O imbondeiro é um ser já moribundo,
Gigante preso em apertados laços,
Tronco rasgado em fissurados traços,
E de raizes mergulhando fundo.
Tem flores brancas, de um alvor profundo,
E longos frutos descorados, baços,
E os seus ramos semelhando braços,
Dizem raivosos um adeus ao mundo.
Como uma raça pecadora e má,
As suas flores não possuem já,
A força viva que germina o fruto.
É como um homem que já nada tem;
Perdeu seus filhos, sua esposa e mãe,
E arrasta em vida o seu próprio luto.
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Cubal, 1962
Aurelino Faria.
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