogue vivo e atualizado. Os documentos e fotografias que nos envia não são apenas imagens – são pontes, afetos e tempo recuperado. Por isso, o meu sincero obrigado.

A fotografia que hoje partilhamos é da Passagem de Ano de 1956, e, como refere a Fernanda, realizada no Antigo Recreativo do Cubal, numa época anterior à existência do Clube Ferrovia. Identificam-se na imagem:

António Valadas (pai), Ilda lá atrás,  Mendes, D. Olinda, Olga Valadas, Nanda e Anita.

Um registo que nos devolve um Cubal familiar e sereno: vestidos engomados, laços cuidadosamente colocados, expressões sérias para a câmara e a elegância discreta de quem celebrava com simplicidade e união. Um retrato que atravessou quase sete décadas para chegar até nós intacto na emoção.

Este será o primeiro de quatro anos que iremos partilhar em série, com mais imagens enviadas pela Fernanda:

  • 📌 1956 – 1 fotografia
  • 📌 1957 – 2 fotografias
  • 📌 1958 – 3 fotografias
  • 📌 1959 – 1 fotografia

Cada imagem, uma memória.
Cada memória, uma história.
Cada história, um pedaço do Cubal que não deixamos morrer.

Que este brinde de 1956 seja o início de uma bela viagem através da década que se seguiu.
💛 Ao Cubal que fomos, ao Cubal que guardamos.


#CubalAngolaTerraAmada #PassagemDeAno #MemóriasDoCubal #ArquivoFotográfico

28 dezembro 2025

Passagem de Ano no Cubal — Memórias de Amizade e Juventude, por Vanda Alves

 

Passagem de Ano no Cubal — Memórias de Amizade e Juventude
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Fotografia gentilmente cedida por Vanda Alves

Na continuidade desta série dedicada às memórias de Réveillon no Cubal, revisitamos hoje um registo especial — uma fotografia carregada de espírito, amizade e boa disposição. Partilhada em 2017 por Vanda Alves, mostra-nos o seu pai, Alves, rodeado de amigos numa noite de Passagem de Ano em ambiente descontraído e festivo.

Na imagem identificam-se ainda Luís Lousa, Toneco Lousa, Raimundo e dois rodesianos, técnicos ligados à fazenda do Sr. Laranjeira — figuras que muitos recordarão da vida social cubalense.

Os fatos bem alinhados, os gestos soltos e os sorrisos abertos revelam muito do que eram estas celebrações: encontros de amizade sincera, música, alegria e o entusiasmo típico de quem brindava a um novo ano com esperança e confiança.

Se algum leitor reconhecer mais rostos, histórias ou episódios relacionados com esta noite, convidamos a partilhar nos comentários — cada contributo ajuda a enriquecer o património de memória viva do nosso Cubal.

Que estas imagens continuem a unir quem viveu, quem recorda e quem quer conhecer a história afetiva desta terra que tanto amamos. 🥂✨


#CubalAngolaTerraAmada #MemóriasDoCubal #PassagemDeAno #HistóriaDoCubal

Conjunto Ferrovia do Cubal – Passagem de Ano 1965/66


Conjunto Ferrovia do Cubal – Passagem de Ano 1965/66

Fotografia cedida por Hernâni Cabral (publicada originalmente em 26/04/2009)

Hernani Cabral, disse:Passagem de Ano no Ferrovia que durou até ás 9 da manhã. Eu à esquerda no contra baixo, António nas maracas, Dudo Corte Real na bateria, Guei vocalista, Pato no acordeon e Miguel na viola. Neste ano o Recreativo não organizou o fim de ano e daí o facto de aparecer em primeiro plano o sr, António Valadas com o genro Mourão à frente dele. Recordo isto como se fosse hoje.

Hoje voltamos ao baú das memórias para reencontrar um momento especial das nossas passagens de ano no Cubal. Esta fotografia, partilhada pelo Hernâni Cabral, mostra o Conjunto Ferrovia em plena atuação na noite de Réveillon entre 1965 e 1966. Um palco simples mas cheio de vida, decorado com estrelas e motivos festivos, que nos transporta de imediato para o ambiente caloroso dos bailes daquela época.

Vemos instrumentos alinhados – acordeão, guitarra, contrabaixo, bateria – e músicos que deram ritmo às danças, aos abraços de meia-noite e às promessas de um novo ano. São rostos que pedem identificação, histórias que aguardam voz, memórias que queremos reconstruir juntos.

Reconhece alguém nesta fotografia?
Se souber nomes, alcunhas, histórias ou curiosidades relacionadas com os músicos retratados, deixe o seu comentário ou envie mensagem. Cada contributo ajuda-nos a ampliar o arquivo vivo do nosso Cubal.

Celebrar esta imagem é celebrar uma geração que fez do Ferrovia um palco de alegria, festa e convivência. Que este registo de 65/66 nos lembre que o Cubal vive em cada recordação que preservamos e partilhamos.

Que estas memórias continuem a iluminar o nosso presente e a inspirar o futuro. 🥂✨


#CubalAngolaTerraAmada #MemóriasDoCubal #Ferrovia #PassagemDeAno

Passagem de Ano de 1966/67 – Memórias em palco, imagem gentilmente cedida por Fernando Machado


Passagem de Ano de 1966/67 – Memórias em palco

Imagem gentilmente cedida por Fernando Machado

Caros amigos cubalenses e amigos do Cubal,

No rescaldo de mais um ano que se encerra, regressamos ao Cubal que vive em nós. Desta vez, viajamos até à viragem de 1966 para 1967, quando a música e o brilho das estrelas decorativas enchiam o salão e inauguravam com alegria um novo ciclo. A fotografia, partilhada com amizade pelo Fernando Machado em 2012, mostra-nos a banda que animou aquela noite – um momento congelado no tempo, mas vivo na memória coletiva.

Ao centro, reconhecemos o saudoso Júlio, vocalista que tantos recordarão pela presença em palco e pela forma como dava alma às noites do Ferrovia e do Recreativo. Os restantes elementos aguardam ainda identificação, e deixamos aqui o apelo à memória dos leitores: quem reconhece estes músicos?
Quem quiser partilhar nomes, histórias ou curiosidades será muito bem-vindo nos comentários. Cada detalhe ajuda-nos a reconstruir o arquivo vivo do Cubal.

O pano de fundo com luas e estrelas, a inscrição do ano em grande destaque, o acordeão, o contrabaixo, os metais e a energia própria da juventude dão-nos a dimensão do que estas festas representavam: celebração, comunidade e promessa de futuro. Era assim que o Cubal recebia o novo ano — com música, amizade, convívio e esperança.

Que esta fotografia seja mais uma centelha de memória a iluminar o presente, e que possamos continuar a juntar peças da história que é de todos nós. ✨


#CubalAngolaTerraAmada #PassagemDeAno #MemóriasDoCubal

As memórias de António Freitas de Oliveira: Visitas na Nossa Terra -partes IV, V e VI - (fim)

 

Visitas na Nossa Terra: Do Cubal ao Coração de Lisboa (IV, V e VI)

Concluímos hoje a partilha das memórias de António Freitas de Oliveira. Um percurso que nos leva da tranquilidade das fazendas do Cubal ao céu de Angola, terminando numas férias inesquecíveis na metrópole. Se perdeu os capítulos anteriores, pode ler aqui a Parte I e as Partes II e III.

___________ Visitas na Nossa Terra - IV "Noites de luar e a lagoa: Silêncios da Fazenda"


No regresso Estela acompanhou-me ao Cubal para uma semana de ‘arranjos caseiros’ pequenas obras e arrumos da casa da fazenda. D. Margarida, senhora bailunda, governanta desde os tempos da mãe, é quem melhor domina a dialética caseira, sabe de cor os esconderijos de todas as formigas...com Estela são como peixe na água, relação familiar mesmo!

No silêncio da varanda com ‘polonaise’ a girar longe, deliciamo-nos com chá e biscoitos da tia da Estela trazidos de Nova-Lisboa...

- O ananás da Ganda está esplendido, prova Té...
- Não me apetece, vamos aproveitar este luar e dar uma volta até à lagoa

No Willys descapotável fazemos os dez quilómetros a passo, o capim dourado pelos faróis, a coruja Mariana a levantar da picada, lebres e coelhos em rápidos desafios ao jeep, um olhar esverdado, onça?... No silêncio africano contemplamos a lagoa espelhada pelo brilho lunar, nunses e gulungos sôfregos por água invadem o lado sul.

- Não sei se conseguiria viver noutro continente que não África, sobretudo nesta de lagoas brilhantes e estrelas grandes, onde os animais guardam em segredo os nossos beijos e afagos...
- Té, a nossa paixão por esta terra arde mais que as queimadas no cacimbo, crepita, não tem explicação...

- Concordo!... Estes pirilampos, o olhar doce das gazelas, os pingos gordos da chuva, o som que chega de longe, das aldeias, as gentes que nos saúdam seguindo com o olhar até desaparecermos na poeira...
- Ya Estela, as crianças de arco de barril, brinquedos de galhos decorados com lata...sempre com o alvo sorriso e brilho no olhar...

Restolho junto ao jeep, aponto a Winchester de quatro pilhas, visita já esperada do Picante, porco-espinho ‘voyeur’ que sempre nos saúda...
- Está a arrefecer, vamos Estela?
- O meu beijo de despedida?

@ntonioFreitasdeOliveira (texto/foto)


___________ Visitas na Nossa Terra - V "Entre o sisal e o céu: Voos de Cessna sobre o Cubal"


Vão chegando noticias que a luta nacionalista tem intensificado as investidas a norte de Luanda... gerando desconfiança nas fazendas e bairros periféricos. Com a coordenação do chefe de posto começam a ser formadas e preparadas melícias... a preocupação e angústia, sobretudo com as crianças, trazem as gentes em desassossego.

- Marcolino, tem havido alguma movimentação estranha no teu bairro? pessoal de fora?
- Por lá está muito calmo, só a doença do senhor Salupeto traz confusão... mais só onça me levou dois cabritos, isto é que me chateou mesmo!

Vou com a D.Estela passar uns dias na fazenda do nosso amigo Sr. Vicente... Chegados à Luena, fazenda rica em sisal e produtos hortícolas, somos recebidos na varanda com a mesa supinamente composta: sumo de laranja sem rival, pão quente da fornalha, geleia de morangos, camarões chegados de Benguela e umas Cucas perdidas de geladas.

Vicente cuidava com muito amor o Cessna, o hangar e a pista de terra batida que terminava no começo do mar verde de sisal.
- Meus queridos, tenho a avioneta preparada, à tarde vamos sobrevoar a região do Cubal...

Deixamos o Willys e partimos, Estela na parte de trás lindíssima no seu lenço de cabeça em tons de azul, envolvente nos Persol à Silvye Vartan. Paisagens deslumbrantes, filas de sisal alinhadas milimetricamente, crianças acenando à passagem...

- Té, aquele bando de carraceiras junto à asa direita, em baixo a nossa fazenda, a Margarida a estender a roupa.

Já em terra e com o sol a cair, assistimos na pista a uma espectacular dança de chinganges... muito bonitas as máscaras, os fatos, os pés bem batidos de levantar poeira...
- Té, vamos selar este dia com um abraço longo e aquele beijo só teu?
- Meu não, nosso!

@ntonioFreitasdeOliveira


________Visitas na Nossa Terra - VI  "Lisboa em Agosto: saudades e sonhos de regresso"


Agosto de 1973, partimos de férias para a Metrópole. Chegados a Lisboa dirigimo-nos de táxi para o hotel do costume, Miraparque. Estela abre as janelas do quarto:

- Antes do banho quero repousar a vista nos tons do parque florido... adoro o verde frondoso, este Eduardo VII, pena serem tão curtas as férias.

- Estela, não achas que faz falta um Metro no Huambo? Ligar a baixa desde S. João à alta? Estações na Escola, Liceu, Aeroporto...
- Os teus intermináveis sonhos... como dizia o poeta, ‘o sonho comanda a vida’...

Entramos nos Porfírios, sacos repletos de novidades para a Té... Os dias voam, fomos cear ao Faia, ouvimos a Lucília do Carmo, o Alfredo Marceneiro, sentados, não muito longe, do Ary dos Santos... os encantos da noite Lisboeta.

Fomos à Feira Popular almoçar umas sardinhas pingadas de gordura de-broa-das...
- Faz-me impressão como consegues acompanhar sardinhas com Laranjina C...
- A mim faz-me impressão comeres as bifanas dos Restauradores acompanhadas a Pála-Pála...

Passeamos por Alfama, Mouraria, Castelo e Feira da Ladra, levamos o aroma a cera de madeira, o Tejo na viagem de comboio a Cascais, as queijadas em Sintra, os pastéis de Belém, o caldo verde do Galito. Deixamos Lisboa com muita vontade de mergulhar dos esporões no Lobito.

Em pleno voo:
- Férias maravilhosas, adorei, as melhores de todas, quando voltamos?
- Deixa-me pensar... Agosto de 75, que te parece?
- Parece-me bem, puxa a manta para cima para te dar aquele beijo, o nosso...

@ntonioFreitasdeOliveira (texto)


Nota do Blogue: Um agradecimento especial ao António por este testemunho tão vivo e emocionante. Ficam as memórias de um tempo e de uma terra que nunca esquecemos. Ruca

A filha nasceu no Cubal em 1963 — memórias da Maria Laura

A filha nasceu no Cubal em 1963 — memórias da Maria Laura 

Clube da Vila, chifon cor-de-rosa e vida na Fazenda Fernando Alberto

Algumas mensagens chegam como abraços do passado. A Maria Laura, prestes a celebrar 90 anos, deixou-nos um testemunho simples, mas cheio de luz — de quando o Cubal era casa, festa, escola e terra que guarda memórias vivas. Pedi autorização para eternizar as suas palavras no nosso arquivo do Cubal Angola Terra Amada.

Aqui ficam, com carinho.


📖 A memória contada pela própria Maria Laura

"Bom dia. Gostei muito de ler. A minha filha nasceu no Cubal em 1963. Fomos para Benguela logo a seguir e ela diz que nasceu em Benguela. Assisti à inauguração do Clube da Vila. Depois o Cubal foi elevado a cidade. Voltei lá muito mais tarde, colocada como professora um ano lectivo. Fui pelo Estado, mas a escola era na Fazenda Fernando Alberto que pertencia ao Sebastião das Neves. A minha filha tinha 4 anos e recorda-se de algumas coisas, especialmente da onça que lá foi criada. Um dia destes entrarei em contacto consigo para contar mais coisas, mas hoje estou muito ocupada com a família. E já farei dia 4 a idade de 90 anos. Bom Ano Novo para si. NB: Passei um fim de ano no Clube do Cubal com amigos. Mesas fartas, lindos vestidos. O meu era de 'chifon' cor-de-rosa."

Maria Laura, muito obrigado pela tua partilha. Quando quiseres, regressa com mais histórias. Este espaço é teu, e será uma alegria continuar esta janela aberta ao passado contigo.


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Ruca

Memórias de Família: A linhagem do Cubal contada por António Pedro Almeida


Há comentários que são mais do que comentários — são janelas abertas para o passado, fios que ligam pessoas, histórias e afectos a um Cubal que vive ainda no coração de muita gente. O António Pedro Almeida deixou-nos um testemunho precioso, cheio de nomes, memórias e caminhos familiares que atravessam gerações. Pela riqueza das suas palavras, merece ser guardado aqui, no nosso arquivo de afectos cubalenses. 


📜 A memória que o António partilhou connosco

A mãe, Maria Natália, hoje com 94 anos se fosse viva, falava-lhe das festas no Cubal. O avô, Joaquim Espírito Santo Ferreira (138 anos faria hoje), foi chefe de posto no tempo em que se ergueu a igreja do Cubal, se abriu a escola onde lecionava a avó, Maria Joaquina Melo Martins (125 anos de memória). Eram dias da estrada Cubal-Ganda, das árvores alinhadas, do tempo do boi cavalo, das fazendas de sisal dos alemães — entre eles, talvez Kiskerof — e das caçadas na época da II Guerra Mundial.

O tio, João Abel Correia Martins (95 anos teria hoje), cresceu no Cubal, viria mais tarde a ser engenheiro no Banco de Crédito em Luanda e conduziu as obras para a abertura do Banco de Crédito no Cubal, onde estava o Sr. Vitor Alves. Pelo relato, conviviam famílias ligadas aos Caminhos-de-Ferro, recordando-se os Cristina, entre outros nomes que florescem como ecos de uma época de festa, amizade e construção.

Histórias que o tempo levou nos braços, mas não apagou — porque alguém as recordou. E porque agora ficam aqui escritas.


✨ Gratidão e homenagem

Ao António, o nosso profundo agradecimento pelas palavras que nos deixou, pela generosidade de memória e pelo carinho pelo CUBAL Angola Terra Amada.

Disse ele, com verdade que nos atravessa:

“Nada consegue apagar as boas memórias de uma gente digna e honrada... A amizade essa é imortal.”

Que estas páginas sejam casa para todas as histórias que merecem não cair no silêncio. Se também guarda memórias do Cubal, este é o lugar para as partilhar.

Ruca
CUBAL Angola Terra Amada


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