11 outubro 2010

OS AHANHAS, UMA TRIBO EM POTÊNCIA

Na variante Cubal (Cubal e Caimbambo) onde rasga a linha dos Caminhos-de-ferro de Benguela, está localizada uma das mais importantes sub-tribos etnolinguísticas da região Centro do País, os Ahanhas. Os Ahanhas integram o Grupo etnolinguístico Ovimbundu que abrange as províncias de Benguela, parte do Kwanza-Sul, Huambo e Bié. Eles constituem um povo localizado no Centro Oeste de Angola, na zona interior da Província de Benguela, na latitude 13º Sul e longitude 14º Este, entre três grandes rios: o Katombela (Catumbela) a Norte e que além destes vivem os “Va Tchisandji”, a Sul do rio Kuporolo (Coporolo) e que imediatamente além, estão os “Va chilenge”. A Leste confinamse com os “a nganda”e a Oeste está o território Ndombe. Geograficamente falando, os Ahanhas, habitam no coração do vale superior do Kuporolo entre 800 e 1000 metros de altitude, ocupando uma privilegiada área de Angola constituída por um círculo de montanhas que contrastam com a paisagem de outras regiões do país. Um estudo recente dos licenciados em História, António de Oliveira e Cipriano Lialunga, sobre a cultura Hanya na história dos povos Ovimbundu, sustentado por depoimentos de anciãos considera três hipóteses: a) Que os Ahanhas seriam descendentes do Reino da Tchiaca, região de Quinjenje que tinha na actualidade como um dos seus príncipes, o falecido escritor Raul Mateus David. Na busca de melhores condições de vida, andavam à deriva, onde Hanya, um dos integrantes notórios da caravana viria perder a vida entre os rios Luembe, Lutira e o rio Kuporolo, passando este nome a prevalecer como referencia ao local onde morreu Hanya.

Caninguiri: pinturas rupestres

b) Que os Ahanhas teriam vindo do Norte do Reino de Benguela, nas proximidades do actual rio Longa. Instalaram-se próximo da costa marítima, na actual Hanya do Norte, ou Hanya das Palmeiras. Para escapar dos conflitos internos e familiares, um dos antepassados deste subgrupo decidiu deslocar-se com a família para a região que é a actual Hanya. De acordo com a obra “A Vida Eterna na Subtribo Hanya”, do Padre Pedro Puto, o antepassado desertor da Hanya das Palmeiras, não teria sido ele em pessoa a subir a actual região Hanya, mas alguns familiares, seus descendentes que teriam construído as suas casas onde é hoje o jardim em frente à Administração Municipal de Benguela e o Banco Nacional de Angola, desalojando bochímanes, no período da proto-história. A partir do séc. XVII, depois da conquista militar de Cerveira Pereira, que motivou a chegada de contingentes de origem europeia, pressionou os ahanya a abandonarem a área que ocupavam e instalarem-se no actual Ndombe que, posteriormente, também se viram obrigados a abandonar pelas mesmas razões e ou pelo péssimo clima de Benguela, subindo para as terras do Planalto Central, donde também com a chegada do branco, voltaram mais tarde para a actual região da Hanya. Dessa emigração teriam surgido as sub-tribo “ahanya”, “va nganda” e “va tchiyaka”. c) A terceira suposição é de Gabriel Canivete que ventila a ideia de que excluindo a primeira, então seria provável que os ahanya tivessem origem na sub-tribo Quilengue, pelo facto de apresentarem poesias líricas comuns aos dois grupos, o “ochitita” (poesia relativa ao boi e às situações de crise social – a morte, a fome,a miséria, etc.) o “ulonga” (síntese, que os mais velhos fazem, de tudo quanto aconteceu, desde o ultimo momento em que estiveram juntos), “okusikala” (iniciação masculina e feminina), entre outras. Os ahanya, na tentativa de fugirem da fome endémica e da guerra que vitimou o soba Kapoko, separaram-se dos “vatchilenge”, dirigindo-se para Sudeste de Tchongoroi e acabando por se instalar entre as montanhas Lumbili e Kavalakanha, Ngandja e Indongolo, zonas férteis dos rios Kwi e Tchikwã. Mais tarde, foi daí que se dirigiram em maior número para o Norte, Noroeste e Nordeste habitando no actual território dos “ahanya” fundindo-se com outros povos aí encontrados. Por outro lado, há antropónimos que se usam entre os “va hanya” que nos fazem perceber que muitos deles vieram da sub-tribo dos “va tchilenge”.Segundo o Padre Tchombela “há também um fenómeno químico - natural que, estudado com características consanguíneo – genealógicas devolve muitos “va hanya” ao “vatchilenge”.

Ahanya e sua filha
É o facto de não poderem dormir na pele de cabrito, de onça, de veado, não poderem pisar com o pé nu onde foram queimados os vasos e ou panelas feitas de argila (panelas de barro) para as fortificar; não poderem comer carne de certos animais, répteis e aves... tudo isso com o risco de contraírem graves enfermidades ou infecções no corpo.E, bem investigados, estes homens têm próxima ou remota linhagem consanguínea com os “vatchilenge”. Contrariamente às opiniões anteriores, Monsenhor Luís Alfredo Keiling, adianta que os ahanya formam com os “va nganda” um único grupo étnico, devido às características comuns que apresentam nos costumes e no estilo de vida voltada para a pastorícia. Essa opinião é corroborada pelo Padre Mário Lukunde. Esse grupo teria sido originário de Ngola – Luanda, passando pelo actual reino do Bailundo e mais tarde para o território da hanya.

CUBAL EM DESENVOLVIMENTO

Com a autorização do Director da Valor Acrescentado, irei postar futuramente, o artigo de Out.2005 da autoria de José Luís Magro e Lilas Orlov. Aqui fica a nossa gratidão às entidades referidas.


CUBAL EM DESENVOLVIMENTO
O Cubal tem cerca de 306 mil habitantes. É o maior município do interior da Província de Benguela. Porém, para que o seu desenvolvimento socio-económico seja uma realidade é necessário reconstruir o Caminho-de-ferro de Benguela e criar uma boa estrada asfaltada que ligue aquela região à capital provincial.

Angola tem duas realidades: a do litoral e a do interior. Não é o único país do Mundo onde existem tais realidades. Vale a pena recordar um bocado a História e lembrarmo-nos das guerras entre o meio rural e o meio urbano, bem como, a forma como estas marcaram a nossa civilização ao longo dos tempos.No caso particular de Angola, é fundamental minimizar as assimetrias entre o litoral e o interior. É importante que se tenham dados estatísticos e amostras fiáveis da evolução socio-económica do interior e que se faça um estudo profundo da interioridade do país, pois só assim, será possível analisar casuisticamente, quais os meios necessários para conceder melhor qualidade de vida aos seus cidadãos.
Todo o angolano, independentemente do seu extracto social e credo religioso, tem direito à Saúde e ao Ensino. Mas sabemos que essas duas vertentes são diferentes entre os grandes meios populacionais e o interior – basta dizer que nos grandes meios já existe Saúde privada, passando-se o mesmo com o Ensino. Também os hospitais e estabelecimentos de ensino, do Estado, aí existentes, estão melhor apetrechados. Não tenhamos ilusões, só se atraem técnicos e jovens para o interior, proporcionando-lhes as infra-estruturas mínimas. E estas, funcionam como o “ovo de Colombo”, ou seja, depois de construir e/ou reconstruir o eixo rodoviário do país, tudo o resto virá por acréscimo.

10 outubro 2010

Mais um instrumento de partilha do nosso blog (Facebook, Twitter, entre outros)


Caro amigo cubalense e visitante.
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Obrigado
Ruca

09 outubro 2010

Cerimónia no Cubal

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Quem identifica ou legenda esta imagem?

Convívio de amigos

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Quem ajuda na identificação?
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 Dalete Machado, Borges da farmácia, filho do Evaristo, José Viana e minha irmã Anabela
(legendas de Dalete Machado)
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Meu irmão Emilio e o filho do Evaristo
(legendas de Dalete Machado)
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02 outubro 2010

Casamento no Cubal - 24.09.1962

Casamento de Socorro e Augusto Pessoa, com José Viana e __

Jantar de amigos no Cubal em 03.03.1962

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Quem reconhece estes amigos cubalenses?
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Julgo não me enganar afirmando que o Cubalense que se vê nas fotos, de papillon, é o Sr Van der Kellen ( pai do Cabolas e do Luis).
Legenda de Fernando Matoso 
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Em 1º plano à esquerda, olhando e sorrindo para a câmara, o Henrique Santana; sentado à frente dele, o irmão António; ao fundo da mesa, gordo, o Catarino (camionista)

Legendas de Manuel Sampaio 
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Em pé e ao lado direito do Catarino, o pai do meu querido e saudoso amigo Aníbal Fernandes: o Sr. Fernandes, que era revisor no CFB, também por o "Noventa" o nº maior do "quino" por ser grande e gordo.

Legendas de Manuel Sampai
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Evento desportivo no Cubal

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26 setembro 2010

A nova Igreja é uma obra que dignifica a cidade do Cubal e A Cidade do Cubal está mais pobre. - artigo extraído do Semanário Sul


Foto 1 - Página do "Semanário Sul"

Para melhor leitura, transcreve-se o texto da Foto 1, gentilmente cedida  pela Ana Catarina Monteiro (Narciso), que daqui saúdo e agradeço pela excelente colaboração que presta ao nosso blog. Para além desta página a Ana Catarina remete-nos outros excelentes testemunhos históricos da Cidade do Cubal, que aqui irei publicar, quando efectuar o respectivo tratamento (imagem e texto).
Efectuei também o destaque dos anunciantes que boa memória nos trazem. Como calcularão o anúncio do meu pai (na foto 5) trouxe-me à memória algo que não consigo descrever pela alegria enorme que senti e que os meus pais irão recordar com saudade. 
Obrigado Catarina. Ruca
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A nova Igreja é uma obra que dignifica a cidade do Cubal
Foto 2
Igreja em Construção
O grande imóvel que é já a nova Igreja do Cubal, vem preencher mais uma importante lacuna até aqui existente na vida da cidade.
A garra com que grande número da população se lançou ao empreendimento está ali bem vincada, com o moderno e funcional edifício que é a nova igreja.
Abordamos o grande mentor da obra, o Padre José de Jesus Soares Ribeiro, e à queima-roupa, perguntámos-lhe:
A quanto monta a obra ? — Cerca de 3,000 contos — respondeu-nos.
E prosseguindo perguntámos mais: Considera pronta a 1ª fase e a segunda adiantada?
— Sim está quase completa a segunda fase, pois falta só a cobertura interior, os vitrais e mármores. Espero que a torre fique definitivamente concluída, dentro de 30 dias.
— Quando espera começar a utilizar a nova Igreja?
— Nos princípios do próximo ano, ou seja logo que sejam colocados os vitrais, que ficarão representando dezasseis cenas bíblicas, desde a Árvore da Vida até à descida do Espírito Santo, tudo em vidro a cores.
— Quanto já gastou?
— À volta de 1.200 contos em dinheiro e cerca de 600 contos em materiais oferecidos.
— Diga-nos, Padre José. Qual a capacidade do templo e qual a altura máxima da torre ?
— O templo está calculado para albergar à volta de 1,500 pessoas, e a torre ficará com o miradouro de 46 metros de altura e com a cruz, atingirá um total de 55 metros.
E a terminar, formulámos mais uma pergunta. Tem tido auxílios?
— Sim em especial da população e Governo Geral que concedeu um subsídio de 250.000$00. Depois urna pequena ajuda do Governo do Distrito, outra do Bispado da Diocese e mais uns quantos, pequenos. Mas a obra, vai andando.
E nós Cubalenses, sentimo-nos orgulhosos.


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A cidade do Cubal está mais pobre
Há pessoas que pela sua projecção, a sua forma típica e a sua popularidade, se tornam como um “cartaz” vivo da uma cidade. São pessoas de tal forma conhecidas e influentes que passam a ser consideradas como uma “instituição” da terra. A expressão poderá ser um pouco exagerada na sua dimensão, mas no fundo temos de concordar que é assim mesmo. Isto vem a propósito de dois grandes homens, dois conhecidíssimos nomes na vida da Cidade do Cubal : os Srs. Jean Luc e António Cabral, pessoas muito estimadas por toda a população, dada a acção que ambos deram com o seu esforço para o desenvolvimento e projecção da cidade, que da lei da vida foram libertados. As suas figuras deixaram de aparecer nos lugares comuns e as suas vozes deixaram de se levantar para judicialmente focarem assuntos de capital importância para a urbe, mas as suas memórias perdurarão para todo o sempre nos anais gloriosos do Cubal.
Jean Luc - António Cabral — presentes.

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O correspondente no Cubal do "Semanário Sul" era o Jugiba ou seja o nosso Gil Barros. Presumo que o texto terá sido por ele elaborado quando da publicação naquele semanário. Ruca

Pormenor dos anúncios publicados:
Foto 3
Faria Santos & Irmão, Lda


Foto 4
Farmácia do Cubal

Foto 5
A REPARADORA TRANSMONTANA
de
Raúl José Gonçalves

25 setembro 2010

A propósito do último encontro cubalense em Mira - mensagem da Celeste e Vítor Alves

Mais uma vez, e pelas notícias chegadas , foi um sucesso o Encontro Cubalense. 
De parabéns está a esforçada organização que encabeçou tão emocionante evento. 
De parabéns e sempre, o Ruca que tem proporcionado ao longo dos tempos, um reencontro virtual dos Cubalenses espalhados pelo mundo. 
De parabéns, todos os Cubalenses que mais uma vez demonstraram que ser-se Cubalense é ser-se diferente..
Tristes, ficaram todos aqueles, que, como eu,não puderam estar presentes.
Não perco a esperança de, um dia, também poder participar fisicamente.
Um grande abraço para todos
Celeste e Vitor Alves, Cubalenses de coração

22 setembro 2010

Miss Cubal, Miss Ferrovia

Em 1º plano e junto ao microfone creio ser o Sr. Paulista, pai da Ana Maria, Dulce e Fernanda Paulista
por  Manuel Sampaio
Anabela Berrones Gomes - por Fernando Matoso
1.
Aventuro-me a dizer que a Miss Ferrovia é a amiga Paula Xavier. Será que estou errado?
Quem são as outras belezas cubalenses?
E que outros intervenientes conseguimos identificar?
Vejo o Viana em 2º Plano por trás das Misses.
Ajudem na identificação.
ruca

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21 setembro 2010

Homenagem à Cabeleireira Júlia - "Salão Marijú"

1.
A minha pequena homenagem à Cabeleireira Júlia autora do penteado
1.2
A minha pequena homenagem à Cabeleireira Júlia autora do penteado

Recordações cubalenses

1.
Mariana e Luisa
no Cubal
2.
Mariana Carracha Gonçalves
3.
Passagem de modelos Clube Recr. Cubal-Natália Gonçalves
3.1
4.
Professoras Primárias da Escola da Camunda
Luisa, Sofia e Mariana

19 setembro 2010

21º Encontro dos Antigos Alunos do Cubal - MIRA 2010 (Fotos de José Lobo Pires)

ENCONTRO 2010

A bondade do Ruca, em ter-me como colaborador, permite-me de vez em quando, vir aqui postar qualquer coisa.
Desta vez, não se trata de uma coisa qualquer, trata-se do Encontro, que fez 21 anos.
Estive lá e a opinião que aqui deixo é estritamente pessoal.
Espantosamente, continua a aparecer muita gente a quem tinhamos perdido o rasto e que de repente deram connosco. Foi muito emocionante.
Por outro lado, foi dos melhores Encontros de sempre. Toda a gente com uma atitude muito descontraída, que se prolongou madrugada adentro em clima de grande alegria e sorrisos nos rostos de todos. Eu diria, talvez exagerando um pouco como às vezes é meu costume que este encontro foi mágico. Talvez porque atingiu a maioridade e talvez porque todos os meus irmãos se deram como nunca.
Depois, tivemos a muito custo e a insistentes pedidos meus, o nosso queriod António Falcão. Ele não queria ir, dados os acontecimentos recentes, mas eu disse-lhe a verdade. Nós somos todos irmãos e é nessa qualidade, que estamos juntos nas alegrias e também na enorme perda que ele e nós sofremos.
E, finalmente porque cessado o trabalho desta Direcção se encontrou alguém de disponibilidade imediata e que mais uma vez nos dá a todos a certeza de que continuaremos a encontrar-nos uma vez por ano para sermos de novo, miúdos. pois é, o Juca Laranjeira está à frente daquilo que nos é a todos muito caro.
Obrigao Zé Lobo, Mimi e Sousa.